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FISIOPATOLIGIA DE DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DO TRATO GASTROINTESTINAL Halitose - Condição de alteração de hálito de forma desagradável - Pode estar ou não associada a doenças - Microbiota com papel importante Causas: - Dietas restritiva - Pouca ingestão de água - Períodos prolongados de jejum Pode levar a putrefação de mucosa intestinal e levar a prejuízo nas enzimas digestivas Alimentos que podem levar a halitose 1. Alho 2. Cebola 3. Pimenta 4. Álcool 5. Leite 6. Iogurte 7. Outros alimentos ricos em enxofre Microbiota oral: saliva - ↑O2 Bactérias gram – Anaeróbia Seborreia lingual: Massa composta de células descamadas da boca, bactérias, muco da saliva e restos alimentares que aderem à superfície da língua - Responsável por grande parte dos tipos de halitose TRIMETILAMINÚRIA Doença metabólica caracterizada pela falência na rota de oxidação da trimetilamina (TMA) para trimetilamina n- oxido (TMAO) no fígado. - Pacientes com odor de peixe no suor, na urina e no hálito, principalmente após o consumo de alimentos ricos em colina. Diabetes: Corpos cetônicos – EM RESPOSTA A HIPERGLICEMIA Doenças gastrointestinais: DRGE HERNIA HIATAL DOENÇA DIVERTICULAR SÍNDROMES DE MÁ ABSORÇÃO TRATAMENTO - Identificar a causa - Beber água com mais frequência - Evitar consumir alimentos gordurosos, Condimentos, alimentos com odor forte - Goma de mascar – aumenta a salivação e age mascarando o hálito - Balas, DROPS e chicletes são cariogênicos, porém podem ser usados o diet ou adoçados com xilitol - Escovar os dentes, usar fio dental, visitar o dentista regularmente - Reduzir intervalos entre as refeições - Evitar refeições restritivas TCM – Alimentas as bactérias intestinais ↑ produção de gases intestinais FISIOPATOLIGIA DE DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DO TRATO GASTROINTESTINAL Gengivite Inflamação na gengiva - Aguda ou subaguda TRATAMENTO - Ferro (Evitando anemia) - Zinco (Permeabilidade gengival) - Vitaminas do complexo B: B6 (metabolismo de macronutrientes) - PTN dietéticas - Vitamina C Barreira gengival Cicatrização Processo inflamatório FISIOPATOLIGIA DE DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DO TRATO GASTROINTESTINAL Disfagia Desnutrição e desidratação Encefalopatia neurológica - Ajuste de consistência Possível problema de diminuição de valor nutritivo - Sonda Nasoenteral TRATAMENTO - Espessamento de líquidos: Industrializados Adaptações naturais - Mudanças do valor nutricional (amido, leite em pó) - Considerar aspecto cognitivo Acalasia de Esôfago Desordem de motilidade do Esôfago inferior, caracterizado pela ausência de contrações musculares nesta região - FALHA NO EEI ↓ nº de células ganglionares (cel com estenose) ↓ ↓ inervação colinérgica da musculatura esofágica ↓ Falência do EEI para relaxar e abrir ↓ Disfagia ou dificuldade de deglutição ↓ Regurgitação ↓ Refluxo - Adaptar a dieta ao grau de disfagia - Promover a recuperação do estado nutricional - Hipercalórica - Hiperproteica - Monitorar consistência por via oral (liquida) - Indicar: Nutrição oral, liquida total ou enteral quando houver disfagia para líquidos - Evitar sucos e frutas cítricas, condimento e especiarias picantes e irritantes - Evitar temperaturas elevadas (inflamação da mucosa) - Sem concentrações de dissacarídeos DISFAGIA – COMPLICAÇÃO/CONSEQUÊNCIA DA ACALÁSIA FISIOPATOLIGIA DE DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DO TRATO GASTROINTESTINAL DRGE e Esofagite Inflamação da mucosa decorrente do refluxo - Esofagite – Evitar o refluxo Gastrina ↑ PRESSÃO EEI CONTEÚDO PROTEICO FECHAMENTO CCK ↓ PRESSÃO EEI SECRETINA RELAXAMENTO O esôfago não tolera conteúdo ácido - Eructação persistente Gases produzidos na digestão da lactose ↓ pH do meio Assadura perianal Fezes do APLV - NÃO SÃO ÁCIDAS Fermentação dos dissacarídeos – Gases ↓ pH do meio Esofagite aguda - RGE - Ingestão de agentes irritantes (Soda caustica / ácido muriático) - Irradiação (Radioterapia CA Gástrico) - Inflamação viral ou bacteriana - Intubação nasogástrica Esofagite eosinófilica – Pós Covid Tratamento de infecção fungica Esofagite crônica - Disfunção motora do EEI - Hérnia por deslizamento / de hiato - Retardo do esvaziamento gástrico - Esclerose - Pressão intra-abdominal (DPOC). Obeso/constipado - Pressão reduzida EEI - Intervenções cirúrgicas do TGI Ressecção esofágica oncológica - Vômitos repetitivos - Idiopática Fezes acidas no paciente com intolerância a lactose FISIOPATOLIGIA DE DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DO TRATO GASTROINTESTINAL - Evitar RGE / Combater a inflamação - Medidas dietéticas e comportamentais - Correção de Hábitos posturais - Excluir fatores que promovem o RGE - Drogas que aceleram o esvaziamento gástrico e reduzem a acidez gástrica Medidas comportamentais: - Elevar a 15cm a cabeceira da cama / 45° - Moderar a ingestão dos seguintes alimentos na permanência da correlação com sintomas: cítricos, café, bebidas alcoolicas e ou gasosas, menta, hortelã, tomate, chocolate - Cuidado com medicamentos: anticolinérgicos, teofilina, bloqueadores de cálcio, alendronato (Alendronato de sódio é um fármaco inibidor específico da reabsorção