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Terapias 
Manuais
Noura Reda Mansour
Massoterapia
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Definir o histórico e os fundamentos da massoterapia.
  Analisar os efeitos fisiológicos das principais manobras e técnicas da 
massoterapia frente ao objetivo terapêutico desejado.
  Elaborar intervenções práticas utilizando a massoterapia nas disfunções 
cinético-funcionais relacionadas aos tecidos moles.
Introdução
A massoterapia foi aplicada durante milhares de anos em várias civilizações 
antigas, sendo conhecida pelos seus benefícios terapêuticos e aplicada 
com técnicas manuais de forma não invasiva. A massagem pode ser 
aplicada como uma forma de relaxamento após um tratamento fisiote-
rapêutico ou para liberar as aderências de maneira a preparar o membro 
para o fortalecimento muscular.
Neste capítulo, você vai aprender como e onde iniciou a massoterapia. 
Além disso, vai estudar os benefícios das técnicas nos tecidos moles, 
assim como quando e de que forma aplicar as técnicas de massoterapia.
As origens da massoterapia 
A massoterapia é o conjunto de diversas técnicas terapêuticas manuais não 
invasivas que tem como objetivos prevenir alguns desequilíbrios corporais 
(como tensões musculares e contraturas), manter a saúde e amenizar quadros 
de dor. Dessa forma, é uma prática que visa a melhorar a qualidade de vida.
A palavra massagem tem origem no grego, que significa “amassar” (CAS-
SAR, 2001). No Ocidente, Hipócrates (o pai da medicina) usou, no século 
V a.C., o termo anatripsis, que significa “friccionar o tecido” (BENTLEY, 
2006, p. 10). Mais tarde, esse estudioso deixou um aprendizado: “[...] o médico 
deve ser experiente em muitas habilidades, mas certamente na fricção, pois 
friccionando, pode fortalecer uma articulação muito frouxa ou afrouxar uma 
articulação muito rígida” (BENTLEY, 2006, p. 10).
Algum tipo de massagem ou sobreposição das mãos vem sendo aplicado há 
milhares de anos para curar e acalmar os enfermos (BENTLEY, 2006), sendo 
praticada desde a Antiguidade por diversas civilizações, como Índia, China, 
Japão, Grécia e Roma (CASSAR, 2001). Além disso, essa técnica foi aplicada 
também no Oriente Médio pelos egípcios e pelos persas (DONATELLI, 2015). 
Em Roma, a massagem era praticada nos banhos públicos, devido aos 
seus efeitos benéficos sobre os músculos, bem como no tratamento da cefa-
leia e até da paralisia (DONATELLI, 2015). O naturalista romano Plínio era 
friccionado para aliviar a asma, enquanto Júlio Cesar era massageado para 
aliviar a nevralgia e a cefaleia (BENTLEY, 2006). 
No século XVI, o médico cirurgião pessoal de quatro reis da França publi-
cou a importância da massagem nos processos de cura. Já no século XVIII, o 
cirurgião e professor de medicina, John Grosvenor, no Reino Unido, citou os 
efeitos benéficos da massagem em casos de rigidez muscular, gota e reuma-
tismo. Assim, as técnicas de massagem vêm se aprimorando há muito tempo 
(DONATELLI, 2015).
Já no Oriente, a massagem teve início na China, por volta de 2.800 a.C. 
Além das técnicas massoterapêuticas, também eram aplicadas agulhas nas 
regiões corporais — terapia conhecida como acupuntura. A China desenvolveu 
várias técnicas de massagem. Uma delas é a àn mó, que significa “pressionar 
e esfregar as mãos lentamente”, podendo também ser associada a balanços e 
vibrações. Outra técnica conhecida e difundida pelos chineses é a tui ná, que 
consiste em pressionar e esfregar a pele, associando movimentos de agarrar 
e comprimir os tecidos (DONATELLI, 2015).
Assim como a China, o Japão e a Coreia também realizavam tratamentos 
utilizando técnicas de massagem. A massagem an ma, por exemplo, foi di-
fundida no Japão e é baseada num conjunto de técnicas manuais associadas à 
acupuntura (DONATELLI, 2015). Na Índia, a medicina ayurvédica introduziu 
a massagem ayurveda. Posteriormente, no século XX, o obstetra Fréderick 
Leboyer sugeriu outra técnica de massagem exclusiva para bebês: a shantala. 
