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Doensv 
 
Anatomia das mamas 
Localização 
As mamas situam-se na parede torácica anterior, na altura do 
2o e 6o arcos costais. (PORTO, 2019) 
Seus limites anatômicos são: superiormente, a segunda 
costela, o sulco inframamário inferiormente, a borda esternal 
medialmente e a linha axilar anterior lateralmente, estendendo-
se até o andar inferior da axila, onde se situa o prolongamento 
axilar da mama ou cauda de Spence. (PORTO, 2019) 
Composição 
A mama assemelha-se a uma glândula sudorípara especializada. 
O sistema ductal tem origem ectodérmica e o estroma 
(conjuntivo e adiposo), origem mesodérmica. (PORTO, 2019) 
As mamas são constituídas de pele, tecido adiposo e 
glandular. Frequentemente são assimétricas. (PORTO, 2019) 
Estruturalmente, a mama consiste em gordura, tecido 
conjuntivo fibroso e tecidos glandulares. O tecido conjuntivo 
fibroso superficial está ligado à pele e esse é um fato 
importante para o exame visual dos movimentos da pele 
sobre a mama durante o autoexame. (NORRIS, 2021) 
Na pele identificam-se a aréola e a papila. A aréola tem de 10 
a 15 diminutos nódulos subcutâneos, denominados tubérculos 
de Morgagni, que correspondem às glândulas sebáceas. 
Esses nódulos tornam-se salientes durante a gravidez e o 
aleitamento, sendo designados, então, de tubérculos 
de Montgomery. Nas papilas, abrem-se de 15 a 20 ductos 
lactíferos (PORTO, 2019) 
As mamas são estruturas tuberoacinosas que apresentam de 
15 a 20 lobos distribuídos radialmente e separados entre si por 
tecido conjuntivo denso. De cada lobo emerge um ducto 
lactífero que se abre no ápice da papila. (PORTO, 2019) 
Sob a aréola, o ducto lactífero apresenta uma dilatação 
saciforme denominada de seio lactífero. (PORTO, 2019) 
 Os ductos lactíferos subdividem-se dicotomicamente, a partir 
da papila, com progressiva diminuição do calibre canalicular 
(dúctulos), até terminarem em formações acinares (os ácinos 
mamários). O conjunto de ácinos, células secretoras de leite, 
denomina-se lóbulos. O conjunto de lóbulos chama-se lobo. 
(PORTO, 2019) 
As glândulas mamárias fixam-se à pele sobrejacente e à fáscia 
do peitoral subjacente por meio de septos fibrosos, 
denominados ligamentos de Cooper. (PORTO, 2019) 
 
 
 
Esses ligamentos também conferem suporte às mamas e 
formam septos, que as dividem em 4 a 20 lobos. Cada lobo 
consiste em grupos de tecidos em forma de cachos – alvéolos 
ou glândulas – interconectados por ductos. Os alvéolos estão 
revestidos por células secretórias capazes de produzir leite ou 
líquidos em condições hormonais apropriadas (NORRIS, 2021) 
O trajeto de saída do leite e de outras secreções é dos 
alvéolos aos ductos, depois ao ducto intralobar, em seguida ao 
ducto e reservatório lactíferos e, finalmente, ao mamilo. 
(NORRIS, 2021) 
 
Rede linfática 
Os linfáticos da mama drenam para os linfonodos mamários 
internos (3%) e axilares (97%). Os linfonodos axilares podem 
ser divididos em níveis, segundo a classificação de Berg (1955): 
nível 1, os linfonodos encontram-se lateralmente à borda do 
músculo peitoral menor; nível 2, atrás do músculo peitoral 
menor; nível 3, medialmente à borda do músculo peitoral 
menor. (PORTO, 2019) 
Os linfonodos interpeitorais também são conhecidos como 
linfonodos de Rotter. (PORTO, 2019) 
Suprimento sanguíneo 
O suprimento sanguíneo da mama é proveniente das artérias 
subclávia (torácica interna ou mamária interna), axilar (torácica 
lateral ou mamária externa) e intercostais. (PORTO, 2019) 
 
 
Divisão 
Para fins clínicos, as mamas são divididas em quadrantes, por 
meio de duas linhas que se cruzam no nível da papila, uma na 
direção horizontal e outra na vertical. Essas linhas dividem as 
mamas nos quadrantes superiores e inferiores e nos laterais 
e mediais A aréola é usada como ponto de referência, o que 
possibilita uma localização mais precisa (distância em 
centímetros do “achado semiológico” em relação à aréola). 
(PORTO, 2019) 
 
Histologia das mamas 
Cada glândula mamária consiste em 15 a 25 lóbulos de 
glândulas tubuloalveolares compostas, cuja função é secretar 
leite para nutrir os recém-nascidos. (JUNQUEIRA, CARNEIRO, 
2017) 
Cada lóbulo, separado dos vizinhos por tecido conjuntivo 
denso e muito tecido adiposo, é, na realidade, uma glândula 
individualizada com seu próprio ducto excretor, chamado de 
ducto galactóforo (JUNQUEIRA, CARNEIRO, 2017) 
A estrutura histológica das glândulas mamárias varia de acordo 
com o sexo, a idade e o estado fisiológico. (JUNQUEIRA, 
CARNEIRO, 2017) 
Antes da puberdade, as glândulas mamárias são compostas 
de porções dilatadas, os seios galactóforos, e várias 
ramificações desses seios, os ductos galactóforos (JUNQUEIRA, 
CARNEIRO, 2017) 
O aumento das mamas durante a puberdade resulta do 
acúmulo de tecido adiposo e conjuntivo, além de certo 
crescimento e ramificação dos ductos galactóforos. A 
proliferação desses ductos e o acúmulo de gordura se devem 
ao aumento da quantidade de estrógenos circulantes durante 
a puberdade (JUNQUEIRA, CARNEIRO, 2017) 
Na mulher adulta, a estrutura característica da glândula – o 
lóbulo – desenvolve-se a partir das extremidades dos menores 
ductos. Um lóbulo consiste em vários ductos intralobulares que 
se unem em um ducto interlobular terminal. (JUNQUEIRA, 
CARNEIRO, 2017) 
Cada lóbulo é imerso em tecido conjuntivo intralobular frouxo 
e muito celularizado, sendo que o tecido conjuntivo interlobular 
que separa os lóbulos é mais denso e menos celularizado. 
(JUNQUEIRA, CARNEIRO, 2017) 
Próximo à abertura do mamilo, os ductos galactóforos se 
dilatam para formar os seios galactóforos As aberturas 
externas dos ductos são revestidas por epitélio 
estratificado pavimentoso, o qual bruscamente se 
transforma em estratificado colunar ou cuboide nos 
ductos galactóforos. (JUNQUEIRA, CARNEIRO, 2017) 
O revestimento dos ductos galactóforos e ductos 
interlobulares terminais é formado por epitélio simples 
cuboide, envolvido por células mioepiteliais. (JUNQUEIRA, 
CARNEIRO, 2017) 
O tecido conjuntivo que cerca os alvéolos contém muitos 
linfócitos e plasmócitos. A população de plasmócitos aumenta 
significativamente no fim da gravidez; eles são responsáveis 
pela secreção de imunoglobulinas (IgA secretora), que 
conferem imunidade passiva ao recém-nascido. (JUNQUEIRA, 
CARNEIRO, 2017) 
A estrutura histológica dessas glândulas sofre pequenas 
alterações durante o ciclo menstrual, como, por exemplo, 
proliferação de células dos ductos em torno da época de 
ovulação. Essas mudanças coincidem com o período no qual 
o estrógeno circulante está no seu pico. A maior hidratação 
do tecido conjuntivo na fase pré-menstrual pode provocar 
aumento do volume da mama. (JUNQUEIRA, CARNEIRO, 2017) 
O mamilo tem forma cônica e pode ser rosa, marrom-claro 
ou marrom-escuro. Externamente, é coberto por epitélio 
estratificado pavimentoso queratinizado contínuo com 
o da pele adjacente. (JUNQUEIRA, CARNEIRO, 2017) 
A pele ao redor do mamilo constitui a aréola. Sua cor escurece 
durante a gravidez, como resultado de acúmulo local de 
melanina, e após o parto pode ficar mais claro, mas raramente 
retorna à sua tonalidade original. O epitélio do mamilo repousa 
sobre uma camada de tecido conjuntivo rico em fibras 
musculares lisas, as quais estão dispostas circularmente ao 
redor dos ductos galactóforos mais profundos e paralelamente 
a eles quando entram no mamilo. O mamilo é provido de 
abundantes terminações nervosas sensoriais, importantes para 
produzir o reflexo da ejeção do leite pela secreção de 
ocitocina (JUNQUEIRA, CARNEIRO, 2017) 
 
