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APG 25 O TOQUE QUE FAZ DIFERENÇA OBJETIVOS • compreender a morfofisiologia das mamas • revisar o exame físico das mamas • diferenciar alterações benignas e maliganas • compreender os exames complementares das alterações patológicas MORFOFISIOLOGIA DAS MAMAS • órgão par situado na região anterior do tórax • localizada sobre o mpusculo peitoral maior • é uma glândula sudorípara modificada de origem ectodérmica • limite superior: 2° costela; limite inferior:6-7° costela; limite medial: borda esternal; limite lateral: linha axilar anterior Estruturalmente a mama divide-se em cerca de 15 a 20 lobos, e cada um, por sua vez, é formado por 20 a 40 lóbulos (unidade funcional da mama) e esses por 10 a 100 alvéolos (unidade secretora em repouso) ou ácinos (unidade secretora desenvolvida na gestação e lactação). Por meio de ductos o produto das glândulas é drenado até os seios lactíferos, localizados sob os mamilos. A maior parte do estroma da mama consiste em tecido fibroconjuntivo denso associado a tecido adi- poso (estroma interlobular), contendo fibras elásticas que sustentam os grandes ductos. Os lóbulos estão contidos num estroma mixomatoso frouxo, específi-co da mama e hormonalmente responsivo (estroma intralobular). O ducto mamário em repouso apresenta duas camadas celulares: uma de células epiteliais, voltada para a luz do ducto, e uma de células mioepiteliais em contato com a membrana basal. Os ligamentos de Cooper, ou ligamentos suspensores da mama, são prolongamentos de tecido fibroso denso que vão da fáscia do músculo peitoral maior em direção ao folheto anterior da fáscia superficial. Em casos de acometimento desse ligamento por tumores malignos pode ocorrer retração da pele. Existe, também, uma fáscia de muita importância para a dissecção axilar, a fáscia costocoracoide, que envolve o músculo peitoral menor, sendo incisada na borda lateral desse para exposição do conteúdo axilar. MUSCULATURA: • m. peitoral maior; • m. peitoral menor; • m. serrátil anterior; • m. grande dorsal; • M. subclávio; • M. subescapular. IRRIGAÇÃO ARTERIAL • Porção lateral da mama: artéria torácica lateral (artéria mamária externa; derivada da artéria axilar) 30% da irrigação • Porção medial e central da mama: artéria mamária interna (se origina da subclávia e se situa 2cm lateralmente ao esterno) 60% da irrigação mamária. • Ramificações da terceira à quinta artérias intercostais : 10% da irrigação mamária DRENAGEM VENOSA A drenagem venosa do tecido glandular mamário é dada por veias superficiais e profundas. A drenagem superficial, que forma a rede de Haller na região subareolar, apresenta dois padrões: o grupo transversal, que converge nas veias mamárias internas, e o grupo longitudinal, que converge nas veias jugulares. A drenagem profunda converge basicamente para a veia axilar, através das suas tributárias, as quais acompanham os ramos artérias já citados, e para a veia mamária interna. DRENAGEM LINFÁTICA É composto por 3 plexos dérmicos (subepitelial superficial; intermédio; profundo) e plexo fascial profundo . • A drenagem linfática ocorre de forma centrifuga: em direção aos linfonodos axilares e/ou mamários internos • 97% da linfa flui para os linfonodos axilares e 3% para os linfonodos da cadeia mamária interna. DIVISÃO DOS LINFONODOS AXILARES: • Grupo da veia axilar ou lateral • Grupo mamário externo ou peitoral • Grupo subescapular ou posterior • Grupo central • Grupo interpeitoral ou de Rotter • Grupo subescapular ou apical DIVISÃO COM BASE NO MÚSCULO PEITORAL MENOR (PROPOSTA DE BERG EM 1955) • NIVEL I: lateralmente ao m. peitoral menor • NIVEL II: entre as bordas lateral e medial do peitoral menor (podendo ser posteriores ou anteriores) • NIVEL III: medialmente ao musculo peitoral menor FISIOLOGIA DA MAMA A mama é uma glândula exócrina que sofre modificações desde o nascimento até a senilidade devido à ação de vários hormônios. Alguns deles exercem efeitos indiretos por meio do estímulo em seus respectivos órgãos-alvo. A principal função da glândula é a produção de leite, que, em condições fisiológicas, ocorre apenas no período pós- parto. • O desenvolvimento intrauterino das mamas ocorre por influência dos hormônios estrogênios e progesteronas placentários. • Durante a infância, devido à baixa concentração de estrogênio, não se observam alterações significativas na mama. Nessa fase, o seu crescimento