Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

Matriz de Referência – D04 – DESCRITOR DESTE MATERIAL 
 
TÓPICO DESCRITOR 
 
 
 
 
I. Procedimentos de Leitura. 
D – 01 – Localizar informação explícita. 
D-03 – Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.. 
 
D-04 – Inferir uma informação implícita em um texto. 
D-06 – Identificar o tema de um texto. 
D-11 – Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato 
 
 
 
 
 Inferir informação em texto verbal 
 
O descritor com o qual trabalharemos avalia a habilidade de o aluno inferir uma informação com 
base em ideias pressupostas ou subentendidas no texto. As ideias pressupostas são aquelas não expressas de 
maneira explícita, que decorrem logicamente do sentido de certas palavras ou expressões contidas na frase. 
As ideias subentendidas são insinuações, não marcadas linguisticamente, contidas numa frase. Essas 
inferências têm por base, sobretudo, o conhecimento de mundo do leitor que lhe permite ler as entrelinhas. 
Essa habilidade busca trabalhar com o conceito de informação implícita. É uma habilidade mais complexa, 
pois exige que o estudante perceba não somente o que é dito no texto, mas o “não dito”, as informações que 
se encontram na estrutura profunda dos gêneros. Para desenvolvê-la, o aluno precisa saber que o texto possui 
várias camadas de informações e que todas elas são indispensáveis para o seu entendimento global. Os itens 
que atendem a esse descritor apresentam um texto, no qual o aluno precisa buscar informações para além do 
que está escrito, mas que são autorizadas pelo texto. Ao realizar este movimento, o aluno estabelece relações 
entre o texto e o contexto dele (aluno). 
Zilberman (2009) afirma que o ato de ler se configura como uma relação privilegiada com o real, já 
que engloba tanto um convívio com a linguagem, quanto o exercício hermenêutico de interpretação dos 
significados ocultos que o texto suscita. Desse modo, à tarefa de deciframento, implanta-se outra: a de 
preenchimento, executada particularmente por cada leitor, imiscuindo suas vivências e imaginação. Portanto, 
o sentido de um texto não está apenas na superfície de sua estrutura, mas resulta de uma confluência de 
elementos que estão dentro e fora dele (ANTUNES, 2009, p. 202). Ainda segundo Antunes “O ideal é que o 
aluno consiga perceber que nenhum texto é neutro, que por trás das palavras simples, das afirmações mais 
triviais, existe uma visão de mundo, um modo de ver as coisas, uma crença. Qualquer texto reforça ideias já 
sedimentadas ou propõe visões novas. ” (2003, p. 81). Para aprendermos esse descritor, seguiremos o roteiro 
abaixo. 
 
1. Objetivos: 
Inferir uma informação com base em ideias pressupostas ou subentendidas no texto. 
 
2. Conteúdos: 
Intertextualidade, Romantismo, Modernismo, Linguagem Denotativa e Conotativa. Pressupostos e 
subtendidos. 
 
3. Gêneros Textuais Contemplados: 
Diversidade textual: poemas, textos informativos, contos, crônicas, trechos de obras literárias, dentre outros. 
 
4. Metodologia: 
Leitura, interpretação e compreensão textual através de oficinas de criação; Dinâmica The Word Coffee; 
Rodízio de leitura; Atividades que envolvam o reconhecimento do descritor estudado; Resolução de 
questões. 
 
 
ATIVIDADE 1 
 
Leia os textos 1 e 2 e depois discuta com seus colegas que atitudes podem ser percebidas por trás 
dos poemas de Oswald de Andrade e Casimiro de Abreu. Após a leitura, discuta, em seu grupo, 
como cada autor vê a infância, que pontos são diferentes e quais aspectos são considerados por 
eles. 
 
TEXTO 1: 
MEUS OITO ANOS 
 
Oh! que saudades que tenho 
Da aurora da minha vida, 
Da minha infância querida 
Que os anos não trazem mais! 
 
Que amor, que sonhos, que flores, 
 Naquelas tardes fagueiras 
À sombra das bananeiras, 
 Debaixo dos laranjais! 
Como são belos os dias 
Do despontar da existência! 
— Respira a alma inocência Como perfumes a flor; 
O mar é — lago sereno, 
O céu — um manto azulado, 
O mundo — um sonho dourado, 
 A vida — um hino d'amor! 
 
Que aurora, que sol, que vida, 
 Que noites de melodia Naquela doce alegria, 
 
Naquele ingênuo folgar! 
O céu bordado d'estrelas, 
 A terra de aromas cheia 
As ondas beijando a areia 
E a lua beijando o mar! 
Oh! dias da minha infância! 
 Oh! meu céu de primavera! 
Que doce a vida não era 
Nessa risonha manhã! 
Em vez das mágoas de agora, 
 Eu tinha nessas delícias 
 
Oh que saudades que eu tenho 
 Da aurora de minha vida 
Das horas 
De minha infância 
Que os anos não trazem mais 
 Naquele quintal de terra 
Da Rua de Santo Antônio Debaixo da bananeira 
Sem nenhum laranjal 
 
 
 
 
 
 
TEXTO II MEUS OITO ANOS 
De minha mãe as carícias 
E beijos de minha irmã! 
 
Livre filho das montanhas, Eu ia bem satisfeito, 
Da camisa aberta o peito, 
— Pés descalços, braços nus 
— Correndo pelas campinas A roda das cachoeiras, 
— Atrás das asas ligeiras 
Das borboletas azuis! 
 
