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UNIDADE IV RESENHA Prof.a Me. Érica Danielle Silva OBJETIVOS A proposta dessa unidade concentra-se em viabilizar a identificação da estrutura e compreensão da função retórica do gênero resenha. Busca orientar a produção e a avaliação de uma resenha. E, por fim, apresenta algumas orientações básicas de formatação de textos acadêmicos, segundo a ABNT. PLANO DE ESTUDO Nesta unidade, serão abordados os seguintes tópicos: Resenha. Da estrutura da Resenha Acadêmica. Normas da ABNT. Citações e referências. CONVERSA INICIAL Nesta unidade, destacaremos outro gênero recorrente no meio acadêmico, a resenha. Na verdade, em nosso dia a dia, também lemos ou produzimos esse gênero com frequência. Mas é na academia que ele ganha outro estatuto e exige adequação linguística e discursiva específica. Além disso, apresentaremos também, nesta última unidade, algumas orientações gerais sobre as normas para trabalhos acadêmicos estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT). Bons estudos! Sensibilização Você sabe qual é a diferença entre um resumo e uma resenha? Você sabe reconhecer esses dois gêneros? Observe os textos abaixo e tente classificá-los. A) 1. Resumo 2. Resenha A Revolução dos Bichos, de George Orwell, se passa numa granja liderada, inicialmente, pelo Sr. Jones. Porém, insatisfeitos com a dominação e exploração e liderados pelo Porco Major, os animais decidem fazer uma revolução. Assim, o inimigo seria aquele que anda sobre duas pernas. Os animais se organizam e expulsam Sr. Jones da granja, pois não queriam mais ser tratados como escravos dos humanos. Os porcos passam a liderar a granja, considerando-se os animais mais inteligentes. Os ensinamentos do Porco Major, denominados de Animismo, passam a predominar, mesmo após sua morte. Na granja, todos os animais são iguais entre si. Porém, “uns são mais iguais que outros”. Dessa forma, os porcos aprendeLram a ler e escrever e tornam-se os líderes da granja. O porco Bola de neve tem o plano de construir um moinho. Napoleão é contra. Há uma eleição do líder da granja, e apesar da maioria ser a favor de Bola de Neve, Napoleão arma um plano certeiro para que Bola de Neve seja expulso da granja e taxado de traidor. Protegido por cães ameaçadores, Napoleão lidera a granja de uma maneira ditadora; constrói o moinho, e há economia de comida, os animais trabalham várias horas seguidas. Começa uma nova escravidão, onde agora os animais são explorados pelos porcos. Para a construção do moinho, são necessários materiais que não podem ser produzidos na granja, e com isso, Napoleão começa um contato comercial com humanos, por intermédio de seu advogado, Sr. Whymper. Nesse momento, os porcos se mudam para a casa grande, onde o Sr. Jones vivia, apesar de anteriormente ser proibido. Segundo eles, era necessário um local onde pudessem repousar, já que, por serem muito inteligentes, faziam muito esforço para governar a granja. Os porcos eram extremamente persuasivos. Garganta era braço direito de Napoleão e andava pela granja defendendo seu “mestre”. Acontece uma tempestade e o moinho de vento é derrubado; a culpa cai sobre Bola de Neve. Os animais passam a racionar ainda mais a comida. Mesmo assim, Napoleão passa para os humanos a impressão de haver muita comida. Assim, vai se concretizando a República dos Bichos. Porém, alguns animais começam a questionar que a vida estava pior do que na época do Sr. Jones; estavam trabalhando mais, comendo menos, e os mandamentos feitos no começo da Revolução não estavam sendo cumpridos. Esses animais questionadores foram acusados de serem cúmplices de Bola de Neve e, ao se entregarem, foram mortos. Frederick e seus homens invadem a granja e explodem o moinho. Os animais, revoltados com mais uma vez a destruição do moinho, enfrentam e expulsam os homens. Mais uma vez os animais trabalham demais, sem comida. Sansão, muito trabalhador, adoece e Garganta diz que virão buscá-lo para um tratamento fora da granja. Um carro vem buscá-lo e os animais percebem que era um carroção do matadouro através do letreiro do carro. Porém, Garganta dá uma desculpa, os animais aceitam, e Sansão nunca mais aparece. Pouco a pouco os animais que viveram a época do Sr. Jones foram morrendo, e foi se esquecendo como era antes da Revolução. Como um irônico desfecho, os porcos aparecem andando sobre duas patas, contrariando um dos mandamentos do início da Revolução, onde “quatro patas bom, duas patas ruim”. E, finalmente, os porcos unem-se definitivamente aos humanos. (Disponível em <http://educacao.globo.com/literatura/assunto/resumos-de-livros/a-revolucao-dos- bichos.html>. Acesso em 25/02/2015) B) 1. Resumo 2. Resenha LIVROS Léxico, de Max Barry (Tradução de Domingos Demasi; Intrínseca; 368 páginas; 49,40 reais, ou 34, 90 reais na versão eletrônica) Ex-vendedor do gigante da tecnologia