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O ENGENHEIRO BIOMÉDICO E A PROFISSÃO AULA 2 Prof. Ederson Cichaczewski 2 CONVERSA INICIAL A Engenharia Biomédica é uma ciência nova que teve o seu surgimento em programas de pós-graduação por volta da década de 1970. Contudo, ao longo dos anos, foram criadas profissões específicas para atender à área de Engenharia Biomédica, e, em particular, abordaremos a nomenclatura de cursos conforme a legislação pertinente do Ministério da Educação (MEC). Abordaremos as duas modalidades de nível superior: bacharelado e cursos superiores de tecnologia (CST). Também serão abordados os cursos de nível médio técnico e cursos de pós-graduação. Nesta aula, teremos uma visão geral sobre a área de Engenharia Biomédica, sobre os cursos que ela envolve e a interação entre eles, e, em especial, sobre a interação entre a engenharia biomédica e esses cursos, bem como em relação às demais engenharias correlatas. TEMA 1 – O CURSO DE ENGENHARIA BIOMÉDICA A Engenharia Biomédica é uma área que integra conhecimentos, métodos e técnicas das ciências exatas com as ciências da saúde para resolver problemas da Biologia e da Medicina por meio do desenvolvimento de dispositivos médicos para prevenção, diagnóstico e terapia de doenças, assim como para reabilitação e pesquisa em saúde. O engenheiro biomédico em sua atuação busca promover melhorias na área de saúde, seja desenvolvendo novas tecnologias ou aprimorando as já existentes, primando pelos princípios éticos e de segurança, incluindo dispositivos de aquisição de sinais, órteses, próteses e sistemas de imagens, como ressonância magnética, tomografia computadorizada, ultrassom e raio-x. As áreas da Engenharia Biomédica incluem a Engenharia Clínica, os Equipamentos Médicos, a Engenharia Hospitalar, a Biomecânica, a Engenharia de Reabilitação, os Biomateriais, o Processamento de Sinais Biológicos, a Telemedicina, entre outras. A Engenharia Biomédica configura-se como uma nova e desafiadora especialidade dentro das engenharias, iniciada como curso de graduação em 2000 e tendo o seu lugar já consolidado nos países desenvolvidos. O engenheiro biomédico está começando a ganhar seu espaço no Brasil, o que indica um amplo campo a ser desenvolvido e explorado. 3 A Engenharia Biomédica visa atender à enorme demanda da rede hospitalar pública e privada, da indústria médico-hospitalar e de centros de pesquisa. O mercado como um todo sofre a influência das tecnologias e metodologias desenvolvidas em todo o planeta. Nos últimos anos, é possível afirmar que a área de Engenharia Biomédica está em ascensão com as atuais e futuras demandas de tecnologias na área de saúde em todo o Brasil. Diante da crescente modernização dos hospitais e do surgimento de novas tecnologias em saúde, é imprescindível o conhecimento de equipamentos e dispositivos cada vez mais sofisticados. Assim, encontra-se em constante ascensão a necessidade de profissionais de Engenharia Biomédica em hospitais, clínicas e também na indústria. 1.1 Características do curso O conteúdo do curso de Engenharia Biomédica busca criar uma composição entre tecnologias de hardware, software e saúde de maneira a formar um profissional voltado para a gestão técnica de ambientes médico- hospitalares. O profissional deve ser capacitado para criar ferramentas de decisão baseadas em tecnologia para agregar valor ao negócio e criar oportunidades de crescimento. Ainda, tendo como uma subárea de formação a Engenharia Clínica, o profissional poderá atuar na gestão hospitalar, considerando todos os aspectos técnicos de manutenção, de segurança e de administração. Serão profissionais qualificados em gestão técnica, em implementação de sistemas, em pesquisa, em desenvolvimento e em manutenção de equipamentos odonto-médico- hospitalares, em produtos e processos tecnológicos para fins de diagnóstico, terapia e reabilitação em saúde, de acordo com o conjunto de disciplinas selecionadas para a grade curricular do curso. A grade curricular do curso de Engenharia Biomédica contempla quatro núcleos principais: • Básico de engenharia – disciplinas comuns a todas as engenharias, como cálculo, física, química, desenho técnico etc.; • Profissionalizante – disciplinas técnicas comuns entre outras engenharias afins, como programação, eletrônica, microcontroladores etc.; • De saúde – disciplinas da área de saúde, como anatomia, fisiologia etc.; 4 • Específico de Engenharia Biomédica: o Engenharia Clínica, como equipamentos médicos, administração e segurança hospitalar etc.; e o Desenvolvimento de equipamentos e sistemas, como projetos de equipamentos médicos, aquisição de sinais biológicos, engenharia de reabilitação, processamento de imagens, telemedicina etc. Figura 1 – Ilustração de um engenheiro biomédico trabalhando com uma prótese robótica de braço Crédito: Gorodenkoff/Shutterstock. Considerando uma ação direcionada às particularidades de cada item da ementa do curso, buscam-se os conhecimentos e práticas para: a) projetar, coordenar, analisar, fiscalizar, assessorar, supervisionar e especificar técnica e economicamente projetos das tecnologias em saúde, aplicando padrões, medidas e controle de qualidade; b) realizar vistorias, perícias, avaliações, arbitramentos, laudos e pareceres técnicos com conduta, atitude e responsabilidade técnica e social, com