óssea. Pertence a classe dos bifosfonatos, utilizado no tratamento da osteoporose, principalmente em mulheres) - Evitar deitar-se nas 2 horas pós refeição - Evitar refeições copiosas (grandes) - Suspensão do fumo - Redução do peso corporal Alimentos e Hormônios X EEI Gordura (deve ser normo, tendendo a hipo) < 20% - ↑ CCK – Relaxa EEI Ptn (hiper) – ↑ Gastrina – Contrai EEI CHO (deve ser normo, tendendo a hipo) Deve-se evitar fermentação e desconforto abdominal Secretina, Glucagon, Estrógeno e Progesterona RELAXAM EEI Leite integral, laranja, tomate, chocolate, chá e café RELAXAM EEI Fumo - RELAXA EEI DIMINUIÇÃO DO TONUS ESOFAGIANO INFERIOR – LIPIDIOS CARMINATIVOS – HORTELÂ E MENTA Álcool – Pequena quantidade CONTRAI EEI Grande quantidade RELAXA EEI Antiácidos – Neutraliza HCL - ↑ pH – GASTRINA – CONTRAI EEI Evitar Caldos concentrados em PURINAS VET: SUFICIENTE PARA MANTER O PESO IDEAL LIP: <20% CONSITÊNCIA: AGUDA – LIQUIDA OU SEMI COM EVOLUÇÃO ATÉ GERAL FRACIONAMENTO: 6 A 8 REFEIÇÕES ↓ VOLUME LIQUIDOS: ENTRE AS REFEIÇÕES EXCLUIR ALIMENTOS: ↓ PRESSÃO DO EEI E IRRITANTES NORMO OU HIPER HIDRICO – EVITAR HIPOHIDRATAÇÃO FISIOPATOLIGIA DE DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DO TRATO GASTROINTESTINAL Gastrite Inflamação da mucosa gástrica Gastrite crônica – Atrofia crônica e progressiva ↓ Células parietais e principais ↓ HLC ACLORIDRIA ↓ Fator intrinseco ↓ Deficiência de Vitamina B12 ↓ Anemia perniciosa Aguda - Jejum de 24 – 48 horas 72 horas (sangramento e dor) - Lavagem nasogastrica/água gelada – Homeostase - Iniciar dieta liquida evoluindo conforme tolerância Crônica - Dieta adaptada ao desconforto - Consistência branda - Sem líquidos nas refeiçõesAtrófica - Suplementar B12 Atentar para má absorção de Ferro e Zinco Osteopenia – Relacionada a gastrite atrófica Úlcera Peptica Perdas de áreas do tubo digestório Desequlibrio entre defesa e reparo Pode levar a HDA, perfuração e a estenose Transmural – Atinge todas as camadas Etiologia H.pylori – Mucolitíca (mais duodenal) Gastrite não tratada ou crônica Estômago e duodeno Grupo sanguineo O (predisposição) Úlcera duodenal – ↑ Produção de HLC HP: Gram – 70% das úlceras gástricas 90% das ulceras duodenais Sensiveis a alteração de pH - Investigar deficiências nutricionais Principais deficiências: Energia, PTN, Ferro e B12 - Leite como parte da alimentação - Trânsito colonoileal - Fibras diminuem a concentração dos ácidos biliares e reduzem o tempo de trânsito intestinal FISIOPATOLIGIA DE DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DO TRATO GASTROINTESTINAL Hérnia de Hiato Protusão de parte do estômago pelo músculo diafragmático - Incompetência do hiato diafragmático (SENILIDADE) Envelhecimento patológico - Aumento da Pressão intra-abdominal (Obesidade, constipação, meteorismo, gravidez, vômitos) Acúmulo de gases no intestino ou abdome. TRATAMENTO - Reduzir a pressão intra-abdominal - Manter peso corporal - Dificultar a ocorrência do RGE - Evitar elementos excitantes e irritantes - Favorecer a contratação do EEI - Facilitar o esvaziamento gástrico VET: Suficiente para manter ou recuperar EN CHO: 50 – 60% NORMO PTN: 10 - 15% LIP: 25 - 30% Tº : Evitar extremos de temperatura Fracionamento: 4 – 5 refeições (evitar longos periodos de jejum) Positivos: Alimentos ricos em fibra - Agem como tampão [↓] Ácidos biliares no estômago ↓ Trânsito intestinal ↓ Distensão W3 e W6 Evitar: Álcool, café, pimenta (capsaina) excesso de leite Frutas ácidas: Tolerância Ambiente tranquilo, comer devagar, mastigando bem os alimentos RECOMENDAÇÕES - Dieta hiperproteica ↑ GASTRINA ↑ EEI - Dieta hipolipídica ↓ CCK ↑ EEI - Dieta adequada ao estado nutricional (hipocalórica se necessário) - Refeições pequenas e frequentes (episódios agudos) - Evitar líquidos durante as refeições - Evitar: Chocolate, café, hortelã, alho, menta, pimenta e excesso de leite. - Não deitar após as refeições e manter a cabeceira elevada FISIOPATOLIGIA DE DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DO TRATO GASTROINTESTINAL Gases e Flatulências - Rever a quantidade de fibras da dieta - Mastigar bem os alimentos com a boca fechada - Evitar beber líquidos com canudos - Atividade fisica regular - Considerar restrição de FODMAPS (Intestino irritavel) - Restringir alimentos produtores de gás: Repolho, cebola, feijão, cogumelos, aspargos, pera, maçã, pêssego, brócolis, couve de bruxelas, trigo e batatas) Constipação Assincronismo dos movimentos peristalticos ↓ Propulsivo ↑ Retensivo - Intestino grosso - Fezes endurecidas - Esforço a evacuação - Sensação de não esvaziamento Causas - Ausência de resposta imediata á necessidade de evacuar - Ausência de fibras insolúveis e laxantes - Opioides, morfina, opiaceos - ↓ Água - ↓ Atividade física TRATAMENTO Retirar laxantes progressivamente Farelo de trigo, aveia Frutas e legumes – Fibras insolúveis Ameixa preta – potente estimulador da motilidade intestinal CHO complexos Reduzir a sacarose PTN e LIP Normo – Azeite / Gorduras emulsionadas VET: Manter o peso saudável Potássio e ácidos orgânicos Estimular função tônica do intestino T° - Fria ou gelada ↑ Peristalse Fibras (14g/1000Kcal) IOM – M= 25g/dia H= 38g/dia ADA: 20 – 35g/dia (10 – 13g/1000Kcal) Crianças >2anos : (idade+5g) até 