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eBook Completo -Anatomia Aplicada à Enfermagem_SER(versão digital)

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ANATOMIA APLICADA 
À ENFERMAGEM
ANATOMIA APLICADA 
À ENFERMAGEM
Anatom
ia Aplicada à Enferm
agem
Bruno da Silva GonçalvesBruno da Silva Gonçalves
GRUPO SER EDUCACIONAL
gente criando o futuro
Caros estudantes, ao longo desta disciplina vocês iniciarão o estudo do corpo 
humano, poderão compreender princípios imprescindíveis de anatomia e serão 
introduzidos aos vários sistemas que compõem o nosso organismo e como eles 
cooperam entre si para a manutenção da saúde do corpo. Além disso, verão como 
cada estrutura do corpo desempenha uma função específica e como a interação 
com outras estruturas determina essa função.
Embora a anatomia humana seja uma ciência relativamente estática, é válido 
lembrarmos que o estudo da anatomia não consiste apenas em ser apresentado 
a fatos. O conhecimento vem avançando nos campos relacionados a essa área, 
com o surgimento de novas tecnologias e técnicas para compreender as funções 
orgânicas. Compartilhamos com vocês esses avanços, que visam melhorar as con-
dições da saúde humana. 
No empenho de oferecer conteúdo de qualidade, preparamos este material didá-
tico para impulsionar seu entendimento, seu pensamento crítico e sua preocu-
pação com a saúde. Sendo uma ciência com bastante apelo visual, combinamos 
a apresentação de recursos visuais e de textos didáticos com linguagem clara e 
acessível. Esperamos que o material permita uma compreensão mais abrangente 
da temática, garantindo uma aprendizagem significativa.
SER_ENFERMA_ANAPEN_CAPA.indd 1,3 03/11/2021 12:36:24
© Ser Educacional 2021
Rua Treze de Maio, nº 254, Santo Amaro 
Recife-PE – CEP 50100-160
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência.
Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. 
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio 
ou forma sem autorização. 
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do 
Código Penal.
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Presidente do Conselho de Administração 
Diretor-presidente
Diretoria Executiva de Ensino
Diretoria Executiva de Serviços Corporativos
Diretoria de Ensino a Distância
Autoria
Projeto Gráfico e Capa
Janguiê Diniz
Jânyo Diniz 
Adriano Azevedo
Joaldo Diniz
Enzo Moreira
Bruno da Silva Gonçalves 
DP Content
DADOS DO FORNECEDOR
Análise de Qualidade, Edição de Texto, Design Instrucional, 
Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico e Revisão.
SER_ENFERMA_ANAPEN_UNID1.indd 2 03/11/2021 10:45:00
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ASSISTA
Indicação de filmes, vídeos ou similares que trazem informações comple-
mentares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado.
CITANDO
Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa 
relevante para o estudo do conteúdo abordado.
CONTEXTUALIZANDO
Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato;
demonstra-se a situação histórica do assunto.
CURIOSIDADE
Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto 
tratado.
DICA
Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, uma 
informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado.
EXEMPLIFICANDO
Informação que retrata de forma objetiva determinado assunto.
EXPLICANDO
Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da 
área de conhecimento trabalhada.
SER_ENFERMA_ANAPEN_UNID1.indd 3 03/11/2021 10:45:00
Unidade 1 - Sistema nervoso
Objetivos da unidade 12
Sistema nervoso central, periférico e autônomo: estruturas e órgãos anatômicos 
acometidos no AVE 13
Tecido nervoso 14
Divisão do sistema nervoso 18
Sistema nervoso central 20
Sistema nervoso central, periférico e autônomo: nervos 27
Sistema sensorial 31
Sistema nervoso central, periférico e autônomo: considerações da prática clínica
de enfermagem 35
Doenças vasculares (aneurisma e acidente vascular encefálico) 35
Traumas (traumatismo cranioencefálico e traumatismo raquimedular) 37
Lesões nos nervos cranianos e espinhais 42
Sintetizando 44
Referências bibliográficas 45
Sumário
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Sumário
Unidade 2 - Sistemas musculoesquelético e tegumentar
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 47
Sistema musculoesquelético: funções e propriedades dos grupos musculares 
e ósseos.................................................................................................................................. 48
Funções do sistema muscular ....................................................................................... 49
Classificação dos músculos .......................................................................................... 50
Anexos do sistema muscular ........................................................................................ 52
Tipos de músculos e contrações musculares ............................................................ 53
Sistema musculoesquelético: comprometimento anatômico ocasionado 
pelas fraturas ........................................................................................................................ 59
Funções do esqueleto ..................................................................................................... 59
Esqueleto axial e apendicular ....................................................................................... 60
Número, classificação e anatomia dos ossos ............................................................ 63
Sistema articular: conceito e classificação das articulações ................................ 68
Sistema tegumentar: camadas da pele, anexos tegumentares e comprometimento 
anatômico .............................................................................................................................. 72
Pele .................................................................................................................................... 74
Anexos do sistema tegumentar .................................................................................... 76
Úlceras de pressão ......................................................................................................... 78
Sintetizando ........................................................................................................................... 80
Referências bibliográficas ................................................................................................. 81
SER_ENFERMA_ANAPEN_UNID1.indd 5 03/11/2021 10:45:00
Sumário
Unidade 3 - Sistema respiratório e sistema cardiovascular 
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 83
Sistema respiratório: anatomia do tórax e da ventilação pulmonar .......................... 84
Parte condutora do sistema respiratório .................................................................... 85
Parte respiratória do sistema respiratório .................................................................. 88
Ventilação pulmonar ....................................................................................................... 90
Lesões no sistema respiratório ..................................................................................... 94
Sistema cardiovascular: anatomia do coração .............................................................. 96
Sangue .............................................................................................................................. 97
Coração ............................................................................................................................. 98
Sistema cardiovascular: grande e pequena circulação ............................................. 103
Circulação sanguínea ................................................................................................... 104
Vasos sanguíneos ..........................................................................................................105
Sistema linfático ............................................................................................................ 111
Sintetizando ......................................................................................................................... 114
Referências bibliográficas ............................................................................................... 115
SER_ENFERMA_ANAPEN_UNID1.indd 6 03/11/2021 10:45:00
Sumário
Unidade 4 - Sistema digestório, sistema urinário e sistema reprodutor
Objetivos da unidade ......................................................................................................... 117
Sistema digestório: órgãos e função do tubo digestivo ........................................................118
Trato gastrointestinal .................................................................................................... 121
Peritônio .......................................................................................................................... 125
Órgãos anexos ............................................................................................................... 126
Sistema digestório na prática clínica ........................................................................ 130
Sistema urinário: anatomia dos rins e do sistema urinário..................................................131
Rins .................................................................................................................................. 133
Vias urinárias.................................................................................................................. 134
Sistema urinário na prática clínica ............................................................................ 136
Sistema genital masculino e feminino: anatomia dos sistemas reprodutores ...................137
Órgãos genitais masculinos ........................................................................................ 139
Órgãos genitais femininos ........................................................................................... 144
Sistema reprodutor na prática clínica ....................................................................... 149
Sintetizando ......................................................................................................................... 151
Referências bibliográficas ............................................................................................... 152
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SER_ENFERMA_ANAPEN_UNID1.indd 8 03/11/2021 10:45:00
Caros estudantes, ao longo desta disciplina vocês iniciarão o estudo do 
corpo humano, poderão compreender princípios imprescindíveis de anatomia 
e serão introduzidos aos vários sistemas que compõem o nosso organismo e 
como eles cooperam entre si para a manutenção da saúde do corpo. Além dis-
so, verão como cada estrutura do corpo desempenha uma função específica e 
como a interação com outras estruturas determina essa função.
Embora a anatomia humana seja uma ciência relativamente estática, é vá-
lido lembrarmos que o estudo da anatomia não consiste apenas em ser apre-
sentado a fatos. O conhecimento vem avançando nos campos relacionados a 
essa área, com o surgimento de novas tecnologias e técnicas para compreen-
der as funções orgânicas. Compartilhamos com vocês esses avanços, que vi-
sam melhorar as condições da saúde humana. 
No empenho de oferecer conteúdo de qualidade, preparamos este mate-
rial didático para impulsionar seu entendimento, seu pensamento crítico e sua 
preocupação com a saúde. Sendo uma ciência com bastante apelo visual, com-
binamos a apresentação de recursos visuais e de textos didáticos com lingua-
gem clara e acessível. Esperamos que o material permita uma compreensão 
mais abrangente da temática, garantindo uma aprendizagem significativa.
ANATOMIA APLICADA À ENFERMAGEM 9
Apresentação
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Este material é dedicado àquele que, embora anônimo, é fundamental para 
a anatomia e contribui na formação de todos os profi ssionais da área da 
saúde: o “cadáver desconhecido”, sem o qual todo o ensino da anatomia e 
suas disciplinas correlatas não seria possível.
O professor Bruno da Silva Gonçalves 
é doutor em Biociências pela Univer-
sidade do Estado do Rio de Janeiro – 
UERJ (2020), mestre em Fisiopatologia 
Clínica e Experimental pela UERJ (2015) 
e graduado em Ciências Biológicas e 
bacharel Biomédico (2013) com Licen-
ciatura (2012) pela mesma instituição. 
Tem experiência em fi siologia e atua, 
principalmente, nos seguintes temas: 
neurofi siologia, toxicologia, drogas de 
abuso, alterações comportamentais e 
desenvolvimento do sistema nervoso.
Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/1519937479877027
ANATOMIA APLICADA À ENFERMAGEM 10
O autor
SER_ENFERMA_ANAPEN_UNID1.indd 10 03/11/2021 10:45:01
SISTEMA NERVOSO
1
UNIDADE
SER_ENFERMA_ANAPEN_UNID1.indd 11 03/11/2021 10:45:16
Objetivos da unidade
Tópicos de estudo
 Identificar as principais funções do sistema nervoso;
 Classificar o sistema nervoso em termos anatômicos e funcionais;
 Identificar os tipos de células do tecido nervoso e suas funções básicas;
 Identificar a disposição das células do tecido nervoso dentro do sistema 
nervoso central e periférico, somático e visceral;
 Identificar as principais estruturas anatômicas do sistema nervoso central e 
periférico e suas funções básicas;
 Definir o sistema nervoso autônomo e explicar sua relação com a parte 
periférica do sistema nervoso;
 Descrever as diferenças entre as partes parassimpática e simpática do 
sistema nervoso autônomo;
 Identificar as principais características do aneurisma cerebral, acidente 
vascular encefálico, traumatismo cranioencefálico e traumatismo raquimedular.
 Sistema nervoso central, peri-
férico e autônomo: estruturas e 
órgãos anatômicos acometidos 
no AVE
 Tecido nervoso
 Divisão do sistema nervoso
 Sistema nervoso central
 Sistema nervoso central, peri-
férico e autônomo: nervos
 Sistema sensorial
 Sistema nervoso central, peri-
férico e autônomo: considerações 
da prática clínica de enfermagem
 Doenças vasculares (aneurisma 
e acidente vascular encefálico)
 Traumas (traumatismo cranio-
encefálico e traumatismo raqui-
medular)
 Lesões nos nervos cranianos e 
espinhais
ANATOMIA APLICADA À ENFERMAGEM 12
SER_ENFERMA_ANAPEN_UNID1.indd 12 03/11/2021 10:45:16
Sistema nervoso central, periférico e autônomo: estru-
turas e órgãos anatômicos acometidos no AVE
Consideremos as seguintes situações:
1. Você está atravessando a rua, escuta uma buzina e desvia para a calçada 
mais próxima;
2. Uma televisão exibe o trecho de um fi lme que você reconhece;
3. Durante um cochilo, seu despertador toca e, instantaneamente, você desperta.
Esses exemplos são demonstrações do funcionamento normal do sistema 
nervoso, cujas células se mantêm quase integralmente em atividade no nosso 
organismo. A importância do sistema nervoso é tamanha que seu estudo cons-
titui uma disciplina própria no currículo de formação de profi ssionais da área 
da saúde, a neuroanatomia. Na prática médica, a neurologia, a neurocirur-
gia e a psiquiatria focam seus esforços na compreensão do sistema nervoso.
O sistema nervoso coordena uma complexa variedade de tarefas, permitin-
do monitorar estímulos internos e externos ao corpo, interpretar os estímulos 
e efetuar respostas, como a regulação dos movimentos corporais e o controle 
das atividades dos órgãos internos. Essas atividades são organizadas em três 
funções: sensitiva, integrativa e motora.
1. Função sensitiva: os receptores sensitivos captam estímulos internos, 
como uma diminuição na pressão arterial, e estímulos externos, como a chuva 
sobre a pele. Os neurônios sensitivos ou aferentes encaminham essa infor-
mação para o sistema nervoso central – SNC;
2. Função integrativa: o sistema nervoso realizao processamento das 
informações, armazenando algumas e gerando respostas apropriadas – é o 
processo chamado integração. Ele é realizado majoritariamente pelos inter-
neurônios, que são os neurônios que se interconectam com outros neurônios. 
Os interneurônios compõem a maior parte dos neurônios do sistema nervoso 
central, além da ampla maioria dos neurônios do corpo;
3. Função motora: após a integração do estímulo, o sistema nervoso deter-
mina uma resposta motora, como uma secreção glandular ou uma contração 
muscular, por meio dos neurônios eferentes ou motores. Os neurônios moto-
res transmitem informação do encéfalo rumo à medula espinhal ou para além 
dessas estruturas, rumo aos órgãos efetores (músculos e glândulas).
ANATOMIA APLICADA À ENFERMAGEM 13
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Tecido nervoso
O sistema nervoso é um sistema de alta complexidade e especialização e é 
constituído por duas categorias de células nervosas: neurônios e células da glia.
Os neurônios são células especializadas capazes de responder a estímulos 
químicos e físicos, transmitir impulsos e liberar reguladores químicos específi -
cos. Dessa forma, executam funções como a elaboração do pensamento racio-
nal, o armazenamento de memória e a regulação de outros órgãos. Neurônios 
desenvolvidos não podem dividir-se, embora alguns possam regenerar peque-
nas porções cortadas ou desenvolver pequenos ramos novos, sob certas con-
dições especiais.
Por sua vez, as células da glia ou neuróglia são células de suporte dos 
neurônios em suas atividades. As neuróglias têm capacidade limitada de mito-
se e existem em número cinco vezes maior que os neurônios.
Neuróglias
De modo singular em comparação a outros sistemas, as neuróglias, as cé-
lulas auxiliares do sistema nervoso, têm a mesma formação embrionária dos 
neurônios: ambas derivadas do ectoderma. As células gliais podem ser diferen-
ciadas em seis categorias, como podemos observar no Quadro 1.
QUADRO 1. TIPOS DE CÉLULAS GLIAIS
Tipo Estrutura Função/ local
Astrócitos Estrelada com numerosos prolongamentos
Formam estrutura de suporte 
entre capilares e neurônios do 
SNC; contribuem com a barreira 
hematoencefálica
Oligodendrócitos
Assemelham-se aos astrócitos, 
mas com prolongamentos 
menores e em menor número
Formam a mielina no sistema 
nervoso central; orientam o 
desenvolvimento dos neurônios no 
sistema nervoso central
Micróglias Células minúsculas com poucos e pequenos prolongamentos
Fagocitam agentes patogênicos e 
resíduos celulares no interior do 
sistema nervoso central
Células 
ependimárias
Células colunares, algumas das 
quais têm superfícies ciliares
Revestem os ventrículos e o canal 
central do sistema nervoso central, 
onde o líquido cerebrospinal circula 
por movimentos ciliares
ANATOMIA APLICADA À ENFERMAGEM 14
SER_ENFERMA_ANAPEN_UNID1.indd 14 03/11/2021 10:45:16
Gliócitos 
ganglionares Células planas e pequenas
Dão sustentação nos gânglios do 
sistema nervoso periférico
Células de Schwann
Células planas dispostas em 
série em torno de axônios ou 
dendritos
Formam mielina no sistema nervoso 
periférico
Fonte: VAN DE GRAAFF, 2003, p. 351. (Adaptado).
Neurônios
Embora os neurônios possam variar em forma e tamanho, seus três 
componentes principais mantêm-se presentes: o corpo celular, os dendri-
tos e o axônio. 
O corpo celular é a estrutura em que estão o núcleo celular e as outras 
organelas típicas. Os corpos celulares no interior do SNC geralmente são agru-
pados em regiões denominadas núcleos, enquanto os corpos celulares no sis-
tema nervoso periférico – SNP são frequentemente encontrados em agrupa-
mentos chamados gânglios.
O corpo celular tem ramificações citoplasmáticas diferenciadas em dois ti-
pos. O primeiro deles são os dendritos, que respondem a estímulos e condu-
zem impulsos para o corpo celular. A área preenchida por dendritos é nomeada 
de zona dendrítica de um neurônio. 
O segundo tipo de ramificação citoplasmática é o axônio, sendo este um 
prolongamento extenso e cilíndrico que conduz impulsos que saem do corpo 
celular. Os axônios podem variar desde alguns milímetros no interior do encé-
falo até mais de 1 metro entre a medula espinhal e as partes mais distantes dos 
membros. O termo fibra nervosa é comumente utilizado para designar um 
axônio longo. Ao longo do axônio, o citoplasma contém muitas mitocôndrias 
e microtúbulos. 
Alguns neurônios têm partes de seus axônios cobertas por uma substân-
cia lipoprotéica branca chamada mielina. Por intermédio de células gliais 
específicas, ocorre o processo denominado mielinização. A mielina forma 
uma bainha no entorno do axônio, dando suporte e ajudando na condução 
dos impulsos nervosos. 
Vale destacar, inclusive, que os neurônios podem ser mielínicos ou amielí-
nicos. Neurônios mielínicos são encontrados no SNC (principalmente na subs-
tância branca) e no SNP (principalmente nos nervos), com a mielina sendo a 
responsável pela cor esbranquiçada dessas estruturas.
ANATOMIA APLICADA À ENFERMAGEM 15
SER_ENFERMA_ANAPEN_UNID1.indd 15 03/11/2021 10:45:16
No SNP, a mielinização ocorre por 
intermédio das células de Schwann 
envolvendo um axônio. Cada célula 
de Schwann envolve cerca de 1 mm de 
axônio, deixando espaços sem mielina 
entre as células de Schwann vizinhas. 
As lacunas na bainha de mielina são 
denominadas nódulos de Ranvier, e 
a transmissão do impulso nervoso ao 
longo de um neurônio ocorre neles.
No SNC, as bainhas de mielina são 
formadas por oligodendrócitos. Cada 
oligodendrócito tem extensões ca-
pazes de formar bainhas de mielina 
em diversos axônios, diferentemente 
das células de Schwann, que somente 
atuam em um axônio.
Para a transmissão de um impulso nervoso acontecer, são imprescindíveis 
duas propriedades funcionais dos neurônios: irritabilidade e condutividade.
A irritabilidade é a habilidade de responder a estímulos e convertê-los em 
impulsos, enquanto a condutividade é a capacidade de transmitir um impulso. 
Para se realizar essa transmissão, é necessário que seja formado o potencial 
de ação: uma troca de íons sódio (Na+) e potássio (K+) ao longo da membrana 
de uma fibra nervosa, que resulta na criação de um estímulo capaz de ativar 
outras células.