 
Fisiologia das mamas 
Antes da puberdade, a mama é um botão rudimentar com 
poucos ramos de ductos cobertos por botões alveolares, 
botões terminais ou lóbulos pequenos. Na puberdade, em geral 
entre os 10 e os 13 anos, o estrogênio e a progesterona 
ovarianos cooperam no direcionamento da comunicac ̧ão 
organizadaentre as células epiteliais e as células mesenquimais 
da mama, resultando em ramificac ̧ão extensa do sistema 
ductal e no desenvolvimento de lóbulos. A diferenciac ̧ão final 
da mama é mediada pela progesterona e pela prolactina, não 
sendo concluída até a primeira gravidez completa. (TORTORA, 
DERRICKSON, 2016) 
Na puberdade e adolescência, a hipófise determina a liberação 
dos hormônios FSH e LH para estimular a maturação dos 
folículos de Graaf ovarianos. Eles liberam estrógeno, que 
estimula o desenvolvimento dos ductos mamários, sendo o 
hormônio responsável pelo desenvolvimento da glândula até 
2 a 3 anos após o início da puberdade. (TORTORA, 
DERRICKSON, 2016) 
Durante os anos reprodutivos, os ductos terminais próximos 
aos ácinos e os próprios ácinos ficam mais sensíveis aos 
hormônios ovarianos e à prolactina. A maioria das formas 
benignas e malignas de doenc ̧a da mama surge nessas 
estruturas ácino-ducto terminal. (TORTORA, DERRICKSON, 
2016) 
As células epiteliais mamárias proliferam durante a fase lútea 
do ciclo menstrual, quando os níveis de estrogênio e 
progesterona estão aumentados e também na fase da morte 
celular programada ao final da fase lútea, quando os níveis 
desses hormônios declinam. Esse efeito é mediado pela 
sinalizac ̧ão parácrina, induzida pela ativac ̧ão do receptor de 
estrogênio e está associado ao aumento no conteúdo de água 
da matriz extracelular. Em regra, isso é percebido como maior 
volume e sensibilidade da mama na semana anterior à 
menstruac ̧ão. Na menopausa, quando a produc ̧ão de 
estrogênio ovariano cessa, os lóbulos mamários atrofiam, e o 
estroma colágeno é substituído por gordura. (TORTORA, 
DERRICKSON, 2016) 
 Em razão de a expressão do receptor de estroge ̂nio ser 
negativamente regulada pelo estroge ̂nio, observa-se aumento 
na expressão desse receptor após a menopausa. Apesar do 
declínio na produção de estrogênio ovariano, as mulheres na 
pós-menopausa continuam a produzi-lo por ação da enzima 
aromatase, que converte androge ̂nios suprarrenais em 
estrogênio. A aromatase é encontrada na gordura, nos 
músculos e no tecido mamário. (TORTORA, DERRICKSON, 
2016) 
 
 
 
Exame das mamas 
Anamnese 
A obtenção cuidadosa da história clínica é o primeiro passo no 
exame da paciente, devendo-se obter informações sobre: 
1. Ciclo menstrual 
2. Fatores de risco para o câncer de mama. Importante 
anotar idade, cor, naturalidade, idade da menarca, número 
de gravidezes, partos, abortamentos e idade do primeiro 
parto. 
3. Antecedentes familiares de câncer de mama, ovário e 
tuba uterina. 
4. Antecedentes de doenças prévias ou atuais, tais como: 
hipertensão arterial, diabetes, cardiopatias, pneumopatias e 
tromboembolismo 
5. História de cirurgias prévias de neoplasias e estéticas da 
mama 
6. Uso de medicamentos que podem causar galactorreia e 
outros sintomas mamários. 
7. Utilização de bebidas alcoólicas, tabagismo, etilismo, 
atividade física, alimentação e uso de terapia hormonal. 
Exame Físico 
O exame físico das mamas deve seguir a seguinte ordem: 
a) Inspeção estática e dinâmica 
b) Palpação dos linfonodos axilares, supra e infraclaviculares 
c) Palpação mamária 
d) Expressão papilar. 
Inspeção estática 
A inspeção estática é realizada com a paciente sentada, com 
os membros superiores dispostos paralelamente ao longo do 
tronco, usando avental tipo camisola com abertura na frente 
(PORTO, 2019) 
Observam-se pele, contorno, forma, volume e simetria 
glandular, pigmentação da aréola, aspecto da papila, 
presença de abaulamentos ou de retrações, circulação 
venosa e presença de sinais flogísticos (edema e rubor). 
(PORTO, 2019) 
A aréola deve ser cuidadosamente examinada, pesquisando 
eczema, dermatite de contato e doença de Paget, que é um 
tipo de câncer de mama. Na pele, eventualmente pode-se 
observar lesões vesiculares típicas de infecção viral por 
herpes-zóster. (PORTO, 2019) 
 
O carcinoma inflamatório pode cursar com edema do tecido 
subcutâneo, descrito classicamente como pele em casca de 
laranja. (PORTO, 2019) 
 
Inspeção dinâmica 
Solicita-se à paciente que eleve os braços acima da cabeça 
ou que pressione as asas dos ossos ilíacos, colocando as mãos 
na cintura e fazendo compressão. (PORTO, 2019) 
Tais manobras tornam mais evidentes as retrações e 
assimetrias, além de possibilitar a avaliação do 
comprometimento muscular pela neoplasia. (PORTO, 2019) 
As mamas podem ter variações fisiológicas e patológicas. Na 
puberdade, com frequência são encontradas assimetrias 
fisiológicas destituídas de significado clínico. (PORTO, 2019) 
As hipertrofias mamárias podem provocar sintomatologia 
dolorosa relacionada com modificações posturais. (PORTO, 
2019) 
 
Palpação dos linfonodos axilares, supra e 
infraclaviculares 
Os linfonodos são melhor examinados com a paciente sentada 
de frente para o examinador. Com a mão espalmada (a mão 
direita examina o lado esquerdo da paciente e vice-versa), faz-
se a palpação deslizante do oco axilar e de suas proximidades 
As fossas supra e infraclaviculares e as axilas são palpadas com 
as pontas dos dedos (PORTO, 2019) 
A presença de linfonodos palpáveis, móveis e fibroelásticos 
não representa sinal de suspeição. (PORTO, 2019) 
Linfonodos axilares aumentados, endurecidos, fixos e 
coalescentes são indicativos de metástase de carcinoma de 
mama, linfomas ou outros tipos de neoplasias malignas 
(PORTO, 2019) 
 
 
Palpação mamária 
A palpação pode ser executada por meio de duas técnicas: a 
de Velpeaux, em que utiliza-se a região palmar dos dedos, e 
a de Bloodgood, em que são utilizadas as falanges distais, 
semelhante ao tocar de um piano. (PORTO, 2019) 
Realiza-se a palpação das mamas com a paciente em decúbito 
dorsal com as mãos apoiadas atrás da cabeça e os braços 
bem abertos. A palpação deve ser feita delicadamente, 
partindo-se da região subareolar e estendendo-se até as 
regiões paraesternais, infraclaviculares e axilares 
(prolongamento axilar da mama). Em um primeiro momento, 
a palpação deve ser executada com leve pressão, a fim de 
permitir a detecção de nódulos superficiais, e, em seguida, 
com mais vigor, procurando nódulos profundos (PORTO, 2019) 
A consistência das mamas normais varia amplamente, 
dependendo das proporções relativas de tecido gorduroso e 
glandular, podendo ser observada certa irregularidade, que 
aumenta no período pré-menstrual. (PORTO, 2019) 
No período pré-menstrual, as mamas podem aumentar de 
tamanho e tornarem-se hipersensíveis à palpação. Há 
aumento também da nodularidade, que pode despertar a 
atenção da paciente no autoexame. (PORTO, 2019) 
Na presença de nódulo palpável, definir localização, tamanho, 
consistência (fibroelástica, cística ou endurecida), superfície 
(regular, lobulada ou irregular) e aderência a planos superficiais 
ou profundos. (PORTO, 2019) 
 
Expressão papilar 
Terminada a palpação, faz-se uma delicada pressão no nível 
da aréola e da papila, identificando as características da 
secreção como coloração (sero-hemática, citrina, serosa, 
láctea, esverdeada ou acastanhada); se ocorre por ducto único 
ou múltiplo, se é espontânea ou provocada. (PORTO, 2019) 
A pesquisa do ponto do gatilho, que é a digitopressão realizada 
de forma circular ao redor da aréola, pode auxiliar na 
identificação do ducto comprometido (PORTO, 2019) 
Geralmente os derrames papilares contendo sangue, sero-
hemáticos ou cristalinos em água de rocha levantam a suspeita 
de neoplasia (papiloma ou carcinoma) e devem ser 
investigados com biopsia excisional. (PORTO, 2019) 
 
