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Enfª. Ingrid Ribeiro Esp. Terapia Intensiva Adulto e Neonatal Auditoria e Gestão de Qualidade em Instituição de Saúde REVISÃO Princípios éticos • Ao traçarmos uma linha histórica podemos evidenciar os primeiros códigos de ética que tiveram seu surgimento na Antiguidade e que nortearam as condutas para o exercício da Medicina. Alguns princípios éticos foram estabelecidos os quais atualmente ainda precedem as condutas relacionadas à ética, são estes, a saber: beneficência, não maleficência, autonomia e justiça. REVISÃO os princípios éticos podem ser conceituados por: • beneficência: - significa fazer o bem, sendo o primeiro princípio básico a todos os profissionais, e quando falamos em saúde significa exercer o alívio da dor e do sofrimento. O médico baseia-se nesse contexto nos princípios hipocráticos que estabelecem condutas para que o profissional possa “ajudar ou ao menos não causar dano”. Os demais profissionais também conduzem suas relações de trabalho permeados por esse princípio. Beneficência significa a busca da excelência em favor dos pacientes, princípios também aparentes e conceituados quando definimos qualidade em saúde e assistência; REVISÃO • não maleficência: - pode ser entendida pela prevenção do dano, do prejuízo ao paciente. “Acima de tudo, não prejudicar”. A relação custo-benefício em relação à assistência terapêutica norteia-se por esse princípio. O médico poderá em suas condutas adequar a terapêutica analisando aquilo que menor causar dano ao indivíduo a fim de obter um objetivo maior, como em decisões cujo prognóstico do paciente não seja a “cura”, mas somente “paliativo” onde a decisão pelo alívio do sofrimento seja necessária, podendo, em muitos casos, abreviar a morte. REVISÃO • autonomia: - está relacionada à liberdade das pessoas de decidir sobre si, sobre o que consideram o melhor para si como indivíduos racionais. Cabe aos profissionais de saúde salvaguardar o direito da autonomia do seu paciente, orientando-o, tornando-o consciente de seu estado geral, participando-o no processo decisório relacionado à sua terapêutica. O paciente deverá ser responsável em decidir em conjunto com a equipe de saúde, exceto pela legislação vigente no País, o direito do paciente em decidir sobre seu “direito de morrer” por meio da eutanásia. Nesse caso, há um conflito de princípios entre a autonomia e a não maleficência; REVISÃO • justiça: - diz respeito à existência, dever, sistema legal que exerça o poder de proteção e garanta os direitos do cidadão. REVISÃO 1. Auditoria prospectiva • É caracterizada pela autorização de um procedimento ou tratamento por uma operadora, excetuando-se os procedimentos que não necessitem de autorização (consultas). • Marco inicial da utilização do sistema de saúde pelo cliente. • Emissão de parecer técnico sobre a solicitação do tratamento para a operadora, recomendando ou não a autorização. • O auditor prospectivo é um componente da estrutura de atendimento ao cliente de uma operadora. REVISÃO 2. Auditoria concorrente • A auditoria enfoca todos os aspectos da utilização de recursos para um paciente hospitalizado. O auditor é peça fundamental: - averiguar necessidade do processo de internação; - duração da internação; - necessidade médica dos tratamentos prescritos; - órteses, próteses, materiais e medicamentos utilizados; - plano de tratamento; - racionalidade do uso de recursos REVISÃO 3. Auditoria retrospectiva • Historicamente, é a forma primária da auditoria. • Iniciada em 1965, nos EUA. • Assegura o pagamento dos serviços mediante revisão efetiva da fatura, com ou sem análise de documento comprobatório. REVISÃO Auditorias de contas hospitalares • Avalia honorários. • Diárias. • Taxas de internação. • Materiais utilizados na prestação de serviços. • Exames complementares. • Prontuário: - Registro de admissão; - Evolução clínica; REVISÃO - Descrição de operações; - Boletim anestésico; - Registros de consumo de materiais e medicamentos cirúrgicos; - Prescrições médicas; - Evolução de enfermagem; - Exames complementares. REVISÃO • Honorários médicos: - consistência entre diagnóstico, procedimento proposto e realizado; - compatibilidade entre diagnóstico e hospitalização; - confirmação do diagnóstico; - vias de acesso em procedimentos cirúrgicos; - código de cobrança utilizado; - autorizado x realizado; - pareceres e acompanhamentos. REVISÃO • Glosas: - glosa: censura, crítica, cancelamento ou recusa, parcial ou total, de um orçamento, conta, verba, por ilegais ou indevidos; - glosa deve estar sempre fundamentada em contrato, regra acordada e referências científicas; - o motivo da glosa deve ser explicitado para permitir ao cooperado ou prestador a defesa e/ou o contraditório. REVISÃO • Principais motivos de glosas: - falta de informação da empresa/entidade de saúde em relação às suas regras e contratos; - cobrança de materiais e medicamentos em quantidade superior ao esperado e sem justificativa; - cobrança de honorários sem registro em prontuário; - cobrança de itens de conta sem registro em prontuário; REVISÃO - cobrança desdobrada de procedimentos cirúrgicos; - cobrança de auxiliares que não participaram da cirurgia; - permanência sem justificativa; REVISÃO Auditoria de enfermagem • 1955 – Primeiros trabalhos de auditoria de enfermagem foram publicados. • Método de avaliação da qualidade do cuidado de enfermagem, mediante o exame dos registros de enfermagem, após a alta do paciente. • Exame oficial dos registros de enfermagem com o objetivo de avaliar, verificar e melhorar a assistência de enfermagem. • Objetivo: melhoria contínua da assistência que o serviço de enfermagem se propõe a oferecer buscando alcançar os padrões ideais desse atendimento. • Mensura e avalia a qualidade da assistência ao paciente. • Anotações em prontuário, referentes à assistência de enfermagem, observando a técnica de registro. REVISÃO • Elaboração de relatórios referenciais, validados junto ao hospital, para suporte de revisão de contas. • Auditoria de materiais, medicamentos, taxas e serviços hospitalares: auditoria retrospectiva. • Participação na auditoria concorrente como visitadora e/ou suporte para as visitas médicas. REVISÃO • Como essas instituições não eram impulsionadas pelo lucro, Drucker percebeu o que diferenciava as que tinham sucesso daquelas que não tinham. Ele descreveu um modelo de gerenciamento que, resumidamente, apresentamos em cinco etapas: 1. declarar a missão da organização; 2. delimitar metas com foco nos resultados; 3. estabelecer prioridades e padrões de desempenho; 4. definir medidas de desempenho; 5. usar essas medidas como autocontrole por resultado. REVISÃO • Avedis Donabedian (1919-2000), médico armênio radicado nos EUA, é reconhecido como o precursor do método de avaliação (hoje, um clássico) de qualidade em saúde. Segundo esse teórico, o conceito de qualidade em saúde envolve vários componentes, bastante comuns quando se discute esse tema. O quadro 1 aponta esses componentes e suas respectivas definições. Componente Definição Eficácia Capacidade de alcançar resultados desejáveis. Efetividade Resultados desejáveis obtidos em condições reais da prática. Eficiência Capacidade de alcançar resultados desejáveis com menores custos Otimização Relação entre custos e benefícios na assistência. Aceitabilidade Relação positiva entre assistência prestada e expectativas do paciente e família. Legitimidade Concordância entre costumes, valores (éticos, morais), leis e regulamentos. Equidade Igualdade e justiça na distribuição de cuidados à população.REVISÃO O método de Donabedian prevê a definição de três elementos essenciais para avaliação: critérios, padrões e indicadores. • Critério: é um atributo da estrutura, processo ou resultado capaz de inferir uma conclusão sobre a qualidade. • Padrão: é uma medida quantitativa específica que define a qualidade desejada. • indicador: é uma medida quantitativa que pode ser usada para inferir uma avaliação dos serviços de saúde. REVISÃO Assim, o processo de controle de qualidade envolve as seguintes etapas: • Etapa 1: estabelecer padrões • Etapa 2: avaliar indicadores • Etapa 3: comparar com padrões • Etapa: 4: adotar ações corretivas REVISÃO • Outro método de avaliar a qualidade é buscar a acreditação. Vale destacar que, se uma instituição de saúde busca acreditação, é porque está preocupada com a validação externa dos seus serviços, com base em padrões já estabelecidos, o que, por sua vez, irá agregar maior valor social. • Acreditação é um processo de avaliação externo pelo qual o desempenho de serviços de saúde é avaliado com base em padrões predeterminados, de maneira formal, estruturada, periódica. Tem caráter voluntário, porque a intenção não é fiscalizadora, mas sim educativa, uma forma de criar uma “cultura de qualidade” contínua. REVISÃO • Para cada subseção, foram definidos três níveis de padrão de qualidade, níveis 1, 2 e 3. Esses níveis são semelhantes aos componentes do modelo de qualidade de Donabedian. O nível 1, estrutura, está relacionado aos aspectos de infraestrutura e de segurança. O nível 2, processo, está relacionado ao atendimento, gerência e interação de processos. O nível 3, resultado, diz respeito ao desempenho dos processos e inovações. Esses três níveis atendem a uma hierarquia, isto é, a organização que pretende ser acreditada deve, inicialmente, atender a todos os padrões de nível 1 para, posteriormente, progredir para o nível 2 e 3. Obrigada!
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