o uso de tecnologias integradas e sustentáveis; c) atuar na organização e gerenciamento empresarial e comunitário, interagindo e influenciando nos processos decisórios de agentes e instituições, na gestão de políticas setoriais; d) participar e atuar em todos os segmentos da indústria, do mercado e de serviços das tecnologias em saúde; 5 e) exercer atividades de docência, pesquisa e extensão no ensino técnico profissional, ensino superior, pesquisa, análise, experimentação, ensaios e divulgação técnica e extensão; e f) enfrentar os desafios das rápidas transformações da sociedade, do mundo e do trabalho, adaptando-se às situações novas e emergentes. O curso de Engenharia Biomédica possui unidades curriculares de entrelaçamento com a área de saúde, como anatomia, fisiologia, entre outras. Contudo, considerando que o entrelaçamento com a área de saúde é de caráter meramente informativo, ele não confere ao egresso a expectativa de atribuições profissionais para realizar atividades nessa área, embora seja suficiente para conferir conhecimentos adequados à perfeita integração das atividades executadas conjuntamente com profissionais de saúde. 1.2 Perfil do aluno ingressante O curso destina-se ao público em geral, com formação em qualquer área, com diploma de Ensino Médio e que atue ou queira atuar no âmbito da promoção da saúde e da qualidade de vida, alinhado às ciências exatas e à engenharia, bem como àqueles que tenham diploma de Ensino Superior e queiram aperfeiçoar seus conhecimentos nesse campo de atuação profissional. O curso tem o objetivo de formar profissionais para trabalharem em indústrias de dispositivos odonto-médico-hospitalares ou em hospitais, clínicas, laboratórios, pesquisa científica, docência e como empreendedores. 1.3 Perfil do egresso da graduação em Engenharia Biomédica O Engenheiro Biomédico deve ser um profissional crítico e criativo na identificação e resolução de problemas de tecnologias em saúde, com iniciativa, capacidade de julgamento e tomada de decisão, com habilidade de se comunicar eficientemente nas formas oral e escrita e no saber da valoração de uma permanente busca de atualização profissional. Em sua atuação profissional, poderá especificar, desenvolver, instalar, manter e gerenciar dispositivos, equipamentos, processos e sistemas nas áreas de engenharia clínica e hospitalar, informática em saúde, biomecânica, instrumentação, biomateriais e tecidos artificiais.6 O curso busca formar profissionais em Engenharia Biomédica com visão multi e interdisciplinar, com capacidade de aplicar seus conhecimentos de engenharia na criação de equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos. O objetivo é que esses profissionais sejam aptos a compreender e traduzir as necessidades de indivíduos, grupos sociais e comunidades, sendo capazes, também, de utilizar racionalmente os recursos disponíveis, além de conservar o equilíbrio do ambiente com visão ética e humanística, em atendimento às demandas da sociedade, com relação às questões tecnológicas, socioeconômicas, gerenciais e organizativas, buscando a resolução de problemas tecnológicos, a segurança e a eficácia dos processos de melhoria da qualidade da saúde humana e animal por meio da prática da engenharia biomédica, tornando melhor a prevenção, o diagnóstico e o tratamento de doenças e condições diversas. Busca-se capacitar o egresso para que esteja apto a relacionar o exercício da teoria com a prática com o respeito à pessoa, dentro da tradição de defesa dos direitos humanos, sendo esses profissionais dotados de: a) conhecimentos científicos e técnicos para solução de problemas de engenharia associados à área da saúde; b) compreensão do impacto da engenharia biomédica e suas tecnologias no que diz respeito a atender e a antecipar estrategicamente as necessidades da sociedade; c) capacidade de elaboração, planejamento e coordenação de projetos, processos e serviços de engenharia biomédica, pesquisa científica e tecnológica; d) racionalidade para utilizar os recursos disponíveis de forma transdisciplinar; e e) capacidade de reconhecer a importância da Engenharia Biomédica na vida cotidiana. O perfil do egresso de Engenharia Biomédica também contempla uma formação do profissional para participar de equipes de gestão; realizar diagnósticos; fazer manutenção e instalação de equipamentos e dispositivos de tecnologia em saúde; avaliar e buscar melhorias quanto à utilização dentro dos padrões de qualidade; coordenar equipes de profissionais da área; e controlar o registro, a calibração e a segurança de equipamentos eletromédicos, utilizando- se de tecnologias, ética, normas e legislação trabalhista. 7 1.3.1 Competências e habilidades gerais Considerando as Competências e Habilidades Gerais do egresso em Engenharia Biomédica, temos (MEC-R11, 2002): a) aplicar conhecimentos matemáticos, científicos, tecnológicos e instrumentais à engenharia; b) projetar e conduzir experimentos e interpretar resultados; c) conceber, projetar e analisar sistemas, produtos e processos; d) planejar, supervisionar, elaborar e coordenar projetos e serviços de engenharia; e) identificar, formular e resolver problemas de engenharia; f) desenvolver e/ou utilizar novas ferramentas e técnicas; g) supervisionar a operação e a manutenção de sistemas; h) avaliar criticamente a operação e a manutenção de sistemas; i) comunicar-se eficientemente nas formas escrita, oral e gráfica; j) atuar em equipes multidisciplinares; k) compreender e aplicar a ética e responsabilidade profissionais; l) avaliar o impacto das atividades da engenharia no contexto social e ambiental; m) avaliar a viabilidade econômica de projetos de engenharia; e n) assumir a postura de permanente busca de atualização profissional. 