Para uma fibra nervosa ser capaz de responder a um estímulo, ela deve 
estar, portanto, polarizada. Uma fibra nervosa polarizada tem maior quan-
tidade de íons sódio no exterior da membrana do axônio, produzindo uma 
diferença de carga elétrica conhecida como potencial de repouso. Quando 
um estímulo com força suficiente alcança a porção receptora do neurônio, a 
fibra nervosa se despolariza, iniciando um potencial de ação. Com o início da 
despolarização, inicia-se uma sucessão de trocas iônicas ao longo do axônio 
que culminam na condução do potencial de ação. Depois que a membrana 
do axônio alcança sua despolarização máxima, as concentrações originais 
ANATOMIA APLICADA À ENFERMAGEM 16
SER_ENFERMA_ANAPEN_UNID1.indd 16 03/11/2021 10:45:18
de íons sódio e potássio são restabelecidas por um processo chamado re-
polarização, que restabelece o potencial de repouso e torna a fibra nervosa 
apta a enviar novos impulsos.
Um potencial de ação é deslocado em somente um sentido e é caracteri-
zado como uma resposta do tipo “tudo ou nada”, ou seja, um impulso iniciado 
vai-se deslocar ao longo da fibra nervosa e seguirá sem perder a voltagem. 
Vários fatores determinam a velocidade de um potencial de ação, como o 
diâmetro da fibra nervosa, a presença ou não de mielina e a condição fisiológica 
geral do neurônio; por exemplo, neurônios mielínicos de diâmetros pequenos 
transmitem impulsos de cerca de 0,5 m/s, enquanto fibras nervosas mielínicas 
transmitem impulsos em velocidades superiores a 130 m/s.
Considerados em conjunto, os impulsos nervosos são chamados ondas ce-
rebrais. As ondas cerebrais geradas pelos neurônios próximos da superfície do 
encéfalo, principalmente pelos neurôniosno córtex cerebral, são detectadas 
por sensores chamados eletrodos, colocados na fronte e no escalpo. Um regis-
tro das ondas é chamado eletroencefalograma.
EXPLICANDO
O eletroencefalograma é uma técnica muito útil no estudo das funções 
cerebrais normais. A partir dele, podemos avaliar alterações que ocor-
rem durante o sono; diagnosticar diversos transtornos encefálicos, como 
epilepsia, tumores, locais de traumatismo e doenças degenerativas; e 
determinar a ocorrência de morte encefálica.
A sinapse é como chamamos um local especializado em que um neurô-
nio estabelece comunicação com outra célula. A maioria das sinapses entre 
neurônios é axodendrítica, proveniente do axônio pré-sináptico para o den-
drito pós-sináptico, enquanto outras são axossomáticas, provenientes do 
axônio pré-sináptico para o corpo celular pós-sináptico, ou ainda axoaxôni-
cas, provenientes de um axônio pré-sináptico para um axônio pós-sináptico. 
A sinapse entre um neurônio motor e uma fibra muscular é chamada junção 
neuromuscular, enquanto a sinapse entre um neurônio e uma célula glandu-
lar é a junção neuroglandular.
O terminal axônico (botões sinápticos) é a porção distal do neurônio pré-
-sináptico na extremidade do axônio e é caracterizado pela presença de nu-
merosas mitocôndrias e vesículas sinápticas. Quando um potencial de ação 
ANATOMIA APLICADA À ENFERMAGEM 17
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alcança o terminal axônico, algumas vesículas respondem liberando seus 
neurotransmissores na fenda sináptica, um espaço minúsculo separando 
as membranas pré-sinápticas e pós-sinápticas. Se ocorrer um determinado 
número de impulsos nervosos em um curto intervalo de tempo, quantida-
des sufi cientes de neurotransmissores devem acumular-se no interior da 
fenda sináptica para estimular a despolarização do neurônio pós-sináptico. 
Depois disso, os neurotransmissores são decompostos por enzimas presen-
tes na fenda sináptica. 
Os neurotransmissores são moléculas que transmitem os sinais pela sinap-
se, podendo excitar ou inibir os neurônios pós-sinápticos, fi bras musculares ou 
células glandulares que encontram-se em contato com os terminais axônicos. 
Entre as várias substâncias classifi cadas como neurotransmissores, a ace-
tilcolina – ACh é o mais comum. A ACh é liberada por vários neurônios do 
sistema nervoso periférico e alguns do sistema nervoso central e atua como 
um neurotransmissor excitatório na 
junção neuromuscular, sendo conhe-
cida também como neurotransmissor 
inibitório ao atuar em outras sinap-
ses; por exemplo, os neurônios paras-
simpáticos liberam ACh nas sinapses 
inibitórias para diminuir a frequência 
cardíaca. A enzima acetilcolinestera-
se decompõe a acetilcolina e prepara 
a sinapse para receber mais neuro-
transmissor com o próximo impulso.
Divisão do sistema nervoso
Uma característica marcante do sistema nervoso é a presença de várias cé-
lulas extremamente longas. Portanto, é difícil dividi-lo em órgãos distintos com 
suas populações celulares exclusivas próprias, assim como fazemos com os 
outros sistemas do corpo. Desse modo, o sistema nervoso manifesta apenas 
duas divisões anatômicas: o sistema nervoso central e o sistema nervoso 
periférico (Figura 1).
ANATOMIA APLICADA À ENFERMAGEM 18
SER_ENFERMA_ANAPEN_UNID1.indd 18 03/11/2021 10:45:19
Nervos parassimpáticos Nervos simpáticos
Cérebro
C1
C2
C3
C4
C5
C6
C7
C8
T1
T2
T3
T4
T5
T6
T7
T8
T9
T10
T11
T12
L1
L2
L3
L4
L5
S1
S2
S3
S4
S5
Co1
Contraem pupilas Dilatam as pupilas
Inibem a 
salivação
Relaxam as vias 
respiratórias
Aumentam o batimento 
cardíaco
Inibem a atividade 
do estômago
Inibem a atividade 
dos intestinos
Relaxam a bexiga
Promovem a 
secreção de 
adrenalina e 
noradrenalina
Estimulam a 
liberação de glicose
Inibem a vesícula biliar
Medula 
espinhal
Cadeia 
simpática
Estimulam a saliva
Contraem as vias 
respiratórias
Diminuem os batimentos 
cardíacos
Estimulam a atividade 
do estômago
Inibem a liberação 
de glicose
Estimulam a 
vesícula biliar
Estimulam a atividade 
dos intestinos
Promovem a ereção 
dos órgãos genitais
Promovem a ejaculação e 
contrações vaginais
Contraem a bexiga
SNC 
Sistema 
nervoso 
central
SNP 
Sistema 
nervoso 
periférico
Sistema nervoso humano
Figura 1. Representação esquemática do sistema nervoso. Fonte: Adobe Stock. Acesso em: 18/07/2021. 
O sistema nervoso central – SNC é estabelecido pelo encéfalo e pela me-
dula espinhal, estruturas que são cobertas e protegidas pelo crânio e pela co-
luna vertebral, respectivamente. O SNC realiza o controle e integração do sis-
tema nervoso, recebendo sinais sensitivos, interpretando-os e coordenando 
respostas motoras baseadas na condição atual, experiência prévia e refl exos.
O sistema nervoso periférico – SNP é estabelecido pelos nervos que se 
prolongam do cérebro e da medula espinhal, pelos gânglios e pelos receptores 
sensoriais. O SNP permite ao sistema nervoso central interligar-se ao restante 
do corpo. Os nervos periféricos têm função de vias de comunicação, conectan-
do organismo inteiro ao SNC. Os gânglios são estruturas que concentram os 
corpos celulares dos neurônios periféricos. Receptores sensoriais são estru-
turas que atuam monitorando alterações externas e internas, como os recep-
tores na pele que detectam sensações táteis.
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Sistema nervoso central
O encéfalo e a medula espinhal são as estruturas compreendidas no sis-
tema nervoso central. Historicamente, o SNC tem sido comparado ao quadro 
de distribuição central de um sistema de telefonia que interconecta e roteia um 
número gigantesco de chamadas. Hoje em dia, muitos pesquisadores o asse-
melham a um supercomputador.
Essas analogias podem ser sufi cientes para alguns trabalhos sobre a medula 
espinhal, mas nenhuma delas faz justiça à fantástica complexidade do encéfalo 
humano. Como base do comportamento, personalidade e intelecto exclusivos 
de cada pessoa, o funcionamento do encéfalo humano é um milagre, e com-
preender sua complexidade é um desafi o. Alguns termos direcionais exclusivos 
do SNC: as regiões mais altas situam-se na direção rostral (“na direção da face”) 
e as partes inferiores encontram-se na direção caudal (“na direção da cauda”).
No SNC, encontramos regiões distintas de substâncias cinzentas e brancas, 
que refl etem a organização de seus neurônios. A substância cinzenta consis-
te em um aglomerado de dendritos, corpos celulares de neurônios, neurônios 
curtos amielínicos e neuróglias, região em que ocorrem as sinapses. A substân-
cia branca consiste em agrupamentos de axônios mielínicos com as neuróglias 
associadas. Sua cor branca é proveniente das bainhas de mielina em volta dos 
muitos axônios.
O cérebro organiza-se em duas camadas: uma camada superfi cial, que 
abrange o córtex do cérebro e do cerebelo, formada de substância cinzenta; e 
abaixo do córtex cerebral, uma espessa camada de substância branca. 
Na medula espinhal, entretanto, a substância cinzenta está localizada no cen-
tro, enquanto a substância branca está mais externa. A relação entre os tama-
nhos e a forma das substâncias cinzentas e brancas é variável ao longo da medu-
la espinhal. A substância branca é encontrada em maior quantidade quanto mais 
próxima ela está do encéfalo, enquanto as maiores quantidades de substância 
cinzenta são encontradas nas intumescências cervical e lombossacral. 
