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Engenharia Biomédica: Uma Nova Especialidade

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O ENGENHEIRO BIOMÉDICO 
E A PROFISSÃO 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Ederson Cichaczewski 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
A Engenharia Biomédica é uma ciência nova que teve o seu surgimento 
em programas de pós-graduação por volta da década de 1970. Contudo, ao 
longo dos anos, foram criadas profissões específicas para atender à área de 
Engenharia Biomédica, e, em particular, abordaremos a nomenclatura de cursos 
conforme a legislação pertinente do Ministério da Educação (MEC). 
Abordaremos as duas modalidades de nível superior: bacharelado e cursos 
superiores de tecnologia (CST). Também serão abordados os cursos de nível 
médio técnico e cursos de pós-graduação. 
Nesta aula, teremos uma visão geral sobre a área de Engenharia 
Biomédica, sobre os cursos que ela envolve e a interação entre eles, e, em 
especial, sobre a interação entre a engenharia biomédica e esses cursos, bem 
como em relação às demais engenharias correlatas. 
TEMA 1 – O CURSO DE ENGENHARIA BIOMÉDICA 
A Engenharia Biomédica é uma área que integra conhecimentos, métodos 
e técnicas das ciências exatas com as ciências da saúde para resolver 
problemas da Biologia e da Medicina por meio do desenvolvimento de 
dispositivos médicos para prevenção, diagnóstico e terapia de doenças, assim 
como para reabilitação e pesquisa em saúde. O engenheiro biomédico em sua 
atuação busca promover melhorias na área de saúde, seja desenvolvendo novas 
tecnologias ou aprimorando as já existentes, primando pelos princípios éticos e 
de segurança, incluindo dispositivos de aquisição de sinais, órteses, próteses e 
sistemas de imagens, como ressonância magnética, tomografia 
computadorizada, ultrassom e raio-x. As áreas da Engenharia Biomédica 
incluem a Engenharia Clínica, os Equipamentos Médicos, a Engenharia 
Hospitalar, a Biomecânica, a Engenharia de Reabilitação, os Biomateriais, o 
Processamento de Sinais Biológicos, a Telemedicina, entre outras. 
A Engenharia Biomédica configura-se como uma nova e desafiadora 
especialidade dentro das engenharias, iniciada como curso de graduação em 
2000 e tendo o seu lugar já consolidado nos países desenvolvidos. O engenheiro 
biomédico está começando a ganhar seu espaço no Brasil, o que indica um 
amplo campo a ser desenvolvido e explorado. 
 
 
3 
A Engenharia Biomédica visa atender à enorme demanda da rede 
hospitalar pública e privada, da indústria médico-hospitalar e de centros de 
pesquisa. O mercado como um todo sofre a influência das tecnologias e 
metodologias desenvolvidas em todo o planeta. Nos últimos anos, é possível 
afirmar que a área de Engenharia Biomédica está em ascensão com as atuais e 
futuras demandas de tecnologias na área de saúde em todo o Brasil. Diante da 
crescente modernização dos hospitais e do surgimento de novas tecnologias em 
saúde, é imprescindível o conhecimento de equipamentos e dispositivos cada 
vez mais sofisticados. Assim, encontra-se em constante ascensão a 
necessidade de profissionais de Engenharia Biomédica em hospitais, clínicas e 
também na indústria. 
1.1 Características do curso 
O conteúdo do curso de Engenharia Biomédica busca criar uma 
composição entre tecnologias de hardware, software e saúde de maneira a 
formar um profissional voltado para a gestão técnica de ambientes médico-
hospitalares. O profissional deve ser capacitado para criar ferramentas de 
decisão baseadas em tecnologia para agregar valor ao negócio e criar 
oportunidades de crescimento. 
Ainda, tendo como uma subárea de formação a Engenharia Clínica, o 
profissional poderá atuar na gestão hospitalar, considerando todos os aspectos 
técnicos de manutenção, de segurança e de administração. Serão profissionais 
qualificados em gestão técnica, em implementação de sistemas, em pesquisa, 
em desenvolvimento e em manutenção de equipamentos odonto-médico-
hospitalares, em produtos e processos tecnológicos para fins de diagnóstico, 
terapia e reabilitação em saúde, de acordo com o conjunto de disciplinas 
selecionadas para a grade curricular do curso. 
A grade curricular do curso de Engenharia Biomédica contempla quatro 
núcleos principais: 
• Básico de engenharia – disciplinas comuns a todas as engenharias, como 
cálculo, física, química, desenho técnico etc.; 
• Profissionalizante – disciplinas técnicas comuns entre outras engenharias 
afins, como programação, eletrônica, microcontroladores etc.; 
• De saúde – disciplinas da área de saúde, como anatomia, fisiologia etc.; 
 
 
4 
• Específico de Engenharia Biomédica: 
o Engenharia Clínica, como equipamentos médicos, administração e 
segurança hospitalar etc.; e 
o Desenvolvimento de equipamentos e sistemas, como projetos de 
equipamentos médicos, aquisição de sinais biológicos, engenharia 
de reabilitação, processamento de imagens, telemedicina etc. 
Figura 1 – Ilustração de um engenheiro biomédico trabalhando com uma prótese 
robótica de braço 
 
Crédito: Gorodenkoff/Shutterstock. 
Considerando uma ação direcionada às particularidades de cada item da 
ementa do curso, buscam-se os conhecimentos e práticas para: 
a) projetar, coordenar, analisar, fiscalizar, assessorar, supervisionar e 
especificar técnica e economicamente projetos das tecnologias em saúde, 
aplicando padrões, medidas e controle de qualidade; 
b) realizar vistorias, perícias, avaliações, arbitramentos, laudos e pareceres 
técnicos com conduta, atitude e responsabilidade técnica e social, com o 
uso de tecnologias integradas e sustentáveis; 
c) atuar na organização e gerenciamento empresarial e comunitário, 
interagindo e influenciando nos processos decisórios de agentes e 
instituições, na gestão de políticas setoriais; 
d) participar e atuar em todos os segmentos da indústria, do mercado e de 
serviços das tecnologias em saúde; 
 