Naqueles tempos ditosos Ia colher as pitangas, 
Trepava a tirar as mangas, Brincava à beira do mar; 
Rezava às Ave-Marias, 
Achava o céu sempre lindo. Adormecia sorrindo 
E despertava a cantar! 
................................ 
Oh! que saudades que tenho 
Da aurora da minha vida, 
Da minha infância querida 
Que os anos não trazem mais! 
 
— Que amor, que sonhos, que flores, 
— Naquelas tardes fagueiras 
A sombra das bananeiras 
Debaixo dos laranjais! 
 
ABREU, Casimiro de. Poesias Completas. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 1961. p. 63. 
 
Eu tinha doces visões 
Da cocaína da infância 
Nos banhos de astro-rei 
Do quintal de minha ânsia 
A cidade progredia 
Em roda de minha casa 
Que os anos não trazem mais 
Debaixo da bananeira 
Sem nenhum laranjal" 
 
ANDRADE, Oswald de. Poesias reunidas. 4 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1974 
 
ATIVIDADE 2 
 
O primeiro texto de Casimiro de Abreu foi escrito no século XIX, já o segundo texto, de Oswald de 
Andrade, foi escrito no século XX. As semelhanças entre os textos são evidentes, pois o assunto deles é 
o mesmo e há versos inteiros que se repetem. Portanto, o segundo texto cita o primeiro, estabelecendo 
com ele uma relação intertextual. 
O texto I, “Meus oito anos” é o mais famoso poema de Casimiro de Abreu. Sua simplicidade formal 
e emotiva tornou-o muito popular. Vários outros poetas, em diferentes épocas, retomaram esse texto, 
usando-o como ponto de partida para as suas próprias produções. Observe, porém, que o segundo 
texto tem uma visão diferente da apresentada pelo primeiro. 
Nesse tipo de relação estabelecida entre os textos, não há apenas intertextualidade, há uma 
relação mais abrangente, que envolve dois discursos poéticos distintos, duas formas diferentes de ver a 
infância. A esse tipo de relação entre os discursos chamamos de interdiscursividade. Para você 
reconhecer uma informação explícita e diferenciá-la de uma implícita, realize a atividade proposta a 
seguir. Para isso, selecione dois trechos dos poemas acima e preencha o quadro abaixo com o que se 
pede. 
 
 
 
 
 
 
ETAPA 2 Análise Textual e Sistematização dos Conteúdos 
 
As informações implícitas constituem o sentido de um texto. No processo de leitura, tais informações 
só podem ser recuperadas por meio da inferenciação, ou seja, através da identificação de sentidos 
possibilitados por deduções e conclusões que articulam as marcas linguísticas do texto com as características 
da situação de comunicação e com os diversos tipos de conhecimentos prévios do leitor. Ao ler, 
complementamos informações fornecidas pelos textos com outras informações de que dispomos ou que 
inferimos a partir do que foi dito pelo próprio texto. Nem sempre os textos trazem explícitos todos os 
elementos que participam da construção do sentido. O que não é dito expressamente também faz parte da 
construção de sentidos. E é isso que se intitula “inferência”, um procedimento de leitura, um tipo de 
implícito, uma compreensão textual a partir do que não é dito. Ao inferir,estamos “enxergando nas 
entrelinhas”. Podemos diferenciar implícito de explícito: implícito – não está manifestado claramente no 
texto; explícito – está claramente expresso no texto. Além do implícito, temos os pressupostos e os 
subentendidos. 
Ao inferir informações a partir de um texto verbal, o leitor está operando no nível interpretativo, 
construindo sentidos de acordo com o que o texto sugere ou dar a entender, pois a informação não está 
manifestadamente declarada. Trata-se, portanto, de uma informação que conseguimos captar, mas nem 
sempre está visivelmente apresentada, depende da nossa percepção, precisamos ir além da materialidade do 
texto e considerar as informações de maneira contextualizada. Implícito, subentendido é um conteúdo que 
está relacionado às capacidades do leitor, seus conhecimentos prévios, de mundo, percebendo as críticas 
inseridas nos textos. A incapacidade de compreender os implícitos deixa a compreensão do leitor restrita ao 
nível literal. 
De maneira clara, inferir significa realizar um raciocínio com base em informações já conhecidas, a 
fim de se chegar a informações novas, que não estejam explicitamente marcadas no texto. Com este 
descritor, pretende-se verificar se o leitor é capaz de inferir uma informação a partir de um texto que 
contempla a linguagem verbal. Alguns autores costumam classificar as inferências como locais ou globais. 
 
As locais seriam realizadas quando acontece uma lacuna de compreensão, provocada, por exemplo, pela 
presença de uma palavra cujo significado é desconhecido. Nesse caso, o leitor retoma o texto e procura 
pistas que permitam descobrir os sentidos. Já as globais são resultantes dos pressupostos e dos 
subentendidos, e são realizadas recuperando-se as marcas linguísticas do texto, a significação já elaborada, e 
articulando essas informações com os conhecimentos de mundo. 
Para realizar a inferência no texto, consideramos os aspectos já conhecidos. Assim, o que precisa ser 
recuperado para construir sentidos pode ser feito a partir das pistas dadas pelo próprio texto. Entretanto, para 
confrontar as pistas do texto com aspectos conhecidos da realidade é preciso realizar inferência, isto é, partir 
de algo ou alguma coisa já conhecida. No âmbito do verbal, essa habilidade é avaliada por meio de um texto, 
no qual o aluno deve buscar informações que vão além do que está explícito, mas que, à medida que ele vá 
atribuindo sentido ao que está enunciado no texto, vá deduzindo o que lhe foi solicitado. Ao realizar esse 
movimento, são estabelecidas relações entre o texto e o seu contexto pessoal, por exemplo, solicitar que o 
aluno identifique o sentido da ação dos personagens ou que determinado fato desperte nos personagens, 
entre outras coisas (BRASIL, 2009). Vamos ver como isso acontece na prática? 
 