Medula espinhal
A medula espinhal de um indivíduo adulto tem aproximadamente 100 mi-
lhões de neurônios e mede cerca de 45 cm de comprimento, com extensão 
do forame magno do crânio e encerramento na margem inferior da segunda 
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vértebra lombar (L2). Trinta e um pares de raízes nervosas espinhais saem da 
medula espinhal. O feixe de raízes mais inferior assemelha-se a uma cauda de 
cavalo (caudaequina).
A medula espinhal tem duas intumescências: a intumescência cervical e a 
intumescência lombar. Essas estruturas são trechos expandidos e alargados 
nas regiões de mesmo nome na coluna vertebral, pelos quais partem as inerva-
ções dos membros superiores e inferiores, respectivamente.
Vale destacar que o encéfalo e a medula espinhal apresentam uma signifi-
cativa independência funcional. A medula espinhal é mais que apenas uma via 
para transmissão de informação ao encéfalo ou a partir dele. Embora a maioria 
dos estímulos seja transmitida para o encéfalo, a medula espinhal também é 
capaz de integrar e processar informação, como acontece nos arcos reflexos.
Um arco reflexo implica uma resposta automática, inconsciente e proteto-
ra diante de uma situação em que visa a preservar a homeostasia do corpo. Os 
impulsos são conduzidos por uma via pequena do neurônio sensitivo para o 
neurônio motor, com dois ou três neurônios envolvidos. 
As cinco estruturas que compõem um arco reflexo são o receptor, o neurônio 
sensitivo, o neurônio central, o neurônio motor e o efetor. O receptor inclui o 
dendrito de um neurônio sensitivo e o lugar onde o impulso nervoso é iniciado, 
com o neurônio sensitivo conduzindo o impulso para o SNC. O neurônio central 
está localizado dentro do SNC e normalmente envolve um ou mais interneurô-
nios realizando o processamento da informação. O neurônio motor conduz o 
impulso nervoso para um órgão efetor (geralmente um músculo esquelético).
Os reflexos podem ser diferenciados a partir de seu desenvolvimento (refle-
xos inatos e adquiridos); da região em que ocorre o processamento das infor-
mações (reflexos espinhais ou cranianos); da natureza da resposta motora re-
sultante (reflexos somáticos e viscerais, ou autônomos); ou da complexidade do 
circuito neuronal envolvido (reflexos monossinápticos e reflexos polissinápticos).
No arco reflexo mais simples, um neurônio sensitivo faz sinapse diretamen-
te com um neurônio motor. O reflexo é denominado reflexo monossináptico. 
Os reflexos polissinápticos, por sua vez, apresentam um atraso maior entre 
o estímulo e a resposta que é proporcional ao número de sinapses envolvidas. 
Os reflexos polissinápticos podem produzir respostas muito mais complexas, 
pois os interneurônios podem controlar vários grupos musculares diferentes. 
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Muitas das respostas motoras são extremamente complicadas, resultantes de 
interações entre múltiplas associações de interneurônios.
Encéfalo
O encéfalo é, provavelmente, o mais fascinante órgão do corpo, sendo mui-
to mais complexo do que a medula espinhal. É capaz de responder a estímulos 
com grande versatilidade, resultado de seus aproximados 20 bilhões de neurô-
nios, cada um podendo receber informação por meio de milhares de sinapses 
simultaneamente. 
O encéfalo emerge como a parte superior do tubo neural a partir da quarta 
semana do desenvolvimento embrionário. Imediatamente, ele começa a ex-
pandir-se, e aparecem as constrições que se tornam três vesículas encefálicas 
primárias: o prosencéfalo, o mesencéfalo e o rombencéfalo. Com base nessas 
transformações, são originadas as principais estruturas do SNC (Quadro 2).
QUADRO 2. DERIVAÇÃO E FUNÇÃO DAS PRINCIPAIS ESTRUTURAS DO ENCÉFALO
Região durante o 
desenvolvimento
Região no 
adulto Estrutura Função
Prosencéfalo
Telencéfalo Cérebro
Controle das atividades sensitivas, 
sensoriais e motoras; raciocínio, 
memória, inteligência etc.; funções 
instintivas e límbicas
Diencéfalo
Tálamo
Centro retransmissor; todos os 
impulsos (exceto o olfato) que se 
dirigem ao cérebro fazem sinapse 
aqui; alguma interpretação 
sensorial; início de respostas 
autônomas para dor
Hipotálamo
Regula fome e sede, temperatura 
corporal, batimentos cardíacos etc.; 
controla a atividade secretora da 
glândula hipófise anterior; funções 
instintivas e límbicas
Hipófise Regula outras glândulas endócrinas
Mesencéfalo Mesencéfalo
Colículo 
superior
Reflexos visuais 
(coordenação olho–mão)
Colículo inferior Reflexos auditivos
Pedúnculos 
cerebrais
Coordenação dos reflexos; contêm 
muitas fibras motoras
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Rombencéfalo
Metencéfalo
Cerebelo Coordenação motora e do equilíbrio
Ponte Centro retransmissor; contém núcleos (núcleos pontinos)
Mielencéfalo Bulbo
Centro retransmissor; contém 
muitos núcleos; centros autônomos 
viscerais (por exemplo, o respiratório, 
a frequência cardíaca e a 
vasoconstrição)
Fonte: VAN DE GRAAFF, 2003, p. 362. (Adaptado).
O telencéfalo desenvolve duas intumescências laterais, que se transfor-
mam nos grandes hemisférios cerebrais, popularmente conhecidos como cé-
rebro. O diencéfalo está encoberto pelos hemisférios cerebrais do telencéfalo. 
Somente é possível visualizá-lo através de um corte sagital mediano separando 
os hemisférios cerebrais. O cerebelo está situado em posição dorsal à ponte e 
ao bulbo. O tronco encefálico é estruturado em mesencéfalo, ponte e bulbo, 
ligando-se aos hemisférios cerebrais a partir do mesencéfalo. O cérebro, o ce-
rebelo e o tronco encefálico compõem o encéfalo.
1. Tronco encefálico: é o segmento do encéfalo situado entre o diencéfalo 
e a medula espinhal. O tronco encefálico é organizado em três estruturas: me-
sencéfalo, ponte e bulbo (medula oblonga);
• Núcleos no mesencéfalo processam informação visual e auditiva e 
coordenam respostas somáticas motoras reflexas para os estímulos. 
Além disso, também contêm centros relacionados à manutenção da 
consciência;
• A ponte situa-se logo abaixo do mesencéfalo. Ela compreende núcleos 
envolvidos na coordenação motora somática e visceral. O nome “ponte” 
é devido à sua função de conectar o cerebelo ao tronco encefálico;
• A medula espinhal conecta-se ao tronco encefálico pelo bulbo. A 
parte superior do bulbo tem um teto fino e membranoso, enquanto 
a parte inferior assemelha-se à medula espinhal. O bulbo atua re-
transmitindo a informação sensitiva para o tálamo e centros do tron-
co encefálico. O bulbo também abrange importantes centros relacio-
nados ao controle da função autonômica, como pressão sanguínea, 
frequência cardíaca e digestão.
2. Cerebelo: é a segunda maior estrutura do encéfalo, correspondendo a 
aproximadamente 11% da massa do encéfalo. O cerebelo está posicionado dor-
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salmente em relação à ponte e ao bulbo. Ele coordena a regulação automática 
das atividades motoras e colabora com a manutenção da postura e do equilí-
brio, entre outras funções.
3. Telencéfalo (cérebro): o telencéfalo é a maior estrutura do encéfalo. Ele 
é organizado em dois grandes hemisférios cerebrais divididos pela fissura 
longitudinal. A seção superficial do cérebro, o córtex cerebral, é constituída 
por substância cinzenta. O córtex cerebral é convoluto por fissuras conhecidas 
como sulcos. Esses sulcos separam cristas intermediárias, denominadas giros. 
Cada hemisfério cerebral compreende cinco lobos por sulcos e fissuras pro-
fundas, e o nome dos lobos deriva dos ossos do crânio adjacentes a eles (Qua-
dro 3). O processamento consciente do pensamento, as funções intelectuais, o 
armazenamento e a recuperação da memória e os padrões motores complexos 
originam-se no cérebro.
QUADRO 3. FUNÇÕES DOS LOBOS CEREBRAIS
Lobo Funções
Frontal
Controle motor voluntário dos músculos esqueléticos; personalidade; 
processos intelectuais mais elevados (por exemplo, concentração, 
planejamento e tomar decisões); comunicação verbal
Parietal
Interpretação somatestésica (por exemplo, sensibilidade muscular e 
cutânea); compreensão da fala e formulação de palavras para expressar 
pensamentos e emoções; interpretação de texturas e formas
Temporal Interpretação de sensações auditivas; armazenamento (memória) de experiênciasauditivas e visuais 
Occipital
Integração dos movimentos de focalização dos olhos; correlação de imagens 
visuais com experiências visuais prévias e outros incentivos sensoriais; 
percepção consciente de visão
Insular Memória; integração com outras atividades cerebrais
Fonte: MARIEB; HOEHN, 2013, p. 366. (Adaptado).
CURIOSIDADE
Cada hemisfério cerebral opera diferentes funções. Na maioria da popu-
lação, o hemisfério esquerdo coordena habilidades analíticas e verbais, 
enquanto o hemisfério direito integra a inteligência espacial e artística. O 
corpo caloso realiza a comunicação entre os dois hemisférios.
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Alguns autores argumentam em defesa da existência de mais um lobo ce-
rebral, o lobo límbico, embora seja mais aceita a tese de que seja um sistema 
funcional, por agrupar diversas estruturas dispostas em formato de anel e po-
sicionadas na margem interna do cérebro e na base do diencéfalo. Entre as es-
truturas que compõem o sistema límbico, destacam-se a amígdala, o tálamo, 
o hipotálamo, o hipocampo e o corpo caloso. 