 
5 
e) exercer atividades de docência, pesquisa e extensão no ensino técnico 
profissional, ensino superior, pesquisa, análise, experimentação, ensaios 
e divulgação técnica e extensão; e 
f) enfrentar os desafios das rápidas transformações da sociedade, do 
mundo e do trabalho, adaptando-se às situações novas e emergentes. 
O curso de Engenharia Biomédica possui unidades curriculares de 
entrelaçamento com a área de saúde, como anatomia, fisiologia, entre outras. 
Contudo, considerando que o entrelaçamento com a área de saúde é de caráter 
meramente informativo, ele não confere ao egresso a expectativa de atribuições 
profissionais para realizar atividades nessa área, embora seja suficiente para 
conferir conhecimentos adequados à perfeita integração das atividades 
executadas conjuntamente com profissionais de saúde. 
1.2 Perfil do aluno ingressante 
O curso destina-se ao público em geral, com formação em qualquer área, 
com diploma de Ensino Médio e que atue ou queira atuar no âmbito da promoção 
da saúde e da qualidade de vida, alinhado às ciências exatas e à engenharia, 
bem como àqueles que tenham diploma de Ensino Superior e queiram 
aperfeiçoar seus conhecimentos nesse campo de atuação profissional. O curso 
tem o objetivo de formar profissionais para trabalharem em indústrias de 
dispositivos odonto-médico-hospitalares ou em hospitais, clínicas, laboratórios, 
pesquisa científica, docência e como empreendedores. 
1.3 Perfil do egresso da graduação em Engenharia Biomédica 
O Engenheiro Biomédico deve ser um profissional crítico e criativo na 
identificação e resolução de problemas de tecnologias em saúde, com iniciativa, 
capacidade de julgamento e tomada de decisão, com habilidade de se comunicar 
eficientemente nas formas oral e escrita e no saber da valoração de uma 
permanente busca de atualização profissional. Em sua atuação profissional, 
poderá especificar, desenvolver, instalar, manter e gerenciar dispositivos, 
equipamentos, processos e sistemas nas áreas de engenharia clínica e 
hospitalar, informática em saúde, biomecânica, instrumentação, biomateriais e 
tecidos artificiais.6 
O curso busca formar profissionais em Engenharia Biomédica com visão 
multi e interdisciplinar, com capacidade de aplicar seus conhecimentos de 
engenharia na criação de equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos. 
O objetivo é que esses profissionais sejam aptos a compreender e traduzir as 
necessidades de indivíduos, grupos sociais e comunidades, sendo capazes, 
também, de utilizar racionalmente os recursos disponíveis, além de conservar o 
equilíbrio do ambiente com visão ética e humanística, em atendimento às 
demandas da sociedade, com relação às questões tecnológicas, 
socioeconômicas, gerenciais e organizativas, buscando a resolução de 
problemas tecnológicos, a segurança e a eficácia dos processos de melhoria da 
qualidade da saúde humana e animal por meio da prática da engenharia 
biomédica, tornando melhor a prevenção, o diagnóstico e o tratamento de 
doenças e condições diversas. 
Busca-se capacitar o egresso para que esteja apto a relacionar o exercício 
da teoria com a prática com o respeito à pessoa, dentro da tradição de defesa 
dos direitos humanos, sendo esses profissionais dotados de: 
a) conhecimentos científicos e técnicos para solução de problemas de 
engenharia associados à área da saúde; 
b) compreensão do impacto da engenharia biomédica e suas tecnologias no 
que diz respeito a atender e a antecipar estrategicamente as 
necessidades da sociedade; 
c) capacidade de elaboração, planejamento e coordenação de projetos, 
processos e serviços de engenharia biomédica, pesquisa científica e 
tecnológica; 
d) racionalidade para utilizar os recursos disponíveis de forma 
transdisciplinar; e 
e) capacidade de reconhecer a importância da Engenharia Biomédica na 
vida cotidiana. 
O perfil do egresso de Engenharia Biomédica também contempla uma 
formação do profissional para participar de equipes de gestão; realizar 
diagnósticos; fazer manutenção e instalação de equipamentos e dispositivos de 
tecnologia em saúde; avaliar e buscar melhorias quanto à utilização dentro dos 
padrões de qualidade; coordenar equipes de profissionais da área; e controlar o 
registro, a calibração e a segurança de equipamentos eletromédicos, utilizando-
se de tecnologias, ética, normas e legislação trabalhista. 
 
 
7 
1.3.1 Competências e habilidades gerais 
Considerando as Competências e Habilidades Gerais do egresso em 
Engenharia Biomédica, temos (MEC-R11, 2002): 
a) aplicar conhecimentos matemáticos, científicos, tecnológicos e 
instrumentais à engenharia; 
b) projetar e conduzir experimentos e interpretar resultados; 
c) conceber, projetar e analisar sistemas, produtos e processos; 
d) planejar, supervisionar, elaborar e coordenar projetos e serviços de 
engenharia; 
e) identificar, formular e resolver problemas de engenharia; 
f) desenvolver e/ou utilizar novas ferramentas e técnicas; 
g) supervisionar a operação e a manutenção de sistemas; 
h) avaliar criticamente a operação e a manutenção de sistemas; 
i) comunicar-se eficientemente nas formas escrita, oral e gráfica; 
j) atuar em equipes multidisciplinares; 
k) compreender e aplicar a ética e responsabilidade profissionais; 
l) avaliar o impacto das atividades da engenharia no contexto social e 
ambiental; 
m) avaliar a viabilidade econômica de projetos de engenharia; e 
n) assumir a postura de permanente busca de atualização profissional. 
1.3.2 Competências e habilidades específicas 
Considerando as Competências e Habilidades Específicas do egresso em 
Engenharia Biomédica, temos (UFRN, 2021): 
a) atuar no desenvolvimento, produção, manutenção e gestão de 
equipamentos, produtos e processos tecnológicos para fins de 
diagnóstico, terapia, reabilitação e pesquisa em saúde; 
b) desenvolver, especificar, instalar, manter e gerenciar processos, 
dispositivos, equipamentos e sistemas nas áreas de informática em 
saúde, engenharia clínica e hospitalar, instrumentação biomédica, tecidos 
artificiais e biomateriais; 
c) projetar, implementar e executar ensaios em órteses e próteses, 
dispositivos e nanoestruturas implantáveis; 
 