20 anos Idoso: 10 – 13g/1000Kcal Principais fontes de fibra: Legumes: 3,11g Frutas: 2,8g Pães: 1,4g Cereais/outros: 1,35g Vegetais B (cozido): 1,30g Vegetais A (cru): 0,42g FISIOPATOLIGIA DE DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DO TRATO GASTROINTESTINAL FIBRAS SOLÚVEIS ↑ Estimulo IG reabsorver - Água - TRATAR DIARREIA Gomas Pectina Hemiceluloses FOS (efeito probiótico) - ↓ Esvaziamento gástrico FIBRAS INSOLÚVEIS - TRATAR CONSTIPAÇÃO Celulose Ligninas Hemiceluloses - Trânsito intestinal - Reabsorção de água Pectina – maçã, casca de frutas cítricas/morango Diretrizes para dietas ricas em fibras: 6 – 11 porções/dia Verduras, legumes, ↑ fibras ↑ Água – pelo menos 2L FOS – Não são digeridos Fibras insolúveis- Não são fermentadas Diarreia + 3x/Dia - Perda excessiva de líquidos e eletrólitos (Na, K) Osmótica: o Lactose o Puxa água/líquidos o Nutriente mal digerido Secretiva: o Exotoxinas bacterianas ou virais o Microorganismos o Eletrólitos e Água o Infecção Exudativa: o Colite ulcerativa o Enterite por radiação o Sangue o Proteinas plasmáticas o Muco e sangue o Lesão na parede o Descamação Contato mucoso limitado – SIC o Exposição inadequada ao quimo no epitelio intestinal o Partes não funcionantes do intestino TRATAMENTO GRAVE: Reposição de eletrólitos – Médicos Plano de reidratação oral DIARREIA INTRATAVEL: Pode precisar de NPT Cirurgia exploratória sem ingestão oral – 7 dias REMISSIVA: Probióticos → Recuperar flora bacteriana – 109 - 1011 – Bactérias láticas - Pct oncológicos, HIV ou doença grave – poucos dados disponiveis para uso de suplemento probiótico - Líquidos e eletrólitos a cada evacuação – Reidratação oral - Evitar em geral leite e derivados (Intolerância a lactose transitória) - Fibras solúveis (Viscosidade e AGCC) - Evitar fibras insolúveis - Dieta antifermentativa FISIOPATOLIGIA DE DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DO TRATO GASTROINTESTINAL Intolerância e Alergia Alimentar Reações Imunológicas – Sistêmicas Reações Não Imunológicas/Adversas aos alimentos – Restritivas Gastroenterites Cafeína no café Tiramina em queijos maturados Podem ser desencadedas pela fermentação e efeito osmótico de CHO ingeridos e não absorvidos - SACAROSE E LACTOSE FODMAPs F: Fermentável O: Oligossacarídeos (frutanos, galactooligosacarideos) D: Dissacarídeos (lactose, sacarose) M: Monossacarídeos (frutose) And P: Polióis (sorbitol) Hipolactasia – Adulto – Pouca produção Congênito Secundária – secundária a patologias instaladas que cursem com comprometimento de vilosidades – pouca lactase Padrão ouro para diagnóstico de intolerância à lactose: TESTE RESPIRATÓRIO DE HIDROGÊNIO INSPIRADO - Dosagem do hidrogênio expirado após consumo de lactose TESTE ORAL DE TOLERÂNCIA À LACTOSE - Curva Glicêmica Alergia alimentar Reações adversas a alimentos, dependentes de mecanismos imunológicos, mediados por IgE ou não Alérgenos – qualquer substância cpaz de estimular uma respostas de hipersensibilidade - Alérgenos alimentares são na sua maior parte representados por quase exclusivamente GLICOPROTEINAS hidrossolúveis com peso molecular entre 10 e 70 kDA – maior peso molecular FISIOPATOLIGIA DE DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DO TRATO GASTROINTESTINAL Reações mediadas por IgE - Reações logo após a exposição (reação imediata) Reações cutâneas Urticária Angioedema Reações Gastrointestinais Edema, prurido de lábios, lingua ou palato Vômitos e diarréia Reações Respiratórias Broncoespasmo Coriza Reações Sistêmicas Anafilaxia Choque anafilático Reações não mediadas por IgE - Não são de apresentação imediata - Linfócitos T Proctite Enteropatia induzia por proteina alimentar Enterocolite induzida por proteina alimentar Reações mistas - Mediadas por IgE associadas à participação de linfócitos T e de citocinas pró-inflamatórias. Esofagite eosinófilica, gastrite eosinófilica, gastroenterite eosinófilica, dermatite atópica e a asma Ler Consenso Brasileiro de Alergia alimentar (2018) TRATAMENTO - Essencialmente nutricional e está apoiado sob dois pilares (A) Exclusão dos alérgenos alimentares responsáveis pela reação alérgica com substituição apropriada (B) Utilização de formulas ou dietas hipoalergênicas, em lactentes, em situações de APLV O objetivo do tratamento nutricional é evitar o desencadeamento dos sintomas, a progressão da doença e a piora das manifestações alérgicas, proporcionar à criança crescimento e desenvolvimento adequados e prevenir distúrbios nutricionais. HIPOALERGÊNICOS – Fórmulas parcialmente hidrolizadas não devem ser utilizadas para o tratamento de APLV - Fórmulas extensamente hidrolizadas - Fórmulas de AA livres FISIOPATOLIGIA DE DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DO TRATO GASTROINTESTINAL Doença Celíaca ou SPRUE não Tropical Atrofia de visolidades Achatamento das vilosidades Hiperplasia de criptas (alongamento) - Dentro dos enterócitos – possui células imunológicas – produzem e secretam células do sistema imunológico Duodeno e jejuno proximal DC – Enteropatia crônica do intestino delgado por exposição ao glúten (principal fração proteíca presente no trigo, centeio e cevada) - Pode afetar estômago comprometendo o fator intrínseco FRAÇÃO PROTEICA (TÓXICA) DO