Estado, Governo e Administração

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Administrativo 
 
ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO 
-Estado é um ente personalizado, que se 
apresenta exteriormente, nas relações 
internacionais com outros Estados soberanos, 
e, internamente, como pessoa jurídica de 
direito público. 
ELEMENTOS DO ESTADO: 
-POVO: é o seu componente humano; 
-TERRITÓRIO: a sua base física, geográfica; 
-GOVERNO: o elemento condutor do Estado, 
que detém e exerce o poder absoluto de 
autodeterminação e auto-organização 
emanado do povo. 
TRIPARTIÇÃO DOS PODERES: 
-Consiste na dissolução da atuação estatal, 
gerando a diferenciação de competências 
atribuídas a órgãos diversos. Por isso, nenhum 
órgão estatal possui poder ilimitado, pois é 
sujeito ao sistema de freios e contrapesos, o 
qual gera o equilíbrio aos chamados três 
poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário. 
UNIVERSALIZAÇÃO DE JURISDIÇÃO: 
-Significa que todos os atos estatais devem 
submeter-se a controles que permitam a 
responsabilização dos sujeitos que atuarem de 
modo inadequado. 
PODERES DO ESTADO: 
-São poderes da União, independentes e 
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo 
e o Judiciário. 
-O Poder Legislativo se encarrega da função 
legislativa (normativa), que pode ser entendida 
como aquela em que o Estado edita atos 
jurídicos primários, de caráter geral e abstrato. 
-O Poder Judiciário desempenha a função 
jurisdicional, que consiste na resolução de 
controvérsias com a força jurídica. Trata-se de 
ato subsidiário dos atos primários, em que o 
Estado é chamado a decidir litígios decorrentes 
de conflitos na aplicação da lei. 
-O Poder Executivo exerce a função 
administrativa, que consiste na execução das 
leis. Ocorre quando o Estado desenvolve atos 
complementares à lei com a finalidade de lhes 
dar aplicação. 
FORMA DE GOVERNO: 
-A administração pública em sentido amplo 
abrange os órgãos governamentais, ou 
simplesmente Governo, que exercem suas 
funções eminentemente políticas; e órgãos e 
pessoas jurídicas que exercem a função 
meramente administrativa, encarregados da 
execução das decisões e planos 
governamentais. 
-A administração pública em sentido restrito 
abrange somente os e órgãos e entidades 
administrativas que exercem a função 
administrativa, ou seja, só encontramos órgãos 
e pessoas jurídicas responsáveis pela execução 
dos planos de governo. 
 
-FORMA DE ESTADO: Federativa 
-FORMA DE GOVERNO: República 
-SISTEMA DE GOVERNO: Presidencialismo 
-REGIME DE GOVERNO: Democracia 
 
PRINCÍPIOS 
-LEGALIDADE: 
* a administração está subordinada à lei; 
* princípio da legalidade (sentido amplo); 
* reserva legal (trata das matérias que a CF 
exige que sejam disciplinadas por lei); 
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* restrições ao princípio da legalidade (medida 
provisória, estado de defesa, estado de sítio). 
-IMPESSOALIDADE: 
* princípio da finalidade: os atos 
administrativos devem ter por fim o interesse 
público; 
* princípio da isonomia e igualdade: o 
tratamento, em regra, deve ser igual; 
* vedação à promoção pessoal: a publicidade 
oficial deve ser informativa; não deve 
promover agentes e autoridades; 
* atos dos agentes de fato: são imputados ao 
ente, por isso são considerados válidos; 
-MORALIDADE: 
* atuação ética, honesta, pautada na boa-fé 
* vedação ao nepotismo 
-PUBLICIDADE: 
* transparência dos atos públicos (regra) 
* não é dever absoluto, comporta exceções 
como para o sigilo para segurança da sociedade 
e Estado e intimidade pessoal. 
 
ATOS ADMINISTRATIVOS 
-Manifestação unilateral de vontade do Estado 
ou de quem lhe faça; 
-Regime jurídico de Direito Público; 
-Efeitos jurídicos imediatos. 
*Nem todo ato praticado pela administração é 
um ato administrativo. 
ATOS DA ADMINISTRAÇÃO: 
-Conceito mais amplo; 
-Envolve todos os tipos de atos praticados para 
a Administração Pública; 
FATOS ADMINISTRATIVOS: 
-Atos materiais decorrentes de atos 
administrativos; 
-Eventos da natureza que produzem efeitos 
jurídicos. 
SILÊNCIO ADMINISTRATIVO: 
-Não é ato administrativo; 
-Efeitos jurídicos decorrentes da lei. 
 