Hewlett-Packard, o australiano Max Barry trocou o mundo corporativo pela carreira bem-sucedida de autor de um filão popular, os thrillers conspiratórios. Em títulos como Eu S/A e A Companhia, mostrou-se capaz de escrever best-sellers que não subtraem a inteligência do leitor. Léxico faz jus a essa receita. A cena que abre o livro caberia bem em um filme de ação: em meio à confusão e à cacofonia de vozes na área de desembarque de um aeroporto americano, o carpinteiro Wil vê-se perseguido por dois sujeitos armados sem entender patavina do que se passa. Mais adiante, a adolescente Emily, que vive de faturar uns trocados com o carteado nas ruas de São Francisco, também é abordada de forma insólita. Ambos estão na mira de uma fictícia sociedade de poetas que carregam codinomes como Yeats e Eliot – e dominam a linguística a ponto de comandar a mente das pessoas apenas lhes dirigindo certas frases esquisitas. O enredo é mirabolante, mas também irresistível. (Revista VEJA, 20 de Maio, 2015, p. 104) C) 1. Resumo 2. Resenha Noé, de Darren Aronofsky, baseia-se em uma história bíblica, mas está longe de filiar-se ao gênero que tem entre seus representantes o monumental Os Dez Mandamentos (1956), de Cecil B. de Mille. É um épico de proporções grandiosas, mas deixa de fora o dogma e insere dúvida e raiva na trajetória do salvador da humanidade do dilúvio que inundou todo o planeta... No elenco, Russell Crowe, Jennifer Connelly, Anthony Hopkins e Emma Watson. Se por um lado, Aronofsky tinha bastante liberdade para criar – na Bíblia, o episódio do dilúvio ocupa escassas três páginas, com poucos detalhes sobre como tudo acontece; por outro, há toda uma idealização construída ao longo dos últimos 2000 anos pela civilização ocidental. Nesse sentido, o diretor foi ousado e optou por uma concepção bastante original. Investiu em um visual que em grande parte define a dinâmica da narrativa e criou um núcleo familiar em que cada membro vive seus próprios conflitos, trazendo o drama para o lado humano. O visual é espetacular, porém muito diferente do que se espera de um filme bíblico. Ao invés de campos verdejantes, rios cristalinos, o que se vê é aridez e hostilidade. A Terra encontra-se em crise não apenas moral, mas também ecológica, com o esgotamento dos recursos naturais. A arca é uma enorme caixa de madeira, apenas de longe lembrando uma embarcação. Os efeitos especiais são atraentes, ainda que sóbrios, assim como o vestuário. Para realizar o desejo de Deus, Noé (Crowe), sua esposa Namé (Connely), os filhos Shem (Douglas Booth) e Ham (Logan Lerman), além da filha adotiva Ila (Watson) têm de passar por uma série de provas. O patriarca, acima de todos, luta consigo mesmo para manter-se fiel ao seu Deus, que ele supõe estar lhe dando uma missão gigantesca, e ao mesmo tempo, proteger sua família e sua linhagem, que vem desde Abel e que traz em si um paradoxo: ele tem de salvar o planeta do próprio homem, ou seja, dele mesmo. Provavelmente nenhum outro ator poderia ter interpretado Noé. Russell Crowetem controle total de sua complexa personalidade, mostrando heroísmo e humildade na medida certa. Jennifer Connelly também apresenta uma atuação sólida, com momentos de brilho, e coloca em cheque o predomínio patriarcal. Anthony Hopkins não parece fazer muito esforço para interpretar um Matusalém pouco interessante. Emma Watson vai aos poucos mostrando que Hermione, de Harry Potter, ficou para trás e começa a construir uma bela carreira. http://educacao.globo.com/literatura/assunto/resumos-de-livros/a-revolucao-dos-bichos.html http://educacao.globo.com/literatura/assunto/resumos-de-livros/a-revolucao-dos-bichos.html Uma concessão que Aronofsky e o co-roteirista Ari Handel fazem é criar um vilão, Tubalcain (Ray Winstone), estereotipado e pouco adequado, já que Noé não é exatamente um herói clássico. Isso cria certo desequilíbrio, com duas histórias paralelas, com pouco contato entre elas. Incluem ainda os Vigilantes, anjos caídos transformados em homens de pedra, que auxiliam na construção da arca e na defesa contra os descendentes de Cain, em batalhas que mais lembram O Senhor dos Anéis, de Peter Jackson. Pouco para uma produção que prometia muito mais do diretor de Réquiem Para Um Sonho (2000) e Cisne Negro (2010). Por Gilson Carvalho (Disponível em < http://cartazdacultura.com/2014/04/03/resenha-do-filme-noe/>. Acesso em 10/03/2015) D) 1. Resumo 2. Resenha Este artigo tem como objetivo geral trazer à tona algumas discussões acerca da noção de processo tradutório, reconhecendo a existência de mecanismos de produção de sentidos materializados em práticas tradutórias no entrecruzamento da língua e do discurso. Assumindo uma visão discursiva, partimos da hipótese de que a tradução é produtora de significados que podem ser construídos por regimes políticos, sociais, econômicos e institucionais de produção de verdades