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resumo feito por: Giulia Akemi Sadoyama @giusadoyama doenças inflamatórias intestinais COLITE ULCERATIVA doença inflamatória crônica e idiopática que afeta o cólon, caracterizada por inflamação recidivante e remitente da mucosa intestinal, iniciando-se no reto e estendendo-se por todo o cólon DOENÇA DE CROHN doença inflamatória recidivante que afeta qualquer segmento do trato gastrointestinal, frequentemente associada à dor abdominal, febre e sinais clínicos de obstrução intestinal ou diarreia com sangue ou muco ou ambos EPIDEMIOLOGIA - aumento na incidência em todo o mundo, com maior número de afetados nos países desenvolvidos, seguidos pelos países em desenvolvimento. - a incidência tem aumentado nos países que adotaram o estilo de vida industrializado. - brasil: dados são escassos, mas um estudo em São Paulo mostrou que as taxas de incidência aumentaram de 1,0 para 8,0 casos/100.000 habitantes entre 1986 a 2005, com predomínio no sexo feminino, em ambas as doenças. ETIOPATOGENIA - fatores ambientais ⤷ tabagismo ⤷ dieta ⤷ contraceptivos orais ⤷ infecções ⤷ cirurgias - fatores genéticos ⤷ grande número de associações genéticas - fatores luminais ⤷ microbiota intestinal ⤷ antígenos ⤷ produtos metabólicos - imunorregulação ⤷ imunidade inata e adaptativa - nenhum aspecto explica as DII de maneira isolada; interação entre eles irá determinar ocorrência e características da doença. - microbiota intestinal: camada mucosa - alteração na microbiota intestinal por conta de influências ambientais. há milhões de bactérias, que são alteradas (desequilíbrio), essas bactérias produzem antígenos, metabólitos para a sua sobrevivência - as células dendríticas entram em contato com os antígenos, que emitem seus prolongamentos para o lúmen intestinal, capturando esses antígenos. se for uma bactéria patogênica, ela irá resumo feito por: Giulia Akemi Sadoyama @giusadoyama elaborar uma resposta imunológica para reagir contra a bactéria. a célula dendrítica apresenta o antígeno a uma célula T virgem, que processa esse antígeno, gerando um fenótipo se convertendo em Th1 (citotóxica) ou Th2 (ativa outras células inflamatórias). - há produção de citocinas pró-inflamatórias, ativando os macrófagos, que se une com a célula dendrítica, para exacerbar o processo inflamatório. a própria célula dendrítica produz citocinas pró-inflamatórias (TNF é a mais potente) - com tanto mediador pró-inflamatório sendo gerado, causa uma perda de tolerância imunológica, ou seja, não age da maneira certa. fatores relacionados à industrialização e ao estilo de vida - menor tempo de amamentação - excessiva higiene e sanitização doméstica - sedentarismo - exposição à poluição do ar - adesão a uma dieta ocidental (rico em alimentos ultraprocessados, carne vermelha, açúcares e gorduras saturadas) - exposição à água contaminada - uso crônico de contraceptivos orais - uso crônico de anti-inflamatórios e hormônios INFLUÊNCIA DA MICROBIOTA NAS QUESTÕES INFLAMATÓRIAS - aumento na diversidade bacteriana ⤷ Faecalibacterium ⤷ Bifidobacterium ⤷ Lactobacillus ⤷ Butyrivibrio ⤷ Alistipe ⤷ Akkermansia ⤷ Coprococcus ⤷ Methanobrevibacter - aumento na diversidade bacteriana ⤷ Bacteroides ⤷ Parabacteroides ⤷ Ruminococcus ⤷ Campylobacter ⤷ Dialister ⤷ Porphyromonas ⤷ Staphylococcus ⤷ Anaerostipe ⤷ aumento na abundância de substâncias redutoras (sugerindo capacidade aumentada para responder ao