Doenças Benignas da Mama 
Grande parte das alterações mamárias consiste em doenças 
de caráter benigno, requerendo diagnóstico adequado para a 
definição da terapêutica clínico-cirúrgica apropriada para cada 
caso. Em geral, as alterações mamárias provocam desconforto 
e ansiedade nas pacientes, sendo necessário que o profissionalque presta atendimento em saúde da mulher compreenda 
essas doenças e seus diagnósticos diferenciais para que possa 
oferecer um cuidado de qualidade. (PASSOS, MARTINS-
COSTA, 2023) 
As doenças benignas das mamas não são progressivas. 
Contudo, algumas doenças mamárias benignas aumentam o 
risco de desenvolver câncer. Por isso, a adesão rigorosa a uma 
dicotomia entre doenças benignas versus malignas nem 
sempre pode ser apropriada. Contudo, essa divisão é útil por 
motivos didáticos e de clareza. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 
2023) 
Anomalias do Desenvolvimento 
As anomalias do desenvolvimento mamário englobam 
alterações no tamanho e na forma das mamas e são tão 
comuns que dificilmente podem ser classificadas como 
anormalidades propriamente ditas. As anomalias do 
desenvolvimento podem ser divididas basicamente em 
anomalias de volume e de número (PASSOS, MARTINS-
COSTA, 2023) 
Volume 
1. Hipomastia – Anomalia que corresponde a mamas de 
pequeno volume, uni ou bilaterais. Costuma não responder 
a tratamento hormonal; nesses casos, a solução é cirúrgica 
– inclusão de próteses de silicone e/ou lipoenxertia. 
(PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
2. Hipertrofia – Anomalia que corresponde a mamas de 
grande volume, uni ou bilaterais. Pode ocasionar danos 
psicológicos e posturais, pois altera o centro gravitacional 
da coluna. Casos extremos, que redundam em ressecções 
> 1.000 g, são denominados gigantomastia. O manejo 
sempre é cirúrgico, por meio da realização de 
mamoplastia redutora. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 
2023) 
3. Simastia – Anomalia que corresponde à confluência medial 
das mamas, ou seja, uma ponte de tecido na linha média 
que une as duas mamas. É de caráter congênito e está 
associada a mamas hipertróficas, em geral simétricas. 
PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Número 
1. Amastia – Corresponde à ausência total da glândula 
mamária, uni ou bilateral. PASSOS, MARTINS-COSTA, 
2023) 
2. Amazia – Corresponde à ausência do tecido mamário, 
com presença do complexo areolomamilar. Pode ser 
congênita (mais comum) ou adquirida (iatrogênica – por 
cirurgias, trauma ou queimadura sobre o botão mamário). 
(PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
3. Atelia – Corresponde à ausência do complexo 
areolomamilar. É uma anomalia extremamente rara. 
(PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
4. Polimastia – Corresponde à presença de mais de duas 
glândulas mamárias. Pode haver apenas parênquima 
supranumerário ou pode ser completa, quando há aréola 
e mamilo, além do parênquima mamário. (PASSOS, 
MARTINS-COSTA, 2023) 
5. Politelia – Corresponde à presença de mamilo acessório, 
que costuma estar localizado na região torácica inferior e 
no abdome superior. Trata-se de uma curiosidade 
médica e só deve ser retirado em caso de dano estético. 
(PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Ginecomastia 
Corresponde à hipertrofia de uma ou ambas as mamas em 
pacientes do sexo masculino. No recém-nascido, na 
adolescência e na senectude, essa alteração pode assumir 
caráter transitório. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Epidemiologia 
A ginecomastia apresenta dois picos de incidência: entre os 13 
e 14 anos (tende a regredir em até 2 anos) e entre os 50 e 
80 anos. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Etiologia 
Em uma porção considerável dos casos, essa hipertrofia é 
induzida por uso de substâncias, tais como anabolizantes, 
estrogênios, digitálicos, isoniazida, espironolactona, reserpina e 
metildopa. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Também pode estar vinculada a doenças orgânicas, tais como 
lesões testiculares e hepáticas, carcinoma adrenocortical, 
adenoma de hipófise ou hipertireoidismo (PASSOS, MARTINS-
COSTA, 2023) 
Diagnóstico 
Na avaliação inicial de ginecomastia, deve-se solicitar dosagem 
sérica de gonadotrofina coriônica humana (hCG, human 
chorionic gonadotropin), hormônio luteinizante (LH, luteinizing 
hormone), testosterona e estradiol. (PASSOS, MARTINS-
COSTA, 2023) 
O exame de imagem de escolha para a avaliação da 
ginecomastia é a mamografia, pois permite o diagnóstico 
diferencial entre a ginecomastia verdadeira e a lipomastia. 
(PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
A solicitação de ultrassonografia (US) mamária deve ser 
desencorajada. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
 
 
 
Processos Inflamatórios 
Mastite 
Significa inflamação da mama. Na maioria das vezes, isso 
ocorre durante a lactação, mas também pode ser causado 
por outras condições em mulheres não lactantes (PASSOS, 
MARTINS-COSTA, 2023) 
 
Epidemiologia 
É mais comum no puerpério tardio, podendo acometer cerca 
de 2 a 10% das lactantes. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
A mastite não ocorre apenas no período pós-parto e também 
pode ser causada por flutuações hormonais, tumores, 
traumatismo ou infecção da pele. A inflamação cíclica da 
mama ocorre mais comumente nas adolescentes, que 
frequentemente têm níveis hormonais oscilantes. (PASSOS, 
MARTINS-COSTA, 2023) 
Tumores podem causar mastite secundária ao acometimento 
da pele ou à obstrução linfática. Traumatismo local ou infecção 
pode evoluir para mastite em consequência do bloqueio dos 
ductos por sangue ou restos celulares retidos, ou por 
extensão da inflamação superficial. (PASSOS, MARTINS-
COSTA, 2023) 
Etiologia 
Os agentes patogênicos originam-se da nasofaringe do 
lactente ou das mãos da mãe. Durante as primeiras semanas 
da amamentação, as mamas são especialmente suscetíveis à 
invasão bacteriana por causa das soluções de continuidade e 
das fissuras causadas pela sucção vigorosa. Infecção e 
inflamação causam obstrução do sistema de ductos mamários. 
(PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Os agentes patogênicos normalmente envolvidos são 
Staphylococcus aureus, principal agente, presente em 60% 
dos casos, Staphylococcus epidermidis, estreptococos, 
Escherichia coli, entre outros. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 
2023) 
Em geral, há história de fissura do mamilo ou de queimadura 
da pele, que resulta na quebra dos mecanismos de defesa do 
organismo e no aumento do número de bactérias sobre a 
pele da mama. A penetração se dá pelos linfáticos superficiais, 
expostos pelas fissuras mamilares. (PASSOS, MARTINS-
COSTA, 2023) 
Fatores predisponentes 
1. Mamas ingurgitadas. 
2. Fissura mamilar. 
3. Infecção da rinofaringe do lactente. 
4. Anormalidade do mamilo. 
5. Primiparidade. 
6. Má higiene. 
7. Escabiose. 
Quadro clínico 
Com relação aos sinais e sintomas, inicia-se com estase láctea, 
distensão alveolar e obstrução ao fluxo do leite 
(ingurgitamento mamário). Posteriormente, ocorre 
proliferação bacteriana, podendo evoluir para quadros mais 
graves, com abscessos mamários e sepse. (PASSOS, 
MARTINS-COSTA, 2023) 
A clínica se apresenta com os sinais clássicos de inflamação: 
dor, tumor, calor e rubor, que podem ou não estar 
acompanhados de sintomas gerais (febre, mal-estar, calafrios). 
Adenopatia axilar é comumente observada. (PASSOS, 
MARTINS-COSTA, 2023) 
É recomendável que a mãe continue a amamentar durante o 
tratamento com antibiótico para evitar essas complicações. 
(PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Ectasia Ductal 
Trata-se da dilatação dos ductos terminais por acúmulo de 
material lipídico e detritos celulares que levaria a inflamação, 
espessamento, atrofia e perda da elasticidade da parede ductal, 
podendo causar derrame papilar. (PASSOS, MARTINS-
COSTA, 2023) 
Etiologia 
Não se conhece a natureza exata de sua etiologia; o 
tabagismo parece estar envolvido, porém não há consenso. 
(PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Quadro clínico 
Na maioria dos casos, manifesta-se como secreção papilar 
bilateral, multiductal e colorida (esbranquiçada, amarelada, 
acastanhada, esverdeada e enegrecida), podendo haver 
associação com nodularidade e alterações anatômicas do 
complexo areolopapilar. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Eventualmente, o fluxo é hemorrágico, e, nesse caso, o 
diagnóstico deve ser amparado por alguns exames de imagem 
para exclusão de outras causas, como papilomas e câncer. 
(PASSOS,MARTINS-COSTA, 2023) 
As formas clínicas são as seguintes: (PASSOS, MARTINS-
COSTA, 2023) 
1. Derrame papilar – Mais comum em mulheres peri ou 
pós-menopáusicas, surgindo secreção amarelo-
esverdeada, purulenta. Desde que o sintoma não seja 
espontâneo e abundante, não requer tratamento. Se a 
descarga for desconfortável para a paciente, indica-se a 
exérese do sistema ductal terminal. (PASSOS, MARTINS-
COSTA, 2023) 
2. Tumoral – A ectasia, com o tempo, pode ocasionar 
ruptura dos ductos e inflamação circundante, com sinais 
típicos de mastite. Esse processo, ao se cronificar, pode 
originar massa endurecida e retração do mamilo, 
simulando um carcinoma. É comum a retração do mamilo 
no local do ducto ou dos ductos encurtados. A idade é um 
fator importante na etiologia da ectasia ductal, pois a 
frequência dessa condição aumenta com a idade 
Diagnóstico 
O diagnóstico é clínico, e, quando há dúvidas, a US é o método 
de imagem que pode trazer mais informações, pois consegue 
mostrar toda a árvore ductal retroareolar. Por esse método, 
considera-se ectasia quando o diâmetro do ducto é igual ou 
superior a 5 mm. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Secreções Benignas 
Galactorreia 
É secreção de leite pelas mamas de mulheres que não estão 
amamentando. Galactorreia ocorre em homens e mulheres e, 
geralmente, é benigna. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Etiologia 
 Isso pode ser causado por estimulação vigorosa dos mamilos, 
hormônios exógenos, desequilíbrio dos hormônios endógenos 
ou infecção ou traumatismo torácico localizado. Tumores 
hipofisários (p. ex., prolactinoma) podem aumentar 
expressivamente os níveis de prolactina e causar galactorreia. 
(PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Diagnóstico 
O acompanhamento clínico pode ser mantido por vários 
meses, antes que seja indicada triagem hormonal com 
finalidade diagnóstica. O extravasamento espontâneo de leite 
da mama (sem qualquer tipo de estimulação) é patológico e 
deve ser detalhadamente investigado. (PASSOS, MARTINS-
COSTA, 2023) 
 