1.3.2 Competências e habilidades específicas Considerando as Competências e Habilidades Específicas do egresso em Engenharia Biomédica, temos (UFRN, 2021): a) atuar no desenvolvimento, produção, manutenção e gestão de equipamentos, produtos e processos tecnológicos para fins de diagnóstico, terapia, reabilitação e pesquisa em saúde; b) desenvolver, especificar, instalar, manter e gerenciar processos, dispositivos, equipamentos e sistemas nas áreas de informática em saúde, engenharia clínica e hospitalar, instrumentação biomédica, tecidos artificiais e biomateriais; c) projetar, implementar e executar ensaios em órteses e próteses, dispositivos e nanoestruturas implantáveis; 8 d) realizar ensaios de metrologia e de compatibilidade eletromagnética; e) coordenar e supervisionar equipes de trabalho; f) realizar pesquisa científica e tecnológica e estudos de viabilidade técnico- econômica; g) executar e fiscalizar obras e serviços técnicos, efetuar vistorias, perícias e avaliações, emitindo laudos e pareceres; h) desenvolver tecnologias para a promoção, a prevenção, a recuperação e a reabilitação da saúde do indivíduo e da comunidade; i) primar pelos princípios éticos e de segurança; e j) ter criatividade e saber inovar para colocar em prática soluções de tecnologia em saúde. 1.3.3 Atitudes O egresso em Engenharia Biomédica deverá apresentar as seguintes atitudes: a) postura ética; b) postura inovadora, com aptidão para desenvolver soluções originais e criativas para os problemas da área; c) postura proativa; d) postura de busca permanente da eficiência e da eficácia; e) postura de busca permanente da racionalização do aproveitamento de recursos; f) postura de busca de melhorias progressivas no desempenho de produtos e processos; g) postura de busca persistente e continuada da solução de problemas; h) possuir senso empreendedor, de iniciativa e de busca autônoma de soluções; i) possuir senso do comprometimento para com os colegas e para com a organização em que venha a trabalhar; e j) postura investigativa para acompanhar e contribuir com o desenvolvimento científico e tecnológico. 9 1.4 Áreas de atuação do engenheiro biomédico O egresso do curso superior de bacharelado em Engenharia Biomédica poderá se dedicar às questões que envolvem atividades no campo de tecnologias em saúde; em instituições públicas ou privadas que prestem serviço à população em geral no tratamento, diagnóstico e prevenção de doenças; e no que tange à gestão, manutenção e desenvolvimento dos equipamentos médicos e sistemas de informação para a saúde. O profissional contribuirá, assim, com as necessidades dos crescentes avanços tecnológicos na medicina e áreas relacionadas à saúde, proporcionando inovações em produtos e serviços. Para a sua atuação profissional como engenheiro, será necessário fazer o registro no CREA da sua região. Esse profissional será capaz de atuar em (UFRN-OE, 2021): a) indústrias de dispositivos, equipamentos, sistemas, materiais e insumos odonto-médico-hospitalares; b) clínicas, laboratórios médicos e hospitais; c) empresas e laboratórios de pesquisa científica e tecnológica; d) autônomo (como empreendedor ou prestador de consultoria, sem esquecer-se da responsabilidade ambiental e social); e e) desenvolvimento das tecnologias de saúde e na constante melhoria da infraestrutura de atendimento à saúde. O mercado de trabalho para a engenharia biomédica é novo e está em franca expansão no Brasil. Além de contar com mais de 6500 hospitais, o país também produz equipamentos médicos para consumo interno e para exportação (Guia da Carreira, 2021). A figura 2 apresenta dados de um estudo sobre as áreas de atuação do engenheiro biomédico, feito pela Sociedade Brasileira de Engenharia Biomédica. 10 Figura 2 – Áreas de atuação dos Engenheiros Biomédicos Fonte: <https://www.sbeb.org.br/site/onde-e-como-estao-nossos-engenheiros-biomedicos/>. Acesso em: 20 jan. 2022. Em contrapartida ao crescimento do mercado de estabelecimentos da área de saúde no Brasil está a formação dos profissionais, cuja mão de obra cresce a uma taxa inferior ao necessário. Estima-se que exista atualmente uma demanda de mais de 50 oportunidades de emprego para cada profissional atuando na área de Engenharia Biomédica. A seguir, serão detalhadas as três áreas de maior atuação dos engenheiros biomédicos no Brasil. 1.4.1 Engenharia clínica Em primeiro lugar em pesquisas realizadas pela SBEB (SociedadeBrasileira de Engenharia Biomédica), conforme a figura 2, está a atuação em Engenharia Clínica. O engenheiro biomédico é chamado de engenheiro clínico quando atua dentro de hospitais, clínicas, consultórios odontológicos, hospitais veterinários e centros de imagens médicas na gestão do parque tecnológico. Parque tecnológico é entendido como todos os equipamentos e procedimentos que envolvam tecnologia voltada ao atendimento em saúde de humanos e animais. Dentre as principais atividades desse profissional estão o gerenciamento do setor de engenharia clínica, a manutenção corretiva, a manutenção 34 15 6 3 3 31 1 7 0 5 10 15 20 25 30 35 40 Outros Desenvolvimento Especialista de produto Treinamento Supervisão Engenharia Clínica Vendas Manuntenção ÁREA DE ATUAÇÃO (%) Série 1 11 preventiva, a manutenção preditiva, a calibração, os treinamentos de uso dos equipamentos, a criação de procedimentos e a elaboração de laudos e descritivos técnicos para aquisição, implantação e descarte de equipamentos. 