estresse oxidativo) ⤷ aumento do potencial de degradação do muco intestinal ⤷ aumento na formação de gases tóxicos potencialmente carcinogênicos ⤷ aumento da abundância de bactérias potencialmente pró-inflamatórias ⤷ diminuição de bactérias produtoras de butirato resumo feito por: Giulia Akemi Sadoyama @giusadoyama - uma dieta ocidental perde a função de barreira, ou seja, a permeabilidade. com isso, a entrada de toxinas de bactérias gera um grande processo inflamatório; as células T ficam em pouca quantidade - a dieta do mediterrâneo há uma diversidade da microbiota, onde há uma permeabilidade intacta, com uma tolerância imunológica, um equilíbrio na resposta. DIAGNÓSTICO - estabelecido após avaliação do quadro clínico em concordância com evidências endoscópicas, laboratoriais, radiográficas e achados histopatológicos resumo feito por: Giulia Akemi Sadoyama @giusadoyama colite ulcerativa - desarranjos na barreira intestinal e na mucosa estão implicados na patogênese da colite ulcerativa - classificação de montreal: - avaliação física: ⤷ sinais de anemia (cansaço, fraqueza, irritabilidade) ⤷ sensibilidade abdominal ⤷ sangue no exame de toque retal ⤷ abdome distendido e timpânico - avaliação endoscópica: ⤷ úlceras ⤷ fissuras anais ⤷ eritema ⤷ sangramento retal ⤷ friabilidade da mucosa - avaliação laboratorial: ⤷ anemia ferropriva ⤷ leucocitose ⤷ trombocitose ⤷ hipoalbuminemia ⤷ maior velocidade de hemossedimentação ⤷ PCR elevada - avaliação histopatológica na fase ativa da doença: ⤷ infiltrado inflamatório agudo e crônico da mucosa ⤷ perda da arquitetura das criptas ⤷ abscessos e úlceras ⤷ depleção de células caliciformes ⤷ congestão e edema ⤷ hemorragias focais - avaliação histopatológica na fase de resolução ⤷ diminuição do infiltrado inflamatório ⤷ restauração das células caliciformes e epitélio - avaliação histopatológica na fase quiescente: ⤷ encurtamento de ramificações das criptas ⤷ atrofia da mucosa doença de crohn - inflamação intestinal crônica em qualquer parte do TGI com localização mais comum no íleo terminal e no cólon, envolvendo ulcerações, fístulas e estenoses resumo feito por: Giulia Akemi Sadoyama @giusadoyama - avaliação física: ⤷ dor abdominal (quadrante inferior direito), piorando no período pós-prandial ⤷ cólicas ⤷ astenia, fraqueza ⤷ dor epigástrica ⤷ alternância entre períodos de constipação e diarreia - avaliação endoscópica ⤷ abcessos ⤷ úlceras ⤷ fístulas ⤷ alternância entre mucosa inflamada e normal ⤷ normalmente atinge o íleo terminal - avaliação laboratorial ⤷ anemia ferropriva ⤷ leucocitose ⤷ trombocitose ⤷ hipoalbuminemia ⤷ maior velocidade de hemossedimentação ⤷ eletrólitos diminuídos ⤷ esteatorreia ⤷ sangue oculto nas fezes TRATAMENTO DAS DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS - corticosteroides (anti-inflamatórios e imunossupressores) ⤷ predniosona ⤷ prednisolona ⤷ hidrocortisona - aminossalicitatos ⤷ sulfassalazina ⤷ mesalazina (mais utilizado na colite ulcerativa) - imunomoduladores: ⤷ azatioprina (mais utilizado na doença de crohn) resumo feito por: Giulia Akemi Sadoyama @giusadoyama ⤷ 6-mercaptopurina ⤷ cloroquina ⤷ ciclosporina ⤷ metotrexato - antibióticos (efeito bactericida) ⤷ metronidazol - terapia biológica (anticorpo monoclonal, bloqueia vias inflamatórias específicas, inibe TNF-a) ⤷ infliximabe ação e efeitos colaterais de alguns dos principais medicamentos - dieta: preservar o estado nutricional adequado. a dieta não deve