Tumores benignos 
As lesões fibroepiteliais da mama englobam neoplasias 
constituídas pela proliferação do tecido conectivo do estroma 
e pelo componente epitelial, representados pelos ductos e 
ácinos. Os dois componentes estão presentes em proporções 
variáveis, mas são os diferentes graus de proliferação e atipia 
estromal que determinam a classificação e o comportamento 
clínico dessas lesões(PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Fibroadenomas 
Epidemiologia 
Os fibroadenomas são os principais tumores benignos da 
mama, ficando atrás apenas dos carcinomas em termos de 
prevalência geral. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
 Eles acometem preferencialmente mulheres com idade entre 
15 e 35 anos. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Em decorrência da presença de receptores hormonais, 
apresentam tendência a crescimento durante a gestação e 
degeneração e calcificação após a menopausa, sendo um 
achado comum em mamografias de rotina. (PASSOS, 
MARTINS-COSTA, 2023) 
Quadro clínico 
O fibroadenoma apresenta-se como nódulo indolor, sólido, de 
consistência firme, formato arredondado ou lobulado, limites 
nítidos e ampla mobilidade. O crescimento é lento, raras vezes 
atingindo grandes dimensões. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 
2023) 
Os fibroadenomas podem ser múltiplos em 20% dos casos, 
uni ou bilateralmente. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Diagnóstico 
O diagnóstico é eminentemente clínico, podendo ser 
complementado por exames de imagem e/ou análise 
cito/histológica. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Os exames de imagem evidenciam massa sólida regular ou 
lobulada, de margens bem definidas. Em pacientes jovens, a 
US mamária auxilia a caracterização dessas lesões e a 
diferenciação entre lesões sólidas ou císticas. (PASSOS, 
MARTINS-COSTA, 2023) 
À mamografia, lesões involutivas podem apresentar as 
clássicas calcificações grosseiras em pipoca. (PASSOS, 
MARTINS-COSTA, 2023) 
O fibroadenoma comum apresenta estroma de baixa 
celularidade, uniforme, sem pleomorfismo celular. Em 
pacientes idosas, o estroma pode estar hialinizado. Existe uma 
forma especial de fibroadenoma com estroma com maior 
celularidade e hiperplasia epitelial, conhecido como gigante 
juvenil, que ocorre na puberdade e causa acentuada assimetria 
mamária, atingindo grandes dimensões (> 5 cm). (PASSOS, 
MARTINS-COSTA, 2023) 
É rara a transformação de componentes epiteliais do 
fibroadenoma em carcinoma mamário, bem como a 
coexistência entre essas lesões(PASSOS, MARTINS-COSTA, 
2023) 
Tumores filoídes 
Epidemiologia 
Respondem por menos de 1% dos tumores da mama e 2,5% 
dos tumores fibroepiteliais. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 
2023) 
Costumam se manifestar dos 35 aos 55 anos, faixa etária mais 
avançada quando comparada com seu principal diagnóstico 
diferencial, os fibroadenomas. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 
2023) 
Quadro clínico 
O seu comportamento biológico engloba tumores benignos, 
borderline e malignos, levando em consideração alterações do 
componente estromal e características de margens da lesão. 
(PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
São lesões clinicamente semelhantes aos fibroadenomas, com 
rápido crescimento. Embora tumores malignos ocorram em 
apenas 10% dos casos, mesmo benignos, eles têm tendência 
à recidiva local e podem atingir grandes volumes. (PASSOS, 
MARTINS-COSTA, 2023) 
Diagnóstico 
O seu diagnóstico pela amostra histológica via core biopsy 
pode ser desafiador e, por vezes, só é confirmado em análise 
com maiores amostras teciduais. 1. (PASSOS, MARTINS-
COSTA, 2023) 
Papiloma intraductal 
É uma lesão hiperplásica caracterizada pela proliferação do 
epitélio ductal com um eixo fibrovascular com crescimento 
para o lúmen de um ducto, distendendo-o, formando lesões 
em geral sólido-císticas. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Epidemiologia 
É mais frequentemente observado em mulheres entre a 
quarta e sexta décadas de vida. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 
2023) 
Etiologia 
A sua etiologia está correlacionada com hiperplasia ductal ou 
lobular e apresenta maior risco de desenvolvimento de 
carcinomas em comparação com a população geral. 
(PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Quadro clínico 
Os papilomas intraductais em geral são solitários e centrais, 
localizados nos ductos terminais, atingindo pequenas 
dimensões. Essas lesões costumam apresentar achado clínico 
característico de descarga papilar sanguinolenta ou serosa; em 
50% delas, nota-se nódulo subareolar. 1(PASSOS, MARTINS-
COSTA, 2023) 
Elas apresentam potencial de abrigar áreas de atipia ou 
carcinoma in situ (menos de 10% dos casos). (PASSOS, 
MARTINS-COSTA, 2023) 
Em contrapartida, lesões múltiplas e periféricas são 
denominadas papilomatose múltipla e estão mais relacionadas 
com nódulos do que com a descarga papilar. 1(PASSOS, 
MARTINS-COSTA, 2023) 
Diagnóstico 
O diagnóstico de papiloma intraductal exige análise histológica, 
e seu tratamento consiste em exérese com ressecção total 
do papiloma (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Câncer de Mama 
Epidemiologia 
O câncer de mama é o mais incidente na população feminina 
mundial e brasileira, excetuando-se os casos de câncer de pele 
não melanoma. (VIANA, GEBER, 2012) 
O câncer invasor de mama é a primeira causa de morte por 
câncer na população feminina em todas as regiões do Brasil, 
exceto na região Norte, onde o câncer de colo do útero 
ocupa essa posição. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Os maiores percentuais na mortalidade proporcional por 
câncer de mama foram os das regiões Sudeste (16,9%) e 
Centro-Oeste (16,5%), seguidos pelos das regiões Nordeste 
(15,6%) e Sul (15,4%). (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
O aumento das taxas de incidência em países com índice de 
desenvolvimento humano (IDH) mais elevado reflete uma 
prevalência mais alta de longa data de fatores de risco 
reprodutivos e hormonais (idade precoce da menarca, idade 
tardia da menopausa, idade avançada no primeiro parto, 
menor número de filhos,menos tempo de amamentação, 
terapia hormonal na menopausa, anticoncepcionais orais), bem 
como de fatores de risco de estilo de vida (ingestão de álcool, 
excesso de peso corporal, sedentarismo), além de maior 
detecção por meio de rastreamento mamográfico organizado 
ou oportunista (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Aproximadamente 50% dos cânceres de mama acontece em 
mulheres entre 50-64 anos, 30% naquelas acima dos 70 anos 
e menos de 1% nas mulheres com idade inferior a 25 anos 
(SANARLFIX) 
Dos cânceres que afetam as mamas, 97% são primários e 
3% são metástases de outros sítios, sendo o carcinoma ductal 
invasivo o mais comum (80%) seguido do carcinoma lobular 
invasivo (15%) (SANARFLIX) 
Fatores de Risco 
Sexo e idade 
As mulheres apresentam risco de serem diagnosticadas com 
câncer de mama 100 vezes maior que os homens. (PASSOS, 
MARTINS-COSTA, 2023) 
Além disso, a incidência do câncer de mama está diretamente 
relacionada com o aumento da idade, justificando o início do 
rastreamento mamográfico a partir dos 40 a 50 
anos(PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Obesidade e aumento de peso 
A obesidade (índice de massa corporal [IMC] ≥ 30 kg/m2) está 
associada ao aumento de morbidade e mortalidade 
relacionadas com o câncer de mama. Esse risco está ligado 
ainda ao aumento da incidência do câncer de mama, quando 
ocorre na pós-menopausa. Tal associação resulta dos maiores 
níveis de estrogênio pela conversão periférica no tecido 
adiposo mediada pela aromatase e pela hiperinsulinemia. 
(PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
A perda de peso, mesmo após o início da menopausa, está 
associada à redução do risco. Além disso, a atividade física é 
um fator protetor para a mama na pré-menopausa, levando a 
uma redução de risco de 23% (RR 0,75), e na pós-menopausa, 
a uma redução de risco de 17% (RR 0,87), mesmo após o 
ajuste para outros fatores (PASSOS, MARTINS-COSTA, 
2023) 
Densidade mamária 
Mulheres com mamas densas na mamografia – ou seja, com 
a presença de tecido mamário (parênquima) formando ≥ 75% 
da mama – apresentam maior risco para câncer de mama 
quando comparadas com mulheres da mesma idade com 
mamas menos densas ou lipossubstituídas.1 Embora mereçam 
atenção para manter um seguimento regular e adequado, a 
forma de rastreamento dessas pacientes não deve ser 
diferente das demais mulheres. O aumento da densidade 
mamária não representa impacto em maior mortalidade por 
câncer de mama. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Doenças benignas da mama 
As lesões proliferativas da mama (em especial, alterações com 
atipias histológicas) estão associadas ao aumento do risco de 
câncer de mama. Tais lesões são consideradas marcadores de 
risco tanto para a mama afetada como para a mama 
contralateral. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
As lesões proliferativas incluem hiperplasia ductal atípica, 
hiperplasia lobular atípica e carcinoma lobular in situ. As 
hiperplasias com atipia apresentam um risco relativo (RR) de 
aproximadamente 4 para a ocorrência do câncer de mama 
(PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Terapia hormonal na menopausa 
A terapia hormonal combinada de estrogênio/progesterona na 