GLÚTEN SOLÚVEL EM ETANOL SÃO AS PROLAMINAS TRIGO – GLIADINA CENTEIO – SECALINA CEVADA – HORDEINA AVEIA – AVENINA Manifestações clínicas em crianças - Diminuição do tecido muscular, subcutâneo e atrofia da musculatura glútea CDN Suplementar cálcio, ferro, sódio e potássio Suplementar as vitaminas lipossóluveis (K, E, D, A), Ácido fólico e vitamina B12 Suplementar ácidos graxos W3 Reposição de liquídos e eletrólitos Administrar cálcio e vitamina D - Corrigir a osteoporose e osteomalácia Suplementos multiplos de vitaminas e Minerais (RDA) em casos de Má absorção Fornecer TCM Calorias e nutrientes Lipossolúveis SPRUE Tropical Síndrome diarreica adiquirida associada à má absorção, que ocorre em muitas áreas tropicais como o CARIBE (exceto Jamaica), AFRICA CENTRAL E DO SUL, INDIA E SUDESTE ASIÁTICO. - Etiologia desconhecida - E.coli - Mecanismo infeccioso Fisiopatologia - Diarreia parece ser do tipo infecciosa - As vilosidades intestinais podem ser anormais → hipertrofia de criptas e atrofia de vilosidades - A mucosa gástrica é atrofiada e inflamada, com secreção diminuida de ácido cloridrico Vitamina A – Cegueira noturna, glossite, estomatite, queilose, palidez e edema) B9, gordura e cobalamina Anemia – Ferro, B9 e B12 CDN Dieta apropriada à extensão da má absorção Hiperproteica – recuperar os tecidos intestinais Pobre em dissacarídeos, lipídeos, celulose e isenta de alimentos flatulentos Ofertar TCM e líquidos aumentados SUPLEMENTAR FERRO, CÁLCIO E VITAMINAS DO COMPLEXO B (Ácido fólico e B12) – Anemia megaloblástica e sintese proteica GLUTÉN É SOLÚVEL EM ETANOL FISIOPATOLIGIA DE DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DO TRATO GASTROINTESTINAL Doenças Inflamatórias Intestinais Inflamação crônica do TGI Retocolite Ulcerativa (RCU) Doença de Chron (DC) - Exacerbação - Remissão - Desconhecido e multifatorial Doença de Crohn - Granulomatosa não-codificante - Inflamação Crônica - Lesões segmentadas (fracionadas) - Não é arredondada, circular Pode acontecer da boca ao ânus - Região teminal do íleo - Cólon Transmural Sangramento digestivo alto Mesentério e gânglios linfáticos - Estenose – necrose Retolite é mais comum Sangramento digestivo baixo – sangue mais vivo RCU Mucosa do cólon e reto - Normalmente mais supercificiais - Lesões continuas - Diarreia com sangue e muco DII – CARACTERISTICAS DA DIETA Kcal: 25 – 30Kcal/Kg (manter peso saudável) Ou Harris-Benedict com FI = 1,75 Normo CHO: 50 – 60% Hipo LIP: < 20%, com TCM – Deficiência de sais biliares – esteatorreia Fracionamento: 6 a 8 refeições Suplementar: B12, Vit. C, Vit. E, B6, Mg, Fe, B9, Zn, Cu, Se FISIOPATOLIGIA DE DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DO TRATO GASTROINTESTINAL Fase Aguda - Rica em fibras solúveis (bactérias ↑ AGCC → Fonte de energia) - Reduzida em fibras insolúveis – de acordo com tolerância - Isenta de lactose e sacarose - Administração enteral e parenteral - Proteínas: 1,2 a 1,5g/Kg/dia - HIPERPROTEICA Fase de Remissão - Evoluir progressivamente o teor de fibras insolúveis, lactose e sacarose - Administração por via oral (remissão), avaliar necessidade de complementos orais (casos de inflamação persistente, dependentes de corticoesteroides) - Proteínas: 1,0g/KgPI/dia e até 2,0g/KgPI/dia para desnutridos NUTRIENTES ESPECÍFICOS - Suplementação de vitamina B12 para aqueles com deficiência - Suplemento com vitamina D se a zona local não permite exposição solar na maior parte do ano e para os pacientes recebendo, mas que estão utilizando protetor solar. - Vitamina D e suplementação de cálcio rotineira para aqueles recebendo corticóides - Suplementação multivitaminica rotineira para todos - Nos casos de anemia ferropênica crônica, deve ser administrado ferro por via parenteral (injeções intramusculares semanais ou ferro intravenoso) se o ferro não for tolerado por via oral DC Ativa Sem recomendação para uso de fórmula elementar ao inves das poliméricas Sem recomendação especifica para uso de fórmulas enriquecidas com glutamina, W3 e TGF- Beta(modulen) RCU W3 – Ajuda a ↓ resposta inflamatória ( 3 a 6g/dia) AGCC – Fibras solúveis – trofismo da mucosa intestinal Probióticos – Contribui no periodo de remissão – sem indicação na fase ativa Via de ADM Remissão: Via Oral Ativa: Enteral (NE) Parenteral (NPT) NE: Terapia médica, monitorar retardo do crescimento da criança e adolescente NPT: Obstrução intestinal persistente, fístulas de alto débito, ressecção intestinal FISIOPATOLIGIA DE DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DO TRATO GASTROINTESTINAL Sindrome do Intestino Irritável - Interfere na qualidade de vida Critérios para diagnóstico (Critérios de ROMA IV) Dor ou desconforto abdominal por período superior a 12 semanas no último ano, associados a pelo menos 2 dos seguintes sintomas: Dor aliviada pela defecação Dor associada à mudança no ritmo de evacuação Mudanças na concistência das fezes; diarreia/constipação Urgência evacuatória incompleta Muco nas fezes Distensão abdominal/flatulência/ercuctação Intolerância alimentar (ex: leite) Recomendações - Fibras solúveis e ↑ liquidos (20 a 30g/dia de fibra dietética – evitar excessos) - As fibras insolúveis podem exarcebar os sintomas e podem inclusive provocar eventos