é isométrico em relação ao crescimento corporal, não havendo crescimento lobular antes da puberdade. • Pré-puberdade: com a ativação do eixo hipotálamo-hipófise-ovários, a mama começa a sofrer influencia hormonal. Há aumento acentuado dos androgênios da adrenal -> presença dos primeiros pelos pubianos e axilares e ao início do crescimento da mama (TELARCA), que precede cerca de 2 anos a menarca. Na puberdade, o principal agente que leva ao desenvolvimento mamário é o estrogênio, responsável pelo crescimento dos componentes ductais da glândula. A primeira resposta à elevação dos níveis de estrogênio é o aumento de tamanho e pigmentação da aréola e a formação de tecido subareolar. A prolactina (PRL) contribui com o desenvolvimento de tecido adiposo e é necessária, na presença do hormônio do crescimento (GH) e cortisol, ao desenvolvimento do epitélio mamário, além de atuar sinergicamente com os hormônios esteroides. • O desenvolvimento completo da glândula mamária só acontece após uma gestação a termo, com a conversão de células alveolares terminais inativas em unidades ativas secretoras do leite. • No climatério, ocorrem alterações regressivas da mama que se caracterizam por diminuição do tecido glandular, lipossubstituição e modificação do estroma. Na senilidade, os ductos e vasos sanguíneos obliteram-se, podendo, por vezes, calcificar-se. Mesmo nesses períodos, a mama retém, ainda, a capacidade de responder aos estímulos estrogênicos. PROPEDÊUTICA DA MAMA As técnicas disponíveis para detecção das doenças mamárias podem ser divididas em clínicas (exame clínico e autoexame) e instrumentais (mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética). ANAMNESE A primeira oportunidade que se apresenta para haver uma relação médico-paciente torna-se ótima ocasião para se inspirar confiança, coletar informações e trazer tranquilidade, uma vez que, quase sempre, as pacientes chegam para a consulta preocupadas se as alterações que notaram são, ou não, evidência de câncer. Devem ser anotados os dados sobre identificação, antecedentes pessoais e familiares. A idade e os antecedentes podem proporcionar subsídios relacionados com os fatores de risco e proteção. FATORES DE RISCO IDADE As anomalias congênitas são mais comuns na infância. Os tumores benignos e as alterações funcionais benignas são mais frequentes na menacme, e o carcinoma é mais diagnosticado no climatério e na senectude. HISTÓRIA FAMILIAR Apresenta-se como fator de risco significativo, uma vez que irmãs e filhas de mulheres que tiveram câncer de mama apresentam risco três vezes maior de desenvolver essa doença, ao passo que mulheres com mãe e uma irmã afetada possuem 14 vezes mais chance de desenvolvê-la. No entanto, a porcentagem de mulheres portadoras de câncer de mama que identificam parentes de primeiro grau com a doença não ultrapassa 30%. A história familiar deve incluir o grau de parentesco, idade por ocasião do diagnóstico e se há caso de tumor bilateral HISTÓRIA GINECOBSTÉTRICA • Menarca precoce e menopausa tardia. • Nulíparas e primíparas idosas • Lactação : fator de proteção DOENÇA BENIGNA PRÉVIA Sabe-se hoje que somente aquelas que tiveram lesões caracterizadas como hiperplasias epiteliais atípicas têm risco aumentado (até seis vezes maior do que aquelassem essas alterações) ***** DISPLASIA NÃO TEM AUMENTO DE CHANCE PARA CA DE MAMA***** ANTICONCEPCIONAIS ORAIS E TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL O assunto é bastante controvertido, mas a maior parte dos trabalhos tem concluído não haver risco aumentado para o desenvolvimento do câncer de mama nas pacientes usuárias de contraceptivos orais. Quanto à terapia de reposição hormonal, a literatura mostra uma tendência de discreto aumento do risco de câncer de mama quando ocorre o uso dessas substâncias por um período superior a 10 anos. NUTRIÇÃO, OBESIDADE E FATORES SOCIOECONÔMICOS O risco de câncer de mama é diretamente proporcional à ingestão de gordura e proteína animal, aumento de peso e nível socioeconômico??? QUEIXAS MAIS FREQUENTES • Nódulo na mama • Dor mamária • Descarga mamilar Podendo haver também: anomalias no desenvolvimento, eliminação de secreção purulenta ou alterações na pele que reveste a mama. SINAIS E SINTOMAS NÓDULO MAMÁRIO Um dos motivos mais frequentes de consulta em mastologia. • Analisar época do surgimento e evolução • 70% dos casos a própria paciente percebeu o nódulo. • 20% o nódulo