em um determinado momento histórico. Objetivamos, de modo específico, refletir sobre o processo tradutório de um texto selecionado a partir de um corpus composto por três materialidades, considerados neste estudo como traduções (intra)interlinguais do cartaz criado por J. Howard Miller para uma campanha divulgada durante a segunda Guerra Mundial, nos Estados Unidos, que tem como personagem principal Rosie the Riveter. Problematizamos, então, as condições de produção de uma das traduções destacadas, cuja personagem Rosie the Riveter é representada por uma jovem com Síndrome de Down, tomando esse objeto como um lugar em que se pode desvendar as perturbações da continuidade histórica que se cruzam em sua constituição. Palavras-chave: Sujeito com deficiência. Processo tradutório. Rosie the Riveter. Condições de produção. Língua, discurso e história. (Disponível em <https://periodicos.ufsc.br/index.php/traducao/article/view/2175- 7968.2014v1n33p169>. Acesso em 10/12/2014) Se você acha que os textos B e C são resenhas, você acertou! Vamos ver quais são as características desse gênero. http://cartazdacultura.com/2014/04/03/resenha-do-filme-noe/ https://periodicos.ufsc.br/index.php/traducao/article/view/2175-7968.2014v1n33p169 https://periodicos.ufsc.br/index.php/traducao/article/view/2175-7968.2014v1n33p169 1. RESENHA Como vimos no item anterior, resumir é uma tarefa cotidiana que decide, em boa medida, a maneira como delimitamos aquilo que é essencial nos diferentes gêneros textuais com e por meio dos quais nos relacionamos (sejam eles escritos, orais ou multimodais). Todavia, nem sempre a tarefa de resumir é e/ou deve ser desenvolvida de maneira imparcial, isto é, nem sempre a tarefa de resumir é determinada pela identificação, seleção e reescrita das ideias principais de um texto. Para sermos mais precisos, falamos daqueles resumos em que não apenas as ideias do autor do texto fonte, mas, principalmente, as ideias do autor do ‘resumo’ figuram como importantes para o atendimento das demandas de estilo, padrão composicional e objetivo do gênero a que vamos nos dedicar nesta unidade: a resenha. 1.1 Definição e características Em linhas gerais, a resenha é uma espécie de resumo crítico, no qual, além de destacar as ideias principais do autor do texto, deve-se exprimir a opinião do sujeito ‘resumidor’. A resenha compreende uma abordagem objetiva (por meio da qual se descreve o assunto ou algo que foi observado, sem emitir juízo de valor) e uma abordagem subjetiva (na qual é esboçada uma apreciação daquilo que fora resumido, demonstrando o posicionamento do elaborador da resenha em relação ao texto/objeto que está sendo resenhado). Por isso, deve-se expor de maneira clara o conteúdo daquilo que será resenhado (tema, objetivos, o método utilizado pelo autor do texto a ser resumido), bem como a apresentação tipográfica da obra (trata-se de uma situação, um filme, um livro, capítulo de livro, artigo, número de páginas etc.). Importa destacar que a resenha atende a uma finalidade social: apresentar ao público (seja ele qual for) as principais informações a respeito do objeto/coisa/obra resenhado, bem como uma apreciação sobre ele, permitindo a esse mesmo público o acesso àquilo que fora resenhado, bem como a impressão que alguém especializado (ou não) teve sobre esse item/objeto/obra resenhado(a). Nesse sentido, deve ficar claro para você, aluno, que a finalidade de uma resenha, seja ela do tipo que for, é mais ou menos a mesma sempre. Contudo, o papel social assumido pelo resenhista, o suporte em que vai circular a resenha e o público a que se destina podem transformar a forma como a seleção dos dados mais importantes do objeto a ser resenhado vai ocorrer. Comumente, é consenso entre autores que o gênero resenha pode ser dividido em alguns tipos, como a descritiva e a crítica, distintas pelas características que mantém do texto fonte. A fim de não confundir você, leitor, com algumas minúcias não tão importantes, trabalharemos com um tipo de resenha que, na verdade, figura como o mais usual, dada a função social e suas condições de produção: a resenha acadêmica/escolar. Por abarcar uma sequência descritiva/narrativa acerca de um texto/objeto fonte, seguido de uma apreciação, vários gêneros podem ser abordados por essa definição. Destacamos, para seu conhecimento, a sinopse de filmes, a crítica de livros, de filmes, peças teatrais, gastronômicas dentre outras. Via de regra, essas produções circulam na esfera midiática e são produzidas por especialistas no assunto (chefs de cozinha, críticos de arte, cinéfilos renomados, articulistas de jornais e ou revistas, escritores etc.). Entretanto, para não perder o fio da meada proposto em nosso objetivo, vejamos como a resenha acadêmica/escolar se distingue, sobretudo, em função do suporte em que é veiculada. 