1.4.2 Desenvolvimento de equipamentos médico-hospitalares Em segundo lugar está o desenvolvimento de equipamentos médico- hospitalares. Nessa atividade, o engenheiro biomédico possui papel central e geralmente é o gerente de projetos, além de responsável técnico na criação de novas tecnologias para a saúde. Essa atividade pode ter diferentes abordagens no Brasil. • Desenvolvimento totalmente nacional: existem algumas indústrias que projetam por completo o equipamento médico, desde sua parte eletrônica, suas partes mecânicas e sua estética até seus programas de computador, ou seja, toda a tecnologia do produto. Boa parte dos componentes eletrônicos e sensores não são fabricados no Brasil, então esses necessariamente devem ser importados. Contudo, a montagem e a fabricação do produto como um todo é realizada nacionalmente. • Desenvolvimento parcialmente nacional: neste modelo, a indústria avalia projetos de empresas estrangeiras que são semiacabados, com base em uma especificação técnica definida. Então, importa um conjunto de componentes pré-montados e realiza a montagem final do produto nacionalmente. • Produto totalmente importado: neste modelo, a empresa já não é mais considerada uma indústria, pois apenas importa produtos totalmente acabados, que são customizados com o nome da empresa nacional. Independentemente da abordagem que a empresa de equipamentos médicos utiliza para chegar ao produto que irá comercializar no Brasil, há a necessidade de um engenheiro biomédico para atuar na especificação técnica do produto, assim como conduzir todos os testes de homologação e certificação para uso nacional, e, posteriormente, atuar na venda técnica e treinamento pós- venda. 12 1.4.3 Engenharia hospitalar Em terceiro lugar está a área de manutenção, voltada para a manutenção predial, também conhecida como engenharia hospitalar. É nessa área de atuação que o engenheiro biomédico aplicará seus conhecimentos de normas técnicas da ABNT em instalações elétricas, iluminação, renovação de ar, controle climático, entre outros, em conjunto com RDCs (normas técnicas da Anvisa) para a criação e a manutenção de infraestruturas voltadas à saúde. Projeto, implantação e manutenção de salas de cirurgia, salas de equipamentos de radiografia, de ressonância magnética e até de radioterapia são de responsabilidade do profissional que exerce essa atividade. 1.5 Normativas relacionadas ao engenheiro biomédico Para atendimento ao curso de Engenharia Biomédica, por falta de diretriz curricular específica, considera-se a sua adequação às Diretrizes Curriculares Nacionais: do Parecer CNE/CES n. 1/2019, aprovado em 23 de janeiro de 2019 – Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Engenharia –, e da Resolução CNE/CES n. 2, de 24 e abril de 2019, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Engenharia. Considera-se, também, uma aproximação da Lei n. 5.194, de 24 de dezembro de 1966. Busca- se apoio na Constituição da República Federativa do Brasil (Brasil, 1988) como um guia de informações sobre o perfil de competências do engenheiro, sendo referência para estudantes, educadores, IES e público em geral. Especificamente do curso de Engenharia Biomédica, temos a Resolução CONFEA n. 1.103, de 26 de julho de 2018, que Discrimina as Atividades e Competências do Engenheiro Biomédico: Art. 2º Compete ao engenheiro biomédico o desempenho das atribuições previstas no art. 7° da Lei 5.194, de 1966, combinadas com as atividades 1 a 18 do art. 5º, § 1º, da Resolução nº 1.073, de 19 de abril de 2016, referentes: I – aos serviços, aos materiais, aos dispositivos, aos produtos médicos e aos sistemas de auxílio à motricidade, à locomoção e ao funcionamento de órgãos de seres vivos; II – aos instrumentos e aos equipamentos elétricos, eletrônicos e eletromecânicos de tecnologias para a saúde, de imagenologia, de aferição, de monitoração, de estimulação e de reprodução de sinais vitais das áreas médicas, odontológica ou hospitalar; e III – aos dispositivos e equipamentos médicos, odontológicos e hospitalares para procedimentos cirúrgicos, de diagnóstico, de tratamento, de ressuscitação, de eletroestimulação ou de higienização. 