é detectado por meio de mamografia • 5,4% detectado pelo médico • 3,3% pela USG • 1,3% por um familiar ***** segundo um estudo feito com 148 pacientes DOR MAMÁRIA A maioria das alterações mamárias que causam dor são benignas. Ex: ectasia ductal e abscesso subareolar recidivante. Puérperas: fissuras, ingurgitamento mamário. Quanto ao carcinoma, a dor geralmente tende a ocorrer somente em alguns casos, quando há propagação neoplásica para costelas, necrose tumoral ou inflamação associada. DESCARGA MAMILAR Estar atento à eliminação espontânea se material sanguinolento ou aquoso através do mamilo Descarga sanguinolenta: pode estar associada a papiloma ou papilomatose interductal (não descartar carcinoma) • Geralmente é unilateral e de um único ducto • Realizar a citologia da descarga mamilar e exames e imagem (usg e mamografia) Quando a descarga é multiductal, bilateral e multicolorida, geralmente está associada a condições ou doenças benignas, tais como alterações funcionais benignas e ectasia ductal. EXCREÇÃO ATRAVÉS DE FÍSTULA É a queixa mais frequente das portadoras de abscesso subareolar recidivante. A fístula é uma comunicação entre a pele (frequentemente região periareolar) e um ducto subareolar. Ocasionalmente, pode-se notar mais de uma cicatriz periareolar, de onde já ocorreu drenagem em outras ocasiões. A história de tabagismo está presente em cerca de 95% dos casos. LESÕES DE PELE E COMPLEXO MAMILO- AREOLAR As pacientes portadoras de carcinoma avançado comumente apresentam espessamento cutâneo e, muitas vezes, até úlceras. Aquelas portadoras de doença de Paget podem apresentar prurido e crostas no mamilo. ASSIMETRIA MAMÁRIA Na maioria das vezes, o motivo da consulta é o crescimento mamário assimétrico, mas são também referidos crescimento escasso ou exagerado das mamas. A assimetria pode resultar, muitas vezes, da quantidade diferente de receptores hormonais entre as mamas ou da resposta assimétrica aos hormônios endógenos. É importante ressaltar que na pré- menacme a paciente pode queixar-se de dores em uma das mamas ou mesmo de nódulo, quando o broto mamário começa a se desenvolver. ANORMALIDADES CONGÊNITAS A anormalidade congênita mais frequentemente observada em ambos os sexos é a politelia (presença de mamilos acessórios). Glândulas mamárias acessórias verdadeiras são raras, sendo mais frequentemente localizadas nas axilas. Outra anormalidade congênita é a hipoplasia mamária, caracterizada pelo subdesenvolvimento da mama. Quando há ausência da mama, caracteriza-se a amastia. EXAME CLÍNICO • Inspeção estática e dinâmica Inspeção estática: • Volume e forma das mamas • Mamilos • Revestimento cutâneo Inspeção dinâmica: • São feitas manobras para promover a contração ou distensão dos músculos peitorais • Observa-se: retrações da pele. PALPAÇÃO • Parte mais importante da propedêutica • A mama é dividida em 4 quadrantes e uma região central Utilizando uma linha horizontal e outra vertical, que se cruzam ao nível do mamilo, podemos mapear a mama em quadrantes superoexterno (QSE), superointer-no (QSI), inferoexterno (QIE) e inferointerno (QII) AO LOCALIZAR UM NÓDULO DEVE-SE AVALIAR: • Localização • Forma • Tamanho • Consistência • Mobilidade • Sensibilidade É fundamental a pesquisa de linfonodos axilares e supraclaviculares, uma vez que as neoplasias mamárias propagam-se com elevada frequência para as cadeias linfáticas regionais e, apesar da raridade do quadro, pode haver comprometimento axilar sem o correspondente mamário. EXPRESSÃO DE DUCTOS GALACTÓFOROS Esse procedimento está indicado nos casos em que há queixa de descarga mamilar espontânea, com o propósito de confirmar o problema e verificar de onde provém o líquido. Pode-se também fazer compressão delicada, unidigital, em torno da base do mamilo. Dessa maneira é possível constatar a descarga, ao mesmo tempo em que se estabelece(m) o(s) ducto(s) acometido(s). EXAMES COMPLEMENTARES MAMOGRAFIA Sabe-se que a detecção precoce do carcinoma de mama, na sua fase pré-clínica, associa-se com maior sobrevida às pacientes quando comparadas com portadoras de lesões clinicamente detectáveis. As lesões mamárias podem ser: • Nódulos • Áreas densas assimétricas • Calcificações CALCIFICAÇÕES MALIGNAS Cerca de 40% dos carcinomas não palpáveis apresentam calcificações agrupadas como único sinal de malignidade. NÓDULOS E DENSIDADES DE ASPECTO MALIGNO • Palpáveis quando têm pelo menos 1cm de diâmetro • As lesões que apresentam contornos mal definidos, estriadas ou espiculadas são mais comumente associadas ao carcinoma mamário, mas podem também corresponder à hiperplasia ductal esclerosante (cicatriz radial), à necrose gordurosa, a alguns fibroadenomas hialinizados e a abscesso. A maior aplicação da mamografia é como método de rastreamento nas mamárias pré-clínicas. Assim, é fundamental que haja uma comunicação efetiva entre os imagenologistas e o clínico que orienta cada paciente. O laudo mamográfico deve ser descritivo e conclusivo, dando sempre que possível o máximo de informações. O American College of Radiology (ACR) criou uma classificação a ser utilizada nas mamografias de rastreio: • Categoria I: normal- negativo para malignidade • Categoria II: benigno • Categoria III: Lesões provavelmente benignas • Categoria IV: lesões suspeitas • Categoria V: sugestivo de malignidade ULTRASSONOGRAFIA MAMÁRIA A ultrassonografia tornou-se um método para o estudo das diversas anormalidades mamárias, representando o principal método complementar à mamografia e ao exame clínico. Como complementação mamográfica, é imprescindível a avaliação prévia da mamografia, com análise das características morfológicas e da disposição topográfica dos achados. Mais importante ainda é assegurarmos que a lesão evidenciada corresponde à imagem em questão. INDICAÇÕES • Estudo de massas palpáveis • Diferenciação de nódulos sólidos e císticos • Caracterização dos cistos mamários • Acompanhamento de nódulos benignos • Monitorização de procedimentos invasivos CANCER DE MAMA A maioria das doenças da mama pode ser descrita como benigna ou maligna. Os tecidos mamários nunca estão estáticos, ou seja, as mamas reagem continuamente às alterações dos estímulos hormonais, nutricionais, psicológicos e ambientais que acarretam alterações celulares contínuas. As doenças benignas das mamas não são progressivas. Contudo, algumas doenças mamárias benignas aumentam o risco de desenvolver câncer. Por isso, a adesão rigorosa a uma dicotomia entre doenças benignas versus malignas nem sempre pode ser apropriada.Contudo, essa divisão é útil por motivos didáticos e de clareza. Galactorreia- É secreção de leite pelas mamas de mulheres que não estão amamentando. Isso pode ser causado por estimulação vigorosa dos mamilos, hormônios exógenos, desequilíbrio dos hormônios endógenos ou infecção ou traumatismo torácico localizado. Tumores hipofisários (p. ex., prolactinoma) podem aumentar expressivamente os níveis de prolactina e causar galactorreia. Galactorreia ocorre em homens e mulheres e, geralmente, é benigna. Mastite- Significa inflamação da mama. Na maioria das vezes, isso ocorre durante a lactação, mas também pode ser causado por outras condições em mulheres não lactantes. Nas lactantes, a inflamação é causada por uma infecção ascendente que se estende do mamilo até as estruturas dos ductos lactíferos. Os microrganismos isolados mais comumente são estafilococos. Os agentes patogênicos originam-se da nasofaringe do lactente ou das mãos da mãe. Durante as primeiras semanas da amamentação, as mamas são especialmente suscetíveis à invasão bacteriana por causa das soluções de continuidade e das fissuras causadas pela sucção. A mastite não ocorre apenas no período pós-parto e também pode ser causada por flutuações hormonais, tumores, traumatismo ou infecção da pele. Distúrbios do sistema ductal- Nas mulheres idosas, a dilatação dos ductos mamários evidencia-se por secreção mamilar cinza-esverdeada intermitente, geralmente unilateral. A palpação da mama aumenta o volume da secreção. A dilatação ductal ocorre durante ou depois da menopausa e está associada a sinais e sintomas como ardência, prurido, dor e sensação de tração do mamilo e da aréola. Essa doença causa inflamação e espessamento subsequente dos ductos. Papilomas intraductais- são tumores benignos dos tecidos epiteliais, cujas dimensões podem variar de 2 a 5 cm. Uma porcentagem muito pequena dessas lesões terá células atípicas que podem progredir para câncer e a excisão é recomendada. Em geral, os papilomas são evidenciados por secreção mamilar sanguinolenta. O tumor pode ser palpado na região areolar. Fibroadenoma e alterações fibrocísticas- São encontrados nas mulheres pré-menopausa, mais comumente entre a terceira e a quarta década de vida. As manifestações clínicas incluem massa arredondada firme e bem demarcada com consistência de