ATRIBUTOS DOS ATOS: 
-PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE E VERACIDADE 
* Legitimidade: conforme a lei 
* Veracidade: os fatos são verdadeiros 
* Permitem que os atos produzem efeitos 
imediatamente; 
* Presente em todos os atos. 
-AUTOEXECUTORIEDADE 
* Executar o ato sem precisar de autorização 
judicial; 
* Meios diretos de coação – uso da força; 
* Não está presente em todos os atos 
-IMPERATIVIDADE 
* Administração pode impor obrigações, 
mesmo que a outra parte não concorde; 
* Não está presente em todos os atos. 
-TIPICIDADE 
* Atos correspondem a figuras definidas em lei; 
* Atos não podem ser inominados; 
* Somente em atos unilaterais. 
 
 
 
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ELEMENTOS DOS ATOS: 
-COMPETÊNCIA 
* Sujeito competente para praticar o ato; 
* Decorrente da norma; 
* Delegação (regra): atribuir parcela das 
competências a terceiros subordinados ou não. 
* Avocação (exceção): atrair para si 
competência de um subordinado. 
-FINALIDADE 
* Interesse público; fim mediato. 
* Princípio da Impessoalidade. 
-FORMA 
* Meio de exteriorização do ato; 
MOTIVO 
*Pressuposto de fato e de direito; 
* Motivação: exposição do motivo 
*Teoria dos motivos determinantes: validade 
do ato depende da veracidade dos motivos 
apresentados; atos vinculados ou 
discricionários; mesmo que a motivação não 
seja obrigatória. 
-OBJETO 
* Conteúdo do ato; 
* Efeitos jurídicos imediatos. 
 
ANULAÇÃO: 
- Ato ilegal; viciado; 
- Efeitos retroativos, “ex tunc”; 
- Competência: administração (autotutela) ou 
judiciário (provocado); 
-Atos vinculados e discricionários; 
-Prazo decadencial: 05 anos da data da prática 
(salvo má-fé, que poderá ser anulado a 
qualquer tempo). 
REVOGAÇÃO: 
- Ato válido, juízo de mérito; 
- Conveniência ou oportunidade; 
- Efeitos não retroativos, “ex nunc”; 
- Competência: administração (autotutela); 
-Não podem ser revogados os atos: 
enunciativos, exauridos ou consumados, 
vinculados, que geraram direito adquirido, 
integrantes de procedimento administrativo, 
meros atos da administração e atos complexos; 
-Não há prazo decadencial para a revogação. 
CASSAÇÃO: 
- Beneficiário deixa de cumprir os requisitos 
para a manutenção do ato. 
CONVALIDAÇÃO: 
- Correção de um ato com vício sanável; 
- Efeitos retroativos “ex tunc”; 
- Vício sanável: Competência (não exclusiva) e 
Forma (não essencial). 
 
*Súmula 346 do STF: a administração pode 
declarar nulidade dos seus atos. 
*Súmula 473 do STF: a administração pode 
anular seus próprios atos, quando eivados de 
vícios que os tornem ilegais; ou revogá-los, por 
motivo de conveniência ou oportunidade, 
respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, 
em todos os casos, a apreciação judicial. 
 
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA 
-ENTIDADES POLÍTICAS: 
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* autonomia política; 
*União, Estado, Distrito Federal e Município. 
-ENTIDADES ADMINISTRATIVAS: 
* capacidade de autoadministração; 
*Autarquia, Fundação Pública, Empresa Pública 
e Sociedade de Economia Mista. 
CENTRALIZAÇÃO: 
-A Administração Pública presta os serviços 
públicos diretamente por meio de seus órgãos 
e agentes. 
DESCENTRALIZAÇÃO; 
-Envolve mais de uma pessoa jurídica; 
-Não há hierarquia e subordinação; 
*Por Outorga ou serviços: sempre por lei; 
administração indireta; titularidade e execução. 
*Por delegação ou colaboração: contrato ou 
ato administrativo; somente a execução e prazo 
determinado. 
-O meio de fiscalização é por meio de 
SUPERVISÃO MINISTERIAL ou TUTELA 
ADMINISTRATIVA. Não existe relação de 
hierarquia e subordinação entre administração 
direta e indireta. 
DESCONCENTRAÇÃO: 
-Se desmembra em órgãos para funcionar 
melhor; 
- Mesma pessoa jurídica; 
-Há hierarquia e subordinação. 
 