13 A Resolução CONFEA n. 1.073, de 19 de abril de 2016, regulamenta a atribuição de títulos, atividades, competências e campos de atuação profissionais aos profissionais registrados no Sistema CONFEA/Crea, com as atividades 1 a 18 do art. 5º, parágrafo 1º. O Manual para Classificação dos Cursos de Graduação e Sequenciais – CINE Brasil 2018 – Rótulo Cine Brasil 2018 – estabelece o código 0714E03 para Engenharia Biomédica dentro do código 0714 Eletrônica e automação. Área Específica: 071 Engenharia e profissões correlatas. Área Geral: 07 Engenharia, Produção e Construção. O engenheiro biomédico é identificado pelo código 121-12-00 pela Tabela de Títulos Profissionais, Resolução 473/02, de junho de 2020, do CONFEA. O título de engenheiro biomédico foi reconhecido pela Decisão Plenária n. PL- 0034, de janeiro de 2008, que insere o título engenheiro biomédico na Tabela de Títulos Profissionais do CONFEA. As Ocupações CBO (Classificação Brasileira de Ocupações) do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) associadas são 214 – Engenheiros, Arquitetos e afins, 2143 – Engenheiros eletricistas, eletrônicos e afins, e 2143-75 – Engenheiro Biomédico. TEMA 2 – OS CURSOS DA ÁREA DA COMPUTAÇÃO A Engenharia Biomédica possui algumas subáreas voltadas para a computação, como: Informática Médica, Bioinformática, Processamento de Imagens, Telemedicina, Segurança da Informação, Internet das Coisas Médicas (IoMT), entre outras. Cabe ressaltar que, atualmente, praticamente todas as soluções tecnológicas de Engenharia Biomédica envolvem um dispositivo computacional, portanto, a computação é, na maioria das vezes, parte integrante das soluções tecnológicas da área. Figura 3 – Ilustração de IoMT 14 Crédito: Panchenko Vladimir/Shutterstock. Entre os cursos de bacharelado da área de computação inter- relacionados com a Engenharia Biomédica, podemos citar o que se segue. • Engenharia de Computação: forma profissionais para atuar com tecnologias ligadas ao processamento, à gestão e à manutenção de sistemas computacionais e desenvolvimento de hardware computacional e software. Apresenta os fundamentos necessários e a compreensão dos mecanismos de operação das diferentes tecnologias para o projeto, manutenção, gerenciamento e segurança de sistemas computacionais. A Engenharia de Computação está presente em dispositivos móveis, drones, carros, indústria e hospitais. Também prepara profissionais para o mercado de dispositivos interligados (IoT – Internet das Coisas) e inteligentes (AI – Inteligência Artificial). • Engenharia de Software: proporciona conhecimentospara atuar no desenvolvimento de sistemas web e aplicativos, bem como para conhecer os vários níveis de desenvolvimento do back-end (funcionalidades do sistema) ao front-end (aparência do sistema). O curso também prepara o profissional para atuar no planejamento, desenvolvimento e manutenção de softwares, utilizando as principais tecnologias e ferramentas disponíveis na atualidade. É voltado para as seguintes linhas: desenvolvimento de softwares, gestão de projetos de software, arquitetura, testes e demais atividades no ciclo de vida de um software. Também temos cursos superiores de tecnologia da área de computação inter-relacionados com a Engenharia Biomédica. 15 • Análise e desenvolvimento de sistemas: um analista e desenvolvedor de sistemas é o elo indispensável entre as necessidades do mundo dos negócios e os crescentes recursos da tecnologia da informação. Desse modo, o profissional estará habilitado para desenvolver soluções de negócios baseadas em computação com foco em inteligência artificial e business intelligence. • Gestão de tecnologia da informação: forma profissionais que assumirão um papel fundamental na coleta, armazenamento e gestão dos dados criados em redes de empresas públicas e privadas em um mundo cada vez mais conectado e preocupado com a privacidade e o vazamento de informações importantes. Em destaque estão as tecnologias de ERP (Enterprise Resource Planning). • Redes de computadores: permite que profissionais realizem projetos, análises e manutenções de rede dentro de grandes e pequenas empresas para facilitar o trabalho de colaboradores, além de tornar processos muito mais eficazes. • Ciência de dados: prepara profissionais da área tecnológica que permite a identificação e absorção de grandes massas de dados, com a aplicação de técnicas estatísticas e inteligência artificial para gerar insights e analisar contextos. • Desenvolvimento de aplicativos para dispositivos móveis: prepara profissionais para desenvolver aplicativos para comer, chamar um táxi, reservar um restaurante etc., que rodam em dispositivos móveis, entre os quais podemos citar o smartphone, aparelho que tornou o dia a dia bem menos complexo. 2.1 Aplicações da computação na Engenharia Biomédica Uma tecnologia computacional aplicada na área de saúde é o robô Laura, que é uma criação de Jacson Fressatto, um analista de sistemas brasileiro. Laura é capaz de aprender, pois conta com uma tecnologia cognitiva e machine learning. Por meio da inteligência artificial, aprende a identificar sintomas de doenças por meio de normas de protocolos internacionais e históricos de pacientes internados. Assim, tem a missão de encontrar falhas operacionais e avisar as equipes responsáveis a tempo, o que ajuda a economizar recursos e a otimizar processos 16 com o objetivo de reduzir em 5% a taxa de mortes por infecções generalizadas em hospitais, salvando 12 mil vidas por ano. Ele faz isso conectando-se remotamente aos equipamentos e sistemas utilizados pelo hospital. Assim, processa as informações dos pacientes e pode identificar situações de risco. Caso identifique alguma alteração grave, ele emite um alerta nos monitores espalhados pelo hospital. Caso o paciente não receba atendimento, o robô encaminha mensagens por SMS e e-mails para equipes específicas. Se ainda não for atendido, procura a coordenação e direção do hospital. Entre as aplicações da área de Engenharia Biomédica que utilizam conhecimentos de computação, podemos citar os chatbots, cada vez mais utilizados para serviços de atendimento a clientes nas empresas. Trata-se de programas de computadores que usam técnicas de inteligência artificial para simular um ser humano na conversação com pessoas, com o objetivo de responder a perguntas de forma que a pessoa tenha a impressão de estar conversando com outra pessoa, e não com um programa de computador (Troquatte, 2017). Figura 4 – Ilustração de um chatbot Crédito: panuwat phimpha/Shutterstock. TEMA 3 – OS CURSOS DE BIOMEDICINA E BIOTECNOLOGIA É importante contextualizar o curso de Engenharia Biomédica quanto ao seu posicionamento em relação a outros cursos relacionados do ponto de vista da sua aplicação final. 