No Brasil, em 1990, o termo “massagem” passou a ser substituído por 
massoterapia. Essa terapia foi trazida ao Brasil pelos orientais, no século 
XX, e consistia na aplicação das técnicas chinesas, japonesas e coreanas 
(DONATELLI, 2015).
Massoterapia2
Cada país no mundo oriental desenvolveu técnicas específicas de massagem.
  Japão: desenvolveu o shiatsu e um conjunto de técnicas corporais e nos pontos de 
acupuntura chinesa denominado an ma.
  Índia: criou a massagem ayurvédica e a shantala para bebês.
  China: desenvolveu a àn mó, que envolve técnicas de esfregar, pressionar, segurar 
e comprimir os tecidos com a mão.
Manobras de massoterapia 
e seus efeitos fisiológicos
Durante a prática da massagem, podem ser realizados vários movimentos, 
conforme a técnica utilizada. Existem várias manobras da massoterapia, mas 
neste capítulo você vai aprender as mais básicas: deslizamento, alisamento, 
pressão, amassadura, percussão, fricção e vibração (DUFOUR et al., 2001).
Deslizamento 
O deslizamento é uma técnica na qual são aplicados movimentos de leves a 
profundos, antes ou no fi nal da massagem. Nessa manobra, a pressão realizada 
na região corporal a ser tratada não deve ser nem muito leve, nem pesada. Os 
movimentos são realizados com a mão aplanada na região a ser tratada, com 
os dedos suavemente fechados (VERSAGI, 2015). 
O deslizamento é aplicado de duas maneiras: superficial e profundo. Se-
gundo Cassar (2001), essa técnica é comparada a acariciar um bichinho de 
estimação: no seu primeiro contato com a pele, é possível avaliar o calor, 
a sensibilidade, a elasticidade e o tônus muscular. A manobra é realizada 
deslizando-se as mãos sobre o local de forma que não seja muito leve, nem 
muito pesada.
No deslizamento profundo, as manobras são realizadas de forma ligei-
ramente mais intensa. Ao receber essa técnica, o paciente é induzido ao re-
laxamento, pois durante o toque são estimulados os receptores superficiais 
teciduais (CASSAR, 2001). Outros efeitos fisiológicos do deslizamento incluem 
3Massoterapia
a melhora do retorno venoso devido ao aumento do fluxo sanguíneo; a melhora 
da drenagem linfática (o que resulta na diminuição de edemas); a redução da 
dor e da fadiga. A Figura 1 ilustra a técnica do deslizamento.
Figura 1. Técnica de deslizamento médio a 
profundo.
Fonte: Photographee.eu/Shutterstock.com.
Alisamento
O alisamento é realizado em movimentos unidirecionais com as mãos se 
arrastando de forma lenta sobre o corpo. Essa técnica pode ser realizada com 
o paciente posicionado em decúbito ventral, e o terapeuta posiciona as mãos 
ligeiramente abertas e espalmadas. O movimento é realizado aplicando-se peso 
de pressão média sobre as costas. Essa manobra tem como efeitos fi siológicos a 
redução da dor e a diminuição da ansiedade por meio do relaxamento muscular. 
Veja a técnica do alisamento na Figura 2.
Massoterapia4
Figura 2. Técnica de alisamento com o paciente em decúbito ventral.
Fonte: Prostock-studio/Shutterstock.com.
Amassamento por compressão
O amassamento é uma técnica na qual os músculos individuais ou grupos 
musculares são manipulados fi rmemente pelo fi sioterapeuta, tendo como 
objetivo desenrijecer a musculatura (DONATELLI, 2015). O manuseio é 
realizado de forma rítmica, à medida que o fi sioterapeuta aperta e libera os 
tecidos musculares. Mantendo contato com a mão, o ventre muscular é agarrado 
com fi rmeza com a palma da mão, forçando assim o tecido para cima com 
os dedos levemente arqueados (VERSAGI, 2015). O amassamento deve ser 
realizado levantando-se e espremendo-se a pele e os músculos para afastá-los 
dos ossos (MCGILLICUDDY, 2012).