1.2 Resenha acadêmica/escolar Também conhecida como resenha escolar, a resenha acadêmica é aquela produzida no ambiente acadêmico a fim de cumprir demandas desse mesmo ambiente: apresentar, divulgar e apreciar as ideias apresentadas por um objeto/obra fonte, na maioria das vezes, com o objetivo de demonstrar a capacidade de síntese e de compreensão global do texto lido pelo aluno. Assim sendo, na esfera acadêmica, o gênero resenha é investido de um caráter técnico, pois deve atender às orientações dadas pelo suporte e espaço no qual circulará (as laudas de provas e trabalhos de avaliação), assim como pelas condições de sua produção (destinadas a informar ao professor a globalidade e o alcance da leitura realizada pelo aluno). Mas, você, caro aluno, pode estar se perguntando: “se todo gênero deve possuir uma função social, por que a resenha acadêmica é escrita para o professor?” Respondemos. Embora tenhamos dito que o interlocutor direto da resenha acadêmica seja o professor, devemos considerar o fato de toda a produção escrita escolar/acadêmica ser envolvida por comandos que visam levar o aluno a compreender a relação de sua escrita com uma finalidadesocial “encenada”, na qual o aluno resenhista, ao escrever uma resenha, deve observar sua maior finalidade, independente do contexto a que se destine: relatar, de maneira minuciosa, as particularidades de um texto/objeto fonte, posicionando-se, criticamente, em relação a ele. É por isso que ao escrever uma resenha escolar/acadêmica [...] você deve levar em consideração que estará escrevendo para seu professor que, se indicou a leitura, deve conhecer a obra. Portanto, ele avaliará não só sua leitura da obra, através do resumo que faz parte da resenha, mas também sua capacidade de opinar sobre ela. (MACHADO; LOUSADA; ABREU-TARDELLI, 2008, p. 31) Sabendo, então, que a resenha compreende uma abordagem objetiva e uma abordagem subjetiva sobre um texto/objeto fonte, então ela pode atender ao roteiro que apresentamos a seguir, sobretudo, porque partimos de uma proposta ampla que abarca aspectos imprescindíveis (porém introdutórios) da estrutura e padrão composicional de uma resenha acadêmica. Esperamos que, a partir desses encaminhamentos, você, aluno, possa buscar a especialização de sua produção escrita, aprimorando, cada vez mais, sua compreensão no que se refere ao gênero resenha. 2. DA ESTRUTURA DA RESENHA ACADÊMICA Segundo a NBR 14724:2005 (apud CANONICE, 2007) a resenha acadêmica deve ser digitada com fonte Times New Roman ou Arial, em tamanho 12, espaçamento 1,5 entre linhas, excetuando-se as referências, que deverão ser escritas em espaçamento simples entre as linhas e duplo para separar cada uma das referências. Os itens listados a seguir dizem das partes constituintes de uma resenha. Entretanto, recomendamos que eles sejam componentes de um texto do tipo “corrido”, sem subdivisões como seções demarcadas por títulos, tal como, costumeiramente, encontramos em livros, revistas e artigos científicos. Título O título da resenha deve ser conciso e de autoria do resenhista. Criatividade e atenção à temática do texto/objeto fonte são quesitos importantes na composição desse item. Referência Item obrigatório de toda resenha acadêmica. Disposto na sequência do título da resenha, a referência do texto/objeto fonte deve obedecer às diretrizes da ABNT (NBR 6023:2002) (incluindo, se possível, os elementos complementares, como os itens descrição física, número de páginas, ilustração etc.). Credenciais do autor Nesse item, o resenhista faz um levantamento da vida do autor do texto fonte, destacando, de maneira concisa, informações importantes, como formação, outras obras publicadas, área de atuação e se ainda está vivo. Introdução O outro foco a ser dado, logo no início de sua resenha, deverá ser o resumo ou digesto da obra. É importante destacar que o papel dessa seção do texto é primordial, pois, mais do que proceder ao levantamento e descrição das ideias mais importantes do texto fonte (conforme já discutido na unidade anterior), o resenhista irá explicitar, de maneira minuciosa, todas as partes que compõem o texto fonte, na sequência em que elas aparecem. Caso existam, ao serem descritos, os capítulos devem ser nominados. Por se tratar de uma parte importantíssima, mas que ainda está no nível descritivo e não no apreciativo, o resenhista deve organizar as ações do autor com verbos da terceira pessoa do singular ou plural, dependendo do número de autores do texto fonte, e, em muitos casos, também em sua forma reflexiva, sendo necessário o acréscimo da partícula –se. Verbos importantes para destacar o trabalho intelectual efetuado pelo autor do texto fonte também podem ser verificados nessa segunda tabela: Verbos do nível descritivo (3.ª pessoa do singular/plural) (incidência da partícula –se) ser – estar – estruturar – apresentar – encontrar – dividir – encontrar – constituir – desenvolver – separar – organizar – tratar – debater - guiar Verbos do nível apreciativo (1.