 
8 
d) realizar ensaios de metrologia e de compatibilidade eletromagnética; 
e) coordenar e supervisionar equipes de trabalho; 
f) realizar pesquisa científica e tecnológica e estudos de viabilidade técnico-
econômica; 
g) executar e fiscalizar obras e serviços técnicos, efetuar vistorias, perícias 
e avaliações, emitindo laudos e pareceres; 
h) desenvolver tecnologias para a promoção, a prevenção, a recuperação e 
a reabilitação da saúde do indivíduo e da comunidade; 
i) primar pelos princípios éticos e de segurança; e 
j) ter criatividade e saber inovar para colocar em prática soluções de 
tecnologia em saúde. 
1.3.3 Atitudes 
O egresso em Engenharia Biomédica deverá apresentar as seguintes 
atitudes: 
a) postura ética; 
b) postura inovadora, com aptidão para desenvolver soluções originais e 
criativas para os problemas da área; 
c) postura proativa; 
d) postura de busca permanente da eficiência e da eficácia; 
e) postura de busca permanente da racionalização do aproveitamento de 
recursos; 
f) postura de busca de melhorias progressivas no desempenho de produtos 
e processos; 
g) postura de busca persistente e continuada da solução de problemas; 
h) possuir senso empreendedor, de iniciativa e de busca autônoma de 
soluções; 
i) possuir senso do comprometimento para com os colegas e para com a 
organização em que venha a trabalhar; e 
j) postura investigativa para acompanhar e contribuir com o 
desenvolvimento científico e tecnológico. 
 
 
9 
1.4 Áreas de atuação do engenheiro biomédico 
O egresso do curso superior de bacharelado em Engenharia Biomédica 
poderá se dedicar às questões que envolvem atividades no campo de 
tecnologias em saúde; em instituições públicas ou privadas que prestem serviço 
à população em geral no tratamento, diagnóstico e prevenção de doenças; e no 
que tange à gestão, manutenção e desenvolvimento dos equipamentos médicos 
e sistemas de informação para a saúde. 
O profissional contribuirá, assim, com as necessidades dos crescentes 
avanços tecnológicos na medicina e áreas relacionadas à saúde, 
proporcionando inovações em produtos e serviços. Para a sua atuação 
profissional como engenheiro, será necessário fazer o registro no CREA da sua 
região. 
Esse profissional será capaz de atuar em (UFRN-OE, 2021): 
a) indústrias de dispositivos, equipamentos, sistemas, materiais e insumos 
odonto-médico-hospitalares; 
b) clínicas, laboratórios médicos e hospitais; 
c) empresas e laboratórios de pesquisa científica e tecnológica; 
d) autônomo (como empreendedor ou prestador de consultoria, sem 
esquecer-se da responsabilidade ambiental e social); e 
e) desenvolvimento das tecnologias de saúde e na constante melhoria da 
infraestrutura de atendimento à saúde. 
O mercado de trabalho para a engenharia biomédica é novo e está em 
franca expansão no Brasil. Além de contar com mais de 6500 hospitais, o país 
também produz equipamentos médicos para consumo interno e para exportação 
(Guia da Carreira, 2021). 
A figura 2 apresenta dados de um estudo sobre as áreas de atuação do 
engenheiro biomédico, feito pela Sociedade Brasileira de Engenharia Biomédica. 
 
 
 
10 
Figura 2 – Áreas de atuação dos Engenheiros Biomédicos 
 
Fonte: <https://www.sbeb.org.br/site/onde-e-como-estao-nossos-engenheiros-biomedicos/>. 
Acesso em: 20 jan. 2022. 
 Em contrapartida ao crescimento do mercado de estabelecimentos da 
área de saúde no Brasil está a formação dos profissionais, cuja mão de obra 
cresce a uma taxa inferior ao necessário. Estima-se que exista atualmente uma 
demanda de mais de 50 oportunidades de emprego para cada profissional 
atuando na área de Engenharia Biomédica. 
A seguir, serão detalhadas as três áreas de maior atuação dos 
engenheiros biomédicos no Brasil. 
1.4.1 Engenharia clínica 
Em primeiro lugar em pesquisas realizadas pela SBEB (SociedadeBrasileira de Engenharia Biomédica), conforme a figura 2, está a atuação em 
Engenharia Clínica. O engenheiro biomédico é chamado de engenheiro clínico 
quando atua dentro de hospitais, clínicas, consultórios odontológicos, hospitais 
veterinários e centros de imagens médicas na gestão do parque tecnológico. 
Parque tecnológico é entendido como todos os equipamentos e 
procedimentos que envolvam tecnologia voltada ao atendimento em saúde de 
humanos e animais. 
Dentre as principais atividades desse profissional estão o gerenciamento 
do setor de engenharia clínica, a manutenção corretiva, a manutenção 
34
15
6
3
3
31
1
7
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Outros
Desenvolvimento
Especialista de produto
Treinamento
Supervisão
Engenharia Clínica
Vendas
Manuntenção
ÁREA DE ATUAÇÃO (%)
Série 1
 