borracha. À palpação, a massa “escorrega” entre os dedos e pode ser mobilizada facilmente. Em geral, a paciente tem apenas um fibroadenoma, mas as lesões são bilaterais ou múltiplas em apenas 15%. Os fibroadenomas são assintomáticos e geralmente detectados casualmente. Esses tumores benignos não parecem ser precursores de câncer e o tratamento consiste em excisão simples. Alterações fibrocísticas são as lesões mais comuns das mamas. Essas alterações são mais frequentes nas mulheres entre a 2ª e a 5ª década de vida e são raras nas mulheres pós-menopausa que não fazem tratamento de reposição hormonal. Em geral, as alterações fibrocísticas evidenciam-se por massas mamárias granulares e nodulares, que são mais proeminentes e dolorosas durante a fase lútea – ou de predomínio da progesterona – do ciclo menstrual. As alterações fibrocísticas englobam grande variedade de lesões e variações mamárias. Ao exame microscópico, as alterações fibrocísticas significam um conjunto de alterações morfológicas evidenciadas por: (a) cistos microscópicos, (b) metaplasia apócrina, (c) hiperplasia epitelial branda e (d) aumento do estroma fibroso. Embora as alterações fibrocísticas tenham sido relacionadas com um aumento aparente do risco de câncer mamário, apenas algumas variantes nas quais há proliferação dos componentes ductais estão realmente associadas a um risco real. Câncer de mama- É a neoplasia maligna mais comum das mulheres. Uma em oito mulheres americanas desenvolverá câncer de mama em alguma fase de sua vida. Em 2017, o câncer de mama invasivo afetou cerca de 252.710 mulheres americanas e matou cerca de 40.610 mulheres. Embora a taxa de mortalidade por câncer de mama tenha apresentado um ligeiro declínio, ainda é a segunda causa de mortes por câncer entre mulheres americanas, superada apenas por carcinoma de pulmão. Outras 63.410 mulheres americanas tiveram o diagnóstico de câncer in situ ou lesão pré-neoplásica no mesmo ano. As taxas de incidência do carcinoma in situ têm aumentado dramaticamente desde meados da década de 1970, por causa das recomendações referentes à triagem por mamografia. As taxas de mortalidade diminuíram, principalmente entre as mulheres com menos de 50 anos. O declínio da taxa de mortalidade por câncer de mama desde 1989 é atribuído ao diagnóstico mais precoce por meio dos programas de triagem e à conscientização do público, assim como ao aperfeiçoamento dos tratamentos do câncer. Lembrando que há diferentes tipos de cânceres de mama. Fatores de risco- Sexo feminino, envelhecimento, história pessoal ou familiar de câncer mamário, história de doença mamária benigna e fatores hormonais que estimulam a maturação das mamas e podem aumentar as chances de ocorrerem mutações celulares (i. e., menarca precoce, menopausa tardia, nenhuma gestação a termo ou primeiro filho depois da idade de 30 anos e não ter amamentado). Os fatores de risco modificáveis são obesidade (especialmente depois da menopausa), inatividade física e etilismo. Contudo, a maioria das mulheres com cânceres de mama não tem fatores de risco detectáveis. Cerca de 5 a 10% de todos os cânceres de mama são hereditários e mutações genéticas causam até 80% desses carcinomas que se desenvolvem nas mulheres com menos de 50 anos. Dois genes de suscetibilidade ao câncer de mama – BRCA1 no cromossomo 17 e BRCA2 no cromossomo 13 – podem ser responsáveis pela maioria das formas hereditárias desse câncer. Diagnóstico- O câncer de mama pode manifestar-se clinicamente como massa, retração mamilar deprimida, ou secreção mamária anormal. Alguns tumores são percebidos pelas próprias pacientes – algumas vezes quando há apenas espessamento ou alteração sutil do contorno mamário. A variedade de sintomas e a possibilidade de autodetecção ressaltam a necessidade de que todas as mulheres estejam familiarizadas com o aspecto e a textura normais de suas mamas. Mamografia é o único exame de triagem eficaz para estabelecer o diagnóstico precoce de lesões clinicamente imperceptíveis. A mamografia pode detectar lesões de apenas 1 mm e áreas de calcificação, que podem justificar uma biopsia para excluir câncer. Os procedimentos realizados para diagnosticar câncer de mama incluem exame físico, mamografia, ultrassonografia, biopsia de aspiração por agulha fina, biopsia por agulha estereostática (i. e., biopsia com agulha cilíndrica) e biopsia excisional.
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