Essa técnica também pode ser aplicada entre os dedos de uma mão e o 
polegar da outra. Assim, os tecidos são sincronicamente levantados e retorcidos 
de leve, no sentido horário e anti-horário (CASSAR, 2001). Nessa técnica há 
aumento do fluxo sanguíneo, liberação de aderências, diminuição do edema 
e da dor, e aumento da amplitudede movimento articular (ADM). Veja o 
amassamento por compressão da região da panturrilha na Figura 3.
5Massoterapia
Figura 3. Amassamento por compressão da panturrilha: a pele é 
afastada dos tecidos subjacentes com o polegar e os dedos num 
movimento de torção. 
Fonte: Microgen/Shutterstock.com. 
Percussão
Essa técnica é realizada de várias maneiras, com movimentos em forma de 
golpes. Ela envolve manobras como dedilhamento, punho-percussão, mão em 
concha, cutilada e pinçamento.
Dedilhamento: o terapeuta realiza essa manobra dando pancadinhas de 
forma alternada com os punhos relaxados sobre a pele.
Punho-percussão ou socamento: com as mãos e os punhos fechados, são 
aplicados suaves socos alternados com a região ulnar da mão sobre a pele.
Percussão com as mãos em concha: é realizada com as mãos semirrígidas 
e posicionadas em formato de concha, com os punhos frouxos. São aplicados 
movimentos alternados com as palmas das mãos sobre a pele e, durante a 
técnica, será produzido um som oco.
A percussão com as mãos em concha também é denominada tapotagem. Antigamente 
era utilizada na fisioterapia respiratória com o objetivo de promover a higiene brônquica 
para facilitar a expectoração das secreções.
Massoterapia6
Cutilada: com a região ulnar das mãos, são aplicadas de forma alternada 
pequenas batidas. A pressão vai depender da tolerância do cliente.
Pinçamento: nessa técnica, a pele é agarrada entre os polegares, na ponta 
dos dedos. No pinçamento, a pele deve ser levantada de forma superficial.
 Os efeitos fisiológicos da percussão incluem aumento do tônus muscular, 
aumento da circulação local e higiene brônquica que facilita a expectoração 
de secreções. Três das possibilidades de percussão são ilustradas na Figura 4.
Figura 4. (a) Pinçamento: o fisioterapeuta envolve a pele entre os seus dedos e polegares 
para realizar a manobra. (b) Cutilada: o fisioterapeuta realiza pequenas batidas alternadas 
com a região tenar de ambas as mãos. (c) Punho-percussão: o fisioterapeuta realiza pequenas 
batidas de pressão leve com os punhos fechados.
Fonte: a) Alex Tihonovs/Shutterstock.com; b) Serge Gorenko/Shutterstock.com; c) Photographee.eu/
Shutterstock.com.
Técnicas de fricção
Essas técnicas são aplicadas nos tecidos superfi ciais e profundos, utilizando apenas 
uma mão, com a ponta dos dedos ou o polegar. Os movimentos podem ser realizados 
em várias direções: em forma transversal entre as fi bras musculares, em linha 
reta entre as fi bras ou em forma circular. A manobra é realizada mobilizando-se 
os tecidos superfi ciais sobre as estruturas adjacentes (CASSAR, 2001).
7Massoterapia
Os efeitos fisiológicos incluem o reparo tecidual por meio da hiperemia 
tecidual, a correção de cicatrizes teciduais, a melhora da extensibilidade do 
tecido conjuntivo, a diminuição da dor, o realinhamento das fibras de colágeno 
e a diminuição da espasticidade e das aderências teciduais (VERSAGI, 2015). 
A Figura 5 traz uma amostra da aplicação da técnica de fricção.
Figura 5. Técnica de fricção profunda: as mãos estão apoiadas sobre o 
dorso, sendo realizados movimentos de fricção unidirecional.
Fonte: Jean Schweitzer/Shutterstock.com.
