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Introdução à FARMACOLOGIA CURSO: FARMÁCIA Prof. Marcello Soares Farmacêutico Especialista em Auditoria em Serviços de Saúde Pública e Privada Gestor de Unidade de Saúde FARMACOLOGIA DO SNC: ESQUIZOFRENIA E OUTROS TRANSTORNOS PSICÓTICOS, PARKINSON E ALZHEIMER ➢Antipsicóticos, também chamados de neurolépticos, ataráxicos e impropriamente de tranquilizantes maiores, os antipsicóticos são usados no controle das psicoses profundas, sobretudo da esquizofrenia. As psicoses, que se caracterizam por alterar a compreensão da realidade, a habilidade no pensar correto e prejudicar o comportamento estão entre os distúrbios psiquiátricos mais graves que podem acometer o homem. ➢Essas disfunções mentais agregam ainda as falsas crenças ou ilusões e as sensações sensoriais anormais ou alucinações. FARMACOLOGIA DO SNC: ESQUIZOFRENIA E OUTROS TRANSTORNOS PSICÓTICOS, PARKINSON E ALZHEIMER ➢Mecanismo de ação: Como a etiologia das psicoses não está estabelecida de forma precisa, os mecanismos de ação das diferentes classes de fármacos estão firmados em verificações experimentais, não sendo definitivos. FARMACOLOGIA DO SNC: ESQUIZOFRENIA E OUTROS TRANSTORNOS PSICÓTICOS, PARKINSON E ALZHEIMER Mecanismo antidopaminérgico Os fármacos clássicos, como a clorpromazina, o haloperidol e a pimozida, atuam segundo a hipótese dopaminérgica, bloqueando os receptores dopaminérgicos D2 pós e pré- sinápticos nas regiões ventro tegumentar e nigrostriatal. O bloqueio dos receptores D2 pré-sinápticos aumenta o turn over da dopamina e, inicialmente, aumenta o estímulo dos neurônios dopaminérgicos pelo antagonismo de autoinibição de liberação de dopamina. FARMACOLOGIA DO SNC: ESQUIZOFRENIA E OUTROS TRANSTORNOS PSICÓTICOS, PARKINSON E ALZHEIMER Mecanismo serotonérgico O ponto de partida para a proposta do mecanismo serotoninérgico foi a observação de que a clozapina, antipsicótico eficaz, possui fraca atividade antagonista D2 , mas atua como antagonista dos receptores 5HT2a e alfa 2- adrenérgico. Aliado a esse fato, foi adicionado o conhecimento antigo da reação entre agonistas da serotonina, como mescalina e LSD, produzindo alucinações em humanos, indicando o envolvimento do mediador na etiologia da esquizofrenia. FARMACOLOGIA DO SNC: ESQUIZOFRENIA E OUTROS TRANSTORNOS PSICÓTICOS, PARKINSON E ALZHEIMER Mecanismo glutaminérgico Estudos posteriores mostraram que a deficiência em glutamato era suprida por certas substâncias, como a N-metil-D-aspartato (NMDA), que seriam responsáveis pelo aparecimento de sintomas da esquizofrenia. Os efeitos adversos estão associados à potência dos fármacos FARMACOLOGIA DO SNC: ESQUIZOFRENIA E OUTROS TRANSTORNOS PSICÓTICOS, PARKINSON E ALZHEIMER A esquizofrenia é caracterizada por dois estágios: os sintomas positivos, com delírios, alucinações e distúrbios de pensamento; e os sintomas negativos, com prejuízo cognitivo, recolhimento social e embotamento emocional. FARMACOLOGIA DO SNC: PARKINSON A síndrome de Parkinson possui quatro características: bradicinesia, rigidez muscular, tremor em repouso e desequilíbrio postural. Em geral, trata-se de uma doença idiopática. A morte dos neurônios ocorre numa região do cérebro chamada de substância nigra, área do tronco cerebral que controla os movimentos. Esses neurônios localizados nessa região são responsáveis pela formação de dopamina. FARMACOLOGIA DO SNC: PARKINSON Como não há mais a produção desse neurotransmissor, os sintomas do Parkinsonismo aparecem, levando a uma diminuição na concentração de dopamina nos gânglios da base do cérebro. Os fármacos utilizados tentam restaurar a concentração de dopamina e, assim, reverter os sintomas. FARMACOLOGIA DO SNC: PARKINSON Entre eles, temos a levodopa, a carbidopa e a benserazida, que substituem a dopamina (esta não é administrada, pois ultrapassa a BHE); os fármacos que mimetizam a ação da dopamina, como a bromocriptina, a pergolida e a lisurida, chamados de agonistas dopaminérgicos; a selegilina, que é um inibidor da enzima de MAO, responsável pela degradação da dopamina na pré-sinapse; a tolcapona e a entacapona, inibidores da catecol-O-metil transferase (COMT); a amantadina, fármaco liberador de dopamina na fenda sináptica, e a benztropina, que é um antagonista da