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As gerações dos Direitos Humanos e os desafios da efetividade

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As gerações dos Direitos Humanos e os desafios da efetividade 
Evolução histórica dos Direitos Humanos: 
Os direitos humanos são faculdades de agir ou poderes de exigir atribuídos ao indivíduo para assegurar 
em suas constituições a dignidade humana nas dimensões da liberdade, igualdade e solidariedade. No 
constitucionalismo contemporâneo, eles estão prescritos no direito internacional e nas Cartas Políticas. 
Os primeiros direitos humanos surgiram da luta contra a opressão e a tirania impostas ao povo pelos 
governos despóticos de orientação absolutista. A partir da Revolução Francesa, as chamadas liberdades 
públicas e os direitos políticos, passaram a integrar as Constituições Republicanas e monarquistas, através de 
longos catálogos. 
Na esteira doutrinária do Welfare State ou Estado do bem-estar social em português, diz respeito aos 
sistemas de proteção social que surgiram em vários países depois da Segunda Guerra Mundial, principalmente 
na Europa, os direitos socias econômicos e culturais também foram constitucionalizados. 
Os anos 60 foram marcados pela luta contra a degradação ambiental, o preconceito e à intolerância, 
também inspiraram movimentos sociais organizados. 
Evolução. 
Teoria das gerações dos Direitos Humanos 
Os direitos humanos não são estanques ou incomunicáveis, mas complementares e conexos: integram-se uns aos outros 
para realizar o ideal de dignidade humana. 
a) 1ª Geração – liberdades públicas e direitos políticos; 
b) 2ª Geração – direitos sociais, econômicos e culturais; 
c) 3ª Geração – direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos; 
d) 4ª Geração – direitos da bioética e direito da informática; 
Direitos Humanos de 1ª Geração 
“Direitos de...” 
A 1ª geração dos direitos humanos tem na liberdade o elemento axiológico (de valor) preponderante. A Declaração dos 
Direitos do Homem e do Cidadão, proclamada em 1789, é o seu marco histórico. Nessa categoria, encontram-se as 
liberdades públicas e os direitos políticos. 
Liberdades públicas\direitos civis: Atuam na dimensão individual e protegem a autonomia da pessoa humana. Exemplo: 
a liberdade de expressão, a presunção de inocência, a inviolabilidade de domicílio, a proteção à vida privada, liberdade 
de locomoção. Todos possuem um ponto de confluência: a tutela da pessoa humana em sua dimensão individual. 
Os direitos políticos: asseguram a participação popular na administração do Estado. Exemplo: direito de votar, pelo 
direito de ser votado, pelo direito de ocupar cargos, pelo direito de neles permanecer. 
 Diferença entre direitos civis e políticos: Os direitos civis tutelam todas as pessoas físicas independentemente de 
nacionalidade, etnia, idade, religião ou condição financeira. Os direitos políticos restringem-se ao exercício da 
cidadania. Enquanto os primeiros asseguram a dignidade ao homem, os segundos restringem-se aos eleitores. 
 
Direitos humanos de 2ª Geração 
“direitos à...”. 
Os direitos de 2ª geração emanam da concepção teórica de Estado do Bem-Estar Social. Caracterizam-se por 
serem poderes de exigir prestações estatais positivas que asseguram a todos igualdades de oportunidades. Nas 
Constituições contemporâneas, eles se subdividem nas seguintes categorias: direitos sociais, direitos econômicos e 
direitos culturais. 
A 2ª geração produziu um conjunto de direitos que obrigam a intervenção do poder público para assegurar 
condições básicas de saúde, educação, habitação, transporte, trabalho, lazer etc., através de políticas e ações afirmativas 
eficientes e inclusivas. 
Constituições importantes para a 2 geração dos direitos humanos: Constituição Francesa de 1848, a Constituição 
Mexicana de 1917, a Declaração Russa dos Direitos do Povo Trabalhador e Explorado (1918) e o Tratado de Versailles, 
de 1919. Mas foi a Constituição alemã de 1919. 
do número de leitos nos hospitais públicos, distribuição de medicamentos especiais etc. 
Se dirigem ao Estado, a produção de leis, execução de políticas públicas, programas sociais e ações afirmativas. 
Se concretizam mediante a intervenção do Estado para garantir a todos o acesso às prestações civilizatórias básicas. 
Esquema DESC contemplados na Constituição Federal. 
• Direitos Sociais: (art.6º). 
• Direitos Econômicos: (art.170) 
• Direitos Culturais: (art. 215 e 216) 
Efetivação dos direitos sociais. Escassez de verbas para atendar às demandas setoriais. Estados e Municípios se 
defendem alegando a inexistência de recursos financeiros. 
 