adversos, inchaço, distensão e flatulências. - Dietas restritas em polióis e oligo-di- monossacarídeos e fermentáveis (FODMAPs) reduzem dor abdominal e o inchaço, melhoram o padrão das fezes, mas ainda não foram demonstrados resultados em longo prazo nem a segurança das dietas baixas em FODMAP Fibras insolúveis – podem exacerbar os sintomas - Evitar excesso de gordura dietética, cafeína, açúcares (frutose, sacarose, lactose), bebidas alcoólicas, carbonatadas, alimentos que produzem gases, alimentos reconhecidos como desencadeadores de crises, adoçantes dietético (sorbitol) - Hortelã pimenta (cápsula): Propriedades antiespasmódicas – reduz a contratilidadecolônica ↓ desconforto abdominal - Não existe, no momento, evidência suficiente para uma recomendação geral dos probióticos ou simbióticos em pacientes com SII Doença diverticular Formação de herniação no intestino ↑ Pressão intracolônica Desnutridos, idosos, constipados Acúmulo de fezes nos diverticulos - Diverticulite – com inflamação - Diverticulose – assintomáticos Patologia benigna Formação de diverticulos (herniação) Em alguns segmentos do colón ou mesmo do seu trajeto exceto no reto e ânus - Sigmóide Classificação: Diverticulose: Assintomática (80% dos pacientes) Doença Diverticular Não Complicada – apresenta sintomatologia: constipação, diarreia e dor abdominal leve. Pode evoluir para a forma complicada da doença Doença Diverticular Complicada – Diverticulite Peritonite Hemorragia Obstrução intestinal Fístulas FISIOPATOLIGIA DE DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DO TRATO GASTROINTESTINAL DIVERTICULOSE - Rica em fibras Terapia nutricional Ingestão adequada de fibras ↓ Pressão intracolônica Aumentar ingestão de liquidos DOENÇA DIVERTICULAR COMPLICADA Sintomas severos: Necessita de repouso intestinal por 48 horas, hidratação endovenosa e analgesia Pode ser necessária a instituição da nutrição parenteral e quando a dieta oral for retomada é prudente reiniciar com uma oferta reduzida de fibra (10 a 15g/dia) e aumentar progressivamente até chegar a 25g/dia para as mulheres e 38g/dia para os homens Dieta de baixo residuo (curto prazo) com retorno gradual para dieta rica em fibra Cirurgias DIVERTICULITE Pós jejum – Dieta de baixo resíduo, dieta branda, bem cozida e reduzida em lactose Sindrome de má absorção Dispepsia – Redução na quebra de nutrientes (CHO, PTN, LIP) em subprodutos absorviveis (mono, di, oligo, aa, oligopeptidieos, ac. G, monoglicerideos) Má absorção – Sinais e/ou sintomas associados à absorção inadequada de nutrientes podendo ser global (todos os nutrientes) ou seletiva (ex: B12 no caso de ressecção do íleo) Azia, eructações, vômito - Secundária a doenças Fisiopatologia: Pré-entéricos: Processos iniciais da digestão (má digestão) (ausência enzimática) como por exemplo insuficiência pancreática, doença gástrica (ex: acloridria), doença hepática e biliar, supercrescimento bacteriano ou insuficiência do tempo de contato com a mucosa Entéricos: Alteração do prórpio enterócito, que causa disfunção da mucosa intestinal, como por exemplo em doença celíaca, doença de crohn ou desnutrição por atrofia das vilosidades, parasitoses por competição por nutrientes e enterectomias por diminuição da área de contato de absorção Pós-entéricos: Alterações no sistema de remoção de nutrientes, decorrentes de alterações linfáticas e capilares. Ex: Linfoma, tuberculose intestinal – Pós absorção Transporte pós absorção – Lipidios Linfa – Triglicerídeos da dieta Quilotórax / Lifoperitônio – TCM FISIOPATOLIGIA DE DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DO TRATO GASTROINTESTINAL Sinais e sintomas Achados laboratoriais Nutriente Mal absorvido Diarreia Peso Fecal aumentado, Potássio sérico reduzidos Água e Eletrólitos Esteatorreia Gordura fecal aumentada, colesterol sérico reduzido LIP e Ácidos biliares Perda de peso Gordura fecal aumentada, quimiotripsina ou elastase reduzidas, teste de xilose reduzido Gorduras, CHO e PTN Anemia Ferro sérico e contagem de hemácia reduzidos, hemácias hipocrômicas e microcíticas Ferro Anemia Perniciosa e Glossite Contagem de hemácias reduzida, hemácias hipocrômicas e megaloblásticas, teste de Shilling anormal Vit B12 e Ácido Fólico Dor em membros e ossos, fraturas ósseas patológias e sinal de Chvostek Osteoporose osteomalácia, cálcio sérico reduzido, fosfatase alcalina aumentada, alterações radiológicas K, Mg, Ca, Vit D, Ptn e AA Sinais de sangramento fragilidade da pele e hemorragia, petéquia Tempo de protrombina aumentado Vitamina K e C Edema (perda intestinal de proteina) Proteina total e albumina sericas reduzidas, clareamento de alfa-1-antitripsina fecal aumentada Proteina Distensão abdominal e flatulência Alterações radiológicas e ecografias abdominais, Teste respiratório com glicose-H2 aumentada Carboidratos Intolerância à lactose Teste respiratório com lactose-H2 aumentada, lactase na mucosa intestinal reduzida Lactose Neuropatia Periférica Função nervosa periférica reduzida Vitamina B1, B6 e B12 Hiperqueratose, paraqueratose e acrodermatite Retinol e zinco séricos reduzidos Vitamina A, Zinco Cegueira noturna Zinco sérico reduzido Vitamina A - Adequar o plano alimentar para tratar a causa - Atenuar sintomatologia - Corrigir