 
11 
preventiva, a manutenção preditiva, a calibração, os treinamentos de uso dos 
equipamentos, a criação de procedimentos e a elaboração de laudos e 
descritivos técnicos para aquisição, implantação e descarte de equipamentos. 
1.4.2 Desenvolvimento de equipamentos médico-hospitalares 
 Em segundo lugar está o desenvolvimento de equipamentos médico-
hospitalares. Nessa atividade, o engenheiro biomédico possui papel central e 
geralmente é o gerente de projetos, além de responsável técnico na criação de 
novas tecnologias para a saúde. Essa atividade pode ter diferentes abordagens 
no Brasil. 
• Desenvolvimento totalmente nacional: existem algumas indústrias que 
projetam por completo o equipamento médico, desde sua parte eletrônica, 
suas partes mecânicas e sua estética até seus programas de computador, 
ou seja, toda a tecnologia do produto. Boa parte dos componentes 
eletrônicos e sensores não são fabricados no Brasil, então esses 
necessariamente devem ser importados. Contudo, a montagem e a 
fabricação do produto como um todo é realizada nacionalmente. 
• Desenvolvimento parcialmente nacional: neste modelo, a indústria avalia 
projetos de empresas estrangeiras que são semiacabados, com base em 
uma especificação técnica definida. Então, importa um conjunto de 
componentes pré-montados e realiza a montagem final do produto 
nacionalmente. 
• Produto totalmente importado: neste modelo, a empresa já não é mais 
considerada uma indústria, pois apenas importa produtos totalmente 
acabados, que são customizados com o nome da empresa nacional. 
Independentemente da abordagem que a empresa de equipamentos 
médicos utiliza para chegar ao produto que irá comercializar no Brasil, há a 
necessidade de um engenheiro biomédico para atuar na especificação técnica 
do produto, assim como conduzir todos os testes de homologação e certificação 
para uso nacional, e, posteriormente, atuar na venda técnica e treinamento pós-
venda. 
 
 
12 
1.4.3 Engenharia hospitalar 
 Em terceiro lugar está a área de manutenção, voltada para a manutenção 
predial, também conhecida como engenharia hospitalar. É nessa área de 
atuação que o engenheiro biomédico aplicará seus conhecimentos de normas 
técnicas da ABNT em instalações elétricas, iluminação, renovação de ar, 
controle climático, entre outros, em conjunto com RDCs (normas técnicas da 
Anvisa) para a criação e a manutenção de infraestruturas voltadas à saúde. 
Projeto, implantação e manutenção de salas de cirurgia, salas de equipamentos 
de radiografia, de ressonância magnética e até de radioterapia são de 
responsabilidade do profissional que exerce essa atividade. 
1.5 Normativas relacionadas ao engenheiro biomédico 
Para atendimento ao curso de Engenharia Biomédica, por falta de diretriz 
curricular específica, considera-se a sua adequação às Diretrizes Curriculares 
Nacionais: do Parecer CNE/CES n. 1/2019, aprovado em 23 de janeiro de 2019 
– Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Engenharia –, e 
da Resolução CNE/CES n. 2, de 24 e abril de 2019, que institui as Diretrizes 
Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Engenharia. Considera-se, 
também, uma aproximação da Lei n. 5.194, de 24 de dezembro de 1966. Busca-
se apoio na Constituição da República Federativa do Brasil (Brasil, 1988) como 
um guia de informações sobre o perfil de competências do engenheiro, sendo 
referência para estudantes, educadores, IES e público em geral. 
Especificamente do curso de Engenharia Biomédica, temos a Resolução 
CONFEA n. 1.103, de 26 de julho de 2018, que Discrimina as Atividades e 
Competências do Engenheiro Biomédico: 
Art. 2º Compete ao engenheiro biomédico o desempenho das 
atribuições previstas no art. 7° da Lei 5.194, de 1966, combinadas com 
as atividades 1 a 18 do art. 5º, § 1º, da Resolução nº 1.073, de 19 de 
abril de 2016, referentes: 
I – aos serviços, aos materiais, aos dispositivos, aos produtos médicos 
e aos sistemas de auxílio à motricidade, à locomoção e ao 
funcionamento de órgãos de seres vivos; 
II – aos instrumentos e aos equipamentos elétricos, eletrônicos e 
eletromecânicos de tecnologias para a saúde, de imagenologia, de 
aferição, de monitoração, de estimulação e de reprodução de sinais 
vitais das áreas médicas, odontológica ou hospitalar; e 
III – aos dispositivos e equipamentos médicos, odontológicos e 
hospitalares para procedimentos cirúrgicos, de diagnóstico, de 
tratamento, de ressuscitação, de eletroestimulação ou de higienização. 
 
 
13 
A Resolução CONFEA n. 1.073, de 19 de abril de 2016, regulamenta a 
atribuição de títulos, atividades, competências e campos de atuação 
profissionais aos profissionais registrados no Sistema CONFEA/Crea, com as 
atividades 1 a 18 do art. 5º, parágrafo 1º. 
 
O Manual para Classificação dos Cursos de Graduação e Sequenciais – 
CINE Brasil 2018 – Rótulo Cine Brasil 2018 – estabelece o código 0714E03 para 
Engenharia Biomédica dentro do código 0714 Eletrônica e automação. Área 
Específica: 071 Engenharia e profissões correlatas. Área Geral: 07 Engenharia, 
Produção e Construção. 
O engenheiro biomédico é identificado pelo código 121-12-00 pela Tabela 
de Títulos Profissionais, Resolução 473/02, de junho de 2020, do CONFEA. O 
título de engenheiro biomédico foi reconhecido pela Decisão Plenária n. PL-
0034, de janeiro de 2008, que insere o título engenheiro biomédico na Tabela de 
Títulos Profissionais do CONFEA. As Ocupações CBO (Classificação Brasileira 
de Ocupações) do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) associadas são 214 
– Engenheiros, Arquitetos e afins, 2143 – Engenheiros eletricistas, eletrônicos e 
afins, e 2143-75 – Engenheiro Biomédico. 
TEMA 2 – OS CURSOS DA ÁREA DA COMPUTAÇÃO 
 A Engenharia Biomédica possui algumas subáreas voltadas para a 
computação, como: Informática Médica, Bioinformática, Processamento de 
Imagens, Telemedicina, Segurança da Informação, Internet das Coisas Médicas 
(IoMT), entre outras. Cabe ressaltar que, atualmente, praticamente todas as 
soluções tecnológicas de Engenharia Biomédica envolvem um dispositivo 
computacional, portanto, a computação é, na maioria das vezes, parte integrante 
das soluções tecnológicas da área. 
Figura 3 – Ilustração de IoMT 
 