menopausa aumenta o risco de câncer de mama receptor 
hormonal positivo (RR 1,66), sobretudo com o uso por mais de 
5 anos. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Esse risco diminui significativamente após 2 anos da sua 
interrupção. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
A terapia hormonal com apenas estrogênio em pacientes 
histerectomizadas não está associada ao aumento de risco 
(PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Contraceptivos hormonais 
O risco de câncer de mama é maior entre as mulheres 
usuárias de contraceptivos hormonais em relação àquelas que 
nunca os utilizaram (RR 1,21; intervalo de confiança [IC] 95%, 1,11-
1,33), e esse risco aumenta com o uso prolongado. No entanto, 
o aumento absoluto do risco é pequeno (risco absoluto de 
13/100.000 mulheres-ano). (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Alguns estudos indicam que esse risco desaparece em 2 a 5 
anos após a interrupção do uso. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 
2023) 
Apesar dos dados limitados, os dispositivos intrauterinos com 
levonorgestrel estão contraindicados em mulheres com 
história prévia de câncer de mama, devido a uma possível 
associação com aumento de recidiva, em especial nas 
pacientes que mantiveram seu uso durante o tratamento do 
câncer de mama (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Menarca precoce e menopausa tarda 
Estudos demonstraram que cada ano de atraso do início da 
menarca diminui em 5% o risco de câncer de mama. Em 
contrapartida, cada ano de atraso para início da menopausa 
representa um aumento de risco de 3% para câncer de 
mama. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Nuliparidade 
A nuliparidade representa um maior risco para câncer de 
mama (RR 1,2-1,7). Estudos sugerem uma redução de risco 
adicional para cada parto a termo em torno de 10% (PASSOS, 
MARTINS-COSTA, 2023) 
Idade no primeiro parto a termo 
A incidência cumulativa de câncer de mama (até a idade de 
70 anos) parece ser 10% menor para mulheres que tiveram o 
primeiro parto a termo até os 25 anos e 5% maior entre 
aquelas com primeiro parto a termo aos 35 anos, semelhante 
ao risco de mulheres nulíparas. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 
2023) 
História familiar 
Os dois principais fatores que afetam esse risco são o número 
de familiares de primeiro grau com câncer de mama e a idade 
em que foram diagnosticados. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 
2023) 
Uma mulher com um familiar de primeiro grau com câncer 
de mama apresenta risco 1,75 vezes maior de desenvolver a 
doença em relação a uma mulher sem nenhum familiar 
afetado. Esse risco se torna 2,5 vezes maior com dois ou mais 
familiares de primeiro grau com câncer de mama. (PASSOS, 
MARTINS-COSTA, 2023) 
A idade jovem no diagnóstico dos familiares de primeiro grau 
também pode influenciar esse risco, principalmente quando 
ocorre na pré-menopausa. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 
2023) 
Mutações genéticas associadas à predisposição ao câncer de 
mama são raras. Cerca de apenas 6% de todos os cânceres 
de mama estão diretamente relacionados com mutações nos 
genes BRCA1 ou BRCA2. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Álcool e tabagismo 
O consumo de álcool está associado ao aumento do risco para 
câncer de mama. O consumo de 35 a 44 g de álcool por dia 
pode aumentar o risco de câncer de mama em 32%. O risco 
aumenta diretamente em relação ao aumento do consumo 
de álcool, cerca de 7,1% de aumento no RR para cada 10 g de 
álcool adicional (1 taça de vinho – 20 mL, 1 copo de cerveja – 
285 mL ou 1 dose de bebida destilada – 30 mL) consumida 
por dia. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Embora a associação de risco com o tabagismo permaneça 
controversa (RR 1,1), parece haver uma correlação com o início 
precoce, em idade jovem, do consumo de cigarros. (PASSOS, 
MARTINS-COSTA, 2023) 
Exposição à radiação ionizante 
A exposição do tórax à radiação ionizante em uma idade 
jovem, como ocorre no tratamento do linfoma de Hodgkin, 
está associada ao aumento de risco para câncer de mama. 
Esse risco parece maior quando a exposição ocorre entre 10 
e 14 anos, embora pareça persistir mesmo com exposições 
até os 45 anos. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Classificação molecular do câncer de mama 
O carcinoma de mama é uma neoplasia com múltiplos achados 
morfológicos, além de comportamento clínico e resposta a 
regimes terapêuticos variáveis. Essa heterogeneidade está 
relacionada com a origem celular ou a via de diferenciação das 
células tumorais. O desenvolvimento da biologia molecular 
permitiu ampliar o conhecimento da evolução e das 
características do carcinoma de mama, lançando uma nova luz 
sobre seu prognóstico e respostas terapêuticas. (PASSOS, 
MARTINS-COSTA, 2023) 
A análise do perfil de expressão gênica, por meio do uso da 
metodologia de microarranjos de ácido desoxirribonucleico 
(DNA) (microarray), categoriza cinco subtipos moleculares 
diferentesde carcinoma de mama: luminal A, luminal B, tipo 
mama-normal (normal breast-like), HER-2 e basaloide (triplo-
negativo) (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
1. Luminal A – Apresenta elevados índices de RE e RP, 
baixo grau histológico e baixos níveis de genes de 
proliferação celular (Ki-67), caracterizando um perfil de 
bom prognóstico; corresponde a 40 a 50% dos 
carcinomas de mama 
2. Luminal B – Também se caracteriza pela ex-pressão de 
RE e RP, porém associado a grau histológico mais alto e 
maiores níveis de genes de proliferação celular, motivo 
pelo qual está relacionado com um prognóstico mais 
reservado. Os carcinomas luminais (A e B) correspondem 
a cerca de 75% dos carcinomas invasores de mama. 
3. HER-2 – Apresenta um comportamento mais agressivo, 
associado ao surgimento precoce de metástases a 
distância e metástases cerebrais; também se caracteriza 
pela ausência de expressão de RE e RP e amplificação do 
gene que codifica o HER-2. Cerca de 15% das pacientes 
com carcinoma de mama apresentam a amplificação 
desse gene. 
4. Basaloide ou triplo-negativo – Denominação devida ao 
perfil de expressão gênica desses tumores, semelhante 
ao das células basais da mama, precursoras das células 
epiteliais glandulares e das células mioepiteliais. Os tumores 
basaloides ou triplo-negativos compreendem 10 a 15% dos 
tumores, estando associados a pior prognóstico, quando 
avaliados pela sobrevida livre de doença, sendo o risco de 
recidivas maior nos 5 anos após o diagnóstico. Estudos que 
avaliaram o perfil imuno-histoquímico desse grupo de 
carcinomas revelaram tumores em geral negativos para 
RE, RP e para o produto proteico do HER-2. Devido à 
negatividade para esses três marcadores, esses 
carcinomas receberam a denominação triplo-negativo e 
têm sido relacionados com a mutação do gene BRCA1. São 
mais frequentes no grupo de mulheres na pré-
menopausa, o que sinaliza provável incidência em 
pacientes jovens. 
Patologia do carcinoma de mama 
O carcinoma de mama é uma doença heterogênea que difere 
quanto à sua apresentação histológica e seu comportamento 
biológico. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Os dois tipos histológicos mais comuns de carcinomas invasivos 
são os carcinomas ductal e lobular, correspondendo a cerca 
de 75 e 15% de todos os casos, respectivamente. (PASSOS, 
MARTINS-COSTA, 2023) 
Os demais tipos histológicos de carcinomas são mais raros 
(mucinoso, tubular, medular, papilar, metaplásico) e 
correspondem aproximadamente a 10% de todos os casos 
(PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Carcinoma ductal in situ 
O carcinoma ductal in situ (CDIS) ou intraductal é uma forma 
não invasiva do câncer de mama. (PASSOS, MARTINS-
COSTA, 2023) 
Representa 15 a 30% dos cânceres detectados por 
mamografia e acomete, preferencialmente, mulheres com 
idade entre 50 e 70 anos. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
A sua incidência tem aumentado com o uso mais amplo do 
rastreamento mamográfico. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 
2023) 
O CDIS é caracterizado pela proliferação de células epiteliais 
neoplásicas no interior do ducto, sem invadir a membrana 
basal. Desse modo, sem a capacidade de metastatizar, seja por 
via linfática, seja por via hematogênica, não exige tratamento 
sistêmico adjuvante. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
O carcinoma ductal in situ é considerado câncer de mama 
estádio 0 (SANARFLIX) 
É considerado uma lesão precursora do carcinoma invasor, e 
sua presença aumenta em 10 vezes o risco de carcinoma 
invasor no futuro. Até o momento, sabe-se que alterações 
genéticas presentes no carcinoma ductal invasor também 
ocorrem no CDIS, mas preditores de progressão para invasão 
ainda não foram identificados (PASSOS, MARTINS-COSTA, 
2023) 
Quando não tratado, este carcinoma pode recidivar localmente 
e, em 50% dos casos, as recorrências estão associadas ao 
carcinoma invasivo (SANARFLIX) 
O CDIS manifesta-se comumente por microcalcificações 
pleomórficas, agrupadas e com trajeto ductal na mamografia. 
(PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
A expressão de receptores de estrogênio (RE) é observada 
em mais de 80% dos casos de CDIS, ao passo que os 
receptores de progesterona (RP) são encontrados em cerca 
de 60% dos casos. Os CDIS com RE negativos têm sido 
associados a maior risco de recorrência local (PASSOS, 
MARTINS-COSTA, 2023) 
 