deficiências nutricionais e disturbios hidroeletroliticos FISIOPATOLIGIA DE DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DO TRATO GASTROINTESTINAL Fistulas digestivas Vazamentos espontâneos ou pós cirúrgicos Podem acontecer em todos os orgãos Deicência de anastomose Débito Baixo < 200mL/24H CHEMIM E MURA – 1,5 – 2,0 g/Kg/Dia (2007) LAMAU (2005) – Baixo débito 1,0 – 1,5 g/Kg/Dia Alto débito 1,5 – 2,0 g/Kg/Dia Moderado 200 - 500mL/24H Alto > 500mL/24H Erro de desenvolvimento pré-natal Relação Kcal não-proteica/gN2 130 a 200 : 1 Energia: 33 – 40 Kcal/Kg/dia Trauma Cirurgia Processos de doenças inflamatórias ou malignas Débito em 24H - prognóstico Fístulas de TGI alto – ↑ Prevalência de Desnutrição 55 a 90% Terapia Nutricional O suporte nutricional adequado deve ser instalado o mais breve possível, visando favorecer a estabilização do paciente e permitir o fechamento espontâneo ou manter o estado nutricional adequado antes do fechamento cirurgico. Objetivos da Terapia Nutricional Prevenir a perda proteica Evitar repleção do estado nutricional Promover cicatrização e fechamento espontâneo da fístula CDN Água – 1 mL/Kcal/24h PTN - 1,0 – 1,2 g/Kg/Dia - Manutenção 1,5 – 2,0 g/Kg/Dia - Repleção 2,0 – 2,5 g/Kg/Dia – Perdas excessivas Fístulas de alto débito: 2 x RDA de vitaminas e oligoelementos 5 a 10x RDA de vitamina C Reposição de Zinco: 10 a 15 mg/L de débito TCM Para cada 1g de N2 – 6,25 g de PTN Pnt da dieta/6,25= x Kcal lip/x kcalCHO/x Nas fístulas de alto débito ocorre aumento da TMB em 1,5 a 2 x FISIOPATOLIGIA DE DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DO TRATO GASTROINTESTINAL Indicações de Nutrição Enteral Fístulas distais (íleo, cólon) de baixo débito Processo de cicatrização avançado Para as fístulas de esôfago, estômago, duodeno e jejuno alto, se o acesso baixo for possível, OBS: Deve ser feito jejum oral para fístulas gastricas, duodenais, pancreaticas e de delgado, pois a presença de alimentos no TGI estimula a secreção de sucos digestivos, aumentando ainda mais o débito da fístula Nutrientes especificos Arginina, glutamina e W3, nucleosídeos e nucleotídeos (crescimento e função da mucosa do tubo digestivo x imunidade) Não há vantagens no uso de dietas hidrolisadas, ao invés das poliméricas exceto nas fístulas de baixo débito no íleo o Íleo – área de maior absorção de nutrientes Fistulas de baixo débito pode haver vantagem no uso de fórmula hidrolisada Não ofertar dietas Hiperosmolares OBS: Se o débito aumentar muito com o uso da NE, deve-se voltar para a NPT exclusiva Indicações de Nutrição Parenteral Total Indicada na intolerância a NE, nas fístulas de alto débito de jejuno e íleo, e de esôfago, estômago, duodeno e jejuno alto, se o distal não for acessivel Indicadaquando ocorre aumento da secreção da fístula com NE Terapêutica primária (preferencial) – diminuir secreções do TGI – diminuir estimulo do TGI Ângulo de Treiz - Pancreatite FISIOPATOLIGIA DE DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DO TRATO GASTROINTESTINAL Pancreatite Inflamação do pâncreas caracterizado por edema, exudato celular e necrose de gordura - Moderado e autolimitante com autodigestão, necrose e hemorragia do tecido pancreático - Aguda - Crônica Pancreatite Aguda É uma doença inflamatória causada pela digestão do parênquima pancreático por suas próprias enzimas com envolvimento variável de tecidos peri- pancreáticos e de sistêmas orgânicos distantes Etiologia - Excesso de consumo de álcool – hipersecreção pancreática - Doenças do trato biliar – refluxo da bile para os canais pancreáticos - Outras causas: Traumas abdominais, pós- operatórios de cirurgias abdominais, hipertrigliceridemia, toxicidade medicamentosa, câncer de pâncreas e causas infecciosas Fisiopatologia Embora os mecanismos fisiopatólogicos ainda não estejam, completamente esclarecidos esta condição é caracterizada pela ativação de enzimas digestivas na célula acinar, provocando lesão. Ocorre liberação de citocinas inflamatórias, que dão inicio ao processo inflamatório. Manifestações clínicas Dor abdominal epigástrica súbita que irradia para as costas (persiste por horas) Náuseas e vômitos Febre e Taquicardia Pancreatite Aguda Leve/Moderada Definida como pancreatite aguda evoluindo com minima falência orgânica e um curso sem complicações. Do ponto de vista anatomopatológico, predomina o edema intersticial discreto. Mortalidade relativamente baixa Tratamento Internação em enfermarias/apartamento Reposição de líquidos e eletrólitos Combate à dor Redução da secreção pancreática Leve/moderado – sem área de necrose – jejum – edema intersticial Pancreatite Aguda Grave Definida como pancreatite associada à insuficiência orgânica sistêmica ou complicações locais, tais como necrose, abcesso ou pseudocisto. Podendo evoluir com infecção, falência de orgãos e sistemas, quadro de SIRS e alta mortalidade (20 a 70%) Insuficiência orgânica Choque (PA < 90mmHg) Insuficiência respiratória Insuficiência renal (Creatinina > 2 mg/dl) Hemorragia gastrointestinal TRATAMENTO Internação em UTI Combate à dor e às infecções Correção da hipoxemia o Acidose o Distúrbio hidroeletrolítico Redução da secreção pancreática Suporte nutricional especializado Cirurgia para