Técnicas de vibração
Nesse conjunto de técnicas, os dedos das mãos são mantidos abduzidos e 
estendidos, e a ponta dos dedos é usada para segurar a pele e os tecidos sutil-
mente. Aplica-se pressão com as mãos na região e executam-se movimentos 
de vibração fi na. Os efeitos fi siológicos incluem o aumento do fl uxo linfático 
devido à liberação da linfa (consequentemente reduzindo os edemas), a li-
beração de aderências e a contração dos músculos involuntários, que pode 
ser realizada no abdome (CASSAR, 2001). Veja na Figura 6 um exemplo de 
aplicação da técnica da vibração na região lombar.
Massoterapia8
Figura 6. Técnica de vibração na região lombar.
Fonte: Microgen/Shutterstock.com. 
Efeitos fisiológicos da massoterapia
A pele é um órgão rico em terminações nervosas. Além disso, ela dá origem 
a refl exos profundos e, por isso, é considerada um órgão sensorial, sede do 
sentido tátil. As sensações do tato, da pressão e da vibração são detectados 
por receptores encontrados na pele. Existem diferenças entre os três tipos de 
sensação: a sensação tátil ocorre pela estimulação de receptores táteis encon-
trados na pele ou em tecido abaixo dela, a sensação de pressão é resultante 
da deformação de tecidos moles mais profundos, já a sensação vibratória 
provém de sinais receptivos ligeiros (CRUZ; CAROMANO, 2006). Cada 
receptor tem uma função, como você pode ver no Quadro 1.
Tipo de receptor Função
Terminações nervosas livres Têm a função de detectar sensações 
de dor, coceira, temperatura, 
propriocepção e movimento articular
Discos de Merkel Detectam o tato fino e a pressão superficial
Receptor do folículo piloso Responde ao tato fino
Quadro 1. Função do receptor
(Continua)
9Massoterapia
Efeitos analgésicos
Mecanismo da dor
A medula espinal é dividida em dois segmentos: o corno posterior ou dorsal, 
responsável por informações sensitivas, e o corno anterior, responsável pelas 
informações motoras. As fi bras aferentes primárias, ao receberem os estímu-
los dolorosos do meio externo, fazem sinapses com interneurônios no corno 
posterior da medula espinal. Posteriormente, em resposta a potenciais de 
ação induzidos por estímulos nocivos, neurotransmissores como a substância 
P e o glutamato são liberados pelas fi bras de dor aferentes (ativadas por um 
estímulo nocivo). A substância P, por sua vez, ativa as vias de dor ascendentes 
que levam impulsos a diversas regiões do cérebro para que sejam processados 
como diferentes experiências de dor (SHERWOOD, 2010).
Durante a analgesia, a liberação da substância P é inibida para bloquear a 
liberação de impulsos de dor ao longo das vias aferentes de dor. Essa inibição 
ocorre devido à liberação de opioides endógenos pelas vias eferentes analgésicas 
ou redutoras de dor com receptores de opioides no botão sináptico da fibra de 
dor aferente (SHERWOOD, 2010). Um esquema de recepção dos estímulos 
na pele pode ser visto na Figura 7.
Fonte: Adaptado de Vanputte, Regan e Russo (2016).
Tipo de receptor Função
Corpúsculo de Pacini Responsável pela vibração, propriocepção 
e pressão cutânea profunda
Corpúsculo de Ruffini Responde ao estiramento da pele e é 
responsável pelo toque ou pressão contínua
Fuso muscular Detecta o estiramento muscular
Órgão tendinoso de Golgi Detecta a propriocepção em associação 
com o estiramento do tendão e 
controla a contração muscular
Quadro 1. Função do receptor
(Continuação)
Massoterapia10
Figura 7. Esquema de recepção de estímulos na pele: estímulos nervosos são levados pelas 
vias aferentes até o corno posterior da medula, que envia esses sinais ao cérebro, o qual os 
envia de volta pelas vias eferentes em direção ao local afetado. 
Fonte: Blamb/Shutterstock.com.
