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Podcast Disciplina: Laudos e perícias de engenharia Título do tema: Cadastro on-line para peritos e conceitos de insalubridade e periculosidade Autoria: Júlio Assis de Freitas Leitura crítica: Joubert Rodrigues dos Santos Júnior Abertura: Olá, caro aluno! Neste podcast vamos discutir algo que você muito provavelmente está se perguntando, mas afinal, como é remunerado um perito judicial? Ficou interessado? Então se acomode confortavelmente e vamos falar deste tema. O primeiro ponto a ter em mente é que o perito judicial não é um funcionário público concursado; um prestador de serviços contratado ou há entre ele e o judiciário qualquer tipo de vínculo. Trata-se de um profissional autônomo que presta serviços pontuais e recebe honorários por cada processo em que atuou a contento, entregando um laudo pericial que serviu ao Juízo como prova técnica necessária para deslinde do que está sendo discutido naqueles autos processuais. Isto posto, temos que o perito judicial não tem salário, valor de contrato fixo ou nada do tipo, mas ele recebe honorários periciais por cada trabalho efetivado. Como e quando o perito receberá tais honorários depende da esfera judicial em que aconteceu o processo no qual ele atuou. Por exemplo, imagine que uma empresa contratou uma construtora para realizar uma reforma em sua sede, após a entrega da obra, começaram a surgir trincas, infiltrações, pisos e revestimentos se soltando entre outros problemas do gênero. A empresa contratante tentou sem sucesso que a construtora realizasse os reparos devidos e ingressou com ação na esfera cível. O Juiz num caso desses pode nomear um perito com conhecimentos em arquitetura ou engenharia civil para avaliar se os problemas têm origem na má qualidade dos serviços prestados pela construtora ou não. Neste caso, ambas as partes são pessoas jurídicas devidamente constituídas com seus respectivos captais sociais, não podem alegar pobreza e solicitar o benefício da justiça gratuita, terão que arcar com as custas processuais, o que inclui os honorários periciais. Desta forma, quando o Juiz nomeia o perito judicial, este caso aceite a demanda deve informar qual é o valor por ele pretendido como honorários para a realização do trabalho. As partes caso aceitem os honorários periciais solicitados devem realizar depósito judicial do valor, que será creditado ao perito quando o laudo for entregue e não houver mais quesitos ou impugnações a responder. W B A 0 8 6 7 _v 1 .0 Antes de seguir, vou fazer um parêntese para elucidar um contexto importante. Em muitos casos o direito do trabalho entende que o trabalhador é a parte hipossuficiente na relação de emprego, ou seja, ele possui alguma desvantagem em relação à empresa e deve ser protegido, por exemplo, se o empregado reclamar na justiça que não lhe foram pagas horas extras devidas, compete a empresa provar que isso não acontecia por meio dos registros de ponto, pois ela é quem detém mais meios e recursos para gerar e arquivar estes dados. Nestes casos ocorre a chamada inversão do ônus da prova, ou seja, cabe à empresa provar que aquilo do que ela foi acusada não acontecia. Retomando, na esfera trabalhista o cenário é diferente daquele descrito na esfera cível, pois em quase a totalidade das ações o reclamante é beneficiário da justiça gratuita, ficando a cargo do estado arcar com as custas processuais. Desta forma, na esfera trabalhista há uma máxima no meio que diz que “quem perde paga”, isso significa que, se foi constatado na perícia que o pedido do autor é procedente, por exemplo, se ele tinha direito ao adicional de periculosidade caso esta fosse a sua reclamação, além de pagar os valores devidos ao trabalhador, a empresa reclamada deverá arcar com os honorários periciais, afinal, não se entende como justo que o trabalhador tenha que arcar com custos para ter acesso a um direito que lhe era devido. Já no caso deste direito não se confirmar e o perito concluir que não havia exposição perigosa, em tese o trabalhador arcaria com os honorários periciais, mas estes custos ficarão a cargo da união se o reclamante for beneficiário da justiça gratuita. Em geral, quando empresas são sucumbentes os honorários periciais tendem a ser mais altos e pagos mais rapidamente, pois a empresa não pode solicitar o benefício da justiça gratuita e deve pagar os honorários assim que a ação é julgada. Já quando o reclamante sucumbe os honorários são menores, por o estado paga um valor tabelado bem abaixo dos que geralmente os peritos requerem como honorários, além de haver mais morosidade no pagamento, pois a união libera recursos aos poucos para tais pagamentos. Muito se discute que este modelo seria responsável por causar uma certa parcialidade em alguns peritos judiciais, interessados em maiores ganhos no menor prazo, mas esta é uma discussão moral e fica a cargo de cada um que eventualmente pretenda ingressar neste meio avaliá-la com base nos seus valores pessoais. Fechamento: Este foi nosso podcast de hoje! Até a próxima!
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