remoção de tecidos necróticos infectados Calculo biliar FISIOPATOLIGIA DE DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DO TRATO GASTROINTESTINAL Terapia Nutricional na Pancreatite Aguda Leve/Moderada A alimentação via oral pode ser iniciada imediatamente se não houver naúseas, vômitos ou dor abdominal 1º Passo – 2 – 5 dias Jejum, tratar a causa da pancreatite, analgesia e reposição hidroeletrolítica 2º Passo – 3 – 6 dias Realimentação progressiva iniciando com dieta líquida rica em carboidratos, moderada em proteínas e pobre em gorduras 3º Passo – Dieta normal SUPORTE NUTRICIONAL NÃO É NECESSÁRIO, utilizar apenas se a nutrição oral não for possível dentro de 5 – 7 dias ou em pacientes previamente desnutridos Nutrição Enteral Precoce Preservar a integridade anatômica e funcional do TGI Reduz translocação bacteriana Reduz a resposta inflamatória sistêmica Melhora perfusão pancreática Atenua o estresse oxidativo Reduz a severidade da doença Estimula a recuperação mais rápida da doença Posição da sonda As posições gástricas e jejunal são equivalentes quanto à eficácia e segurança. Se houver tolerância, alimenta-se na posição gástrica. Caso haja dor ou desconforto, a sonda nasoenteral deve estar no jejuno, 20 a 30 cm além do ligamento de treitz, como posição preferencial, para não estimular a atividade exócrina do pâncreas Caracteristicas da fórmula enteral Se a fórmula polimérica é tolerada, pode ser utilizada desde o início, dede que a fonte lipídica seja TCM e o mínimo de TCL Evidência de intolerância (dor, febre, aumento da amilase e lipase) – dieta elementar com lipídeos < 2 – 3% do VCT ou semielementar com peptídeos e TCM Evidência de má absorção (diarreia e esteatorreia) – Dieta semielementar com peptideos e TCM Não deve ser utilizado probióticos na pancreatite aguda grave – Translocação bacteriana Velocidade baixa (10 a 15ml/H) Progredir o volume e o tipo de fórmula para polimérica, conforme tolerância Nutrição parenteral Deve ser utilizada quando há contraindicação ou intolerância à terapia enteral, ou ainda quando os requerimentos nutricionais não são atingidos pelo suporte enteral A NPT só deve ser descontinuada quando o paciente estiver recebendo pelo menos 50% das suas necessidades por via enteral, sem intercorrências Soluções lipídicas podem prover 25 a 30% das calorias não-proteicas. Os lipídios têm pouca estimulação sobre o pâncreas quando administrados via endovenosa Acompanhar os triglicerídeos séricos, pois pode haver hipertrigliceridemia TG > 400mg – sem emulsões lipídicas bolsa 2:1 Quando evolui para via oral Alimentos facilmente digeríveis Dieta baixo teor de gorduras Fracionamento – 6 refeições diárias Ingestão proteica adequada para manter o balanço nitrogenado positivo Hipercalórica FISIOPATOLIGIA DE DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DO TRATO GASTROINTESTINAL Recomendações Nutricionais para Pancreatite Aguda Grave VET 25 – 35 Kcal/Kg PI/dia * 25 – 30 Kcal/Kg PI/dia ** CHO 35 – 65% do VET ** PTN 1,2 – 1,5g/Kg PI/dia (pode ser indicada suplementação de glutamina devido ao hipermetabolismo)* 1,5 – 2,0g/Kg PI/dia (se boa tolerância)** LIP 1,0 – 1,5g, devendo-se optar por emulsões com TCM ou óleo de oliva** Controlar níveis séricos de lipídeos MICRO Embora seja provável que a necessidade seja maior, as doses não são estabelecidas fonte *Cuppari(2019) ** Silva e Mura (2010) Recomendações Nutricionais para Pancreatite Aguda Grave – ESPEN 2020 Em pacientes com PA e incapacidade de se alimentar por via oral, a NE deve ser preferida à nutrição parenteral (NP) Em pacientes com PA, uma dieta polimérica padrão deve ser usada Se a NE for necessária em pacientes com PA, ela deve ser administrada medido por sonda nasogástrica. Administração por meio de tubo jejunal deve ser preferido em caso dde problemas digestivos e intolerância Em pacientes submetidos a necrosectomia minimamente invasiva incapazes de serem alimentados oralmente, a NE é indicada por meio jejunal como rota preferida Em pacientes com PA severa deve ser iniciado por via nasojejunal a partir de 20mL/h, aumentando a taxa de acordo com a tolerância Na NP a glutamina parenteral deve ser suplementada em 0,20g/Kg/Dia Probióticos não podem ser recomendados em pacientes com PA As enzimas pancreáticas não devem ser suplementadas geralmente exceto em pacientes com insuficiência exócrina pancreática óbvia. OBS: Suplementação enzimática é quase restrita a pancreatite crônica Pancreatite Crônica Ocorre decorrente da inflamação persistente do pâncreas, de caráter irreversivel e progressivo, que leva a uma deficiência funcional: Exócrina com comprometimento da absorção e endócrina com desenvolvimento de diabetes por insuficiência na produção de insulina - Resulta em fibrose, infiltrado inflamatório e perdas de células pancreáticas - A deficiência de protease pancreática, que separa a vitamina B12 de sua proteína carreadora, leva à deficiência da vitamina B12 Etiologia Em geral está associada ao consumo crônico de bebidas alcoólicas. Outras causas: Carência calórico-proteica –mecanismo indefinido e idiopático Hipercalemia – por depósito de cálcio nos ductos pancreáticos Tumores e estenoses por obstrução Manifestações clínicas Crises recorrentes