Teoria do portão para controle da dor
Em 1965, o psicólogo canadense Ronald Melzack e o fi siologista britânico 
Patrick Wall sugeriram a teoria do portão para o controle da dor. A medula 
espinal tem um mecanismo que é fechado em resposta à estimulação normal 
das fi bras nervosas de condução rápida. Esse mecanismo, numa analogia a 
um portão, é aberto quando os sinais sensoriais de dor são recebidos. Quando 
isso acontece, esses sinais são levados até o cérebro, dependendo do estímulo 
recebido pela medula espinal, para serem traduzidos como informações dolo-
rosas, e retornam pelas vias eferentes para as regiões corporais. É assim que 
ocorre a percepção dolorosa corporal (VERSAGI, 2015).
Durante as técnicas de deslizamento, amassamento por compressão, vi-
bração, massagem profunda, entre outras, o paciente recebe vários sinais 
que vão bloquear os sinais da dor no sistema nervoso. Isso ocorre porque o 
cérebro fica ocupado com tantos sinais de toque que a informação dolorosa 
não consegue chegar até ele (VERSAGI, 2015).
11Massoterapia
Efeitos da massoterapia na rigidez e nas aderênciasOs proteoglicanos (PG) e glicosaminoglicanos (GAG) são substâncias do 
tipo muco que gostam do meio hídrico, ou seja, da água. Elas são feitas de 
proteínas e de moléculas de açúcar em diversas combinações para formar a 
substância fundamental da matriz extracelular (MEC). Tais substâncias têm 
funções importantes, sendo uma delas a de auxiliar na difusão de nutrientes 
e de resíduos. Além disso, são responsáveis pela estabilização, compressão e 
tensão de fi bras oferecidas pelas fi bras de colágeno (CHAITOW, 2015).
Um PG e GAG bem conhecido é o ácido hialurônico, localizado entre a 
fáscia e o músculo. Essa substância tem a função de lubrificar e manter a 
viscosidade do MEC. Durante as técnicas de deslizamento e vibração, com 
a pressão exercida entre a fáscia e o músculo, o ácido hialurônico tende a 
aumentar, favorecendo assim a lubrificação tecidual (CHAITOW, 2015).
Como os GAG e PG adoram o meio hídrico, os efeitos da massoterapia 
estão relacionados às mudanças de conteúdo de água do tecido conjuntivo. 
Isso auxilia na redução do edema e no aumento de água para proteínas pouco 
hidratadas, permitindo a extensibilidade dos tecidos na rigidez fascial ou 
tecidual (CHAITOW, 2015).
Efeitos no relaxamento muscular
A tensão muscular também é diminuída, em resposta à liberação de serotonina 
e histamina. Como consequência, a vasodilatação aumenta o fl uxo sanguíneo 
para os tecidos, ativando os termorreceptores. Estes vão alterar a permeabi-
lidade da membrana celular, permitindo que os nutrientes sejam absorvidos 
e que o oxigênio seja distribuído para a oxigenação celular.
Efeitos na absorção do edema
Por meio das técnicas de massoterapia, o sistema simpático envia estímulos 
refl exos para os vasos sanguíneos que estão dentro da musculatura. Estes são 
esvaziados durante a massagem, devido à compressão muscular e à atividade 
refl exa do sistema nervoso (CRUZ; CAROMANO, 2006).
Durante a técnica de deslizamento superficial, a circulação cutânea melhora 
o fluxo sanguíneo das veias e dos vasos linfáticos. As trocas de líquidos dos 
tecidos também são facilitadas, aumentando assim a nutrição tecidual e a 
remoção de resíduos da fadiga e da inflamação (CRUZ; CAROMANO, 2006). 
Massoterapia12
Segundo outras teorias, a manutenção mecânica proporcionada pela melhora 
da circulação sanguínea desobstrui microvasos sanguíneos, reintroduzindo 
os fluidos que estavam estagnados nos vasos para a circulação geral. Dessa 
forma, o edema é diminuído (CRUZ; CAROMANO, 2006).
Intervenções com massoterapia em disfunções 
cinético-funcionais
A massoterapia é aplicada como tratamento complementar, associada a outros 
tratamentos fi sioterapêuticos, nas disfunções cinético-funcionais. Para que os 
objetivos sejam atingidos, você deverá levar em consideração todos os sinais 
e sintomas apresentados.