1. O que lhe sugere o título do texto? 
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
2. O texto 1 trata de qual assunto? E o 2? 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ----------------
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ----------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------------------------ 
3. Que informações aparecem claramente nos dois textos? 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ -----
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ----------------------- 
4. Em suas entrelinhas, o que o eu-lírico quis dizer em cada um dos poemas estudados? 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ -----------------------
-------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------ 
 
ATIVIDADE 1. 
 
Pode-se inferir da leitura do poema de Casimiro de Abreu que para o eu-lírico 
 
a) a infância sempre parecerá aos olhos do indivíduo como pura e perfeita, porém logo percebe-se de que 
tudo é idealização. 
b) apenas a infância vivida no campo, no meio da natureza, pode ser considerada feliz e completa. 
c) as saudades que sentimos da infância revelam nosso grau de contentamento com essa fase da vida. 
d) o modo como vivemos na infância influenciará na maneira como iremos vivenciar nossa vida adulta. 
e) o presente revela-se triste e repleto de desilusões, contrastando com um passado feliz, cheio de realizações. 
 
ATIVIDADE 2. 
 
Nos versos “Oh! Que saudades que eu tenho / Da aurora da minha vida, / Da minha infância querida / 
Que os anos não trazem mais! ”, o eu-lírico expressa 
 
a) alegria com a certeza de que esse passado feliz terá consequências no presente. 
b) angústia diante de um passado inegavelmente idealizado. 
c) tristeza com a certeza de que apenas foi feliz no passado. 
d) saudosismo sentido, confirmando que esse passado não irá refletir-se no presente. 
e) sofrimento diante da oposição de um passado feliz e um futuro duvidoso. 
 
 
 
 
ATIVIDADE 3. 
 
A respeito dos referidos textos, pode-se deduzir que 
 
a) o texto 2 faz parte da terceira geração do Modernismo. Isso se nota porque, por meio da linguagem 
utilizada, dialoga com a proposta regionalista da referida geração. 
b) através do uso do verso “Sem nenhum laranjal”, filia-se à proposta do Manifesto da Poesia Pau- Brasil 
que valoriza o regionalismo. 
c) apesar da inovação proposta na linguagem artística, os poemas, como se pode observar, mantém o rigor 
formal adotado por movimentos literários que antecederam o Modernismo. 
d) o texto de Oswald intertextualiza com “Meus Oito Anos”, poema escrito pelo poeta romântico Casimiro 
de Abreu, exemplificando a perspectiva antropofágica que caracterizou a fase modernista da qual faz 
parte. 
e) o texto 1 mantém uma perspectiva saudosista em relação à infância e mesmo ufanista em relação ao local 
e, consequentemente, à pátria. 
 
Conhecendo um pouco dos autores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTÕES COMENTADAS: 
 
1. Leia o texto e responda à questão. 
 
Cinco minutos 
Assim ficamos muito tempo imóveis, ela, com a fronte apoiada sobre o meu peito, eu, sob a 
impressão triste de suas palavras. Por fim ergueu a cabeça; e, recobrando a sua serenidade, disse-me com um 
tom doce e melancólico: 
– Não pensas que melhor é esquecer do que amar assim? 
 
– Não! Amar, sentir-se amado é sempre [...] um grande consolo para a desgraça. O que é triste, o 
que é cruel, não é essa viuvez da alma separada de sua irmã, não; aí há um sentimento que vive, apesar da 
morte, apesar do tempo. É, sim, esse vácuo do coração que não tem uma afeição no mundo e que passa 
como um estranho por entre os prazeres que o cercam. 
– Que santo amor, meu Deus! Era assim que eu sonhava ser amada! ... 
– E me pedias que te esquecesse!... 
– Não! Não! Ama-me; quero que me ames ao menos... 
– Não me fugirás mais? – Não. [...] 
ALENCAR, José de. Cinco minutos. Rio de Janeiro: Aguilar, 1987.Fragmento. 
No trecho “É, sim, esse vácuo do coração que não tem uma afeição no mundo e que passa como um 
estranho por entre os prazeres que o cercam. ”, o homem demonstra estar 
 
a) confuso. 
b) consolado. 
c) deprimido. 
d) preocupado. 
e) revoltado. 
 
Comentário 
Neste descritor, o estudante deverá inferir uma informação implícita envolvendo elementos que não constam na 
superfície do texto. Assim, ele precisará construir essa ideia com base em pistas explícitas e implícitas e analisar, por 
exemplo, as ações dos personagens, o comportamento etc. Dessa forma, é necessário que o estudante consiga chegar a 
interpretações que estão além daquelas evidenciadas. Logo, no trecho “É, sim, esse vácuo do coração que não tem 
uma afeição no mundo e que passa como um estranho por entre os prazeres que o cercam” fica implícito que o homem 
está deprimido, o que leva o aluno a marcar como GABARITO A LETRA “C. 
 