17 3.1 Graduação em Biomedicina Apesar de conter o nome Biomédica, o curso de Engenharia Biomédica é uma engenharia, portanto, o profissional formado se chama engenheiro biomédico. Já o profissional chamado apenas de Biomédico é aquele que se formou no curso de Biomedicina. A despeito da semelhança no nome do curso e nome da profissão, os cursos são bem diferentes em seu conteúdo e em suas atuações profissionais, até porque o curso de Biomedicina não tem nada a ver com engenharia, visto que é um curso da área de saúde. O curso de Biomedicina contempla os métodos de diagnósticos laboratoriais mais avançados, a estética e a pesquisa por meio de disciplinas clínico-laboratoriais. O biomédico atua com diagnósticos laboratoriais em patologia clínica e diagnósticos moleculares, tendo seus conhecimentos empregados na área de toxicologia e biologia molecular. Pode atuar em equipes cirúrgicas como biomédico perfusionista, trabalhando na área de perfusão extracorpórea. Também pode atuar como gestor de laboratórios, bancos de sangue e hospitais, bem como participar de equipes de reprodução humana assistida. É um profissional requisitado para o desenvolvimento de novos métodos de diagnóstico laboratorial e avanços em pesquisas na área de saúde. Figura 5 – Ilustração de uma aplicação de biomedicina Crédito: Inthon Maitrisamphan/Shutterstock. 18 3.2 Graduação em biotecnologia O curso de Biotecnologia é oferecido em diferentes opções a nível de graduação, como bacharelado (duração de quatro a cinco anos) e como curso superior de tecnologia (duração média de dois anos). Como bacharelado, pode ser encontrado como Biotecnologia, Engenharia de Biotecnologia, Engenharia Biotecnológica ou Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia, com algumas diferenças de carga horária e grade curricular. Como é um curso ofertado também como engenharia, terá muitas semelhanças com o curso de Engenharia Biomédica em boa parte da grade curricular, contudo, é um curso voltado para aplicações em ciências biológicas, envolvendo, além da parte humana, também o estudo em animais e vegetais, incluindo as tecnologias de desenvolvimento de vacinas e análises de DNA, além de organismos geneticamente modificados e biocombustíveis. O profissional se chama biotecnólogo ou biotecnologista, e, no caso de engenheiro, pode ser chamado de engenheiro de biotecnologia ou engenheiro biotecnológico. Figura 6 – Ilustração de biotecnologia de DNA Crédito: Billion Photos/Shutterstock. TEMA 4 – CURSO DE ENGENHARIA ELETRÔNICA E TÉCNICOS RELACIONADOS O curso de Engenharia Biomédica tem uma proximidade muito grande com o curso de Engenharia Eletrônica, visto que são comuns os conteúdos de circuitos eletrônicos, processamento de sinais, instalações elétricas e 19 eletromagnetismo, entre outros. A Engenharia Biomédica é uma graduação que pode dar continuidade à formação em nível superior de quem realizou cursos técnicos muito relacionados, como o Técnico de Equipamentos Biomédicos, o Técnico em Eletrônica e o Técnico em Radiologia. 4.1 O curso de graduação em Engenharia Eletrônica O curso de graduação em Engenharia Eletrônica é voltado ao desenvolvimento de componentes, dispositivos, sistemas e equipamentos eletrônicos, como transistores e circuitos integrados, ou seja, o desenvolvimento de hardware (Guia da Carreira-e, 2021). As soluções tecnológicas de Engenharia Biomédica, em sua maioria, além de envolverem um dispositivo computacional, também envolvem circuitos eletrônicos de captação de sinais de biopotenciais, como monitores multiparamétricos, que necessitam de projetosde instrumentação eletrônica, envolvendo amplificadores operacionais, filtros, conversão de sinal analógico para digital e processamento de sinais, entre outras questões relacionadas à alimentação de energia, que, muitas vezes, necessita de isolamento elétrico e de um bom aterramento, assim como o dispositivo eletrônico como um todo precisa de proteção contra interferências eletromagnéticas, entre outros cuidados para garantir a segurança elétrica. 4.2 O curso técnico de Equipamentos Biomédicos O curso técnico de Equipamentos Biomédicos possui carga horária mínima de 1200 horas e forma profissionais para a gestão dos processos de manutenção de equipamentos biomédicos (ou equipamentos médico- hospitalares-odontológicos), para a execução da manutenção preventiva, preditiva e corretiva desses equipamentos e para a sua instalação, de acordo com a legislação pertinente, normas e procedimentos técnicos, ambientais, de saúde, de calibração, de aferição e de segurança e especificações do fabricante. Esse técnico atua diretamente na manutenção de equipamentos essenciais para pacientes em tratamento. Há uma demanda grande desses profissionais nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Podemos considerar que o curso de graduação mais natural a ser escolhido para a continuidade na formação em nível superior do 20 Técnico em Equipamentos Biomédicos é justamente o curso de bacharelado em Engenharia Biomédica. Figura 7 – Exemplos de equipamentos médicos Crédito: nimon/Shutterstock. 