O sistema límbico é responsável pelo impacto emocional que comporta-
mentos, ações e situações geram sobre nós (nossos “sentimentos”); ele direcio-
na nossa resposta para essas emoções e atua na elaboração, armazenamento 
e recuperação das memórias. Popularmente denominado “encéfalo emocio-
nal”, participa de comportamentos complicados e inter-relacionados, como a 
memória, aprendizagem, atenção, personalidade e instintos sexuais.
O sistema límbico estabelece comunicação com diversas áreas do encé-
falo. Sua eferência é majoritariamente retransmitida pelo hipotálamo e pela 
formação reticular, que regulam as respostas viscerais. Com isso, indivíduos 
submetidos a estresse emocional podem ser acometidos por disfunções visce-
rais, como alteração da pressão arterial, náusea e azia. Também se destaca a 
comunicação extensiva do sistema límbico com o córtex pré-frontal, permitin-
do que os sentimentos (regulados pelo cérebro emocional) se relacionem com 
os pensamentos (regulados pelo cérebro racional).
A formação reticular é uma rede de núcleos interconectados do tronco 
encefálico, cujos núcleos dominantes localizam-se no interior do mesencé-
falo. Os neurônios da formação reticular projetam-se para o tálamo, cere-
belo e medula espinhal. Certos neurônios reticulares transmitem um fluxo 
contínuo de impulsos nervosos para o encéfalo, mantendo o córtex cerebral 
consciente, em estado de alerta. Essa estrutura da formação reticular, rela-
cionada à consciência e à vigília, é o sistema ativador reticular ascendente 
– SARA. Se o nível de atividade cortical começa a declinar, a pessoa torna-se 
gradualmente mais letárgica e, por fim, inconsciente. Indivíduos normais 
apresentam ciclos circadianos entre o estado de vigília (alerta) e o estado 
de sono (adormecido), mas existem graduações dos estados de consciência 
e de inconsciência.
4. Diencéfalo: trata-se da parte profunda do encéfalo ligada ao cérebro. O 
diencéfalo tem três subdivisões, e suas funções podem assim ser resumidas:
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• O epitálamo contém a hipófise, também conhecida como glândula pi-
neal, a principal estrutura endócrina do corpo;
• O tálamo é a sede de processamento e retransmissão de impulsos 
sensitivos;
• O hipotálamo conecta-se à hipófise e contém centros envolvidos em 
emoções, função do sistema nervoso autônomo e produção hormonal.
Proteção do sistema nervoso central
As meninges são estruturas membranosas formadas de tecido conjuntivo 
que revestem a medula espinhal e o encéfalo. Suas funções são envolver e 
guardar o SNC, proteger os vasos sanguíneos que alimentam o SNC e conter o 
líquido cerebrospinal. As três meninges do corpo humano são: 
• A dura-máter, a meninge mais externa e de maior resistência, que envolve 
a medula com um tubo membranar. Na região cranial, a dura-máter estende-se 
com a dura-máter craniana;
• A aracnoide-máter, disposta entre a dura-máter e a pia-máter, cujo nome 
deriva da distribuição de fibras colágenas e fibras elásticas, similar a uma teia 
de aranha;
• A pia-máter, a meninge mais interna e de menor resistência, que mantém 
contato direto com o tecido nervoso presente na superfície do SNC.
ASSISTA
Existem doenças que afligem as meninges. A mais pro-
eminente delas é a meningite. Entenda mais sobre essa 
doença no vídeo Meningites, da TV Saúde Brasil. 
Abaixo da aracnoide-máter, encontra-se o espaço subaracnóideo, preen-
chido com líquido cerebrospinal e que contém os principais vasos sanguíneos 
que abastecem o encéfalo. O líquido cerebrospinal é um líquido claro, seme-
lhante à linfa, que forma um coxim protetor ao redor e dentro do SNC, 
conferindo ao cérebro a capacidade de flutuar. Além disso, colabora 
na nutrição do encéfalo, remove resíduos produzidos pelos 
neurônios e transporta os sinais químicos (hormônios, 
por exemplo) entre as diferentes regiões do SNC. O lí-
quido cerebrospinal surge do sangue e volta para ele 
em uma taxa de 500 ml por dia, aproximadamente.
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O encéfalo tem um rico suprimento de capilares que abastecem seu tecido 
nervoso com nutrientes, oxigênio e todas as outras moléculas vitais. No entan-
to, algumas moléculas transportadas pelo sangue que conseguem atravessar 
outros capilares do corpo não conseguem atravessar os capilares cerebrais. 
As toxinas carregadas pelo sangue, como a ureia, e as toxinas bacterianas são 
algumas das substâncias impedidas de entrar no cérebro pela barreira hema-
toencefálica, que visa a proteger as células nervosas do SNC.
A barreira hematoencefálica é, basicamente, o resultado de característi-
cas especiais do epitélio que compõem as paredes dos capilares cerebrais. As 
células epiteliais dos capilares são reunidas em torno de seus perímetros intei-
ros por junções impermeáveis, fazendo com que os capilares sejam os menos 
permeáveis no corpo. Mesmo assim, a barreira hematoencefálica não é abso-
luta. Nutrientes e íons essenciais para os neurônios passam por ela, alguns por 
meio de mecanismos de transporte especiais nas membranas plasmáticas das 
células epiteliais dos capilares. Além disso, ela é inefi caz com as 
moléculas lipossolúveis, que conseguem se difundir com facili-
dade através das membranas celulares. A nicotina, o álcool e 
fármacos anestésicos também conseguem atravessar a barrei-
ra encefálica e alcançar os neurônios do cérebro.
Sistema nervoso central, periférico e autônomo: nervos
O encéfalo humano, com toda a sua sofi sticação, seria inútil sem suas co-
nexões sensitivas e motoras com o mundo exterior. A sanidade do ser huma-
no depende de um fl uxo contínuo de informações sensitivas provenientes do 
ambiente: quando voluntários vendados foram suspensos em um tanque de 
água quente (um tanque de privação dos sentidos), eles começaram a ter aluci-
nações: um deles viu elefantes roxos, outro ouviu um coral cantando e outros 
tiveram alucinações gustativas. A sensação de bem-estar também depende da 
capacidade para executar as instruções motoras enviadas pelo SNC. Muitas 
vítimas de lesão na medula espinhal se desesperam ao não serem capazes de 
se locomover ou de cuidar das próprias necessidades. 
O sistema nervoso periférico abrange as estruturas do sistema nervoso 
que são externas ao encéfalo e à medula espinhal. É importante notar que as 
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estruturas do SNP são determinadas pela sua organização funcional, isto é, 
diferentes tipos de impulsos nervosos (sensitivo somático, sensitivo visceral, 
motor somático e motor visceral) são transportados em neurônios diferentes. 
As estruturas do SNP são:
• Receptores sensitivos: terminações nervosas variadasque captam os es-
tímulos internos e externos e depois iniciam impulsos nervosos nos axônios 
sensitivos, conduzindo-os para o SNC. Os receptores dos sentidos especiais 
são células receptoras especializadas;
• Nervos e gânglios: Os nervos são feixes periféricos de axônios, enquanto 
os gânglios são agrupamentos de corpos celulares periféricos, como observa-
mos nos neurônios sensitivos. Consideramos nervos mistos os que têm axô-
nios motores e sensitivos. Alguns nervos cranianos contêm apenas axônios 
sensitivos e, assim, têm função somente sensitiva. Outros contêm apenas axô-
nios motores e, portanto, têm função somente motora;
• Terminações motoras: São as terminações axonais dos neurônios moto-
res que inervam as estruturas efetoras: órgãos, músculos e glândulas.
Os nervos do SNP são diferenciados em nervos cranianos (oriundos do 
encéfalo) ou nervos espinhais (oriundos da medula espinhal). 
Os nervos cranianos compreendem 12 pares de nervos que se interligam 
com o encéfalo, com 10 desses pares originando-se do tronco encefálico. Os 
nervos cranianos são caracterizados por nomes e números romanos em se-
quência crânio–caudal:
I. Olfatório;
II. Óptico;
III. Oculomotor.
IV. Troclear;
V. Trigêmeo;
VI. Abducente;
VII. Facial;
VIII. Vestibulococlear;
IX. Glossofaríngeo;
X. Vago;
XI. Acessório;
XII. Hipoglosso.
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Considerando os tipos de fibras, podemos classificar nervos cranianos em 
três grupos funcionais:
• Nervos principalmente sensitivos (I, II, VIII), que contêm fibras sensitivas 
associadas aos sentidos do olfato (I), visão (II) e audição e equilíbrio (VIII);
• Nervos principalmente motores (III, IV, VI, XI, XII), que contêm fibras moto-
ras somáticas que atuam nos músculos esqueléticos do olho, pescoço e língua;
• Nervos mistos, ou seja, motores e sensitivos (V, VII, IX, X), que distri-
buem inervação sensitiva para a face (através das fibras sensitivas somáticas 
gerais), a boca e vísceras (sensitivas viscerais gerais), bem como os receptores 
relacionados ao paladar (sensitivo visceral especial). Os nervos também atuam 
nos músculos do arco faríngeo (motores somáticos), como os músculos da 
mastigação (V) e os músculos da expressão facial (VII).
Os nervos espinhais compreendem 31 pares de nervos que se conectam à 
medula e são designados a partir da sua localização vertebral, sendo organi-
zados em oito pares de nervos cervicais (C1-C8); 12 pares de nervos torácicos 
(T1-T12); cinco pares de nervos lombares (L1-L5); cinco pares de nervos sacrais 
(S1-S5); e um par de nervos coccígeos (Co1).