 
 
2. Considere o texto a seguir: 
 
Devemos muito à vaca. Mas há quem a veja como inimiga. A vaca, aqui referida como a parte pelo todo 
bovino, é acusada de contribuir para a degradação do ambiente e para o aquecimento global. Cientistas atribuem ao 1,4 
bilhão de cabeças de gado existentes no mundo quase metade das emissões de metano, um dos gases causadores do 
efeito estufa. Acusam-se as chifrudas de beber água demais e ocupar um espaço precioso para a agricultura. O truísmo 
inconveniente é que homem e vaca são unha e carne. [...]. Imaginar o mundo sem vacas é como desejar um planeta 
livre dos homens – uma ideia, aliás, vista com simpatia por ambientalistas menos esperançosos quanto à nossa espécie. 
“Alterar radicalmente o papel dos bovinos no nosso cotidiano, subtraindo-lhes a importância econômica, pode levá-los 
à extinção e colocar em jogo um recurso que está na base da construção da humanidade e, por que não, de seu futuro”, 
diz o veterinário José Fernando Garcia, da Universidade Estadual Paulista em Araçatuba. [...] A vaca tem um papel 
econômico crucial até onde é considerada animal sagrado. Na Índia, metade da energia doméstica vem da queima de 
esterco. O líder indiano Mahatma Gandhi (1869- 1948), que, como todo hindu, não comia carne bovina, escreveu: “A 
mãe vaca, depois de morta, é tão útil quanto viva”. Nos Estados Unidos, as bases da superpotência foram estabelecidas 
quando a conquista do Oeste foi dada por encerrada, em 1890, fazendo surgir nas Grandes Planícies americanas o 
maior rebanho bovino do mundo de então. “Esse estoque permitiu que a carne se tornasse, no século seguinte, uma 
fonte de proteína para as massas, principalmente na forma de hambúrguer”, escreveu Florian Werner. [...]. Comer um 
bom bife é uma aspiração natural e cultural. Ou seja, nem que a vaca tussa a humanidade deixará de ser onívora. 
Revista Veja. p. 90-91, 17 jun. 2009. Fragmento. 
 
Pela leitura do texto é possível inferir que 
 
a) a agricultura é mais preciosa do que a pecuária. 
b) a dependência entre o homem e a vaca é real. 
c) a importância econômica da vaca é unanimidade. 
d) o ser humano gosta de comer um bom bife. 
e) os EUA hoje possuem o maior rebanho bovino. 
 
 
 
 
Comentário 
Para resolver essa questão, o aluno deve fazer a leitura do texto com base nas informações principais. A informação 
não está explicitamente marcada no texto, mas consegue se inferir ao ler o texto e associar as referências sobre essa 
relação de dependência. Todos os distratores apresentam ideias que podem ser inferidas do texto, porém esses servem 
apenas como argumentos construídos na linearidade textual para manter o raciocínio argumentativo do autor para a 
conclusão final “nem que a vaca tussa a humanidade deixará de ser onívora”, resultando na conclusão que se pode 
inferir a total dependência do homem e a vaca é real. RESPOSTA: B. 
 
 
3. Leia o texto para responder à questão. 
 
Afinal, o que as mulheres querem? No campo das aspirações femininas mais fundamentais, essa é 
uma pergunta facílima de responder. Por razões sociais, culturais e biológicas, a maioria absoluta das 
mulheres aspira a encontrar um companheiro, casar-se, construir família e, por intermédio dos filhos, ver 
cumprido o imperativo tão profundamente entranhado em seu corpo e em sua psique ao longo de centenas 
de milhares de anos de história evolutiva. A diferença a que se assiste hoje é que não existe mais um 
calendário fixo para que isso aconteça. 
A formidável mudança que eclodiu e se consolidou ao longo do último século, com o processo de 
emancipação feminina, o acesso à educação e a conquista do controle reprodutivo, permitiu a um número 
crescente de mulheres adiar a “ programação” materno-familiar. As mulheres que dispõem de autonomia 
econômica e vida independente não são mais consideradas balzaquianas aos 30 anos – apenas 30 anos! -, 
encalhadas aos 35 e aos 40, reduzidas irremediavelmente à condição de solteironas, quando não agregadas 
de baixíssimo status social, melancolicamente mexendo tachos de comida para os sobrinhos nas grandes 
cozinhas das famílias multinucleares do passado. Imaginem só chamar de titia uma profissional em pleno 
florescimento, com um ou mais títulos universitários – e um corpinho bem-cuidado que enfrenta com honras 
o jeans de cintura baixa ou o biquíni nos intervalos dos compromissos de trabalho. Além de fora de moda, o 
termo pode ser até ofensivo. O contraponto a esses avanços é que, quanto mais as mulheres prorrogam o 
casamento, mais se candidatam a uma vida inteira sem alcançá-lo. 
Bel Moherdani. Revista Veja. 29 novembro 2006 (Fragmento) 
 
Infere-se do texto que as mulheres 
 
a) aspiram ao casamento e querem ter muitos filhos. 
b) evitam o matrimônio para manter sua emancipação. 
c) tendem a adiar o casamento para avançar nos estudos e na vida profissional. 
d) apresentam preocupação em serem chamadas de balzaquianas por não casarem. 
e) continuam semelhantes às mesmas de antigamente, cuidando dos afazeres do lar. 
 