 
14 
 
Crédito: Panchenko Vladimir/Shutterstock. 
 Entre os cursos de bacharelado da área de computação inter-
relacionados com a Engenharia Biomédica, podemos citar o que se segue. 
• Engenharia de Computação: forma profissionais para atuar com 
tecnologias ligadas ao processamento, à gestão e à manutenção de 
sistemas computacionais e desenvolvimento de hardware computacional 
e software. Apresenta os fundamentos necessários e a compreensão dos 
mecanismos de operação das diferentes tecnologias para o projeto, 
manutenção, gerenciamento e segurança de sistemas computacionais. A 
Engenharia de Computação está presente em dispositivos móveis, 
drones, carros, indústria e hospitais. Também prepara profissionais para 
o mercado de dispositivos interligados (IoT – Internet das Coisas) e 
inteligentes (AI – Inteligência Artificial). 
• Engenharia de Software: proporciona conhecimentospara atuar no 
desenvolvimento de sistemas web e aplicativos, bem como para conhecer 
os vários níveis de desenvolvimento do back-end (funcionalidades do 
sistema) ao front-end (aparência do sistema). O curso também prepara o 
profissional para atuar no planejamento, desenvolvimento e manutenção 
de softwares, utilizando as principais tecnologias e ferramentas 
disponíveis na atualidade. É voltado para as seguintes linhas: 
desenvolvimento de softwares, gestão de projetos de software, 
arquitetura, testes e demais atividades no ciclo de vida de um software. 
Também temos cursos superiores de tecnologia da área de computação 
inter-relacionados com a Engenharia Biomédica. 
 
 
15 
• Análise e desenvolvimento de sistemas: um analista e desenvolvedor de 
sistemas é o elo indispensável entre as necessidades do mundo dos 
negócios e os crescentes recursos da tecnologia da informação. Desse 
modo, o profissional estará habilitado para desenvolver soluções de 
negócios baseadas em computação com foco em inteligência artificial e 
business intelligence. 
• Gestão de tecnologia da informação: forma profissionais que assumirão 
um papel fundamental na coleta, armazenamento e gestão dos dados 
criados em redes de empresas públicas e privadas em um mundo cada 
vez mais conectado e preocupado com a privacidade e o vazamento de 
informações importantes. Em destaque estão as tecnologias de ERP 
(Enterprise Resource Planning). 
• Redes de computadores: permite que profissionais realizem projetos, 
análises e manutenções de rede dentro de grandes e pequenas empresas 
para facilitar o trabalho de colaboradores, além de tornar processos muito 
mais eficazes. 
• Ciência de dados: prepara profissionais da área tecnológica que permite 
a identificação e absorção de grandes massas de dados, com a aplicação 
de técnicas estatísticas e inteligência artificial para gerar insights e 
analisar contextos. 
• Desenvolvimento de aplicativos para dispositivos móveis: prepara 
profissionais para desenvolver aplicativos para comer, chamar um táxi, 
reservar um restaurante etc., que rodam em dispositivos móveis, entre os 
quais podemos citar o smartphone, aparelho que tornou o dia a dia bem 
menos complexo. 
2.1 Aplicações da computação na Engenharia Biomédica 
Uma tecnologia computacional aplicada na área de saúde é o robô Laura, 
que é uma criação de Jacson Fressatto, um analista de sistemas brasileiro. Laura 
é capaz de aprender, pois conta com uma tecnologia cognitiva e machine 
learning. Por meio da inteligência artificial, aprende a identificar sintomas de 
doenças por meio de normas de protocolos internacionais e históricos de 
pacientes internados. 
Assim, tem a missão de encontrar falhas operacionais e avisar as equipes 
responsáveis a tempo, o que ajuda a economizar recursos e a otimizar processos 
 
 
16 
com o objetivo de reduzir em 5% a taxa de mortes por infecções generalizadas 
em hospitais, salvando 12 mil vidas por ano. Ele faz isso conectando-se 
remotamente aos equipamentos e sistemas utilizados pelo hospital. Assim, 
processa as informações dos pacientes e pode identificar situações de risco. 
Caso identifique alguma alteração grave, ele emite um alerta nos monitores 
espalhados pelo hospital. Caso o paciente não receba atendimento, o robô 
encaminha mensagens por SMS e e-mails para equipes específicas. Se ainda 
não for atendido, procura a coordenação e direção do hospital. 
 
Entre as aplicações da área de Engenharia Biomédica que utilizam 
conhecimentos de computação, podemos citar os chatbots, cada vez mais 
utilizados para serviços de atendimento a clientes nas empresas. Trata-se de 
programas de computadores que usam técnicas de inteligência artificial para 
simular um ser humano na conversação com pessoas, com o objetivo de 
responder a perguntas de forma que a pessoa tenha a impressão de estar 
conversando com outra pessoa, e não com um programa de computador 
(Troquatte, 2017). 
Figura 4 – Ilustração de um chatbot 
 
Crédito: panuwat phimpha/Shutterstock. 
TEMA 3 – OS CURSOS DE BIOMEDICINA E BIOTECNOLOGIA 
É importante contextualizar o curso de Engenharia Biomédica quanto ao 
seu posicionamento em relação a outros cursos relacionados do ponto de vista 
da sua aplicação final. 
 