O par C1 emerge entre o osso occipital do crânio e o atlas. Os seis pares 
de nervos cervicais seguintes emergem acima das vértebras correspondentes, 
enquanto o par C8 passa entre a sétima e a primeira vértebra torácica. Os pa-
res restantes de nervos espinhais emergem debaixo das vértebras das quais 
recebem o nome.
O SNP apresenta duas subdivisões: a divisão aferente (ou sensitiva) do 
SNP conduz informações sensitivas ao SNC, e a divisão eferente (ou motora) 
conduz estímulos motores para músculos e glândulas. A divisão aferente ini-
cia-se com receptores que monitoram características específicas do ambiente, 
enquanto a divisão eferente inicia-se no interior do SNC e termina em um efe-
tuador: uma célula muscular, glandular ou outra célula especializada. Ambas as 
divisões apresentam componentes somáticos e viscerais. 
A divisão aferente conduz informação dos receptores sensitivos somáticos, 
que monitoram os músculos esqueléticos, as articulações e a pele; e dos recep-
tores sensitivos viscerais, que monitoram outros tecidos, como musculatura 
lisa, músculo cardíaco e glândulas. Essa divisão também fornece informações 
vindas de órgãos sensitivos especiais, como o olho e a orelha. 
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Por sua vez, a divisão eferente inclui o sistema nervoso somático – SNS, 
que regula a contração dos músculos esqueléticos, e o sistema nervoso autô-
nomo – SNA, também designado como sistema motor visceral, que controla a 
musculatura lisa, o músculo cardíaco e a atividade glandular (Quadro 4).
QUADRO 4. TIPOS DE FIBRAS SENSORIAIS E MOTORAS DO SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
Componentes sensitivos
Sensitivos somáticos Sensitivos viscerais
GERAIS: tato, dor, pressão, propriocepção da 
pele, parede corporal e membros
GERAIS: alongamento, dor, temperatura, 
alterações químicas e irritação nas vísceras; 
náusea e fome
ESPECIAIS: audição, equilíbrio e visão ESPECIAIS: paladar e olfato
Componentes motores
Motores somáticos Motores viscerais
Inervação motora dos músculos esqueléticos Inervação motora do músculo liso, músculo cardíaco e glândulas
Fonte: MARIEB; HOEHN, 2013, p. 365. (Adaptado).
As funções do sistema nervoso somático podem ser voluntárias ou involun-
tárias. Contrações voluntárias dos músculos esqueléticos estão sob controle 
consciente, como quando controlamos os músculos do braço para levar um copo 
d’água em direção à boca. As contrações involuntárias são gerenciadas incons-
cientemente, como podemos observar quando retiramos a mão rapidamente de 
uma superfície quente, antes mesmo que possamos nos dar conta da dor.
As atividades do sistema nervoso autônomo costumam ocorrer sem que te-
nhamos consciência ou controle. Esse sistema pode ser organizado em simpá-
tico e parassimpático. A maioria dos órgãos apresenta inervação dupla, isto 
é, recebe impulsos dos neurônios simpáticos e parassimpáticos, embora cada 
divisão atue de maneira distinta nos órgãos viscerais. A ativação da divisão sim-
pática prepara o corpo para intensa atividade física em emergências (“luta ou 
fuga”). Os efeitos da estimulação dos nervos parassimpáticos são muitas vezes 
contrários aos efeitos da estimulação simpática, cujas atividades restabelecem 
o corpo durante períodos de repouso e de digestão alimentar (“repouso e di-
gestão”), como podemos observar no Quadro 5.
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QUADRO 5. FUNÇÕES DOS SISTEMAS SIMPÁTICO E PARASSIMPÁTICO EM ALGUNS ÓRGÃOS
Órgãos Simpático Parassimpático
Íris Dilatação da pupila (midríase) Constrição da pupila (miose)
Glândula lacrimal Vasoconstrição; pouco efeito sobre a secreção Secreção abundante
Glândulas salivares Vasoconstrição; secreção viscosa e pouco abundante
Vasodilatação; secreção 
fl uida e abundante
Glândulas sudoríparas Secreção copiosa (fi bras colinérgicas) Inervação ausente
Músculos eretores dos pelos Ereção dos pelos Inervação ausente
Coração
Aceleração do ritmo cardíaco 
(taquicardia); dilatação das 
coronárias
Diminuição do ritmo 
cardíaco (bradicardia); 
dilatação das coronárias
Brônquios Dilatação Constrição
Tubo digestório Diminuição do peristaltismo e fechamento dos esfíncteres
Aumento do peristaltismo e 
abertura dos esfíncteres
Bexiga Pouca ou nenhuma ação Contração da parede
Genitais masculinos Vasoconstrição; ejaculação Vasodilatação; ereção
Glândula suprarrenal Secreção de adrenalina (através de fi bras pré-ganglionares) Nenhuma ação
Glândula pineal Veicula a ação inibidora da luz ambiente Ação desconhecida
Vasos sanguíneos do tronco e 
das extremidades Vasoconstrição
Nenhuma ação; inervação 
possivelmente ausente
Fonte: DANGELO; FATTINI, 2007, p. 114. (Adaptado).
Sistema sensorial
Para que o sistema nervoso exerça suas atribuições de integração e coorde-
nação, é preciso que ele tenha acesso às informações vindas dos meios interno 
e externo. Essas informações ou estímulos são captados por órgãos especí-
fi cos, chamados órgãos dos sentidos, que, em conjunto, compõem o siste-
ma sensorial. Assim, os órgãos sensoriais são receptores especializados do 
sistema nervoso que respondem às mudanças dos meios interno e externo e 
encaminham impulsos nervosos ao encéfalo.
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Geralmente, é dito que temos cinco sentidos: tato, paladar, olfato, audição 
e visão. Na verdade, existem dois grupos de sentidos: os sentidos gerais, um 
extenso grupo que reúne diversos receptores de tato; e os sentidos especiais, 
que agrupam os outros quatro sentidos citados. Temos ainda um quinto sen-
tido especial, o equilíbrio, com receptores situados na orelha. A distribuição 
dos receptores nos dois grupos difere: os sentidos gerais estão difusos ao lon-
go do corpo, e os receptores dos sentidos especiais estão situados na cabeça. 
Quando os impulsos vindos desses receptores sensoriais alcançam o sis-
tema nervoso central, o encéfalo interpreta essas informações, elaborando as 
chamadas percepções. Embora limitadas pelas funções sensoriais, é por meio 
das nossas percepções que conseguimos interagir com o meio ambiente de 
maneira eficiente. Ouvir e ver sinais externos de advertência e ter sensações 
como fome, sede e dor são exemplos de como a percepção é essencial para a 
nossa sobrevivência.
Sentidos gerais
Os sentidos gerais abrangem as percepções de temperatura, dor, tato, pres-
são, vibração e propriocepção (posição do corpo). Receptores sensitivos gerais 
estão organizados por todo o corpo. As sensações chegam ao córtex sensitivo 
primário ou córtex sensitivo somático.
Uma classificação esquemática simples dos receptores de sentidos ge-
rais organiza-os em exteroceptores, proprioceptores e interoceptores. Os 
estímulos ambientais e exteroceptivos são estabelecidos por agentes físicos 
ou químicos do meio externo ao indivíduo, como luz, calor, frio, substâncias 
químicas sólidas, líquidas e gasosas. Quando os estímulos são oriundos de 
órgãos viscerais e paredes das cavidades, são nomeados interoceptivos. Se 
oriundos dos músculos esqueléticos, articulações e tendões, são classifica-
dos como proprioceptivos. 
A sensibilidade a esses estímulos pode ser superficial ou profunda. A 
superficial agrupa o tato, a dor, a temperatura e a habilidade de discriminação 
entre dois pontos, enquanto a profunda refere-se à propriocepção (percep-
ção de posição dos músculos e articulações), a dor muscular profunda e a 
sensibilidade à vibração. Um sistema de classificação mais detalhado divide 
os receptores sensitivos gerais em quatro categorias, com base na natureza 
do estímulo excitatório:
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1. Os nociceptores respondem a uma diversidade de estímulos, geral-
mente associados a lesão tecidual. A excitação dos receptores causa a sen-
sação de dor;
2. Os termorreceptores respondem a mudanças na temperatura;
3. Os mecanorreceptores são estimulados ou inibidos por deformação, 
contato ou pressão nas membranas plasmáticas;
4. Os quimiorreceptores controlam a composição química dos líquidos do 
corpo e respondem à presença de moléculas específicas.
Os receptores táteis variam, em complexidade estrutural, de uma simples 
terminação nervosa livre a complexos sensoriais especializados, com células 
acessórias e estruturas de sustentação. Receptores de pressão e tato epicrítico 
(tato refinado) fornecem informação acerca da origem do estímulo, incluindo 
sua localização exata, forma, tamanho, textura e movimento. Esses receptores 
são extremamente sensíveis e têm campos receptores relativamente limita-
dos. Receptores de pressão e tato protopático (tato grosseiro) fornecem locali-
zação imprecisa e pouca informação suplementar a respeito do estímulo.
Sentidos especiais
Os sentidos especiais são o olfato (olfação), a gustação (paladar), a audição, 
o equilíbrio e a visão. As sensações são fornecidas por células receptoras es-
pecializadas estruturalmente mais complexas do que aquelas das sensações 
gerais. Os receptores estão localizados em órgãos sensoriais complexos, como 
o olho ou a orelha. A informação é enviada a centros em todo o encéfalo.