Comentário 
Este item avalia a habilidade de inferir informações implícitas no texto, ou seja, informações que 
não se encontram claramente na base textual, porém, podem ser percebidas pela construção de 
inferências do leitor em relação ao texto. Por meio de deduções, o aluno deve perceber que as 
ideias apresentadas nas linhas de 11 a 16 enfatizam que as mulheres estão menos preocupadas em 
casar-se e priorizam a vida profissional e os estudos. RESPOSTA C. 
 
QUESTÕES DISCURSIVAS 
1. O texto que segue, a parte IV de "O navio negreiro", é a descrição do que se via no interior de um navio 
negreiro. 
 
2. Era um sonho dantesco... O tombadilho, 
3. Que das luzernas avermelha o brilho, Em sangue a se 
banhar. 
4. Tinir de ferros... estalar do açoite... Legiões de 
homens negros como a noite, 
5. Horrendos a dançar... 
6. 
Em ânsia e mágoa vãs. 
 
E ri-se a orquestra, irônica, estridente... 
E da ronda fantástica a serpente Faz doudas 
espirais... 
Se o velho arqueja... se no chão resvala, 
Ouvem-se gritos... o chicote estala. E voam mais 
 
7. Negras mulheres, suspendendo às tetas 
8. Magras crianças, cujas bocas pretas Rega o sangue 
das mães: 
9. Outras, moças... mas nuas, espantadas, 
10. No turbilhão de espectros arrastadas, 
E ri-se a orquestra irônica, estridente... 
E da ronda fantástica a serpente Faz doudas espirais! 
11. 
e mais... 
 
Presa nos elos de uma só cadeia, A multidão 
faminta cambaleia, E chora e dança ali! 
Um de raiva delira, outro enlouquece... 
Outro, que de martírios embrutece, 
Cantando, geme e ri! 
 
No entanto o capitão manda a manobra. 
E após, fitando o céu que se desdobra Tão puro sobre o 
mar, 
Diz do fumo entre os densos nevoeiros: 
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros! Fazei-os mais 
dançar!..." 
Qual num sonho dantesco as sombras voam!... 
Gritos, ais, maldições, preces ressoam! 
E ri-se Satanás 
 
O poema "O navio negreiro" tem uma finalidade política e social evidente: a erradicação da escravidão no Brasil. 
Emque trechos do poema se percebe claramente isso? Destaque. 
 
De que modo o poeta procura atingir o público e convencê-lo de suas ideias: com argumentos racionais ou com 
a exploração das emoções? 
 
Leia o poema abaixo. 
ACORDAR VIVER 
 
Como acordar sem sofrimento? 
Recomeçar sem horror? 
O sono transportou-me 
àquele reino onde não existe vida e eu quedo inerte sem paixão. 
 
Como repetir, dia seguinte após dia seguinte, a fábula inconclusa, 
suportar a semelhança das coisas ásperas de amanhã com as coisas ásperas de hoje? 
 
Como proteger-me das feridas 
que rasga em mim o acontecimento, qualquer acontecimento 
que lembra a Terra e sua púrpura demente? 
E mais aquela ferida que me inflijo a cada hora, algoz 
do inocente que não sou? 
 
Ninguém responde, a vida é pétrea. 
 
 
Carlos Drummond de Andrade 
“Acordar viver” nos mostra um sujeito lírico que estabelece que tipo de relação com a realidade? 
 
 
 
 
 
12. Leia o texto. 
A coisa mais moderna que existe nessa vida é envelhecer 
a barba vai descendo e os cabelos vão caindo pra cabeça aparecer os filhos vão crescendo e o tempo vai 
dizendo que agora é pra valer os outros vão morrendo e a gente aprendendo a esquecer. 
Não quero morrer, pois quero ver como será que deve ser envelhecer. Eu quero é viver para ver qual é e dizer 
venha pra o que vai acontecer. 
Eu quero que o tapete voe no meio da sala de estar. 
Eu quero que a panela de pressão pressione e que a pia comece a pingar. 
Eu quero que a sirene soe e me faça levantar do sofá. 
Eu quero por Rita Pavone no ringtone do meu celular. 
Eu quero estar no meio do ciclone para poder aproveitar. 
E quando eu esquecer meu próprio nome que me chamem de velho gagá, 
pois ser eternamente adolescente nada é mais démodé. 
Com os ralos fios de cabelo sobre a testa que não para de crescer. 
Não sei porque essa gente vira a cara para o presente e esquece de aprender que felizmente ou infelizmente 
sempre o tempo vai correr. 
Arnaldo Antunes 
 
 
 
 
Identifique o trecho que critica explicitamente aqueles que não querem envelhecer. 
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
QUESTÃO DESAFIO: 
Estudo simulará aquecimento amazônico e suas consequências 
 