ª pessoa do singular/plural) parecer – concordar – discordar – determinar – eleger – destacar – comentar – defender – propor – analisar – apontar – relatar – concluir – determinar – opor(-se) – criticar – sustentar – objetivar - justificar Apreciação da obra A apreciação crítica deve ser feita em termos de concordância ou discordância, evitando “chavões” do tipo gostei ou não gostei, uma vez que o leitor de uma resenha busca informações a respeito do texto fonte a fim de saber se vale ou não a pena ler o texto na íntegra. Sendo assim, o resenhista precisa situar sua apreciação na materialidade do texto fonte e em argumentos que justificam seu posicionamento em relação a ele. Contam como recursos importantes elementos qualificadores (adjetivos e locuções adjetivas), figuras de linguagem, etc. Considerando seus interlocutores encenados (uma vez que o interlocutor real de uma resenha acadêmica é, na maioria das vezes, o seu professor!), bem como a validade ou aplicabilidade do que foi exposto pelo autor do texto fonte, para fundamentar sua apreciação, sugerimos ao resenhista que leve em conta a opinião da comunidade científica profissional, a visão de mundo e a história do país. Dessa maneira, sua resenha estará na ordem do discurso da época. Indicação do resenhista Caso o resenhista conclua que o texto/obra fonte seja uma boa leitura, ele deverá indicá-la. Nesse caso, é interessante destacar, realçar, relembrar pontos importantes da obra e apontar um possível público-alvo. xxx Reflita Leia o texto “Resenhas de quatro palavras” e reflita: as resenhas publicadas no Blog levam em consideração as características estudadas nesta unidade? Resenhas de quatro palavras Cinéfilo que é cinéfilo (que é, sempre, gente esquisita que é gente esquisita) conhece e recomenda o site americano Four Word Film Review, em que interneteiros e participantes entusiasmados escrevem resenhas de filmes (em cartaz ou não) obedecendo a um único preceito: como diz o título do site, as resenhas não podem ultrapassar quatro palavras. Os resultados variam entre o trocadilho infame e o simples resumo do enredo, mas sempre há aqui e acolá uma boa sacada que faz a visita valer a pena (como na resenha do "Jornada nas Estrelas III – À Procura de Spock", que virou "Finding Nimoy"). O blog Hipopótamo Zeno, interessado na difusão da cultura cinematográfica para a população de baixa renda e vocabulário mínimo, resolveu aderir ao movimento dos irmãos ao norte do Rio Grande e apresenta, mui modestamente, algumas sugestões de resenhas de filmes em exibição nas salas paulistanas: Adeus, Lênin: Tijolo por tijolo Alguém tem que ceder: Arapuca para homens Anti-herói americano: Quero ser Robert Nerd As bicicletas de Belleville: Mahagony em duas rodas As invasões bárbaras: O Canadá é aqui A paixão de Cristo: Mocinho morre no final http://www.fwfr.com/default.asp Benjamim: Da mão pro pires Diários de motocicleta: Mochileiros em duas rodas Dogville: Regia cane Em carne viva: Harry e Sally hardcore Encontros e desencontros: Tokyo gagá Kill Bill: Tensão pré-marcial Osama: Não é o Bin Fonte: Disponível em <http://www.zeno.com.br/index.php?query=quatro+palavras&amount=0&blogid=1> . Acesso em 04 de jul. de 2018. xxx xxx Indicação de leitura Resenha Autores: Anna Rachel Machado (coordenação), Eliane Lousada, Lília Santos Abreu-Tardelli Editora: Parábola Sinopse: Este livro, o segundo da coleção Leitura e produção de textos técnicos e acadêmicos, propõe abordar o gênero resenha a partir da ideia de oficina. Isso significa que o livro traz um conjunto de atividades a partir das quais o leitor aprende sobre o gênero praticando a leitura e a escrita. Aborda desde a identificação inicial do contexto de produção e recepção até a avaliação final. Fonte: autoras. xxx 3 NORMAS ABNT Cada tipo de texto apresentado em diferentes níveis de pesquisa (resumo, resenha, relatório de iniciação científica, artigo,monografia de conclusão de curso de graduação, dissertação de mestrado e tese de doutorado) exige formas específicas de apresentação. Entretanto, há uma estrutura comum para todos os casos, que seguem as orientações publicadas pela Associação Brasileira de Normas e Técnicas – ABNT. A ABNT, fundada em 1940, é o órgão responsável pela formalização dos componentes técnicos no Brasil. Tem como objetivo prover documentos normativos que permitem a produção, a comercialização e o uso de bens e serviços, contribuindo para o desenvolvimento científico e tecnológico. No âmbito acadêmico, destacam-se os seguintes documentos: NBR 14724:2005 – Informação e documentação – Trabalhos acadêmicos – Apresentação; NBR 10520:2002 – Informação e documentação - Citações em documentos – Apresentação; NBR 6023:2002 – Informação e documentação – Referências – Elaboração; NBR 6024:2003 – Informação