 
Carcinoma invasor da mama 
Os carcinomas de mama apresentam diferentes 
apresentações clínica e patológica, associados a fatores 
genéticos e ambientais que, juntos, criam condições para o 
seu aparecimento.Também constituem a maioria das 
neoplasias malignas da mama, com origem na unidade lobular-
ductal terminal, sendo a classificação histológica mais 
amplamente utilizada aquela descrita pela Organização Mundial 
da Saúde (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Os carcinomas invasores são aqueles cujas células tumorais 
invadem os tecidos adjacentes aos ductos mamários e 
apresentam capacidade de metastatizar para sítios anatômicos 
distantes. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
O tipo histológico mais comum é o carcinoma ductal invasor 
ou infiltrante (CDI). Na maioria das vezes, os carcinomas 
invasivos estão associados a uma extensão variável de 
componente de carcinoma in situ. (PASSOS, MARTINS-
COSTA, 2023) 
Carcinoma ductal infiltrante 
Como visto, esse é o tipo histológico mais comum, 
correspondendo a 80 a 90% dos carcinomas de mama, 
dependendo da série avaliada (PASSOS, MARTINS-COSTA, 
2023) 
Trata-se de um grupo heterogêneo de tumores cujo 
diagnóstico é feito por exclusão quando a lesão não preenche 
os critérios diagnósticos (achados morfológicos/histológicos) 
para os tipos especiais de carcinoma mamário, sendo 
classificado como carcinoma ductal infiltrante – sem outra 
especificação (CDI-SOE) (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Os carcinomas ductais de tipo especial (medular, tubular, etc.) 
compreendem 10 a 20% dos carcinomas invasivos e 
apresentam, em geral, melhor prognóstico quando 
comparados com o CDI-SOE. Para ser classificado como tipo 
especial, é necessário que o carcinoma seja composto quase 
completamente (90% de um tumor) pelas características 
histológicas do tipo em questão (PASSOS, MARTINS-COSTA, 
2023) 
Costuma apresentar-se como um nódulo sólido ou uma área 
de condensação no parênquima, com coloração acinzentada 
ou esbranquiçada, geralmente endurecido, com consistência 
de pera verde ao corte (carcinoma cirroso), o que depende 
da quantidade de fibrose no estroma, da elastose peritumoral 
e da presença de necrose e de calcificações relativamente 
grosseiras. As lesões podem ter forma espiculada ou 
circunscrita (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Pode apresentar uma ampla variabilidade histológica, com 
proliferação de elementos epiteliais com atipias citológicas 
relativamente acentuadas, com uma tendência diversa a 
formar estruturas pseudoglandulares ou semelhantes aos 
ductos, e com atividade mitótica variável, citoplasma abundante 
e eosinofílico e núcleos que variam de regulares e uniformes 
a pleomórficos, com nucléolos proeminentes. 
Microcalcificações podem ou não estar presentes. (PASSOS, 
MARTINS-COSTA, 2023) 
A avaliação histológica de três características (formação 
tubular, atipias nucleares e atividade mitótica) serve para 
graduar o CDI em bem diferenciado (grau 1), diferenciação 
intermediária (grau 2) e pouco diferenciado (grau 3) e tem 
um importante significado prognóstico. (PASSOS, MARTINS-
COSTA, 2023) 
Carcinoma lobular invasor 
O carcinoma lobular invasor (CLI) constitui o segundo tipo mais 
comum de carcinoma infiltrante da mama, correspondendo a 
5 a 15% dos carcinomas mamários, sendo mais frequente em 
mulheres na pós-menopausa, principalmente após os 60 anos. 
(PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Estudos recentes sugerem uma forte associação entre a 
terapia de reposição hormonal pós-menopausa e o aumento 
da incidência de CLI. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Esses carcinomas apresentam maior frequênciade 
multifocalidade e multicentricidade (30% dos casos), assim 
como maior tendência à bilateralidade (6-8% dos casos). 
(PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Os CLIs apresentam um padrão de infiltração tecidual insidioso, 
provocando pouca reação tecidual desmoplásica adjacente, 
fato que pode impedir a formação de massa palpável, 
tornando o diagnóstico clínico difícil e acarretando dificuldades 
de visualização da lesão nos exames de imagem. (PASSOS, 
MARTINS-COSTA, 2023) 
A forma mais comum de apresentação é uma densidade 
assimétrica à palpação, sem nódulo bem definido, e presença 
de assimetria e distorção arquitetural mamária no exame 
mamográfico. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Apesar de ser considerado uma entidade única, existem 
subclassificações histológicas que apresentam padrões de 
agressividade diversos, desde o clássico (menos agressivo), 
sólido, alveolar, em “anel de sinete” até o pleomórfico (mais 
indiferenciado e agressivo). (PASSOS, MARTINS-COSTA, 
2023) 
O subtipo clássico (60% dos casos) se caracteriza pela 
presença de células tumorais pequenas e homogêneas 
semelhantes ao carcinoma lobular in situ (CLIS), que crescem 
em “fila indiana” com um padrão concêntrico, circundando os 
ductos mamários residuais, com formação de crescimento 
“em alvo” (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Algumas vezes, observam-se vacúolos de secreção no 
citoplasma das células neoplásicas, deslocando o núcleo para a 
periferia da célula, conferindo a ela um aspecto de “célula em 
anel de sinete” – o que classifica um subtipo de carcinoma 
lobular invasor, chamado de carcinoma com células em anel 
de sinete (a lesão apresenta mucina intracelular). Em muitos 
casos, é possível identificar um componente de CLIS 
associado. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
O padrão de disseminação metastático difere do CDI, sendo 
mais raras as metástases pulmonares, cerebrais e hepáticas. 
Em contrapartida, são mais frequentes as metástases para 
leptomeninges, peritônio, trato gastrintestinal, órgãos pélvicos 
(p. ex., ovários) e ossos. Tal característica se reflete na elevada 
diferença de incidência de metástase para órgãos sexuais 
entre CLI (16%) e CDI (1%). (PASSOS, MARTINS-COSTA, 
2023) 
Em geral, o prognóstico do CLI é semelhante ao do CDI-SOE, 
sendo o tamanho tumoral, o estadiamento dos linfonodos 
axilares e os marcadores tumorais os mais importantes fatores 
prognósticos. No entanto, em relação ao aspecto histológico, 
o CLI clássico costuma apresentar melhor prognóstico que o 
CDI-SOE, e variantes como o pleomórfico e o alveolar podem 
apresentar um prognóstico levemente pior (PASSOS, 
MARTINS-COSTA, 2023) 
Carcinoma tubular 
É um tipo especial de carcinoma que costuma ser bem 
diferenciado e associado a um bom prognóstico. (PASSOS, 
MARTINS-COSTA, 2023) 
Esse carcinoma compreende menos de 1 a 4% dos 
carcinomas de mama, e a média de idade das pacientes é de 
60 anos. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Os tumores costumam ser pequenos, com diâmetro médio 
de 1 cm, em geral, sem comprometimento de linfonodos 
axilares. A consistência do tumor é firme-endurecida, com 
coloração branco-acinzentada e aspecto estrelado ao corte. 
Na mamografia, a lesão tem aspecto espiculado. (PASSOS, 
MARTINS-COSTA, 2023) 
A lesão é composta de proliferação de túbulos glandulares, de 
forma irregular, revestidos por uma única camada de células 
bem diferenciadas, homogêneas, apresentando, muitas vezes, 
secreção apócrina. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
O estroma adjacente aos túbulos costuma ser abundante, 
fibrótico e com elastase. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
As calcificações estão presentes em 50% dos casos, 
geralmente no componente intraductal (presente em 60-80% 
dos tumores) (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Carcinoma medular 
Compreende menos de 5 a 7% dos carcinomas mamários 
invasivos, e as pacientes costumam ser mais jovens (< 35 
anos) no momento do diagnóstico. (PASSOS, MARTINS-
COSTA, 2023) 
Muitos estudos encontraram associação entre a ocorrência de 
mutações genéticas em BRCA1 e o carcinoma medular. 
(PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Esse tipo de tumor costuma ser bem delimitado, circunscrito, 
com consistência firme, em geral com 2 a 3 cm de diâmetro, 
sendo, muitas vezes, confundido com fibroadenoma ao exame 
físico. Tumores maiores podem sofrer degeneração cística. 
(PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Na mamografia, também pode apresentar-se como um tumor 
bem circunscrito, sendo possível confundi-lo com tumor 
benigno. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
É composto de células pouco diferenciadas, com alto índice 
mitótico, estroma escasso, com intenso infiltrado 
linfoplasmocitário e um padrão sincicial de proliferação (sem a 
presença de estruturas glandulares). (PASSOS, MARTINS-
COSTA, 2023) 
O carcinoma medular, apesar de suas características 
histológicas de neoplasia pouco diferenciada e da ausência de 
receptores hormonais (RH), é uma neoplasia com prognóstico 
relativamente favorável, quando comparado com o CDI-SOE. 
No entanto, também costuma ser negativo para HER-2, 
fazendo parte do grupo dos tumores triplo-negativos 
(PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Carcinoma mucinoso 
O carcinoma mucinoso, também chamado de carcinoma 
coloide, corresponde a 1 a 2% dos carcinomas de mama em 
geral. Representa 7% dos carcinomas de mama em mulheres 
com mais de 75 anos. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Esse tumor costuma ser circunscrito e de aparência bocelada 
e mucinosa (gelatinosa) ao corte e caracteriza-se pela 
presença de abundante secreção mucinosa no tumor (quase 
totalmente extracelular). (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
A quantidade relativa de mucina e estroma determina a 
consistência da lesão: macia, gelatinosa ou firme. A maioria dos 
carcinomas são RH positivos e não expressam a oncoproteína 
HER-2. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
É um carcinoma de bom prognóstico (80-90% de sobrevida 
em 10 anos), sendo muito importante excluir as formas não 
puras, pois 60% dos carcinomas de mama produzem algum 
grau de mucina, não devendo ser classificados como 
mucinosos (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Carcinoma papilífero 
Corresponde a 1 a 2% dos carcinomas de mama, sendo mais 
frequente em mulheres na pós-menopausa e idosas (idade 
média de 63-67 anos) e com prognóstico favorável. (PASSOS, 
MARTINS-COSTA, 2023) 
Em geral, é circunscrito ou lobulado, às vezes com 
componente cístico. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Costuma ser mais frequente na região central da mama, e 22 
a 34% das pacientes apresentam derrame papilar no 
momento do diagnóstico. Apresenta uma arquitetura papilar 
do componente invasor e intraductal, e este último está 
presente em mais de 75% dos casos (PASSOS, MARTINS-
COSTA, 2023) 
Carcinoma metaplásico 
Representa um grupo morfologicamente heterogêneo de 
neoplasias, formado por uma combinação variável de 
adenocarcinoma ductal pouco diferenciado, células epiteliais 
glandulares com transformação em células epiteliais não 
glandulares (células escamosas) e células mesenquimais 