Para descobrir como animais e plantas vão se virar diante do desafio do aquecimento global, cientistas 
do INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) vão recriar artificialmente o ambiente aquático 
amazônico num clima mais quente. 
A ideia é ter cenários baseados em três projeções do IPCC (painel do clima da ONU) para 2100, da 
mais branda à mais catastrófica. 
O projeto, diz seu coordenador, Adalberto Val, diretor do INPA, é inédito no mundo. 
“Muitos pesquisadores olham para os animais terrestres quando fazem projeções, mas se esquecem da 
vida aquática”, afirma o biólogo. 
No caso da Amazônia, há mais de 3.000 espécies de peixes conhecidas – boa parte delas endêmica (ou 
seja, só existem naquela região). O impacto do aquecimento sobre a vida aquática começa fora d’água. Com 
a redução das árvores em volta dos rios (elas podem morrer com o clima mais quente), a radiação solar que 
atinge o ambiente aquático aumenta. 
Além disso, os bichos tendem a nadar mais superficialmente para respirar diante da redução de 
oxigênio nas águas, que têm aumento de carbono e ficam mais ácidas com o aquecimento global. 
Mais expostos à luz solar, os peixes correm mais risco de sofrer mutações por causa da radiação, e 
isso pode prejudicar sua saúde. [...] 
A hipótese dos cientistas é que os truques para sobreviver ao aquecimento estão no DNA dos animais 
desde o período Jurássico, há cerca de 200 milhões de anos, quando o clima era mais quente. Val também 
lembrou que, diante de condições climáticas adversas, os peixes tendem a migrar para outros ambientes. Em 
geral, os que ficam nas condições mais quentes tendem a ser os peixes ósseos. Os cartilaginosos (como as 
arraias) procuram outras águas, menos tépidas. Isso traz desequilíbrios ambientais, como disputa acirrada 
por alimentos. 
RIGUETTI, Sabine. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/943422. Acesso em: 24 ago. 2011. Fragmento. 
 
Pela leitura do texto, podemos inferir que o principal objetivo da pesquisa dos cientistas é 
 
a) descobrir as mutações sofridas pelos peixes que estão mais expostos à luz solar. 
b) descobrir o comportamento de animais e plantas com o aquecimento global. 
c) investigar as mais de três mil espécies de peixes endêmicos da Amazônia. 
d) recriar artificialmente o ambiente aquático amazônico em clima mais quente. 
e) reproduzir cenários baseados em três projeções do IPCC para 2100. 
 
 
BANCO DE QUESTÕES: 
 
1. Leia o texto abaixo e responda à questão. 
 
Quando a linguagem culta é um fantasma. 
 
Antes de entrar-se no exame do problema do empobrecimento cada vez mais acentuado da linguagem 
dos jovens, é preciso estabelecer que em qualquer idioma há vários níveis de expressão e comunicação: 
popular, coloquial, culto, profissional, grupal, etc. As diferenças entre esses níveis são evidentes, por isso 
facilmente demarcáveis. Basta comparar, por exemplo, a chamada “fala dos magrinhos” com a de um 
deputado em sua tribuna. 
http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/943422
 
Assim, as dificuldades do jovem não estão, a rigor, na sua incapacidade de expressar-se. No seu grupo 
– e aí é que vive a maior parte de seu tempo – certamente ele não sente o menor embaraço para dizer o que 
quer e entender o que os amigos lhe falam. A comunicação se faz perfeição, sem quaisquer ruídos: “Sábado 
vou dar um chego lá na tua baia, tá? ” E a resposta vem logo, curta e precisa: “Falô! Vê se leva o Beto junto. 
Faz tempo que ele não pinta lá. Depois, a gente sai pra dar uma banda”. 
Esse é o nível de sua linguagem grupal. Um nível meio galhofeiro e rico de tons que ele domina 
galhardamente. Está como um peixe dentro de seu elemento natural. Movimenta-se com segurança e muito 
consciente de sua capacidade expressional. As dificuldades que experimenta – e que o fazem inseguro e 
frustrado – estão na aprendizagem da língua “ensinada” na escola. A língua culta representa para ele um 
obstáculo intransponível, uma coisa estranha que o assusta e deprime. E é fato compreensível. Para o jovem, 
habituado à fala grupal, à gíria, ao jargão de seus companheiros de idade e de interesses, a norma culta surge 
como um fantasma, um anacronismo com o qual não consegue estabelecer uma convivência amistosa. Se 
passa 23 horas e 10 minutos dizer “tu viu”, “eu vi ela”, “me alcança a caneta”, “as redação”, como irá, nos 
50 minutos de aula de português, alterar todo o comportamento linguístico e aceitar sem relutância que o 
certo é “tu viste”, “eu a vi”, “alcança-me a caneta”, “as redações”? 
A força coercitiva da escola é pouca para opor-se avalanche que vem de fora. É, pensando bem, quase 
uma violência que se comete contra a espontaneidade da linguagem dos jovens, principalmente quando o 
professor não é suficientemente esclarecido para dar-lhes a informação tranquilizadora de que todos os 
níveis de linguagem são legítimos, desde que inseridos em contexto sociocultural próprio. Explicar-lhes, 
enfim, por que a escola trabalha preferencialmente com o nível linguístico da norma culta. Isso os tiraria da 
situação constrangedora em que se acham metidos e que se manifesta mais ou menos assim: “Não sei como 
é que eu não consigo aprender português! ” 
VIANA, Lourival. Quando a linguagem culta éum fantasma. Correio do Povo, 07/08/83 (adaptado) 
Pela leitura do texto, depreende-se que o autor 
 
a) alerta os jovens para a necessidade de aprenderem a norma culta da língua na escola. 
b) aponta as razões para o empobrecimento vocabular que caracteriza os jovens de hoje. 
c) critica o modo como os jovens falam entre si. 
d) defende a legitimidade da fala dos jovens como instrumento de comunicação utilizado em seu grupo. 
e) justifica a forma como a escola influencia a fala espontânea dos estudantes. 
 