Direitos Humanos de 3ª Geração 
Os direitos de 3ª geração, também conhecidos como direitos de fraternidade, ou direitos de solidariedade, 
passaram a ser adotados nos textos constitucionais a partir da década de 60. Eles têm como pressuposto a proteção de 
grupos sociais vulneráveis e também a preservação do meio ambiente ecologicamente equilibrado. 
Os direitos difusos e coletivos são a principal manifestação do princípio da solidariedade. Possuem dois pontos 
em comum: a transindividualidade e a indivisibilidade. São transindividuais porque só podem ser exigidos em ações 
coletivas e não individuais, são indivisíveis porque não podem ser fracionados entre os titulares. 
No plano internacional, a terceira geração abrange o direito ao desenvolvimento, o direito à paz, o direito de 
propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade, o direito de comunicação, o direito de autodeterminação dos 
povos, o direito à defesa de ameaça de purificação racial e genocídio. No sistema jurídico brasileiro, a solidariedade se 
desdobra em direito ambiental, direitos do consumidor, da criança, adolescente, idosos e portadores de deficiência. 
Os direitos de terceira geração têm a função de tutelar os interesses públicos primários. 
Os direitos coletivos possuem um número determinado ou determinável de titulares. Já os direitos difusos 
caracterizam-se pela indeterminação de seus titulares. 
A tutela dos direitos de solidariedade é uma das dimensões mais importantes da cidadania contemporânea, na 
medida em que promove a melhoria da qualidade de vida da população, assegurando lhe meio ambiente equilibrado, 
serviços públicos eficientes, respeito à diversidade e proteção aos hipossuficientes. 
 
Direitos Humanos de 4ª Geração 
A 4ª geração dos direitos humanos ainda não está plenamente configurada. Muitos até discordam de sua 
existência, se desenvolve em dois eixos: os direitos da bioética e os direitos da informática. 
O discurso jurídico incorpora temas como o suicídio, a eutanásia, o aborto, o transexualismo, o comércio de 
órgãos humanos, a procriação artificial, a manipulação do código genético e a clonagem de seres humanos. 
No outro eixo dos direitos de 4ª geração está o direito da informática, produto da Sociedade da Informação e suas 
complexas formas de expressão comunicativa. 
 
A fundamentação dos Direitos Humanos 
Fundamentar os direitos humanos significa buscar a justificação racional para a sua existência. A fundamentação 
axiológica mais coerente é a de que os direitos fundamentais emanam da dignidade humana, ou seja, das exigências 
consideradas imprescindíveis e inescusáveis a uma vida digna. 
A dignidade da pessoa humana foi elevada à dimensão jurídico-constitucional. É um dos fundamentos da 
República Federativa do Brasil (CF, art. 1º, III). O Estado deve estar a serviço do homem, não o contrário. 
O princípio da dignidade humana possui quatro dimensões axiológicas básicas: 
• dá liberdade brotam os direitos individuais e os direitos políticos; 
• da igualdade, os direitos sociais, econômicos e culturais; 
• da solidariedade, os direitos difusos e coletivos. 
Fundamentação dos Direitos Humanos 
A principal função das normas jurídicas, é a incidência. A incidência deve ser investigada como aspecto da 
dimensão normativa do direito. Já o atendimento, que é elemento essencialmente aferível no cotidiano e que se relaciona 
com a repercussão social da norma jurídica que incidiu, há de ser estudado no planosociológico. 
Efetividade dos direitos fundamentais está condicionada a três elementos objetivos: observância, aplicação e 
existência de garantias processuais eficazes. 
Observância significa a adesão espontânea dos destinatários às normas de direitos fundamentais. 
Já a aplicação pressupõe um ato de autoridade, que determine o cumprimento do comando normativo violado. 
Técnicas destinadas a promover a efetividade dos direitos fundamentais como a aplicabilidade imediata, a 
inclusão no cerne irrestringível, a força vinculante erga omnes e a cláusula da proibição do retrocesso, se aplicam da 
seguinte forma: 
Aplicabilidade imediata - As normas jurídicas de direitos fundamentais estão aptas para incidir e serem aplicadas 
pelas autoridades competentes a partir da promulgação do texto constitucional. 
Cerne irrestringível - São verdadeiras cláusulas pétreas que impedem a apresentação de propostas de emendas 
constitucionais que os suprima ou descaracterize o seu conteúdo essencial. 
Força vinculante - Obrigam o Executivo, o Legislativo e o Judiciário a cumprirem suas determinações, seja o 
dever de abstenção ou a prestação positiva. 
Cláusula da proibição do retrocesso – Constitui-se no mandamento dirigido ao legislador para que não revogue 
as normas infraconstitucionais que disponham sobre o cumprimento de prestações relativas a direitos sociais. 
Efetividade dos direitos humanos é o grande desafio do constitucionalismo contemporâneo. 
É preciso que os Estados garantam as condições necessárias para que eles possam concretizar-se plenamente. 
A efetividade depende de mobilização popular, da democracia participativa. O papel fiscalizador, a sociedade 
civil organizada. A comunidade internacional também pode pressionar os Estados a respeitar os direitos humanos, 
aplicando as sanções previstas em tratados internacionais, inclusive a intervenção humanitária. 
A positivação nas Constituições e tratados internacionais foi um grande passo para a universalização de princípios 
e compromissos de fortalecimento da dignidade humana sobre todos os povos do Planeta.

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