e documentação – Numeração progressiva das seções de um documento escrito – Apresentação; NBR 6027:2003 – Informação e documentação – Sumário – Procedimento; NBR 6028:2003 – Informação e documentação – Resumos – Procedimentos; NBR 6034:1989 – Preparação de índice de publicações – Procedimento; IBGE. Normas de apresentação tabular, 1993. xxx Reflita Leia um pouco sobre a história da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) em <http://www.abnt.org.br/images/pdf/historia-abnt.pdf >. Acesso em 04 de dezembro de 2012. xxx 3.1 Regras gerais Independente do grau a ser obtido, o trabalho acadêmico deve seguir as seguintes orientações: 3.1.1 Formato Os textos devem ser digitados em cor preta. Outras cores podem ser utilizadas somente nas ilustrações. Se impresso, utilizar papel branco ou reciclado, no formato A4 (21 cm × 29,7 cm). As margens devem ser: para o anverso, esquerda e superior de 3 cm e direita e inferior de 2 cm; para o verso, direita e superior de 3 cm e esquerda e inferior de 2 cm. Veja como configurar: Figura 1 - Caixa de diálogo de configuração de página Figura 2 - Orientações para as margens Recomenda-se, quando digitado, a fonte tamanho 12 para todo o trabalho, inclusive capa, excetuando-se citações com mais de três linhas, notas de rodapé, paginação, dados internacionais de catalogação na publicação, legendas e fontes das ilustrações e das tabelas, que devem ser em tamanho menor e uniforme. 3.1.2 Espaçamento Todo texto deve ser digitado com espaçamento 1,5 entre as linhas, excetuando-se as citações de mais de três linhas, notas de rodapé, referências, legendas das ilustrações e das tabelas, natureza (tipo do trabalho, objetivo, nome da instituição a que é submetido e área de concentração), que devem ser digitados em espaço simples. As referências, ao final do trabalho, devem ser separadas entre si por um espaço simples em branco. 2 cm Na folha de rosto e na folha de aprovação, o tipo do trabalho, o objetivo, o nome da instituição e a área de concentração devem ser alinhados do meio da mancha gráfica1 para a margem direita. 3.1.3 Notas de rodapé As notas devem ser digitadas ou datilografadas dentro das margens, ficando separadas do texto por um espaço simples entre as linhas e por filete de 5 cm, a partir da margem esquerda. Devem ser alinhadas, a partir da segunda linha da mesma nota, abaixo da primeira letra da primeira palavra, de forma a destacar o expoente, sem espaço entre elas e com fonte menor. Observe alguns exemplos: ____________________ ¹ Veja-se como exemplo desse tipo de abordagem o estudo de Netzer (1976). ² Encontramos esse tipo de perspectiva na 2ª parte do verbete referido na nota anterior, em grande parte do estudo de Rahner (1962). Notas de referência: ____________________ ³SILVA, Gislene. O sonho da casa no campo: jornalismo e imaginário de leitores urbanos. Florianópolis: Insular, 2009. Notas explicativas: ___________________ ¹É importante observar que a pesquisa não levou em conta notícias internacionais. 3.1.4 Indicativos de seção / numeração progressiva Elaborada conforme a ABNT NBR 6024, a numeração progressiva deve ser utilizada para evidenciar a sistematização do conteúdo do trabalho. Destacam-se gradativamente os títulos das seções, utilizando-se os recursos de negrito, itálico ou sublinhado e outros, no sumário e, de forma idêntica, no texto. 1“Mancha Gráfica: a mancha gráfica é o espaço delimitado dentro de uma página, onde cai tinta sobre o papel; fora destes limites, nada pode ser impresso e nenhum elemento pode ultrapassar. Nos casos em que a mancha ultrapassa as bordas do papel, diz-se que a impressão é sangrada. A mancha gráfica, elemento que compõe a identidade visual de uma publicação, representa um molde a ser utilizado em todas as páginas para diagramação de textos, imagens e acessório informativos, funcionais e decorativos, e, se dividida em colunas e espaços horizontais, confere flexibilidade ao trabalho de diagramação”. Fonte: Comuniqueiro, 2015. Disponível em: http://www.comuniqueiro.com/dicionario/mancha-grafica. Acesso em 04 de jul. de 2018. Seção primária Seção secundária Seção terciária Seção quaternária Seção quinária 1 1.1 – 1.2... 1.1.1 – 1.1.2... 1.1.1.1 1.1.1.1.1 2 2.1 – 2.2... 2.1.1 – 2.1.2... 2.1.1.1 2.1.1.1.1 3 3.1 – 3.2... 3.1.1 – 3.1.2.... 3.1.1.1 3.1.1.1.1 4 4.1 – 4.2... 4.1.1 – 4.1.2... 4.1.1.1 4.1.1.1.1 ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 9 9.1 – 9.2... 9.1.1 – 9.1.2 ... 9.1.1.1 9.1.1.1.1 10 10.1 – 10.2... 10.1.1 – 10.1.2... 10.1.1.1 10.1.1.1.1 11 11.1 – 11.2... 11.1.1 – 11.1.2... 