2. Leia o texto e responda à questão. 
A palavra 
 
Tanto que tenho falado, tanto que tenho escrito como não imaginar que, sem querer, feri alguém? 
Às vezes sinto, numa pessoa que acabo de conhecer, uma hostilidade surda, ou uma reticência de 
mágoas. Imprudente ofício é este, de viver em voz alta. Às vezes, também a gente tem o consolo de saber 
que alguma coisa que se disse por acaso ajudou alguém a se reconciliar consigo mesmo ou com a sua vida 
de cada dia; a sonhar um pouco, a sentir uma vontade de fazer alguma coisa boa. Agora sei que outro dia eu 
disse uma palavra que fez bem a alguém. Nunca saberei que palavra foi; deve ter sido alguma frase 
espontânea e distraída que eu disse com naturalidade porque senti no momento – e depois esqueci. 
Tenho uma amiga que certa vez ganhou um canário, e o canário não cantava. Deram-lhe receitas para 
fazer o canário cantar; que falasse com ele, cantarolasse, batesse alguma coisa ao piano; que pusesse a gaiola 
perto quando trabalhasse em sua máquina de costura; que arranjasse para lhe fazer companhia, algum tempo, 
outro canário cantador; até mesmo que ligasse o rádio um pouco alto durante uma transmissão de jogo de 
futebol..., mas o canário não cantava. 
Um dia a minha amiga estava sozinha em casa, distraída, e assobiou uma pequena frase melódica de 
Beethoven – o canário começou a cantar alegremente. Haveria alguma secreta ligação entre a alma do velho 
artista morto e o pequeno pássaro de ouro? 
Alguma coisa que eu disse distraído – talvez palavras de algum poeta antigo – foi despertar melodias 
esquecidas dentro da alma de alguém. Foi como se a gente soubesse que de repente, num reino muito 
distante, uma princesa muito triste tivesse sorrido. E isso fizesse bem ao coração do povo; iluminasse um 
pouco as suas pobres choupanas e as suas remotas esperanças. 
 
Rubem Braga 
 
 
Acerca do texto acima, pode-se inferir que 
 
a) a semelhança da narrativa do autor, determinada palavra pode nos remeter ao passado e trazer momentos 
de alegria na vida. 
b) as nossas remotas esperanças precisam de um sorriso de princesa que vive num reino muito distante. 
c) as palavras têm, às vezes, o poder de nos irritar em qualquer etapa da vida. 
d) pessoas que não sabem viver em voz alta são hostis e cheias de mágoas, por isso uma frase espontânea 
não lhe faz bem algum. 
e) somente pessoas tristes é que despertam com melodias esquecidas dentro da alma de alguém. 
 
3. Leia o texto. 
 
Nunca eu tivera querido 
Dizer palavra tão louca: 
bateu-me o vento na boca, 
 e depois no teu ouvido. 
Levou somente a palavra, 
 Deixou ficar o sentido. 
O sentido está guardado no rosto com que te miro, neste perdido suspiro 
que te segue alucinado, no meu sorriso suspenso 
 
 
 
Canção 
 
como um beijo malogrado. 
Nunca ninguém viu ninguém que o amor pusesse tão triste. ] 
Essa tristeza não viste, 
e eu sei que ela se vê bem... Só se aquele mesmo vento fechou teus olhos, também. 
 
Cecília Meireles. Poesias completas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1993, p. 118. 22 Maria 
 
Depreende-se da leitura desse poema que 
 
a) a palavra não revela toda a força do sentimento que habita o eu lírico 
b) há uma tristeza nas palavras expressas pelo eu-lírico. 
c) o poema é uma declaração de amor à pessoa amada. 
d) o amor é idealizado por um beijo malogrado. 
e) versos como “neste perdido suspiro que te segue alucinado” revelam a dimensão literal das palavras 
no contexto do poema. 
 
04. Leia o fragmento abaixo. 
 
O movimento migratório no Brasil é significativo, principalmente em função do volume de pessoas 
que saem de uma região com destino a outras regiões. Um desses movimentos ficou famoso nos anos 80, 
quando muitos nordestinos deixaram a região Nordeste em direção ao Sudeste do Brasil. Segundo os dados 
do IBGE de 2000, este processo continuou crescente no período seguinte, os anos 90, com um acréscimo de 
7,6% nas migrações deste mesmo fluxo. A Pesquisa de Padrão de Vida, feita pelo IBGE, em 1996, aponta 
que, entre os nordestinos que chegam ao Sudeste, 48,6% exercem trabalhos manuais não qualificados, 
18,5% são trabalhadores manuais qualificados, enquanto 13,5%, embora não sejam trabalhadores manuais, 
se encontram em áreas que não exigem formação profissional. O mesmo estudo indica também que esses 
migrantes possuem, em média, condição de vida e nível educacional acima dos de seus conterrâneos e 
abaixo dos de cidadãos estáveis do Sudeste. 
 
