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Laudos e perícias em engenharia - Podcast Tema 03 Audiodescrição

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Podcast 
Disciplina: Laudos e perícias de engenharia 
Título do tema: Cadastro on-line para peritos e conceitos de 
insalubridade e periculosidade 
Autoria: Júlio Assis de Freitas 
Leitura crítica: Joubert Rodrigues dos Santos Júnior 
 
Abertura: 
Olá, caro aluno! Neste podcast vamos discutir algo que você muito 
provavelmente está se perguntando, mas afinal, como é remunerado um perito 
judicial? Ficou interessado? Então se acomode confortavelmente e vamos falar 
deste tema. 
O primeiro ponto a ter em mente é que o perito judicial não é um funcionário 
público concursado; um prestador de serviços contratado ou há entre ele e o 
judiciário qualquer tipo de vínculo. Trata-se de um profissional autônomo que 
presta serviços pontuais e recebe honorários por cada processo em que atuou 
a contento, entregando um laudo pericial que serviu ao Juízo como prova 
técnica necessária para deslinde do que está sendo discutido naqueles autos 
processuais. 
Isto posto, temos que o perito judicial não tem salário, valor de contrato fixo ou 
nada do tipo, mas ele recebe honorários periciais por cada trabalho efetivado. 
Como e quando o perito receberá tais honorários depende da esfera judicial em 
que aconteceu o processo no qual ele atuou. 
Por exemplo, imagine que uma empresa contratou uma construtora para 
realizar uma reforma em sua sede, após a entrega da obra, começaram a 
surgir trincas, infiltrações, pisos e revestimentos se soltando entre outros 
problemas do gênero. A empresa contratante tentou sem sucesso que a 
construtora realizasse os reparos devidos e ingressou com ação na esfera 
cível. O Juiz num caso desses pode nomear um perito com conhecimentos em 
arquitetura ou engenharia civil para avaliar se os problemas têm origem na má 
qualidade dos serviços prestados pela construtora ou não. 
Neste caso, ambas as partes são pessoas jurídicas devidamente constituídas 
com seus respectivos captais sociais, não podem alegar pobreza e solicitar o 
benefício da justiça gratuita, terão que arcar com as custas processuais, o que 
inclui os honorários periciais. 
Desta forma, quando o Juiz nomeia o perito judicial, este caso aceite a 
demanda deve informar qual é o valor por ele pretendido como honorários para 
a realização do trabalho. As partes caso aceitem os honorários periciais 
solicitados devem realizar depósito judicial do valor, que será creditado ao 
perito quando o laudo for entregue e não houver mais quesitos ou 
impugnações a responder. 
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Antes de seguir, vou fazer um parêntese para elucidar um contexto importante. 
Em muitos casos o direito do trabalho entende que o trabalhador é a parte 
hipossuficiente na relação de emprego, ou seja, ele possui alguma 
desvantagem em relação à empresa e deve ser protegido, por exemplo, se o 
empregado reclamar na justiça que não lhe foram pagas horas extras devidas, 
compete a empresa provar que isso não acontecia por meio dos registros de 
ponto, pois ela é quem detém mais meios e recursos para gerar e arquivar 
estes dados. Nestes casos ocorre a chamada inversão do ônus da prova, ou 
seja, cabe à empresa provar que aquilo do que ela foi acusada não acontecia. 
Retomando, na esfera trabalhista o cenário é diferente daquele descrito na 
esfera cível, pois em quase a totalidade das ações o reclamante é beneficiário 
da justiça gratuita, ficando a cargo do estado arcar com as custas processuais. 
Desta forma, na esfera trabalhista há uma máxima no meio que diz que “quem 
perde paga”, isso significa que, se foi constatado na perícia que o pedido do 
autor é procedente, por exemplo, se ele tinha direito ao adicional de 
periculosidade caso esta fosse a sua reclamação, além de pagar os valores 
devidos ao trabalhador, a empresa reclamada deverá arcar com os honorários 
periciais, afinal, não se entende como justo que o trabalhador tenha que arcar 
com custos para ter acesso a um direito que lhe era devido. 
Já no caso deste direito não se confirmar e o perito concluir que não havia 
exposição perigosa, em tese o trabalhador arcaria com os honorários periciais, 
mas estes custos ficarão a cargo da união se o reclamante for beneficiário da 
justiça gratuita. 
Em geral, quando empresas são sucumbentes os honorários periciais tendem a 
ser mais altos e pagos mais rapidamente, pois a empresa não pode solicitar o 
benefício da justiça gratuita e deve pagar os honorários assim que a ação é 
julgada. Já quando o reclamante sucumbe os honorários são menores, por o 
estado paga um valor tabelado bem abaixo dos que geralmente os peritos 
requerem como honorários, além de haver mais morosidade no pagamento, 
pois a união libera recursos aos poucos para tais pagamentos. 
Muito se discute que este modelo seria responsável por causar uma certa 
parcialidade em alguns peritos judiciais, interessados em maiores ganhos no 
menor prazo, mas esta é uma discussão moral e fica a cargo de cada um que 
eventualmente pretenda ingressar neste meio avaliá-la com base nos seus 
valores pessoais. 
 
 
Fechamento: 
Este foi nosso podcast de hoje! Até a próxima!

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