I. Paladar e olfato: os receptores do paladar (gustação) e do olfato (olfação) 
são classificados como quimiorreceptores, porque respondem a substâncias 
químicas alimentares dissolvidas na saliva e a substâncias químicas transpor-
tadas pelo ar que se dissolvem nos fluidos das membranas nasais, respectiva-
mente. O órgão olfatório está situado na porção superior da parede 
lateral e do septo nasal das fossas nasais, uma área denominada 
região olfatória. Nela, encontram-se as células olfató-
rias, neurônios cujos prolongamentos relacionam a 
superfície do epitélio (vesículas olfatórias) ao bulbo 
olfatório do nervo olfatório, com a retransmissão 
subsequente de impulsos para os centros olfatórios 
no cérebro.
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O órgão gustatório é o órgão das sensações gustativas, constituídas pelos 
calículos gustatórios, que concentram-se principalmente nas papilas da língua, 
embora também possam ser encontrados na superfície posterior do epiglote 
e na superfície oral do palato mole. As células providas de calículos gustatórios 
recebem estímulos de substâncias químicas, sendo capazes de perceber sen-
sações de doce, salgado, amargo, azedo e umami. O gosto (a informação do 
paladar) chega ao tronco encefálico e ao córtex cerebral através da via gustató-
ria. No entanto, sabe-se que os impulsos gustatórios dos dois terços anteriores 
da língua são transportados para o cérebro por intermédio das fibras do nervo 
facial; e os do terço posterior da língua, pelo nervo glossofaríngeo. Já os que 
têm origem na epiglote são transportados para o cérebro pelo nervo vago.
CURIOSIDADE
O umami, que significa “delícia” em japonês, foi reconhecido na década 
de 1980 como um quinto gosto distinto. Ele é despertado por uma substân-
cia chamada glutamato, naturalmente encontrada em carnes, tomates e 
queijos envelhecidos.
II. Visão: é o sentido dominante nos seres humanos: aproximadamente 
70% dos receptores sensitivos no corpo localizam-se nos olhos e 40% do córtex 
cerebral está relacionado ao processamento da informação visual. As células 
receptoras visuais (fotorreceptoras) percebem e codificam os padrões lumino-
sos que o olho capta. Subsequentemente, o cérebro confere um significado a 
esses sinais, formando imagens visuais do mundo.
O órgão visual é o bulbo do olho (ou simplesmente olho), uma estrutura es-
férica com diâmetro em torno de 2,5 cm. Apenas 1/6 (um sexto) anterior da sua 
superfície é visível; o restante encontra-se na órbita óssea cuneiforme, onde é 
circundado por um amortecedor protetor de gordura. Atrás do olho, a metade 
posterior da órbita compreende o nervo óptico, as artérias e veias para o olho 
e os músculos extrínsecos do bulbo do olho.
III. Audição e equilíbrio: a orelha é organizada em três estruturas anatô-
micas: a orelha externa, a média e a interna. A externa é a parte observável da 
orelha, que capta e direciona para a membrana timpânica as ondas sonoras. A 
média é a câmara que amplifica as ondas sonoras e as transmite para a orelha 
interna. A interna compreende os órgãos sensitivos do equilíbrio (complexo 
vestibular) e da audição (cóclea).
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Sistema nervoso central, periférico e autônomo: consi-
derações da prática clínica de enfermagem
Os neurônios necessitam de uma vasta quantidade de energia, e essa de-
manda é fornecida por um suprimento vascular. Assim, o encéfalo é extrema-
mente sensível a mudanças em seu suprimento sanguíneo. Uma interrupção 
da circulação por segundos produzirá inconsciência e, após quatro minutos, 
pode ocorrer alguma lesão neural permanente.
As crises são raras porque as artérias levam sangue ao encéfalo, assim como 
as veias o drenam de maneira efi ciente. O sangue arterial chega ao encéfalo 
por meio das artérias carótidas internas, que suprem as áreas da metade 
anterior do cérebro; e artérias vertebrais, que suprem o restante doencéfalo. 
O padrão circulatório, porém, pode mudar facilmente porque as artérias caró-
tidas internas e a artéria basilar convergem em uma anastomose em forma de 
anel – o círculo arterial do cérebro ou polígono de Willis. Com a organização, 
o encéfalo pode receber sangue de qualquer uma ou de ambas as fontes arte-
riais, reduzindo as chances de uma interrupção da circulação. O sangue venoso 
do encéfalo é drenado do crânio para as veias jugulares internas, que recebem 
os seios da dura-máter.
Doenças vasculares (aneurisma e acidente vascular 
encefálico)
Doenças vasculares cerebrais são distúrbios circulatórios que comprome-
tem o suprimento normal de sangue para o encéfalo. Um aneurisma é um 
alargamento ou formação de bolsa em uma artéria (ou veia) que coloca o vaso 
em risco de rompimento. O aneurisma pode resultar de uma fraqueza congê-
nita de uma parede arterial, ou, na maioria das vezes, de um enfraquecimento 
gradual das túnicas (paredes) do vaso, em geral causado por hipertensão ou 
aterosclerose. Aneurismas surgem normalmente nas bifurcações de uma ar-
téria, e os locais mais frequentes para seu aparecimento no organismo são a 
parte abdominal da aorta e as artérias do encéfalo e rins.
Os aneurismas cerebrais têm maior prevalência nas artérias médias na 
base do encéfalo e nos vasos do círculo arterial cerebral, também podendo 
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ocorrer na ramificação da artéria basilar das artérias cerebrais posteriores. Vá-
rios aneurismas são assintomáticos, mas aneurismas de maior calibre ou em 
crescimento são capazes de causar sintomas devido à compressão das estru-
turas adjacentes.
Com o decorrer do tempo, ocorre a expansão do segmento enfraquecido da 
parede do aneurisma, facilitando um futuro rompimento e, consequentemente, 
a entrada de sangue no espaço subaracnóideo. Antes do rompimento, alguns 
aneurismas causam cefaleia sentinela (aviso) em consequência do crescimento 
do aneurisma ou do extravasamento sanguíneo para o espaço subaracnóideo. O 
rompimento causa cefaleia repentina e muito intensa, conhecida como cefaleia 
“em trovoada”, e rigidez de nuca, como também pode provocar náuseas, vômi-
tos, torcicolo, fotossensibilidade, convulsões e perda de consciência.
Para o diagnóstico dos aneurismas ser realizado, é necessária uma angio-
grafia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética. Aneurismas de 
menor calibre e assintomáticos localizados na circulação anterior raramente se 
rompem, sendo monitorados para acompanhar sua evolução. Para aneurismas 
de maior calibre, localizados na circulação posterior, ou que geram sintomas 
ocasionados pelo sangramento ou compressão do tecido nervoso, é necessá-
rio recorrer a terapia endovascular ou cirurgia.
Chamamos acidente vascular encefálico – AVE, acidente vascular cere-
bral ou derrame cerebral quando o suprimento sanguíneo de determinada 
área do encéfalo é interrompido por rompimentos nos vasos cranianos (AVE 
hemorrágico) ou por um coágulo sanguíneo que obstrui esses vasos (AVE is-
quêmico). A privação de sangue para um tecido chama-se isquemia, e os 
neurônios atingidos começam a morrer em pouquíssimos minutos.
Os déficits neurológicos decorrentes dependem da distribuição particular 
dos vasos afetados, que define os sintomas, enquanto o grau de depleção de 
nutrientes ou oxigênio define a severidade. Alguns pacientes recuperam par-
cialmente suas capacidades perdidas, especialmente com tratamento de rea-
bilitação, pois, dos neurônios intactos, brotam novos ramos que se espalham 
pela área cerebral danificada e assumem as funções perdidas. Esse é um exem-
plo de plasticidade neural, processo regenerativo pelo qual o SNC lesionado 
se reestrutura. No entanto, como a reorganização neuronal é limitada, a recu-
peração nunca é completa se a área danificada for grande.
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Similar a um AVE, um ataque isquêmico transitório 
– AIT é um episódio de distúrbio cerebral temporário 
provocado pela perturbação do fl uxo sanguíneo 
para o encéfalo. Os sintomas incluem tontura, fra-
queza, cefaleia, alterações na fala e na visão e dor-
mência ou paralisia parcial. Também podem ocorrer 
náuseas ou vômito. O início dos sintomas é repentino e 
atinge a intensidade máxima quase que imediatamente, sem causar 
sequelas neurológicas. As causas dos AIT incluem coágulos sanguí-
neos, aterosclerose e determinados distúrbios sanguíneos.
Entre os fatores de risco implicados nos AVE, estão hipertensão arterial, 
colesterol sanguíneo elevado, cardiopatia, estreitamento das artérias caró-
tidas, diabetes, tabagismo, obesidade e etilismo inveterado. As estratégias 
para tratar os AVEs incluem: administração precoce de um diluidor de coá-
gulos para os AVEs provocados por coágulos, detecção precoce dos AVEs em 
andamento utilizando técnicas de neuroimagem e administração de medica-
mentos neuroprotetores para impedir que os neurônios danifi cados morram.
Um medicamento que dissolve o coágulo, chamado ativador plasmino-
gênio tecidual – t-PA, está sendo usado em casos de AVE isquêmico para 
desobstruir vasos sanguíneos no encéfalo. Entretanto, não deve ser adminis-
trado a indivíduos com AVE hemorrágico, uma vez que pode provocar lesão 
futura ou mesmo morte nesses casos. A distinção entre os tipos de AVE é feita 
com tomografi a computadorizada. 
Estudos recentes mostram que a crioterapia pode ser bem-sucedida na li-
mitação do dano residual decorrente de um AVE. Estados de hipotermia, como 
visto em vítimas de afogamento em água gelada, parecem provocar uma res-
posta de sobrevivência em que o corpo demanda menos oxigênio. A aplicação 
desse princípio demonstra-se promissora no tratamento de vítimas de AVE.
Traumas (traumatismo cranioencefálico e traumatismo 
raquimedular)
Embora o encéfalo e a medula espinhal pareçam estar bem protegidos den-
tro de uma caixa óssea, são órgãos sensíveis, altamente suscetíveis a lesões.