 
17 
3.1 Graduação em Biomedicina 
Apesar de conter o nome Biomédica, o curso de Engenharia Biomédica é 
uma engenharia, portanto, o profissional formado se chama engenheiro 
biomédico. Já o profissional chamado apenas de Biomédico é aquele que se 
formou no curso de Biomedicina. A despeito da semelhança no nome do curso 
e nome da profissão, os cursos são bem diferentes em seu conteúdo e em suas 
atuações profissionais, até porque o curso de Biomedicina não tem nada a ver 
com engenharia, visto que é um curso da área de saúde. 
O curso de Biomedicina contempla os métodos de diagnósticos 
laboratoriais mais avançados, a estética e a pesquisa por meio de disciplinas 
clínico-laboratoriais. O biomédico atua com diagnósticos laboratoriais em 
patologia clínica e diagnósticos moleculares, tendo seus conhecimentos 
empregados na área de toxicologia e biologia molecular. Pode atuar em equipes 
cirúrgicas como biomédico perfusionista, trabalhando na área de perfusão 
extracorpórea. Também pode atuar como gestor de laboratórios, bancos de 
sangue e hospitais, bem como participar de equipes de reprodução humana 
assistida. É um profissional requisitado para o desenvolvimento de novos 
métodos de diagnóstico laboratorial e avanços em pesquisas na área de saúde. 
Figura 5 – Ilustração de uma aplicação de biomedicina 
 
Crédito: Inthon Maitrisamphan/Shutterstock. 
 
 
18 
3.2 Graduação em biotecnologia 
O curso de Biotecnologia é oferecido em diferentes opções a nível de 
graduação, como bacharelado (duração de quatro a cinco anos) e como curso 
superior de tecnologia (duração média de dois anos). Como bacharelado, pode 
ser encontrado como Biotecnologia, Engenharia de Biotecnologia, Engenharia 
Biotecnológica ou Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia, com algumas 
diferenças de carga horária e grade curricular. 
Como é um curso ofertado também como engenharia, terá muitas 
semelhanças com o curso de Engenharia Biomédica em boa parte da grade 
curricular, contudo, é um curso voltado para aplicações em ciências biológicas, 
envolvendo, além da parte humana, também o estudo em animais e vegetais, 
incluindo as tecnologias de desenvolvimento de vacinas e análises de DNA, além 
de organismos geneticamente modificados e biocombustíveis. O profissional se 
chama biotecnólogo ou biotecnologista, e, no caso de engenheiro, pode ser 
chamado de engenheiro de biotecnologia ou engenheiro biotecnológico. 
Figura 6 – Ilustração de biotecnologia de DNA 
 
Crédito: Billion Photos/Shutterstock. 
TEMA 4 – CURSO DE ENGENHARIA ELETRÔNICA E TÉCNICOS 
RELACIONADOS 
O curso de Engenharia Biomédica tem uma proximidade muito grande 
com o curso de Engenharia Eletrônica, visto que são comuns os conteúdos de 
circuitos eletrônicos, processamento de sinais, instalações elétricas e 
 
 
19 
eletromagnetismo, entre outros. A Engenharia Biomédica é uma graduação que 
pode dar continuidade à formação em nível superior de quem realizou cursos 
técnicos muito relacionados, como o Técnico de Equipamentos Biomédicos, o 
Técnico em Eletrônica e o Técnico em Radiologia. 
4.1 O curso de graduação em Engenharia Eletrônica 
O curso de graduação em Engenharia Eletrônica é voltado ao 
desenvolvimento de componentes, dispositivos, sistemas e equipamentos 
eletrônicos, como transistores e circuitos integrados, ou seja, o desenvolvimento 
de hardware (Guia da Carreira-e, 2021). 
As soluções tecnológicas de Engenharia Biomédica, em sua maioria, além 
de envolverem um dispositivo computacional, também envolvem circuitos 
eletrônicos de captação de sinais de biopotenciais, como monitores 
multiparamétricos, que necessitam de projetosde instrumentação eletrônica, 
envolvendo amplificadores operacionais, filtros, conversão de sinal analógico 
para digital e processamento de sinais, entre outras questões relacionadas à 
alimentação de energia, que, muitas vezes, necessita de isolamento elétrico e 
de um bom aterramento, assim como o dispositivo eletrônico como um todo 
precisa de proteção contra interferências eletromagnéticas, entre outros 
cuidados para garantir a segurança elétrica. 
4.2 O curso técnico de Equipamentos Biomédicos 
O curso técnico de Equipamentos Biomédicos possui carga horária 
mínima de 1200 horas e forma profissionais para a gestão dos processos de 
manutenção de equipamentos biomédicos (ou equipamentos médico-
hospitalares-odontológicos), para a execução da manutenção preventiva, 
preditiva e corretiva desses equipamentos e para a sua instalação, de acordo 
com a legislação pertinente, normas e procedimentos técnicos, ambientais, de 
saúde, de calibração, de aferição e de segurança e especificações do fabricante. 
Esse técnico atua diretamente na manutenção de equipamentos essenciais para 
pacientes em tratamento. 
Há uma demanda grande desses profissionais nas unidades do Sistema 
Único de Saúde (SUS). Podemos considerar que o curso de graduação mais 
natural a ser escolhido para a continuidade na formação em nível superior do 
 
 
20 
Técnico em Equipamentos Biomédicos é justamente o curso de bacharelado em 
Engenharia Biomédica. 
Figura 7 – Exemplos de equipamentos médicos 
 