ÓRGÃOS PÚBLICOS: 
-São centros de competência instituídospara 
desempenho de atividades estatais; 
-Não tem personalidade jurídica própria. 
 
-AGÊNCIAS EXECUTIVAS E REGULADORAS: 
-Executivas: é a qualificação por ato 
discricionário do Presidente da República 
(decreto) a uma autarquia, que apresente 
plano estratégico de reestruturação 
desenvolvimento institucional em andamento, 
e celebre contrato de gestão com o ministério 
supervisor. 
-Reguladoras: são autarquias em regime 
especial, criadas por lei específica, com a 
finalidade de absorver as matérias antes 
concentradas no executivo; possuem certa 
independência em relação ao executivo, uma 
vez que possuem regime especial e mandato 
fixo; suas decisões não se submetem à revisão 
de outro órgão integrante do executivo, mas, 
apenas ao controle de legitimidade exercido 
pelo judiciário. 
-CONSÓRCIOS PÚBLICOS: 
-Pessoas jurídicas de direito público (associação 
pública) ou pessoas jurídicas de direito privado 
(associação civil); 
-A União somente participará de consórcios em 
que também façam parte todos os estados em 
cujos territórios estejam situados municípios 
consorciados. 
 
ADMINISTRAÇÃO DIRETA: 
- Centralizada; 
-Conjunto de órgãos ligados diretamente às 
pessoas políticas; 
*Presidência da República, ministérios, órgãos 
subordinados; governos, secretarias, 
prefeituras. 
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA: 
-Descentralizada; 
-Pessoas jurídicas sem autonomia política; 
-Personalidade jurídica própria; 
-Criação e extinção condicionada à previsão 
legal; 
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*Entidades administrativas: autarquias, 
fundações públicas, empresas públicas e 
sociedades de economia mista. 
 
-AUTARQUIAS: 
-Serviço público personalizado; 
-Exercício de atividades típicas do Estado; 
-Direito Público (criada por lei). 
*Agências executivas: qualificação concedida; 
mediante decreto, às autarquias e fundações 
públicas, depende de plano estratégico e 
contrato de gestão. 
 
-FUNDAÇÕES PÚBLICAS: 
-Patrimônio público personificado; 
-Área de atuação: lei complementar; 
- Direito Privado (autorizada por lei). 
-Direito Público (criada por lei). 
 
-EMPRESAS PÚBLICAS: 
-Direito privado; 
-Forma Jurídica: Qualquer uma; 
-Capital totalmente público; 
- Foro: Justiça federal 
 
-SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA: 
-Direito privado; 
-Forma Jurídica: somente sociedade anônima; 
- Capital público e privado; 
-Foro: Justiça estadual 
 
 
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO 
-PODER VINCULADO: 
*Elementos e requisitos são determinados por 
lei, não admitindo juízo de conveniência e 
oportunidade; 
* Única solução possível; 
* Somente anulação. 
-PODER DISCRICIONÁRIO: 
*Poder de praticar atos com certa margem de 
flexibilidade; 
*Motivo e objeto podem ser discricionários; 
* É o mérito administrativo; 
* Conveniência e oportunidade; 
* Anulação e Revogação. 
-PODER DISCIPLINAR: 
*Aplicação de sanções aos que têm vínculo 
especial com a administração; 
*Tem base na hierarquia; 
*Servidores públicos e Particulares com vínculo 
especial. 
-PODER HIERÁRQUICO: 
*Poder dentro da administração. 
*Superior que exerce prerrogativas sobre os 
subordinados; 
* Dar ordens, fiscalizar, sancionar, delegar, 
avocar competências; 
*Atos normativos internos; 
*Subordinação e Hierarquia. 
-PODER REGULAMENTAR: 
*Não pode restringir ou ampliar a lei; 
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*O controle dos atos é feito pelo Congresso, 
que deve sustar os atos que exorbitem o poder 
regulamentar ou limites da delegação; 
*É a faculdade do chefe do poder executivo 
para editar atos normativos. 
-Decreto de execução e regulamento: fiel 
execução da lei; competência indelegável. 
-Decreto autônomo: competência delegável 
para ministros de Estado, Procurador Geral da 
República e Advocacia Geral da União. 
*Organização e funcionamento da organização 
federal quando: 
-não implicar aumento de despesa ou criação e 
extinção de órgãos públicos; 
-extinguir funções e cargos públicos vagos.= 
-PODER DE POLÍCIA: 
-É a faculdade que a administração tem de 
restringir ou condicionar o uso de bens, 
exercício de direitos e prática de atividades 
privadas. Pode ser preventivo (licença ou 
autorização) ou repressivo (sanções). 
-Delegação do poder de polícia: STJ entende 
que pode delegar consentimento e fiscalização 
para entidades de direito privado; STF acha que 
não pode. 
-ATRIBUTOS: 
-discricionariedade 
-autoexecutoriedade (sem intervenção judicial) 
-coercibilidade (cria obrigação sem anuência do 
particular). 
 