(sarcomatosas), correspondendo a 1% dos carcinomas de 
mama. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
A idade média ao diagnóstico é de 47 anos, e mais de 50% 
das pacientes desenvolvem doença metastática em 5 anos do 
diagnóstico. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Os achados clínicos são semelhantes aos do CDI-SOE e, na 
mamografia, costuma apresentar-se como uma massa densa 
bem delimitada. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Embora os tumores possam ter grandes dimensões e 
crescimento rápido, as metástases para linfonodos axilares são 
relativamente incomuns (10-15% dos carcinomas com 
componente escamoso). A maioria desses carcinomas são RH 
negativos, sendo tratados de forma semelhante ao CDI-SOE, 
apesar de ser comum apresentarem pior resposta aos 
tratamentos quimioterápicos e radioterápicos (PASSOS, 
MARTINS-COSTA, 2023) 
Carcinoma com apresentação clínica não usual 
Doença de Paget 
A doença de Paget (DP),uma apresentação incomum das 
neoplasias malignas da mama, corresponde a 1 a 3% dos casos 
de câncer de mama e tem diferentes formas histopatológicas, 
podendo ser encontrada em associação com um carcinoma 
invasor ou intraductal, mas também sem nenhuma neoplasia 
subjacente.21 O pico de incidência ocorre entre 60 e 70 anos. 
(PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
É caracterizada pela presença de células epiteliais ductais 
neoplásicas no interior da epiderme do mamilo em direção à 
aréola, podendo ser assintomática ou associada a prurido, 
hiperemia, eczema e ulceração do mamilo (PASSOS, 
MARTINS-COSTA, 2023) 
A histopatogênese correta das células de Paget permanece 
controversa. A teoria mais aceita para seu desenvolvimento 
sugere que as células de Paget crescem nos ductos mamários 
e progridem ao longo dos ductos lactíferos até a epiderme 
do mamilo, o que permite entender os casos de DP que 
apresentam as mesmas características imunofenotípicas do 
tumor subjacente. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Na fase subclínica da doença, as pacientes costumam relatar 
dor, ardência e prurido mamilar. Ao longo da evolução da 
doença, os achados clínicos mais característicos são eritema, 
pele espessada, lesão em crosta e formação de pequenas 
vesículas, com exsudação serosa ou sanguinolenta, que pode 
evoluir para ulceração à medida que ocorre a infiltração 
epidérmica por células neoplásicas, ocorrendo, em geral, do 
mamilo em direção à borda da aréola, podendo causar a 
destruição completa do mamilo. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 
2023) 
Apesar dos sinais de alteração superficial na mama, a média 
de tempo para o diagnóstico histológico após o aparecimento 
dos sinais e sintomas está entre 6 e 8 meses. (PASSOS, 
MARTINS-COSTA, 2023) 
A palpação de nódulos ou adensamentos está presente em 
50% dos casos de DP, sendo, em geral, um carcinoma invasor. 
É possível ocorrer alteração mamográfica sem massa 
palpável e até mesmo não existir nenhuma alteração palpável 
ou em exames de imagem. Nesses casos, a ressonância 
magnética da mama pode auxiliar a identificação do tumor. O 
prognóstico está diretamente relacionado com a presença de 
um carcinoma invasor subjacente e o estadiamento da axila 
(PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Carcinoma de mama inflamatório 
O carcinoma de mama inflamatório (CMI) representa uma 
entidade clínico-patológica distinta, caracterizada por 
comportamento agressivo e rápida progressão da doença. 
Compreende 1 a 4% dos casos de carcinoma invasor de 
mama, sendo a idade média de 40 a 60 anos (semelhante aos 
casos de carcinoma invasor não inflamatório). (PASSOS, 
MARTINS-COSTA, 2023) 
Parece existir uma tendência de maior incidência na população 
negra. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
A taxa de sobrevida em 5 anos costuma ser menor que 5%, 
com elevadas taxas de recidiva local (50-80%). Cerca de 23% 
das pacientes apresentam metástases no momento do 
diagnóstico, contra 4% das pacientes com carcinoma não 
inflamatório. Em geral, 90% das pacientes desenvolvem 
metástases em menos de 2 anos após o diagnóstico. O risco 
de morte é duas vezes maior que o risco associado aos 
carcinomas localmente avançados não inflamatórios após 
ajustes para etnia, idade, tamanho tumoral, grau histológico, 
status axilar e expressão de receptores hormonais. (PASSOS, 
MARTINS-COSTA, 2023) 
A apresentação clínica é bastante específica, havendo 
aumento de volume e endurecimento da mama, sendo 
comum retração mamilar. Também há eritema e edema 
cutâneo, em geral com aspecto de casca de laranja (peau 
d’orange), hipersensibilidade local e calor, devido à importante 
obstrução linfática causada pela disseminação do carcinoma 
acometendo a mama. Linfadenopatias axilares ou 
supraclaviculares palpáveis ao exame clínico estão presentes 
em 55 a 85% dos casos. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
A característica patognomônica que distingue o CMI do 
carcinoma de mama localmente avançado (CMLA – estádio 
III) é a presença de numerosos êmbolos tumorais na derme 
papilar e reticular da pele que envolve a mama. Embora 
êmbolos tumorais linfáticos confirmem o diagnóstico, a sua 
ausência na derme não descarta o diagnóstico na presença 
de manifestações clínicas características e achado de 
carcinoma na biópsia mamária percutânea (PASSOS, 
MARTINS-COSTA, 2023) 
Manifestações clínicas do câncer de mama 
O câncer de mama pode manifestar-se clinicamente como 
massa, retração mamilar deprimida, ou secreção mamária 
anormal. Alguns tumores são percebidos pelas próprias 
pacientes – algumas vezes quando há apenas espessamento 
ou alteração sutil do contorno mamário. A variedade de 
sintomas e a possibilidade de autodetecção ressaltam a 
necessidade de que todas as mulheres estejam familiarizadas 
com o aspecto e a textura normais de suas mamas. (PASSOS, 
MARTINS-COSTA, 2023) 
1. Caroço (nódulo), geralmente indolor; 
2. Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com 
casca de laranja; 
3. Alterações no bico do peito (mamilo); 
4. Pequenos nódulos na região embaixo dos braços (axilas) 
ou no pescoço; 
5. Saída de líquido anormal das mamas; 
Rastreamento 
Autoexame das mamas 
O autoexame da mama (AEM) mensal não é mais 
recomendado, visto que há poucas evidências de que seja 
superior à conscientização sobre o câncer de mama para que 
novos sintomas relacionados com a mama nas atividades 
cotidianas sejam comunicados logo que percebidos. (PASSOS, 
MARTINS-COSTA, 2023) 
Não se demonstrou melhora da sobrevida com o AEM. As 
mulheres devem ser informadas sobre os benefícios e as 
limitações do AEM mensal, principalmente o risco de um 
resultado falso-positivo. No caso das mulheres que ainda 
preferirem fazê-lo, é necessário ensinar e reavaliar a técnica 
esporadicamente. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
A American Cancer Society retirou sua recomendação de que 
todas as mulheres façam autoexame sistemático periódico. 
(NORRIS, 2021) 
Estudos sugeriram que a maioria das mulheres que 
descobrem ter câncer o fazem fora das datas programadas 
para seu autoexame das mamas (AEM). (NORRIS, 2021) 
As mulheres pré-menopausa que fazem AEM devem realizar 
o exame pouco depois das menstruações. Esse período é 
mais apropriado em razão das alterações mamárias cíclicas 
que ocorrem em resposta às variações dos níveis hormonais. 
As mulheres pós-menopausa e as que fizeram histerectomia 
podem fazer o autoexame em qualquer dia do mês. (NORRIS, 
2021) 
O exame deve ser realizado no chuveiro ou na banheira, ou 
à hora de deitar. O aspecto mais importante do AEM é adotar 
um método sistemático, conveniente e consistente para 
examinar as mamas. (NORRIS, 2021) 
Mamografia 
A mamografia de rastreamento – exame de rotina em 
mulheres sem sinais e sintomas de câncer de mama – é 
recomendada na faixa etária de 50 a 69 anos, a cada dois 
anos. Fora dessa faixa etária e dessa periodicidade, os riscos 
aumentam e existe maior incerteza sobre benefícios. (NORRIS, 
2021) 
A mamografia permite identificar melhor as lesões mamárias 
em mulheres após a menopausa. Antes desse período, as 
mamas são mais densas e a sensibilidade da mamografia é 
reduzida, gerando maior número de resultados falso-negativos 
(resultado negativo para câncer em pacientes com câncer) e 
também de falsos-positivos (resultado positivo para câncer em 
pacientes sem câncer), o que gera exposição desnecessária 
à radiação e a necessidade de realização de mais exames 
(NORRIS, 2021) 
Mamografia é o único exame de triagem eficaz para 
estabelecer o diagnóstico precoce de lesões clinicamente 
imperceptíveis. (NORRIS, 2021) 
A mamografia pode detectar lesões de apenas 1 mm e áreas 
de calcificação, que podem justificar uma biopsia para excluir 
câncer. (NORRIS, 2021) 
A mamografia tem sensibilidade de 80 a 90% no diagnóstico 
desse tipo de câncer, mesmo quando é realizada nas 
instituições mais capacitadas. Por essa razão, mesmo que a 
mamografia seja negativa,a massa palpável deve ser avaliada 
com mais detalhes. (NORRIS, 2021) 
O uso crescente da mamografia de rastreamento aumentou 
a capacidade de detectar anormalidades impalpáveis da mama. 
O câncer de mama metastático é encontrado como um 
tumor axilar não suspeito em menos de 1% dos casos. 
(PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
A mamografia e o exame físico, métodos clássicos de 
rastreamento, se complementam. Cerca de 10 a 50% dos 
cânceres detectados por mamografia são impalpáveis, 
enquanto o exame físico detecta 10 a 20% dos cânceres não 
observados ao exame radiológico (PASSOS, MARTINS-
COSTA, 2023) 
 O objetivo do rastreamento é detectar cânceres ainda 
pequenos (< 1 cm), em que há maior possibilidade de cura 
cirúrgica. (PASSOS, MARTINS-COSTA, 2023) 
Diagnóstico do câncer de mama 
Os procedimentos realizados para diagnosticar câncer de 
mama incluem exame físico, mamografia, ultrassonografia, 
biopsia de aspiração por agulha fina, biopsia por agulha 
estereostática (i. e., biopsia com agulha cilíndrica) e biopsia 
excisional. (NORRIS, 2021) 
Ultrassonografia 
A ultrassonografia é o método de imagem, não invasivo, mais 
utilizado como adjuvante na avaliação das doenças mamárias. 
Tem baixo custo, ampla disponibilidade, e permite orientação 
dos procedimentos percutâneos, contudo, é operador-
dependente e necessita de um médico experiente e 
conhecedor de anatomia e patologia mamárias. Tem menor 
sensibilidade nas mamas adiposas, sendo limitado na avaliação 
de microcalcificações (NORRIS, 2021) 
A ultrassonografia é indicada para avaliação de pacientes 
sintomáticas, sendo o exame de escolha para mulheres abaixo 
de 35 anos (NORRIS, 2021) 
A ultrassonografia é útil como exame diagnóstico para 
diferenciar entre lesões císticas e sólidas nas mulheres com 
espessamento inespecífico. Certas características das massas 
sólidas, como margens irregulares, ecos internos ou 
proporção entre largura e altura < 1,7, sugerem malignidade. 
Em caso de mamas muito densas, o médico poderá solicitar 
exames complementares, como o ultrassom. (NORRIS, 2021) 
 