Disponível em: http://www.ibge.gov.br. Acesso em: 30 jul. 2009 (adaptado). 
 
 
http://www.ibge.gov.br/
 
Com base nas informações contidas no texto, depreende-se que 
a) o processo migratório foi desencadeado por ações de governo para viabilizar a produção industrial no 
Sudeste. 
b) os governos estaduais do Sudeste priorizaram a qualificação da mão-de-obra migrante. 
c) o processo de migração para o Sudeste contribui para o fenômeno conhecido como inchaço urbano. 
d) As migrações para o sudeste desencadearam a valorização do trabalho manual, sobretudo na década de 
80. 
e) a falta de especialização dos migrantes é positiva para os empregadores, pois significa maior 
versatilidade profissional. 
 
5. Leia o texto e responda à questão. 
(Fonte Enem 2009) 
 
A energia geotérmica tem sua origem no núcleo derretido da Terra, onde as temperaturas atingem 4.000 ºC. 
Essa energia é primeiramente produzida pela decomposição de materiais radiativos dentro do planeta. Em fontes 
geotérmicas, a água, aprisionada em um reservatório subterrâneo, é aquecida pelas rochas ao redor e fica 
submetida a altas pressões, podendo atingir temperaturas de até 370 ºC sem entrar em ebulição. Ao ser liberada 
na superfície, à pressão ambiente, ela se vaporiza e se resfria, formando fontes ou gêiseres. O vapor de poços 
geotérmicos é separado da água e é utilizado no funcionamento de turbinas para gerar eletricidade. A água 
quente pode ser utilizada para aquecimento direto ou em usinas de dessalinização. 
 
Roger A. Hinrichs e Merlin Kleinbach. Energia e meio ambiente. Ed. ABDR (com adaptações). 
 
Depreende-se das informações acima que as usinas geotérmicas 
a) utilizam a mesma fonte primária de energia que as usinas nucleares, sendo, portanto, semelhantes os 
riscos decorrentes de ambas. 
b) funcionam com base na conversão de energia potencial gravitacional em energia térmica. 
c) podem aproveitar a energia química transformada em térmica no processo de dessalinização. 
d) assemelham-se às usinas nucleares no que diz respeito à conversão de energia térmica em cinética e, depois, 
em elétrica. 
e) transformam inicialmente a energia solar em energia cinética e, depois, em energia térmica. 
6. Leia o texto abaixo e responda à questão. 
(Fonte Enem 2008) 
 
Verbo ser 
QUE VAI SER quando crescer? Vivem perguntando em redor. Que é ser? É ter um corpo, um jeito, um 
nome? Tenho os três. E sou? Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito? Ou a gente 
só principia a ser quando cresce? É terrível, ser? Dói? É bom? É triste? Ser: pronunciado tão depressa, e 
cabe tantas coisas? Repito: ser, ser, ser. Er. R. Que vou ser quando crescer? Sou obrigado a? Posso escolher? 
Não dá para entender. Não vou ser. Não quero ser. Vou crescer assim mesmo. Sem ser. Esquecer. 
ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992. 
 
A inquietação existencial do autor com a autoimagem corporal e a sua corporeidade se desdobra em 
questões existenciaisque têm origem 
 
a) no conflito do padrão corporal imposto contra as convicções de ser autêntico e singular. 
b) na aceitação das imposições da sociedade seguindo a influência de outros. 
c) na confiança no futuro, ofuscada pelas tradições e culturas familiares. 
d) no anseio de divulgar hábitos enraizados, negligenciados por seus antepassados. 
e) na certeza da exclusão, revelada pela indiferença de seus pares. 
 
 
 
 
 
7. Leia o texto abaixo e responda à questão. 
 
Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida. 
Mas antes da pré-história havia a pré-história da pré-história e havia o nunca e havia o sim. Sempre houve. 
Não sei o quê, mas sei que o universo jamais começou. 
[…] 
Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever. Como começar pelo 
início, se as coisas acontecem antes de acontecer? Se antes da pré-pré-história já havia os monstros 
apocalípticos? Se esta história não existe, passará a existir. Pensar é um ato. Sentir é um fato. Os dois juntos 
— sou eu que escrevo o que estou escrevendo. […] Felicidade? Nunca vi palavra mais doida, inventada 
pelas nordestinas que andam por aí aos montes. 
Como eu irei dizer agora, esta história será o resultado de uma visão gradual — há dois anos e meio 
venho aos poucos descobrindo os porquês. É visão da iminência de. De quê? Quem sabe se mais tarde 
saberei. Como que estou escrevendo na hora mesma em que sou lido. Só não início pelo fim que justificaria 
o começo — como a morte parece dizer sobre a vida — porque preciso registrar os fatos antecedentes. 
LISPECTOR, C. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998 (fragmento). 
 
A elaboração de uma voz narrativa peculiar acompanha a trajetória literária de Clarice Lispector, 
culminada com a obra A hora da estrela, de 1977, ano da morte da escritora. Nesse fragmento, nota-se 
essa peculiaridade porque o narrador 
 
a) observa os acontecimentos que narra sob uma ótica distante, sendo indiferente aos fatos e às personagens. 
b) relata a história sem ter tido a preocupação de investigar os motivos que levaram aos eventos que a 
compõem. 
c) revela-se um sujeito que reflete sobre questões existenciais e sobre a construção do discurso. 
d) dmite a dificuldade de escrever uma história em razão da complexidade para escolher as palavras exatas. 
e) propõe-se a discutir questões de natureza filosófica e metafísica, incomuns na narrativa de ficção. 
(Fonte Enem 2013) 
 
GABARITO 
1 2 3 4 5 6 7 
D A A C D A C

Mais conteúdos dessa disciplina