Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS QUÍMICA GERAL II ELETROQUÍMICA COM APLICAÇÃO NA ENGENHARIA MECÂNICA Trabalho da disciplina Química Geral II, entregue a profª. Luiza Renata Felix pelos discentes Enzo Cardozo, João Victor Santos, Matheus Marinho, Micael Bispo e Wagner Freitas. ILHÉUS DEZEMBRO/2022 2 1 INTRODUÇÃO A natureza da eletricidade era desconhecida até a segunda metade do século XVIII, quando o cientista italiano Luigi Galvani descobriu que ao tocar os músculos de animais mortos, principalmente sapos, com cilindros com cargas elétricas, eles reagiam. Ele acreditava que a eletricidade provinha dos músculos. No fim daquele século, porém, outro cientista italiano, Alessandro Volta, sugeriu que a eletricidade provinha do fato de que os músculos estavam entre dois metais diferentes quando tocados pelos cilindros. Ele provou que a eletricidade provinha dos metais construindo uma torre de discos de diferentes metais alternados, separados por folhas de papel embebidas com uma solução de cloreto de sódio. Esta aparelhagem, uma "pilha voltaica", foi o primeiro dispositivo de armazenamento de eletricidade, uma bateria simples, mas como abriu a porta para uma nova compreensão da estrutura da matéria, ela surpreendia os cientistas e, até mesmo, os governantes do dia (ATKINS & JONES, 2012). Essas observações iniciais levaram a um ramo da química chamado de eletroquímica. Ela trata do uso de reações químicas espontâneas para produzir eletricidade e do uso da eletricidade para forçar as reações químicas não espontâneas a acontecerem. A eletroquímica também fornece técnicas de monitoramento de reações químicas e de medida de propriedades das soluções, inclusive o pK, de um ácido e as características termodinâmicas das reações. A eletroquímica também permite monitorar a atividade de nosso cérebro e de nosso coração (talvez enquanto estamos tentando aprender química), o pH de nosso sangue e a presença de poluentes em nossas fontes de água (ATKINS & JONES, 2012). 1.1Objetivos Compreender o que é a Eletroquímica e exemplificar seu uso na Engenharia Mecânica. 2 MATERIAS E MÉTODOS Para a construção desse trabalho foi empregado o modelo de estudo de revisão sistemática, responsável por reunir, sintetizar e abordar sobre uma temática. Sendo assim, essa revisão literária colheu informações acerca do uso da eletroquímica nos diferentes ramos da engenharia mecânica. A busca bibliográfica foi realizada no banco de dados do Google Acadêmico e em livros de Química para ensino superior. 3 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA A eletroquímica é o estudo das relações entre a eletricidade e as reações químicas, abrangendo o estudo de processos espontâneos (BROWN et al, 2016). O objetivo fundamental da Eletroquímica é o estudo de sistemas capazes de entregar trabalho útil elétrico a parti de reações de oxirredução ou de sistemas nos quais ocorrem processos de oxirredução ao receberem trabalho útil elétrico (TICIANELLI, 1998). Determinamos se uma reação é de oxirredução ao verificar os números de oxidação (estados de oxidação) dos elementos envolvidos na reação. Esse procedimento identifica se o número de oxidação varia para qualquer um dos elementos envolvidos na reação (BROWN et al, 2016). As baterias são os dispositivos mais conhecidos para conversão entre energia elétrica e química. Objetos como computadores portáteis telefones celulares, marca-passos, leitores de música portáteis, aparelhos elétricos sem fio, relógios de pulso e inúmeros outros dispositivos dependem de baterias para obter a energia necessária para o seu funcionamento. Atualmente, uma quantidade considerável de esforço está sendo dedicada à pesquisa e ao desenvolvimento de novas baterias, sobre tudo para alimentar veículos elétricos (BROWN et al, 2016). Para essa aplicação, serão necessários novos tipos de baterias que sejam mais leves, de rápido carregamento, com maior potência e vida útil mais longa. Custo e toxidade dos materiais utilizados também são importantes. No eixo central desse desenvolvimento, estão as reações de oxirredução que alimenta as baterias (BROWN et al, 2016). 