ser modificada a fim de reduzir e manter a remissão - cirurgia: ⤷ colite ulcerativa - aproximadamente 30% dos pacientes com fazem proctocolectomia após cinco anos de doença ⤷ doença de crohn - pacientes com intratabilidade clínica são candidatos à cirurgia, podendo haver múltiplas ressecções de segmentos intestinais (síndrome do intestino curto) - podem ocorrer complicações mais graves, como câncer colorretal, megacólon tóxico e tromboembolismo resumo feito por: Giulia Akemi Sadoyama @giusadoyama tratamento cirúrgico na colite ulcerativa: proctocolectomia total com reservatório ileal e anastomose ileoanal dietoterapia nas doenças inflamatórias intestinais AVALIAÇÃO NUTRICIONAL - após vários anos com exacerbações clínicas da doença, os indivíduos perdem significativamente a função do trato intestinal - na avaliação nutricional é importante verificar a ocorrência de: ⤷ perda de peso (que pode estar mascarada pela retenção hídrica devido ao uso de corticoides) ⤷ fraqueza e fadiga ⤷ dor abdominal, geralmente pós prandial ⤷ hipoalbuminemia (combinar com as concentrações de PCR) ⤷ anemia ferropriva ou megaloblástica ⤷ deficiência de vitaminas e minerais⤷ deficiência/retardo no crescimento em crianças OBJETIVOS DA TERAPIA NUTRICIONAL - aplicar recomendações nutricionais adequadas de acordo com o tipo da doença e o grau da atividade - recuperar e/ou manter o estado nutricional - manter o crescimento em crianças - fornecer aporte adequado de nutrientes - contribuir para o alívio dos sintomas RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS DAS DII resumo feito por: Giulia Akemi Sadoyama @giusadoyama resumo feito por: Giulia Akemi Sadoyama @giusadoyama terapia nutricional enteral: - fórmulas padrão (conteúdo moderado de gordura) deve ser a primeira opção - fórmulas elementares ou oligoméricas não são superiores às fórmulas padrão (sempre observar tolerância individual) - isenta de lactose e sacarose - baixa osmolaridade - a nutrição enteral exclusiva é efetiva e recomendada como primeira linha de tratamento para induzir remissão em crianças e adolescentes com doença de crohn na fase aguda e parece segura e pode ser recomendada como uma terapia de suporte em indivíduos com retocolite ulcerativa severa terapia nutricional parenteral - doença de crohn ⤷ indicação: ingestão inadequada (<60% das necessidades), intestino não funcionante, diarreia severa, vômitos incoercíveis, obstrução ileal ou intestinal, choque, isquemia intestinal ⤷ fase ativa: NP não é mais eficaz que NE - colite ulcerativa: ⤷ deve ser indicada apenas de confirmada a falência intestinal - não há uma dieta para doenças inflamatórias intestinais que pode ser recomendada para induzir a remissão dos sintomas em pacientes com a doença ativa - exemplos: ⤷ dieta do paleolítico ⤷ dietas de exclusão (glúten, lactose) ⤷ baixo teor de FODMAPs ⤷ enriquecido com ômega-3 ⤷ uso de probióticos - exceções: probióticos na colite ulcerativa leve a moderada para induzir a remissão dos sintomas e para manutenção da remissão - apenas: ⤷ Lactobacillus reuteri (indução) ou Escherichia coli Nissle 1917 (manutenção ⤷ Visbiome (L. plantarum, L. delbrueckii subsp Bulgaricus, L. casei, L. acidophilus, B. breve, B. longum, B.infantis, Streptococcus salivarius subsp thermophilus) - indução e manutenção resumo feito por: Giulia Akemi Sadoyama @giusadoyama - o que consumir e evitar na fase ativa:
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