11.1.1.1 11.1.1.1.1 Obs: Na leitura oral, os pontos não são pronunciados. No texto, o indicativo numérico, em algarismo arábico, de uma seção precede seu título, alinhado à esquerda, separado por um espaço de caractere. Os títulos das seções primárias devem começar em página ímpar (anverso), na parte superior da mancha gráfica e ser separados do texto que os sucede por um espaço entre as linhas de 1,5. Da mesma forma, os títulos das subseções devem ser separados do texto que os precede e que os sucede por um espaço entre as linhas de 1,5. Títulos que ocupem mais de uma linha devem ser, a partir da segunda linha, alinhados abaixo da primeira letra da primeira palavra do título. Sugerimos a seguinte configuração: 1 SEÇÃO PRIMÁRIA, FONTE 12, CAPSLOCKE E NEGRITO (NÃO USAR PONTO DEPOIS DO NÚMERO, NEM NO FINAL DO TÍTULO) 1.1 SEÇÃO SECUNDÁRIA: FONTE 12, CAPSLOCKE, MAS NÃO NEGRITO 1.1.1 Seção terciária: fonte 12, negrito 1.1.1.1 Seção quartenária: sem negrito 1.1.1.1.1 Seção quinária: itálico 3.1.5 Paginação As folhas ou páginas pré-textuais devem ser contadas, mas não numeradas. Para trabalhos digitados somente no anverso, todas as folhas, a partir da folha de rosto, devem ser contadas sequencialmente, considerando somente o anverso. A numeração deve figurar, a partir da primeira folha da parte textual, em algarismos arábicos, no canto superior direito da folha, a 2 cm da borda superior, ficando o último algarismo a 2 cm da borda direita da folha. Quando o trabalho for digitado em anverso e verso, a numeração das páginas deve ser colocada no anverso da folha, no canto superior direito; e no verso, no canto superior esquerdo. No caso de o trabalho ser constituído de mais de um volume, deve ser mantida uma única sequência de numeração das folhas ou páginas, do primeiro ao último volume. Havendo apêndice e anexo, as suas folhas ou páginas devem ser numeradas de maneira contínua e sua paginação deve dar seguimento a do texto principal. 4. CITAÇÕES E REFERÊNCIAS 4.1 Citações Conforme as NBR 10520, citação pode ser definida como a menção, no texto, de uma informação extraída de outra fonte, pode ser utilizada para esclarecer, ilustrarou sustentar um determinado assunto. Ela garante respeito ao autor da ideia e ao leitor. As citações, que podem estar localizadas no texto ou no rodapé, podem ser: a) indiretas (texto baseado na ideia do autor consultado); b) diretas (cópia fiel do autor consultado); a. curtas (até três linhas); b. longas (mais de três linhas); c) citação de citação. Toda citação, direta ou indireta, deve vir acompanhada da indicação de autoria, que pode estar inclusa no texto ou entre parênteses. O ponto final deve ficar após o fechamento dos parênteses, pois a indicação da responsabilidade faz parte da sentença ou da frase. A página da obra consultada deverá ser indicada em todas as citações diretas, com exceção de documentos que estejam disponíveis em meio eletrônico ou internet e não haja a indicação da paginação. Exemplos: A ironia seria assim uma forma implícita de heterogeneidade mostrada, conforme a classificação proposta por Authier-Reviz (1982). “Apesar das aparências, a desconstrução do logocentrismo não é uma psicanálise da filosofia [...]” (DERRIDA, 1967, p. 293). Para citações diretas, ou seja, o trecho do texto transcrito você deve prestar atenção em sua extensão. Veja os exemplos abaixo: Exemplo 1: citação direta longa (mais de três linhas) Fonte: FEITEP, 2016. Disponível em < http://www.feitep.edu.br/arquivos/download/26.pdf>. Acesso em 04 de jul. de 2018 Exemplo 2: citação direta com até 3 linhas é colocada entre “aspas”. As características da “educação provinciana compartilhada pelos homens e mulheres romanas” não tão conhecidas que não vale a pena perdermos tempo em descrevê-las (MARÇAL, 1994, p. 37). Importa destacar, ainda sobre as citações diretas curtas, os procedimentos de acordo com o número de autores da obra. Observe: Podemos ilustrar o processo de apropriação que ocorre o desenvolvimento humano através do seguinte trecho: [...] cada indivíduo aprende a ser um homem. O que a natureza lhe dá quando nasce não lhe basta para viver em sociedade. É lhe ainda preciso adquirir o que foi alcançado no decurso do desenvolvimento histórico da sociedade humana (LEONTIEV, 1978, p. 267). Espaçamento do texto 1,5 cm Tamanho = 12 Espaçamento simples Tamanho = 11 Recuo = 4 cm Autor em CAIXA ALTA, data, página. Autor em CAIXA ALTA, data, página. Citação curta com UM autor Ou Citação curta com DOIS autores Ou Citação curta com TRÊS autores Ou Citação curta com MAIS DE TRÊS autores Ou Conforme Azevedo (2004, p. 41), “o resultado de uma pesquisa depende da adequada escolha do assunto (tema, objeto, problema) a ser investigado”. “O resultado de uma pesquisa depende da adequada escolha do assunto (tema, objeto, problema) a ser investigado” (AZEVEDO, 2004, p. 41). Segundo Lakatos e Marconi (2001, p. 35), “seminário é uma técnica de estudo que inclui pesquisa, discussão e debate; sua finalidade é pesquisar e ensinar a pesquisar”. “Seminário é uma técnica de estudo que inclui pesquisa, discussão e debate; sua finalidade é pesquisar e ensinar a pesquisar” (LAKATOS; MARCONI, 2001, p. 