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Uma bateria é um acumulador químico que tem a capacidade de transformar, através de reações químicas, a energia química em energia elétrica ou vice-versa. Considerando a grande variedade de tecnologias, princípios de operação e materiais que compõem as baterias, é importante distinguir dois conceitos importantes: baterias eletroquímicas e baterias de fluxo (ETT, 2020). As baterias eletroquímicas podem ser representadas pelas pilhas comuns de 1,5 V, usadas para acender lanternas e outros dispositivos eletrônicos de uso doméstico (BROWN et al, 2016). Já as baterias de fluxo armazenam energia por meio de reações entre duas soluções condutoras separadas por uma membra na semipermeável. Essa membrana permite o fluxo de 4 íons, mas não deixa os eletrólitos se misturarem. Enquanto os íons fluem pela membrana, uma corrente elétrica que é induzida nos condutores (ETT, 2020). A bateria de fluxo redox difere da bateria de armazenamento usual pois os eletrólitos são armazenados fora dela, o mesmo acontece com a célula a combustível, pois a energia armazenada está em cilindros de hidrogênio. A Figura 1 mostra esquematicamente a estrutura geral para o uso de meios líquidos. As células eletroquímicas são divididas por uma membrana em duas meias células, através das quais as soluções são bombeadas em circulação (ETT, 2020). Figura 1: Baterias de fluxo redox com eletrólitos como meio de armazenamento de energia Fonte: ETT, 2020 Para se atingir uma alta densidade energética, precisam ser levados em consideração: os compostos químicos eletroativos, o número de elétrons transferidos em suas reações de meia célula, seus potenciais redox padrão e a solubilidade. Elementos químicos com pelo menos três estados de oxidação podem ser considerados espécies para ambas as meias-células, sendo que, na melhor das hipóteses, todos os três compostos são solúveis (ETT, 2020). Existem diversas aplicações para as baterias de fluxo, sendo elas: fonte de alimentação ininterrupta, equipamentos de emergência e hospitalares, baterias industriais, sinalização ferroviária, estações retransmissoras, instalações militares, caminhões industriais de tração 5 elétrica, veículos leves, instalações automáticas de baixa manutenção fora da rede, sistemas de alimentação para residências em áreas remotas (ETT, 2020). A aplicação da bateria de fluxo em veículos é uma alternativa atraente, pois permite carregar a bateria com a mesma velocidade de um tanque de combustível. As baterias para veículos elétricos requerem alta densidade de energia e alta eficiência de ciclo. A densidade de energia das baterias de fluxo atuais está quase na mesma faixa que a das baterias avançadas de chumbo - ácido ou níquel-cádmio (ETT, 2020). Como exemplo de bateria de fluxo recarregável tem-se a bateria redox de vanádio, que utiliza íons vanádio em diferentes estados de oxidação como espécies eletroativas em seus eletrólitos, onde o transporte de íons ocorre através de uma membrana de alta condutividade iônica (SOARES, 2019). A figura 2 demostra esquematicamente a bateria de vanádio utilizada para o abastecimento de veículos. Figura 2: Esquema de bateria de vanádio para veiculo Fonte: ETT, 2020 5 CONCLUSÃO Logo, ao decorrer da discussão foi possível analisar as aplicações da eletroquímica na engenharia mecânica que abrange fenômenos como por exemplo, estados de oxidação e reações oxirredução, células voltaicas, corrosão, eletrólise, células a combustível e como explorado nessa pesquisa, as baterias eletroquímicas e baterias de fluxo. As baterias de fluxo, especialmente as de vanádio, são muitoutilizadas no mercado por oferecer uma flexibilidade 6 no ponto de vista operacional e com excelente aplicação para armazenar energia elétrica de fontes renováveis. Tais dados norteiam futuro trabalhos a serem executados no desenvolvimento de eletrólitos de vanádio a serem vendidos no mercado mundial de baterias de fluxo redox. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ETT, Gerhard. Sistemas Eletroquímicos Para Armazenamento De Energia. Portal TS, 2020. SOARES, A. B.; ALCÂNTARA, E. M.; DE ANDRADE LIMA, L. R. P. Baterias de Vanádio para Estocagem de Energia Limpa. XXVIII Encontro Nacional de Tratamento de Minérios e Metalurgia Extrativa: Belo Horizonte, 2019. BROWN et al. Química: A Ciência Central. Pearson, 13° ed, 2016 ATKINS & JONES. Princípios De Química: Questionando A Visa Moderna E O Meio Ambiente. Bookman, 5° ed, 2012. TICIANELLI, Edson Antonio. Eletroquímica: Princípios e Aplicações Vol. 17. Edusp, 1998.