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O trauma cranioencefálico, tam-
bém denominado lesão encefálica 
traumática, é uma lesão física ao 
tecido nervoso no cérebro, incapaci-
tando a atividade cerebral de modo 
temporário ou permanente. O com-
prometimento estrutural decorrente 
de lesões cerebrais pode ser de maior 
ou menor escala, dependendo do me-
canismo e das forças envolvidas. As 
manifestações clínicas têm bastante 
variabilidade, considerando gravidade 
e consequências, com indivíduos com 
lesões de menor gravidade podendo 
não apresentar deficiência estrutural grave.
As lesões são categorizadas como abertas ou fechadas. As lesões crania-
nas abertas envolvem penetração do couro cabeludo e crânio (e, em geral, de 
meninges e tecido cerebral subjacente). As lesões cranianas fechadas podem 
ocorrer de impactos fortes na cabeça por meio de um objeto rígido ou de sacu-
didas violentas, ocasionando aceleração e desaceleração cerebrais bruscas. A 
aceleração ou desaceleração pode lesionar o tecido nervoso no local de impac-
to (golpe), no ponto oposto (contragolpe) ou de modo difuso. Os lobos frontal e 
temporal são os mais vulneráveis a lesões fechadas.
Os vários graus de lesão encefálica são descritos em termos próprios. 
Concussão é uma lesão mais comum, caracterizada por perda temporária de 
consciência (de segundos a horas), alteração visual e do equilíbrio. Os sinais de 
concussão são cefaleia, tontura, náuseas e/ou vômito, falta de concentração, 
confusão ou amnésia pós-traumática.
Contusão é, por sua vez, o extravasamento de sangue (equimose) de vasos 
microscópicos no encéfalo decorrente de traumatismo, ocorrendo com mais 
frequência no lobo frontal. Uma contusão geralmente resulta em perda ime-
diata de consciência (que dura até cinco minutos), perda dos reflexos, breve 
interrupção da respiraçãoe diminuição da pressão arterial. Os sinais vitais tipi-
camente se estabilizam em alguns segundos. 
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Laceração é um rompimento do encéfalo, que resulta no rompimento de 
vasos sanguíneos grandes, com sangramento no encéfalo e no espaço subarac-
nóideo. As consequências incluem hematoma cerebral, edema e aumento da 
pressão intracraniana. 
Hematoma cerebral é o acúmulo (coleção) de sangue dentro ou em volta do 
encéfalo, podendo ocorrer em lesões abertas ou fechadas. Os hematomas cere-
brais podem ser epidurais (entre crânio e dura-máter), subdurais (entre dura-má-
ter e aracnoide-máter) ou intracerebrais (dentro do próprio cérebro). A hemorra-
gia subaracnóidea é um extravasamento de sangue, geralmente arterial, para o 
espaço subaracnóideo, comumente visto no traumatismo cranioencefálico. 
Pode ocorrer edema ou hiperemia (aumento do fluxo sanguíneo em conse-
quência do aumento da quantidade de vasos sanguíneos) em conjunto com o 
hematoma (geralmente coagulado) comprimindo o tecido cerebral, resultan-
do em aumento da pressão intracraniana, que comprime ainda mais o tecido 
nervoso, provocando mais lesões. O inchaço (tumefação) comprime o espaço 
ocupado pelo encéfalo na cavidade craniana e provoca cefaleias intensas. A 
tumefação pode causar necrose do tecido encefálico ou ainda a formação de 
uma hérnia do encéfalo através do forame magno, resultando em morte.
Vale destacar que, imediatamente após um golpe na cabeça, a vítima pode es-
tar lúcida e agir normalmente. Entretanto, conforme o sangue se acumula em volta 
do tecido cerebral, podem ser desenvolvidos sinais neurológicos como problemas 
de equilíbrio, problemas de coordenação e déficits sensitivos. A maior pressão in-
tracraniana resultante pode afetar as funções do tronco encefálico que controlam 
a respiração, a frequência cardíaca e a pressão arterial, potencialmente causando 
a morte. Desse modo, indivíduos com qualquer tipo de lesão na cabeça precisam 
ser monitorados quanto ao desenvolvimento de sinais neurológicos: reflexos pu-
pilares anormais, desequilíbrio, discurso incoerente e comportamento anormal.
Consideramos o coma um estado de inconsciência caracterizado pelo in-
divíduo afetado não poder ser despertado, mesmo por meio de estímulos ex-
ternos intensos. Lesões encefálicas graves podem ocasionar um paciente em 
coma por um curto ou longo período de tempo. Lesões graves no SARA re-
sultam em coma irreversível. As causas mais comuns de coma são lesões na 
cabeça, desequilíbrios químicos associados a determinadas doenças (diabetes, 
por exemplo) ou ingestão de venenos ou drogas.
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É fundamental evitar o traumatismo craniano. A utilização de capacete for-
nece proteção para o encéfalo em atividades como skatismo e motociclismo 
e em esportes de contato físico, como hóquei e futebol americano. Cintos de 
segurança também proporcionam proteção equivalente em acidentes automo-
bilísticos. Em caso de concussão, recomenda-se a restrição das atividades.
O traumatismo raquimedular é o nome dado às lesões na coluna verte-
bral (e/ou medula espinhal) em qualquer dos seus segmentos, ocasionadas 
por fatores externos. A flexibilidade da coluna vertebral é essencial para os 
movimentos do corpo, mas torna a medula e os nervos espinhais vulneráveis 
aos traumas. Uma lesão da coluna vertebral (como fraturas, luxações ou com-
pressões de vértebras) geralmente aflige o tecido nervoso da medula espinhal 
também. Quedas e golpes graves na porção posterior do corpo são as causas 
mais comuns de traumas na medula espinhal, bem como perfurações por arma 
branca, ferimentos por tiros, traumas de parto e hérnias de disco. As conse-
quências das lesões dependem da severidade da região atingida e do trata-
mento médico que o paciente recebe. 
Traumatismos violentos, como os relacionados a pancadas, podem causar 
concussão medular mesmo sem lesão aparente na medula espinhal. A concus-
são medular produz um período de paralisia sensitiva e motora denominada 
choque medular. Os sintomas são temporários, com destaque para flacidez 
dos músculos esqueléticos; ausência das funções reflexas somáticas e visce-
rais; e perda de sensibilidade ao tato, calor, frio e dor. Em questão de horas, a 
recuperação pode estar completa. 
A lesão por rebote, também conhecida como lesão em chicote ou efeito chi-
cote, é uma súbita extensão e flexão exageradas das vértebras cervicais, como 
é passível de ocorrer durante uma colisão traseira de automóvel. A recuperação 
dos músculos e ligamentos distendidos em uma lesão do chicote é normalmente 
completa, apesar de lenta. Lesão em chicote grave (compressão da medula espi-
nhal) pode ocasionar paralisia permanente abaixo do local da lesão.
Na contusão medular, ocorrem hemorragias nas meninges e no interior 
da medula espinhal, há um aumento da pressão do líquido cerebrospinal, e a 
substância branca da medula espinhal pode degenerar-se no local da lesão. 
A recuperação gradual, após um período de semanas, pode deixar algumas 
sequelas funcionais.
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A recuperação de uma laceração espinhal por fragmentos vertebrais ou 
por outros corpos estranhos será geralmente mais lenta e menos completa. 
A compressão espinhal ocorre quando a medula espinhal é comprimida ou 
deformada no interior do canal vertebral.
A transecção da medula espinhal causa perda permanente de sensibi-
lidade abaixo do nível da lesão, pois os impulsos nervosos ascendentes não 
se propagam além da transecção para alcançar o encéfalo, e dos movimentos 
voluntários abaixo da transecção, porque os impulsos nervosos descenden-
tes do encéfalo não conseguem seguir adiante. Embora qualquer segmento da 
medula espinhal possa ser comprometido, os locais mais comuns de lesão são 
as regiões cervical, torácica inferior e lombar superior. Quanto mais perto da 
cabeça for a lesão, mais áreas do organismo podem ser afetadas. A transecção 
entre os níveis a seguir ocasionará os efeitos indicados:
• C1–C3: nenhuma função é mantida abaixo do nível da cabeça. É necessária 
ventilação para manter a respiração;
• C4–C5: tetraplegia (paralisia dos membros superiores e inferiores, tam-
bém chamada quadriplegia). A respiração é mantida;
• C6–C8: paralisia dos membros inferiores associada a grau variável de pa-
ralisia dos membros superiores;
• T1–T9: paraplegia (paralisia dos membros inferiores). A capacidade de con-
trole do tronco varia conforme a altura da lesão;
• T10–L1: preservação de maior parte da função muscular da coxa, o que 
permite que caminhar com órteses (talas) longas da perna;
• L2–L3: preservação da maior parte da função muscular da perna, o que 
permite que caminhar com órteses curtas da perna.
As lesões medulares muitas vezes envolvem alguma combinação de compressão, 
laceração, contusão e transecção parcial. Em muitos casos, o paciente pode apresen-
tar melhor desfecho se um corticosteroide anti-inflamatório chamado metilpredni-
solona for administrado até oito horas após a lesão. Isso ocorre porque o déficit neu-
rológico é maior imediatamente após a lesão traumática devido ao edema (coleção 
de líquido nos tecidos) formado conforme o sistema imune responde à lesão. 
O alívio da pressão e a estabilização da área afetada por meio de procedi-
mentos cirúrgicos podem evitar outras lesões leves e permitir que a medula 
espinhal afetada se recupere tanto quanto possível.
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Lesões nos nervos cranianos e espinhais
Os nervos cranianos parecem estar sob muita proteção. Entretanto, o en-
céfalo, imerso em líquido cerebrospinal, praticamente fl utua dentro do crânio. 
Qualquer força externa que atinja a caixa craniana

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