Ressonância Magnética 
Essa opção de rastreamento foi avaliada recentemente entre 
mulheres geneticamente de alto risco. Esse exame é 
particularmente interessante nesse grupo de mulheres, que 
desenvolvem ca ̂ncer de mama a uma taxa de 2% ao ano 
entre 25 e 50 anos de idade, período em que a sensibilidade 
da mamografia é reduzida pela densidade do tecido mamário. 
(NORRIS, 2021) 
Em geral, a RM mostra-se mais sensível e específica do que 
a mamografia, mas o teste tem sido criticado por seu alto 
custo e alta taxa de resultados falsopositivos. (NORRIS, 2021) 
Biópsia 
A avaliação de uma massa sólida de mama é finalizada com 
biópsia por agulha. Essas biópsias devem ser realizadas após 
exame de imagem ou, no mínimo, duas semanas antes do 
exame de imagem, uma vez que o trauma tecidual resultante 
pode produzir artefatos de imagem que simulam malignidade. 
(NORRIS, 2021) 
• Punção aspirativa por agulha fina: Em geral a 
PAAF é realizada em lesões palpáveis ou guiada por 
ultrassonografia, com uma agulha de calibre 20 ou 
22. A técnica tem alto nível de exatidão diagnóstica, 
com baixas taxas de falso-negativos e com resultados 
falso-positivos raros, porém persistentes (NORRIS, 
2021) 
• Punção biópsia/ core biopsy: A punção 
biopsia (core needle biopsy ou core biopsy) pode ser 
realizada em nódulos palpáveis e impalpáveis na 
mama. A realização de core biopsy, em vez de 
PAAF, em uma lesão palpável tem a vantagem de 
obter material mais fidedigno para diagnóstico, 
inclusive para avaliar a existência de receptores de 
estrogênio e progesterona e Her2/neu, substituindo 
assim a PAAF, a menos que se esteja fazendo a 
aspiração de uma massa cística. A core biopsy de 
lesões impalpáveis da mama é guiada por 
mamografia ou ultrassonografia. Com a orientação da 
imagem, introduz-se uma agulha de biopsia na lesão 
e retira-se um fragmento de tecido para exame 
histopatológico. (NORRIS, 2021) 
• Biopsia cirúrgica: pode ser realizada caso não seja 
possível biopsiar a lesão com agulha ou se for 
mostrada pela PAAF ou core biopsy uma lesão que 
pode estar associada à neoplasia maligna, como 
hiperplasia ductal atípica (HDA) ou carcinoma 
lobular in situ (CLIS). A excisão deve ser realizada 
quando os resultados da biopsia com agulha são 
questionáveis ou divergem dos achados clínicos. É 
preciso obter um diagnóstico histopatológico 
inquestionável de câncer antes do tratamento do 
câncer de mama. Pode-se usar o diagnóstico 
citológico se o nódulo parecer maligno ao exame 
clínico ou à mamografia.A biopsia cirúrgica pode ser 
feita no consultório, sob anestesia local (NORRIS, 2021) 
 
Classificação do BI – RADS 
Bi-Rads é um sistema de padronização de laudos de exames 
de imagem da mama (mamografia, ultrassonografia e 
ressonância magnética), no qual o resultado de cada exame é 
classificado em uma categoria que determina qual é o risco 
desse exame evidenciar um câncer de mama. 
 
Referências: 
PASSOS, Eduardo P.; MARTINS-COSTA, Sérgio H.; MAGALHÃES, 
José A.; et al. Rotinas em Ginecologia (Rotinas).: Grupo A, 2023. 
PORTO, Celmo C. Semiologia Médica, 8ª edição.: Grupo GEN, 2019. 
NORRIS, Tommie L. Porth - Fisiopatologia.: Grupo GEN, 2021. 
JUNQUEIRA, Luiz Carlos U.; CARNEIRO, José. Histologia Básica - 
Texto e Atlas.: Grupo GEN, 2017.

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