4.3 O curso Técnico em Eletrônica O curso Técnico em Eletrônica forma um profissional para realizar a manutenção de equipamentos eletrônicos e eletrodomésticos; elaborar e instalar projetos; desenvolver dispositivos para circuitos; criar e implementar sistemas de automação industrial e residencial, entre outros (Educa+ Brasil, 2021). O curso de graduação mais natural a ser escolhido para a continuidade na formação em nível superior do Técnico em eletrônica é o curso de bacharelado em Engenharia Eletrônica. Assim como a Engenharia Eletrônica tem uma grande aproximação com a Engenharia Biomédica, o Técnico em Eletrônica tem uma grande aproximação com o Técnico de Equipamentos Biomédicos, portanto, se o Técnico em eletrônica desejar atuar com equipamentos médicos, poderá optar pelo curso de bacharelado em Engenharia Biomédica para a continuidade da sua formação a nível de graduação. 4.4 O curso Técnico em Radiologia O curso Técnico em Radiologia forma um profissional para atuar com equipamentos de Medicina Nuclear (MN) para diagnóstico por imagens, incluindo a manipulação e a administração de radiofármacos para a preparação do paciente para a realização de exames, como o de cintilografia, por exemplo. 21 As tecnologias empregadas incluem tomografia computadorizada por emissão de fóton único (SPECT), tomografia por emissão de pósitrons (PET) e radiografia (raio-x), entre outras, que têm imagens reveladas em filmes ou diretamente em sistemas aplicativos de computadores. Figura 8 – Ilustração de um equipamento de radiologia Crédito: Gorodenkoff/Shutterstock. De qualquer forma, um curso Técnico em Equipamentos Biomédicos, em Eletrônica ou em Radiologia não é pré-requisito para o ingressante no curso de Engenharia Biomédica, visto que basta o estudante ter concluído o Ensino Médio, seja normal ou técnico, independentemente da área. O curso de Engenharia Biomédica fornece a base de conhecimento para qualquer estudante interessado na área realizar o curso do início ao fim. TEMA 5 – CURSO TECNÓLOGO DE SISTEMAS BIOMÉDICOS E PÓS- GRADUAÇÃO O curso de graduação em Engenharia Biomédica tem um “irmão menor”, que é o Curso Superior de Tecnologia (CST) em Sistemas Biomédicos, cuja carga horária mínima é de 2400 horas, com duração que varia de dois a três anos. O profissional graduado em Engenharia Biomédica tem possibilidades de pós-graduação como cursos de especialização, mestrado, doutorado e pós- doutorado em diversos programas de pós-graduação reconhecidos pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). 22 5.1 Tecnólogo de Sistemas Biomédicos O Curso Superior de Tecnologia (CST) em Sistemas Biomédicos forma um profissional que, em sua atuação, planeja o comissionamento e o descomissionamento de equipamentos médico-assistenciais, assim como sua incorporação e sua obsolescência, instalando e operacionalizando tais equipamentos. O profissional também treina e capacita profissionais da saúde para operar equipamentos médico-assistenciais; gerencia, supervisiona e coordena procedimentos de manutenções corretivas, preventivas e preditivas em equipamentos médico-assistenciais; elabora e executa procedimentos técnicos e normativos relativos à assistência técnica e usabilidade desses equipamentos; implanta, mantém e avalia rotinas de funcionalidade com qualidade e redução de riscos dos equipamentos médico-assistenciais; integra equipes de projetos e de pesquisas aplicadas; assessora equipes gerenciais de instituições de saúde; faz vistoria, realiza perícia e avalia, emitindo laudo e parecer técnico em sua área de formação (MEC-CST, 2016). Seu campo de atuação inclui hospitais, clínicas, policlínicas, postos de saúde, laboratórios, indústrias, distribuidoras, representantes, prestadoras de serviços e órgãos regulamentadores de equipamentos médico-assistenciais, institutos e centros de pesquisa e instituições de ensino, mediante formação requerida pela legislação vigente (MEC-CST, 2016). A ocupação CBO associada é de número 1427-10 – Tecnólogo em Sistemas Biomédicos. 5.2 Pós-Graduação lato sensu O curso de especialização em Engenharia Clínica é o mais comum da área. Contudo, há também o curso de especialização em Engenharia Biomédica, que usa o mesmo nome da graduação. O profissional de Engenharia Clínica é aquele que aplica as técnicas da engenharia no gerenciamento dos equipamentos de saúde com o objetivo de garantir rastreabilidade, usabilidade, qualidade, eficácia, efetividade, segurança e desempenho desses equipamentos, no intuito de promover a segurança dos pacientes (ABECLIN, 2021). O profissional faz a gestão do parque tecnológico de saúde, incluindo rotinas de calibração e manutenções preventivas, preditivas e corretivas. Entre outros cursos de especialização lato sensu da área, podemos citar: 23 • tecnologias assistivas; • bioengenharia; • biomecânica; • Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS); • ultrassonografia; • biomateriais; • neuroimagens; • imagenologia; • telemedicina; e • informática em saúde. 