-CICLO: 
-ordem 
- consentimento 
- fiscalização 
- sanção 
-FORMAS DO USO DO PODER DE POLÍCIA: 
-Preventivo 
-Repressivo 
-Fiscalizador 
 
-ABUSO DE PODER: 
*Excesso de Poder: agente incompetente; vício 
de competência; atuação desproporcional. 
*Desvio de Poder: agente é competente, mas 
desvia da finalidade prevista em lei; vício de 
finalidade. 
*Omissão de Poder: o agente permanece inerte 
em situações que possui o poder-dever de agir. 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO 
-As pessoas jurídicas de Direito Público e as 
pessoas jurídicas de Direito Privado prestadoras 
de serviços públicos, responderão 
OBJETIVAMENTE pelos danos que seus agentes, 
nessa qualidade, causarem a terceiros, 
assegurado o direito de regresso contra o 
responsável nos casos de dolo ou culpa. 
-O dano poderá ser patrimonial ou moral. 
-Sociedade de economia mista e Empresa 
Pública que prestam serviços respondem de 
forma objetiva por danos causados a terceiros; 
-Concessionárias e permissionárias de serviço 
público respondem de forma objetiva por 
danos causados por seus empregados, ainda 
que a vítima não seja usuária de serviço 
público; 
-O STF entende não existir responsabilidade do 
Estado por ato omissivo quando um preso 
fugido há vários meses comete homicídio, isso 
porque a CF exige a teoria do dano direto e 
imediato; 
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-O Estado é responsável pela morte de detento 
quando houver inobservância do seu dever 
específico de proteção; 
-O Estado deve responder de forma subsidiária 
quando o concessionário não possuir condições 
de suportar os encargos financeiros das 
indenizações; 
-A regra dos atos legislativos é a 
irresponsabilidade do Estado, salvo se a lei for 
julgada inconstitucional ou for lei de efeito 
concreto. 
 
-TEORIA DO RISCO ADMINISTRATIVO: 
*Responsabilidade estatal OBJETIVA; 
*Não depende de dolo ou culpa; 
* A responsabilidade do agente é subjetiva e 
tem prazo prescricional de 05 anos; 
*Há 3 formas do Estado eximir-se da 
responsabilidade: culpa exclusiva do particular; 
fato exclusivo de terceiro; caso fortuito ou 
força maior. 
-TEORIA DA CULPA ADMINISTRATIVA: 
*Responsabilidade estatal SUBJETIVA; 
*Depende de dolo ou culpa; 
*Cabe ao particular lesado comprovador sua 
ocorrência; 
 
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO 
-Classificação: 
*Quanto ao momento: prévio, concomitante e 
posterior; 
*Quanto à amplitude: hierárquico e finalístico; 
*Quanto à origem: interno e externo. 
-Controle Externo: 
*Controle legislativo direto: exercido pelo 
parlamento, através de seus representantes 
diretos; 
*Controle legislativo indireto: exercido pelo 
tribunal de contas; 
*Controle judicial: exercido pelos membros do 
judiciário; 
*Controle popular: exercido pelo cidadão. 
 
SENTIDOS DA ADMINISTRAÇÃO 
-Subjetivo, formal, orgânico: órgãos, pessoas 
jurídicas, agentes; 
-Objetivo, material, funcional: atividades 
administrativas (polícia administrativa, serviço 
público).