acetilcolina. FARMACOLOGIA DO SNC: PARKINSON Entre eles, temos a levodopa, a carbidopa e a benserazida, que substituem a dopamina (esta não é administrada, pois ultrapassa a BHE); os fármacos que mimetizam a ação da dopamina, como a bromocriptina, a pergolida e a lisurida, chamados de agonistas dopaminérgicos; a selegilina, que é um inibidor da enzima de MAO, responsável pela degradação da dopamina na pré-sinapse; a tolcapona e a entacapona, inibidores da catecol-O-metil transferase (COMT); a amantadina, fármaco liberador de dopamina na fenda sináptica, e a benztropina, que é um antagonista da acetilcolina. FARMACOLOGIA DO SNC: ALZHEIMER É responsável pela perda das funções cognitivas. O início é lento na manifestação dos sintomas, mas, ao passo que a doença evolui, leva à perda de memória recente e da capacidade de fazer contas simples, além de afetar a visão espacial, a orientação, a atenção e a linguagem. Esses efeitos são explicados pela perda de neurônios corticais e subcorticais e pela atrofia dos neurônios colinérgicos, levando à deficiência de acetilcolina. FARMACOLOGIA DO SNC: TRANSTORNOS DE HUMOR: DEPRESSÃO E TRANSTORNO BIPOLAR A depressão é uma patologia que afeta o bem-estar mental, provocando alterações de ânimo, dificuldade de memorização, embotamento social, alterações do pensamento e alterações comportamentais. FARMACOLOGIA DO SNC: TRANSTORNOS DE HUMOR: DEPRESSÃO A principal teoria que ajuda a compreender a depressão envolve um desequilíbrio em neurotransmissões; mais precisamente, a diminuição da transmissão noradrenérgica e serotoninérgica em áreas específicas do cérebro, condição que resulta nos principais sinais e sintomas da patologia. Assim, os antidepressivos apresentam como principal característica a estratégia química de proporcionar uma intensificação de neurotransmissões noradrenérgicas e serotoninérgicas, em menor grau dopaminérgicas. Para uma melhor compreensão do mecanismo de ação, vale relembrar a dinâmica das neurotransmissões envolvendo a noradrenalina e a serotonina FARMACOLOGIA DO SNC: TRANSTORNOS DE HUMOR: DEPRESSÃO FARMACOLOGIA DO SNC: TRANSTORNOS DE HUMOR: DEPRESSÃO Lista dos principais tricíclicos usados no Brasil FARMACOLOGIA DO SNC: TRANSTORNOS DE HUMOR: DEPRESSÃO De forma geral, os tricíclicos podem causar: ✓Bloqueio colinérgico, caracterizado por boca seca, visão turva e constipação. ✓Bloqueio histaminérgico, resultando em sedação e aumento do apetite. ✓Bloqueio adrenérgico, levando à hipotensão postural. ✓Disfunção sexual, caracterizada por perda de libido e disfunção erétil. ✓Em casos de superdosagens, episódios de confusão, manias e até disritmias cardíacas. FARMACOLOGIA DO SNC: TRANSTORNOS DE HUMOR: DEPRESSÃO Inibidores de monoamina oxidase (IMAO) Os IMAO são fármacos muito antigos que inibem reversivelmente as enzimas monoamina oxidases mitocondriais (especialmente a MAOA ), responsáveis pela metabolização de monoaminas, como a noradrenalina, a serotonina e mesmo a dopamina (MAOB ). Promovem, dessa forma, um aumento na concentração desses neurotransmissores na fenda sináptica, intensificando a neurotransmissão, aliviando sinais e sintomas de depressão e do transtorno do pânico. FARMACOLOGIA DO SNC: TRANSTORNOS DE HUMOR: DEPRESSÃO Inibidores de monoamina oxidase (IMAO) FARMACOLOGIA DO SNC: TRANSTORNOS DE HUMOR: DEPRESSÃO Inibidores seletivos da captura de serotonina (ISCS) A própria denominação da classe indica o mecanismo de ação. Ao interferir somente na captura de serotonina, estes inibidores provocam uma intensificação de neurotransmissões serotoninérgicas sem afetar asnoradrenérgicas. Esse fato contribui para uma menor interferência cardíaca, tornando-os especialmente seguros para pacientes idosos, notadamente os cardiopatas e/ou hipertensos. FARMACOLOGIA DO SNC: TRANSTORNOS DE HUMOR: DEPRESSÃO Inibidores seletivos da captura de serotonina (ISCS) FARMACOLOGIA DO SNC: TRANSTORNOS DE HUMOR: DEPRESSÃO Inibidores seletivos da captura de serotonina (ISCS) Os principais efeitos adversos são: ➢Insônia, sedação (dependerá do medicamento), náusea, boca seca, disfunção sexual, diminuição de libido, distúrbios da ejaculação. ➢Anorexia ou aumento do apetite (dependerá do paciente em questão). Por essa razão, nenhum deles pode ser proposto para o tratamento da