5.3 Pós-Graduação stricto sensu Indo para a pós-graduação stricto sensu, temos os programas de mestrado e doutorado. A Engenharia Biomédica surgiu no Brasil como um programa de pós-graduação na década de 1970, e somente algumas décadas depois foi lançado o curso de graduação. Entre os programas da área reconhecidos pela CAPES, a maioria tem o nome de Engenharia Biomédica, semelhante ao curso de graduação, mas também há programas com o nome de Bioengenharia e Neuroengenharia. A maioria consiste em programas de universidades federais, mas há também alguns em universidades privadas. Além da atuação no campo da indústria, laboratórios e hospitais, uma formação de pós-graduação na área de Engenharia Biomédica confere atribuições para a atuação em ensino superior, sendo que há uma progressão horizontal de cargo. Após o título inicial de especialista, o título de mestre já confere uma progressão de cargo e valor de hora/aula para o professor, e, finalmente, o título de doutor confere o cargo e valor de hora/aula de nível máximo para o professor de ensino superior. Claro que existem diversas outras ramificações da atuação do professor, o qual pode atuar lecionando para turmas de pós-graduação com valores de hora/aula maiores, ou ascender verticalmente,ocupando posições de coordenação ou direção, entre outros cargos com maiores salários na área acadêmica. Portanto, fazer uma pós-graduação abre muito o leque de atuação profissional, tanto em instituições públicas como privadas. 24 FINALIZANDO Nesta aula, abordamos assuntos relativos aos cursos da área da Engenharia Biomédica e à interação entre eles, considerando desde cursos técnicos, a nível de ensino médio, passando pelos cursos superiores de tecnologia e bacharelado, até os cursos de pós-graduação lato sensu e stricto sensu. A Engenharia Biomédica é uma especialidade recente e com grandes desafios entre as engenharias. O engenheiro biomédico está começando a ganhar seu espaço no Brasil, o que indica um amplo campo a ser desenvolvido e explorado. Nos últimos anos, é possível afirmar que a área de Engenharia Biomédica está em ascensão com as atuais e futuras demandas de tecnologias na área de saúde em todo o Brasil. Bons estudos! 25 REFERÊNCIAS ABECLIN – Associação Brasileira de Engenharia Clínica. Disponível em: <http://www.abeclin.org.br/>. Acesso em: 20 jan. 2022. BRASIL. Lei n. 5.194, de 24 de dezembro de 1966. Regula o exercício das profissões de Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro-Agrônomo, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 24 dez. 1966. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5194.htm>. Acesso em: 20 jan. 2022. CONFEA. Resolução n. 1.073, de 22 de abril de 2016. Regulamenta a atribuição de títulos, atividades, competências e campos de atuação profissionais aos profissionais registrados no Sistema Confea/Crea para efeito de fiscalização do exercício profissional no âmbito da Eng e da Agro. Conselho Federal de Engenharia e Agronomia. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 22 abr. 2016. Disponível em: <https://www.in.gov.br/web/guest/materia/- /asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/24775268/do1-2016-04-22- resolucao-n-1-073-de-19-de-abril-de-2016-24775171>. Acesso em: 20 jan. 2022. ______. Resolução n. 1.103, de 26 de julho de 2018. Discrimina as atividades e competências profissionais do engenheiro biomédico e convalida o respectivo título na Tabela de Títulos Profissionais do Sistema Confea/Crea, para efeito de fiscalização do exercício profissional. Conselho Federal de Engenharia e Agronomia. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 jul. 2018. Disponível em: <https://www.in.gov.br/materia/- /asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/35900023/do1-2018-08-08- resolucao-n-1-103-de-26-de-julho-de-2018-35900015>. Acesso em: 20 jan. 2022. CONFEA-T. Tabela de Títulos Profissionais Resolução 473/02 do CONFEA. Disponível em: <https://normativos.confea.org.br/downloads/anexo/0473- 02.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2022. EDUCA+ Brasil. Técnico em Eletrônica. Disponível em: <https://www.educamaisbrasil.com.br/cursos-e-escolas-tecnicas/tecnico-em- eletronica>. Acesso em: 20 jan. 2022. 26 GUIA da Carreira. Quanto ganha um Engenheiro Biomédico? Disponível em: <https://www.guiadacarreira.com.br/salarios/quanto-ganha-um-engenheiro- biomedico>. Acesso em: 20 jan. 2022. GUIA da Carreira-E. Engenharia Eletrônica: saiba mais sobre este curso. Disponível em: <https://www.guiadacarreira.com.br/profissao/engenharia- eletronica>. Acesso em: 20 jan. 2022. LAURA. Robô Laura. Disponível em: <https://laura-br.com/>. Acesso em: 20 jan. 2022. MEC-R11. Resolução CNE/CES n. 11, de 11 de março de 2002. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Engenharia. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alia s=15766-rces011-02&category_slug=junho-2014-pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 20 jan. 2022. MEC-R2. Resolução CNE/CES n. 2, de 24 de abril de 2019. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Engenharia. 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