Crédito: nimon/Shutterstock. 
4.3 O curso Técnico em Eletrônica 
O curso Técnico em Eletrônica forma um profissional para realizar a 
manutenção de equipamentos eletrônicos e eletrodomésticos; elaborar e instalar 
projetos; desenvolver dispositivos para circuitos; criar e implementar sistemas de 
automação industrial e residencial, entre outros (Educa+ Brasil, 2021). O curso 
de graduação mais natural a ser escolhido para a continuidade na formação em 
nível superior do Técnico em eletrônica é o curso de bacharelado em Engenharia 
Eletrônica. Assim como a Engenharia Eletrônica tem uma grande aproximação 
com a Engenharia Biomédica, o Técnico em Eletrônica tem uma grande 
aproximação com o Técnico de Equipamentos Biomédicos, portanto, se o 
Técnico em eletrônica desejar atuar com equipamentos médicos, poderá optar 
pelo curso de bacharelado em Engenharia Biomédica para a continuidade da 
sua formação a nível de graduação. 
4.4 O curso Técnico em Radiologia 
O curso Técnico em Radiologia forma um profissional para atuar com 
equipamentos de Medicina Nuclear (MN) para diagnóstico por imagens, 
incluindo a manipulação e a administração de radiofármacos para a preparação 
do paciente para a realização de exames, como o de cintilografia, por exemplo. 
 
 
 
21 
As tecnologias empregadas incluem tomografia computadorizada por 
emissão de fóton único (SPECT), tomografia por emissão de pósitrons (PET) e 
radiografia (raio-x), entre outras, que têm imagens reveladas em filmes ou 
diretamente em sistemas aplicativos de computadores. 
Figura 8 – Ilustração de um equipamento de radiologia 
 
Crédito: Gorodenkoff/Shutterstock. 
De qualquer forma, um curso Técnico em Equipamentos Biomédicos, em 
Eletrônica ou em Radiologia não é pré-requisito para o ingressante no curso de 
Engenharia Biomédica, visto que basta o estudante ter concluído o Ensino 
Médio, seja normal ou técnico, independentemente da área. O curso de 
Engenharia Biomédica fornece a base de conhecimento para qualquer estudante 
interessado na área realizar o curso do início ao fim. 
TEMA 5 – CURSO TECNÓLOGO DE SISTEMAS BIOMÉDICOS E PÓS-
GRADUAÇÃO 
O curso de graduação em Engenharia Biomédica tem um “irmão menor”, 
que é o Curso Superior de Tecnologia (CST) em Sistemas Biomédicos, cuja 
carga horária mínima é de 2400 horas, com duração que varia de dois a três 
anos. O profissional graduado em Engenharia Biomédica tem possibilidades de 
pós-graduação como cursos de especialização, mestrado, doutorado e pós-
doutorado em diversos programas de pós-graduação reconhecidos pela CAPES 
(Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). 
 
 
22 
5.1 Tecnólogo de Sistemas Biomédicos 
O Curso Superior de Tecnologia (CST) em Sistemas Biomédicos forma 
um profissional que, em sua atuação, planeja o comissionamento e o 
descomissionamento de equipamentos médico-assistenciais, assim como sua 
incorporação e sua obsolescência, instalando e operacionalizando tais 
equipamentos. O profissional também treina e capacita profissionais da saúde 
para operar equipamentos médico-assistenciais; gerencia, supervisiona e 
coordena procedimentos de manutenções corretivas, preventivas e preditivas 
em equipamentos médico-assistenciais; elabora e executa procedimentos 
técnicos e normativos relativos à assistência técnica e usabilidade desses 
equipamentos; implanta, mantém e avalia rotinas de funcionalidade com 
qualidade e redução de riscos dos equipamentos médico-assistenciais; integra 
equipes de projetos e de pesquisas aplicadas; assessora equipes gerenciais de 
instituições de saúde; faz vistoria, realiza perícia e avalia, emitindo laudo e 
parecer técnico em sua área de formação (MEC-CST, 2016). 
Seu campo de atuação inclui hospitais, clínicas, policlínicas, postos de 
saúde, laboratórios, indústrias, distribuidoras, representantes, prestadoras de 
serviços e órgãos regulamentadores de equipamentos médico-assistenciais, 
institutos e centros de pesquisa e instituições de ensino, mediante formação 
requerida pela legislação vigente (MEC-CST, 2016). A ocupação CBO associada 
é de número 1427-10 – Tecnólogo em Sistemas Biomédicos. 
5.2 Pós-Graduação lato sensu 
O curso de especialização em Engenharia Clínica é o mais comum da 
área. Contudo, há também o curso de especialização em Engenharia Biomédica, 
que usa o mesmo nome da graduação. 
O profissional de Engenharia Clínica é aquele que aplica as técnicas da 
engenharia no gerenciamento dos equipamentos de saúde com o objetivo de 
garantir rastreabilidade, usabilidade, qualidade, eficácia, efetividade, segurança 
e desempenho desses equipamentos, no intuito de promover a segurança dos 
pacientes (ABECLIN, 2021). O profissional faz a gestão do parque tecnológico 
de saúde, incluindo rotinas de calibração e manutenções preventivas, preditivas 
e corretivas. 
Entre outros cursos de especialização lato sensu da área, podemos citar: 
 