O paciente com o quadro sintomatológico de dor geralmente encontra-se 
irritado e frustrado. Por isso, é importante que o tratamento seja agradável, 
começando por um posicionamento correto, confortável e indolor, com apoios 
e travesseiros, para que você possa ofertar um tratamento correto. Os posi-
cionamentos que podem ser adotados são decúbito ventral, decúbito dorsal e 
decúbito lateral direito e esquerdo.
Durante as técnicas de massoterapia, você pode aplicar ainda óleos e cremes 
para facilitar os movimentos e tornar a sua realização mais prazerosa. A dura-
ção do atendimento ou das técnicas a serem realizadas depende da patologia, 
da área a ser tratada, da idade do paciente e da velocidade do movimento de 
cada técnica. Em uma grande articulação, por exemplo, uma massagem leva 
em torno de 10 minutos; na região das costas ou do pescoço, a duração é de 
15 a 30 minutos (PRENTICE, 2014).
As técnicas da massoterapia podem ser aplicadas nas disfunções cinético-
-funcionais, como em casos de tendinites, lombalgias, hérnias de disco, pontos-
-gatilho, nevralgias, entre outros. Os objetivos da massoterapia nesse contexto 
são os seguintes:
  proporcionar aumento do fluxo de sangue para o local;
  diminuir o edema;
  evitar formação de fibrose e aderência ou, caso elas já estejam presentes, 
amenizá-las; 
  diminuir a dor;
  melhorar a cicatrização tecidual;
  proporcionar a produção e o alinhamento das fibras de colágeno.
13Massoterapia
Antes de aplicar qualquer técnica de massoterapia, o fisioterapeuta deve realizar a 
avaliação e a anamnese do paciente.
Como exemplo, vamos abordar o tratamento da bursite aguda e da bursite 
crônica a partir da técnica de massoterapia. A bursite é uma patologia que 
acomete as bolsas encontradas no ombro, cotovelo, joelho e nos quadris. Sua 
etologia classifica-se da seguinte maneira: 
  Bursite geral: pode ser consequência de trauma ou tendinite, fraturas 
ou luxação.
  Bursite infecciosa ou séptica: pode ser causada por bactérias após uma 
lesão da articulação.
  Bursite superficial: ocorre sobre o osso, logo abaixo da pele. Pode estar 
também entre as articulações.
Fisiopatologia
As bolsas (ou bursas) são pequenos sacos gelatinosos em cujo interior está 
acomodado o líquido sinovial, que lubrifi ca e protege as articulações. As bursas 
têm como função proteger os tendões, músculos e ossos contra o atrito; além 
disso, elas absorvem o impacto.
Após ser acometida por alguma condição, a bursa começa a inflamar e 
se edemaciar. Como consequência, tecidos circunjacentes são comprimidos, 
causando mais dor e inflamação. Os músculos também recebem sinal doloroso 
e, para imobilizar a articulação que já está dolorida, entram em espasmo. Essa 
condição, se não for controlada, vai desencadear a piora do quadro.
Sinais e sintomas
Os pacientes com bursite aguda apresentam infl amação local, edema, calor, 
e referem quadros de dor durante o repouso e em suas atividades. Conse-
quentemente, há limitação da ADM, acompanhada de espasmo muscular e 
imobilização voluntária.
Massoterapia14
Na bursite crônica, a dor local permanece. No entanto, durante a realização 
das atividades de vida diária ou se a bursa for pressionada, a ADM se mantém 
restrita, ainda que menos que na bursite aguda. Também começam a aparecer 
aderências e fibrose local.
Avaliação
Além da avaliação médica, o fi sioterapeuta também deve avaliar o paciente. 
Deve-se realizar a anamnese e avaliar a ADM das articulações do membro 
afetado e do não afetado, bem como se a região afetada está mobilizada volun-
tária ou involuntariamente. É preciso observar ainda a presença de movimentos 
compensatórios.
Objetivos terapêuticos
A massoterapia visa a amenizar o espasmo e restabelecer a amplitude de 
movimento.
Frequência das sessões de massoterapia
Bursite aguda
Deve-se ter cuidado com o membro afetado, devido à presença de dor. 