obesidade, em vista desses resultados díspares. ➢Síndrome serotoninérgica, caracterizada por convulsões, hipertermia e colapso cardiovascular. É um evento adverso muito raro. FARMACOLOGIA DO SNC: TRANSTORNOS DE HUMOR: DEPRESSÃO Inibidores não seletivos de captura de serotonina e noradrenalina Apresentam mecanismo de ação similar aos tricíclicos, pois aumentam tanto a neurotransmissão serotoninérgica quanto a noradrenérgico, mostrando-se muito potentes. Diferentemente dos tricíclicos, possuem alta especificidade em relação às proteínas responsáveis pela captura dos respectivos neurotransmissores; por isso, não bloqueiam outros receptores, apresentando, assim, um perfil de efeitos adversos mais favorável. FARMACOLOGIA DO SNC: TRANSTORNOS DE HUMOR: DEPRESSÃO Inibidores não seletivos de captura de serotonina e noradrenalina Os efeitos adversos são muito similares aos observados com o uso de ISCS, com destaque para: ➢Náusea, boca seca, constipação, diminuição de libido, anorgasmia, disfunção erétil. ➢Anorexia ou ganho de peso – portanto, seu uso não pode ser generalizado para regimes de emagrecimento. FARMACOLOGIA DO SNC: TRANSTORNOS DE HUMOR: DEPRESSÃO Inibidores não seletivos de captura de serotonina e noradrenalina FARMACOLOGIA DO SNC: TRANSTORNOS DE HUMOR: DEPRESSÃO Atípicos São antidepressivos que atuam por outros mecanismos, inclusive associados. TRANSTORNO BIPOLAR O transtorno bipolar é uma condição crônica severa e potencialmente incapacitante, caracterizada por uma alternância entre fases de euforia e/ou mania, seguida de uma fase de depressão. Os portadores vivenciam uma baixa qualidade de vida, em vista do efeito negativo da patologia sobre as relações sociais, interpessoais, familiares e até mesmo de trabalho. TRANSTORNO de déficit de atenção/hiperatividade Constitui-se em um grupo de transtornos de comportamento que acometem predominantemente crianças com até 5 anos, caracterizados por dificuldade de foco, desorganização, atividade física excessiva, entre outros sintomas. Tais condições limitam e dificultam a vida e o desenvolvimento escolar das crianças portadoras, que frequentemente sofrem pela dificuldade de os pais, professores e mesmo profissionais da saúde lidarem com a situação. TRANSTORNO de déficit de atenção/hiperatividade ANALGESIA EM DORES AGUDAS E CRÔNICAS Esquema ilustrando a neurotransmissão, que resulta no processamento de sensação dolorosa no cérebro, os principais neurotransmissores envolvidos e os agentes moduladores, como compostos pró-inflamatórios oriundos da ativação da cascata do ácido araquidônico ANALGESIA EM DORES AGUDAS E CRÔNICAS Alguns exemplos de situações que aumentam o risco de desenvolvimento de dor neuropática: ➢ Lesão traumática de nervos periféricos, cranianos, da medula espinhal. ➢ Compressões desencadeadas por tumores. ➢ Amputações (dor do membro fantasma). ➢ Hiperglicemia persistente inadequadamente tratada do portador de diabetes mellitus. ➢ Infecções por herpes zoster. ➢ Processos isquêmicos. ➢ Radioterapia. ➢ Alcoolismo. ➢ Hipotireoidismo. ➢ Deficiência de vitaminas do complexo B. ➢ Aids. ➢ Esclerose múltipla. ➢ Doença de Parkinson. ➢ Acidente vascular encefálico. ➢ Hanseníase MEDICAMENTOS OPIOIDES São um conjunto de medicamentos de origem natural, semi- sintética ou sintética, capazes de se associar aos receptores opioides promovendo analgesia, de forma similar ao ópio. Pertencem à família dos receptores acoplados à proteína G (Gi/Go) e agem inibindo a adenilato ciclase, consequentemente diminuindo a produção de AMPcíclico, o que leva a uma hiperpolarização da membrana, diminuindo a neurotransmissão via substância P. MEDICAMENTOS OPIOIDES Descrição do mecanismo de ação de agonistas opioides que se ligam às proteínas G inibitórias, promovendo a diminuição do segundo mensageiro AMPcíclico, o que conduz a um fechamento de canais de K+, ao mesmo tempo que diminui a abertura de canais de Ca2+. Tal situação favorece a hiperpolarização da membrana do neurônio, dificultando a geração do potencial de ação e, portanto, diminuindo a neurotransmissão MEDICAMENTOS OPIOIDES ATÉ A PRÓXIMA ! @marcellogsoares + 55 (85) 99653-5898 farmacomarcello@hotmail.com Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38
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