 
23 
• tecnologias assistivas; 
• bioengenharia; 
• biomecânica; 
• Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS); 
• ultrassonografia; 
• biomateriais; 
• neuroimagens; 
• imagenologia; 
• telemedicina; e 
• informática em saúde. 
5.3 Pós-Graduação stricto sensu 
Indo para a pós-graduação stricto sensu, temos os programas de 
mestrado e doutorado. A Engenharia Biomédica surgiu no Brasil como um 
programa de pós-graduação na década de 1970, e somente algumas décadas 
depois foi lançado o curso de graduação. Entre os programas da área 
reconhecidos pela CAPES, a maioria tem o nome de Engenharia Biomédica, 
semelhante ao curso de graduação, mas também há programas com o nome de 
Bioengenharia e Neuroengenharia. A maioria consiste em programas de 
universidades federais, mas há também alguns em universidades privadas. 
Além da atuação no campo da indústria, laboratórios e hospitais, uma 
formação de pós-graduação na área de Engenharia Biomédica confere 
atribuições para a atuação em ensino superior, sendo que há uma progressão 
horizontal de cargo. Após o título inicial de especialista, o título de mestre já 
confere uma progressão de cargo e valor de hora/aula para o professor, e, 
finalmente, o título de doutor confere o cargo e valor de hora/aula de nível 
máximo para o professor de ensino superior. Claro que existem diversas outras 
ramificações da atuação do professor, o qual pode atuar lecionando para turmas 
de pós-graduação com valores de hora/aula maiores, ou ascender verticalmente,ocupando posições de coordenação ou direção, entre outros cargos com 
maiores salários na área acadêmica. Portanto, fazer uma pós-graduação abre 
muito o leque de atuação profissional, tanto em instituições públicas como 
privadas. 
 
 
24 
FINALIZANDO 
Nesta aula, abordamos assuntos relativos aos cursos da área da 
Engenharia Biomédica e à interação entre eles, considerando desde cursos 
técnicos, a nível de ensino médio, passando pelos cursos superiores de 
tecnologia e bacharelado, até os cursos de pós-graduação lato sensu e stricto 
sensu. 
A Engenharia Biomédica é uma especialidade recente e com grandes 
desafios entre as engenharias. O engenheiro biomédico está começando a 
ganhar seu espaço no Brasil, o que indica um amplo campo a ser desenvolvido 
e explorado. Nos últimos anos, é possível afirmar que a área de Engenharia 
Biomédica está em ascensão com as atuais e futuras demandas de tecnologias 
na área de saúde em todo o Brasil. Bons estudos! 
 
 
 
25 
REFERÊNCIAS 
ABECLIN – Associação Brasileira de Engenharia Clínica. Disponível em: 
<http://www.abeclin.org.br/>. Acesso em: 20 jan. 2022. 
BRASIL. Lei n. 5.194, de 24 de dezembro de 1966. Regula o exercício das 
profissões de Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro-Agrônomo, e dá outras 
providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 24 dez. 1966. Disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5194.htm>. Acesso em: 20 jan. 
2022. 
CONFEA. Resolução n. 1.073, de 22 de abril de 2016. Regulamenta a atribuição 
de títulos, atividades, competências e campos de atuação profissionais aos 
profissionais registrados no Sistema Confea/Crea para efeito de fiscalização do 
exercício profissional no âmbito da Eng e da Agro. Conselho Federal de 
Engenharia e Agronomia. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 22 abr. 2016. 
Disponível em: <https://www.in.gov.br/web/guest/materia/-
/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/24775268/do1-2016-04-22-
resolucao-n-1-073-de-19-de-abril-de-2016-24775171>. Acesso em: 20 jan. 
2022. 
______. Resolução n. 1.103, de 26 de julho de 2018. Discrimina as atividades e 
competências profissionais do engenheiro biomédico e convalida o respectivo 
título na Tabela de Títulos Profissionais do Sistema Confea/Crea, para efeito de 
fiscalização do exercício profissional. Conselho Federal de Engenharia e 
Agronomia. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 jul. 2018. Disponível em: 
<https://www.in.gov.br/materia/-
/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/35900023/do1-2018-08-08-
resolucao-n-1-103-de-26-de-julho-de-2018-35900015>. Acesso em: 20 jan. 
2022. 
CONFEA-T. Tabela de Títulos Profissionais Resolução 473/02 do CONFEA. 
Disponível em: <https://normativos.confea.org.br/downloads/anexo/0473-
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EDUCA+ Brasil. Técnico em Eletrônica. Disponível em: 
<https://www.educamaisbrasil.com.br/cursos-e-escolas-tecnicas/tecnico-em-
eletronica>. Acesso em: 20 jan. 2022. 
 
 
26 
GUIA da Carreira. Quanto ganha um Engenheiro Biomédico? Disponível em: 
<https://www.guiadacarreira.com.br/salarios/quanto-ganha-um-engenheiro-
biomedico>. Acesso em: 20 jan. 2022. 
GUIA da Carreira-E. Engenharia Eletrônica: saiba mais sobre este curso. 
Disponível em: <https://www.guiadacarreira.com.br/profissao/engenharia-
eletronica>. Acesso em: 20 jan. 2022. 
LAURA. Robô Laura. Disponível em: <https://laura-br.com/>. Acesso em: 20 jan. 
2022. 
MEC-R11. Resolução CNE/CES n. 11, de 11 de março de 2002. Institui 
Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Engenharia. 
Disponível em: 
<http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alia
s=15766-rces011-02&category_slug=junho-2014-pdf&Itemid=30192>. Acesso 
em: 20 jan. 2022. 
MEC-R2. Resolução CNE/CES n. 2, de 24 de abril de 2019. Institui as 
Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Engenharia. 
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/escola-de-gestores-da-educacao-
basica/323-secretarias-112877938/orgaos-vinculados-82187207/12991-
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SBEB – Sociedade Brasileira de Engenharia Biomédica. Graduação. Disponível 
em: <http://www.sbeb.org.br/site/graduacao>. Acesso em: 20 jan. 2022. 
TROQUATTE, D. O que é Chatbot? Blog Mktew21, 2017. Disponível em: 
<https://blog.mktew21.com.br/e-commerce/o-que-e-chatbot>. Acesso em: 20 
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UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Engenharia Biomédica 
– Profissão. Disponível em: <https://eb.ct.ufrn.br/profissao/>. Acesso em: 20 
jan. 2022. 
______. Engenharia Biomédica – Oportunidades e Estágio. Disponível em: 
<https://sigaa.ufrn.br/sigaa/public/curso/secao_extra.jsf?lc=pt_BR&id=8534113
6&extra=911074503>. Acesso em: 20 jan. 2022.

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