Se ela for grave, recomendam-se sessões de duas vezes por semana na 
articulação afetada, com duração de 30 minutos, seguidos de 30 minutos 
de relaxamento
Bursite crônica
Como nessa fase há a presença de fi brose e de aderências, deve-se realizar uma 
sessão por semana, com duração de 45 minutos, em volta da articulação ou das 
extremidades afetadas. A seguir, deve-se realizar 15 minutos de relaxamento. 
O tratamento deve ser mantido até a liberação da fi brose e das aderências, e 
até que a ADM se restabeleça.
15Massoterapia
Protocolo da massagem para bursite aguda 
e crônica do joelho
Bursite aguda 
De início, posicione o paciente confortavelmente em decúbito dorsal, com 
auxílio de travesseiros e apoios.
Massagem passo a passo
1. Como o joelho ainda está com processo inflamatório, você deve aplicar 
uma compressa ou bolsa gelada no joelho afetado por 10 minutos.
2. Realize 2 minutos de relaxamento, instruindo o paciente a respirar 
profundamente.
3. Aplique a técnica de deslizamento com pressão leve (use um lubrificante) 
em todo o membro inferior afetado até a virilha (3 minutos).
4. Flexione levemente o joelho do paciente e realize compressão e desli-
zamento com pressão leve com os dedos das mãos totalmente abduzi-
dos em direção centrípeta.Comece aplicando as técnicas no músculo 
gastrocnêmio e na região do tibial anterior, e finalize na parte medial 
do músculo sóleo (4 minutos).
5. Aplique compressão e deslizamento com pressão leve, com os dedos 
das mãos abduzidos do músculo quadríceps, e termine nos isquiotibiais 
(3 minutos).
6. Aplique o deslizamento com pressão leve em toda a extensão do membro 
inferior afetado, com as mãos totalmente abertas (3 minutos).
7. Execute o amassamento por compressão leve em toda a extensão dos 
adutores do membro inferior afetado e dos isquiotibiais (4 minutos).
8. Realize exercícios ativos leves na amplitude de movimento do tornozelo, 
joelho e quadril (3 minutos em cada membro).
9. Aplique o deslizamento com pressão leve em todo o membro inferior 
(3 minutos).
10. Ocupe os últimos 30 minutos com relaxamento, de acordo com a sua 
preferência profissional.
Massoterapia16
Bursite crônica do joelho
De início, posicione o paciente confortavelmente em decúbito dorsal. 
Massagem passo a passo
1. Aplique uma bolsa quente na região da coxa, mantendo-a durante os 
próximos passos. Realize respiração profunda por 1 minuto para induzir 
o relaxamento.
2. Execute o deslizamento com pressão mediana e movimentos circulares 
curtos do pé ao joelho. Comece os movimentos no músculo quadríceps e 
depois continue até os isquiotibiais. A seguir, continue massageando em 
direção ao tibial anterior e à região medial do músculo sóleo. Termine 
no músculo gastrocnêmio (5 minutos).
3. Aplique amassamento por compressão com pressão mediana. Comece 
pela região proximal do músculo quadríceps e siga em direção aos 
músculos isquiotibiais, tíbia anterior e sóleo, terminando no gastroc-
nêmio (8 minutos).
4. Realize o amassamento com a ponta dos dedos com pressão leve a 
mediana na articulação do joelho (5 minutos).
5. Faça rolamento da pele até a tolerância do paciente na região proximal 
e distal do joelho (4 minutos).
6. Faça fricção profunda até a tolerância do paciente com o polegar e a 
ponta dos dedos (4 minutos).
7. Aplique uma bolsa gelada por 5 minutos para amenizar a inflamação 
que pode ser causada pelas técnicas aplicadas.
8. Enquanto a bolsa gelada está posicionada no joelho acometido, realize 
deslizamento e amassamento no membro inferior não acometido por 
10 minutos.
9. Retire a bolsa gelada e realize movimentos passivos de ADM nas ar-
ticulações do quadril, joelho e tornozelo (5 minutos).
10. Realize o relaxamento desejado por 13 minutos.
17Massoterapia
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Massoterapia18

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