de dor epigástrica de longa duração que pode se irradiar para as costas Dor piorada pela alimentação ou ingestão de álcool, que diminui à medida que avança a disfunção exócrina Emagrecimento (náusea, vômitos, diarreia) Esteatorreia Sitofobia – medo de se alimentar Diabetes Quilotórax FISIOPATOLIGIA DE DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DO TRATO GASTROINTESTINAL Consequências nutricionais Desnutrição Alterações no metabolismo dos carboidratos Alterações no metabolismo dos lipídeos – hipertrigliceridemia Deficiência de micronutrientes Vitaminas lipossolúveis, Vitamina B12, Cálcio, Zinco, Magnésio, Folato, Vitamina C, Tiamina, Riboflavina, e ácido nicotínico (abuso de álcool) OBS: Suplementos de enzimas pancreáticas (lipase, protease e amilase) → junto Ás refeiçãos. A dose deve ser de pelo menos 30 mil unidades de lipase a cada refeição - NECESSÁRIA ENERGIA 30 – 35 Kcal/Kg 20Kcal/Kg Patual/dia com progressão gradativa quando houver subnutrição grave (IMC <16Kg/m2) pelo risco de síndrome de realimentação CHO Normo (acompanhar glicemia) PTN 1,0 – 1,5g/Kg/Dia LIP 30% do VET (se bem tolerado) se não tiver ganho de peso e a esteatorreia persistir é indicado restrição a 20% e utilizar TCM BEBIDAS ALCOÓLICAS Exclusão total MICRONUTRIENTES Avaliar sinais clínicos de deficiência Pode precisar suplementar várias vitaminas - Etilismo crônico Recomendações Nutricionais para Pancreatite Crônica Evitar excessos de fibras para não interferir na ação das enzimas suplementadas Refeições frequentes e volume reduzido Avaliar necessidade de suplementar vitamina B12 e lipossolúveis Casos crônicos podem necessitar de tratamento com insulina e cuidado nutricional similar ao Diabetes Mellitus Indicação de Terapia Nutricional enteral Na intolerância à dieta por via oral (persistente da dor) Quando a oferta via oral for insuficiente para manter ou recuperar estado nutriconal No pré e pós-operatório em pacientes desnutridos Fórmula polimérica padrão com baixo teor lipídico, se tolerada ou dieta elementar com lipídios < 2 - 3% do VCT ou dieta semielementar com peptídeos e TCM, segindo mesmos critérios da Pancreatite Aguda Recomendações Nutricionais para Pancreatite Crônica – ESPEN 2020 Pacientes com PC não precisam seguir uma dieta restritiva Pacientes com PC com estado nutricional normal devem aderir para uma dieta bem equilibrada Pacientes desnutridos com PC devem ser aconselhados a consumir alimentos ricos em proteínas e alta energia em cinco a seis refeições por dia Em Pacientes com PC, não há necessidade de restrição de gordura na dieta a menos que os sintomas de esteatorreia não possam ser controladoos Na PC as enzimas pancreáticas devem ser suplementadas em pacientes que manifestem sinais de falha exócrina FISIOPATOLIGIA DE DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DO TRATO GASTROINTESTINAL Doenças da Vesicula Biliar A vesicula Biliar está sob a superficie do lobo direito do fígado. A principal função da vesícula biliar é concentrar, armazenar e excertar bile, a qual é produzida pelo fígado. Os constituintes principais da bile são colesterol, bilirrubina e sais biliares Colelitíase: Consiste na formação de cálculos biliares na ausência de infecção da vesícula biliar Coledocolitíase: Presença de cálculos nos ductos biliares, produzindo obstrução, dor e cólicas Colecistite: Inflamação causada por cálculos biliares que estejam obstruindo os ductos biliares, levando ao retorno da bile para a vesícula. As paredes da vesícula biliar tornam-se inflamadas e distendidas e pode ocorrer infecção COLECISTECTOMIAS - RETIRADA DA VEÍSULA BILIAR Consequências da ausência de bile no intestino: Absorção de lipídeos prejudicada Esteatorreia Acolia fecal Se não corrigido, o retorno da bile pode resultar em icterícia (impregnação de bilirrubina) e prejuízo hepático (cirrose biliar secundária). A obstrução do ducto biliar comum distal pode levar a pancreatite se o ducto pancreático for bloqueado Colestase: É uma condição na qual pouca ou nenhuma bile é secretada ou na qual o fluxo da bile no trato digestório está obstruído. Pode ocorrer em pacientes sem uma alimentação oral/enteral por um período prolongado, tal como aqueles sob nutrição parenteral total CCK CONTRAI A VESÍCULA BILIAR Terapia Nutricional Não há nenhum tratamento dietético especifíco para prevenir colelitíase em indivíduos susceptíveis Fatores nutricionais relacionados: obesidade, jejum severo, alta ingestão de proteínas e de carboidratos simples, gordura saturada e baixo consumo de fibras Na colecistite, uma dieta hipolipídica previne a contração da vesícula biliar. Quando aguda, a alimentação oral pode ser interrompida e iniciada nutrição parenteral se o paciente for desnutrido ou se for passar um periodo prolongado sem se alimentar. Quando reiniciada é recomendada dieta hipolipídica Colecistite crônica: Pacientes com condições crônicas podem necessitar de uma dieta hipolipídica por um longo período. (25 – 30%) Colecistectomia: A alimentação oral é geralmente retomada com o retorno dos sons intestinais, após remoção da sonda de drenagem gástrica. A dieta pode ser progredida conforme tolerância para uma dieta regular
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