35). Para Radin, Benedet e Milani (2003, p. 25), “para tentar esclarecer o desconhecido, a experiência humana desenvolveu explicações que se costuma classificar de mística, teológica, filosóficas e científicas”. “Ao longo do tempo, para tentar esclarecer o desconhecido, a experiência humana desenvolveu explicações que se costuma classificar de mística, teológica, filosóficas e científicas” (RADIN; BENEDET; MILANI, 2003, p. 25). Atkinson e outros (2000, p. 569) enfatizam que “os clientes da empresa representam um papel central em seu negócio”. No caso das citações indiretas (ou livres), é feita uma paráfrase do texto do autor consultado, mas não é feita sua transcrição tal qual é. Para fazer esse tipo de citação, veja os exemplos: Exemplo 1: Neste caso, o autor é indicado no começo da oração ou do parágrafo. Seu sobrenome deve ser escrito apenas com a primeira letra maiúscula. Exemplo 2: Quando a indicação do autor vier ao final da paráfrase, escrevê-lo em CAIXA ALTA junto ao ano. A citação de citação corresponde à citação de um trecho de texto que o autor não tem acesso direto à obra citada. Logo, vale-se de citação constante em outra obra. Observe: Fonte: FEITEP, 2016. Disponível em < http://www.feitep.edu.br/arquivos/download/26.pdf>. Acesso em 04 de jul. de 2018 “Os clientes da empresa representam um papel central em seu negócio” (ATKINSON et al., 2000, p. 569) Segundo Nosella (1981), em seus estudos sobre a ideologia subjacente aos textos didáticos, aqueles que, na sociedade, detêm o poder valem-se dos Aparelhos Ideológicos do Estado para garantir sua hegemonia na sociedade capitalista. Os livros de literatura juvenil trazem a aventura com a sua essência, o que muito atrai os jovens, independente de seu nível socioeconômico (KHÉDE, 1983). Tendo em vista esse papel importante atribuído ao leitor, Proust (1927 apud COMPAGNON, 2001, p. 143-144) ressalta, como um exemplo de liberdade deste, que o escritor não deve se indignar se a imagem feita de sua heroína por um leitor travesti for a de um rosto masculino. Isso é possível mediante o preenchimento dos vazios que as obras literárias apresentam. Importante! Apud significa “citado por, conforme, segundo”. Usa-se quando o leitor não tem em mãos a obra original, e, na obra consultada, encontra-se uma citação desejada pelo pesquisador. Para formalizar uma boa citação, sugerimos algumas formas para iniciar um parágrafo no texto acadêmico, tais como: Vale ressaltar que... / Em função disso... / A partir dessa reflexão, podemos dizer que ... / É importante ressaltar que... / Com base em (autor) queremos buscar caminhos... / É necessário, pois, analisar... / Nesse sentido, ressaltamos que... / Coaduna-se com essas reflexões (x autor) quando ressalta que... / Posto que [a leitura é sempre produção de significados], consideramos que... / Daí a necessidade de... / Podemos inferir, com (autor) que... / Assim, entendemos que... / Dessa perspectiva... / Dessas acepções, podemos ressaltar que... / Disso decorre... / Assim sendo, salientamos que.. / A partir desses levantamentos, cabe-nos... / Contudo, ressalta (autor) que... / Podemos compreender, com base em (autor) que... / Tais afirmações vêm de encontro ao que queremos... (no sentido de choque) / Os estudos desses autores vêm o encontro de nossos anseios, no sentido de mostrar que...(para somar). Fonte: FEITEP, 2016. Disponível em <http://www.feitep.edu.br/arquivos/download/26.pdf>. Acesso em 04 de jul. de 2018 4.2 Referências Nas Referências Bibliográficas devem constar apenas as obras citadas no corpo do trabalho. As obras devem estar dispostas em ordem alfabética (iniciando pelo sobrenome do autor), digitadas em espaço simples e espaço duplo para separá-las entre si. As referências podem ser consideradas em sua totalidade ou em partes. Seguem as orientações para documentos em sua totalidade: Livro SOBRENOME, Pré nome. Título: Subtítulo. Nota da Tradução. Edição. Local: Editora, ano de publicação. No. de páginas. (Série/ coleção – opcional) SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23.ed. rev. E atual. São Paulo: Cortez, 2007. * Capítulo de livro a) Autoria diferente da autoria do livro no todo: SOBRENOME, Pré-nome (autor do capítulo). Título. In.: SOBRENOME, Pré-nome (autor da obra no todo). Título. Local: Editora, ano. Página inicial – final. SARGENTINI, Vanice Maria Oliveira. A descontinuidade da história: a emergência dos sujeitos no arquivo. In: SARGENTINE,Vanice Maria de Oliveira; NAVARRO-BARBOSA, Pedro. Foucault e os Domínios da linguagem: discurso, poder, subjetividade. São Carlos: Claraluz, 2004. p. 77-96. b) Autoria igual à autoria da obra no todo: SOBRENOME, Pré-nome (autor do capítulo). Título (do capítulo). In: ______. Título. Local: Editora, ano. Página inicial – final. DUBOIS, Phillippe. Máquinas de imagens: uma questão de linha geral. In: ______ . Cinema, vídeo, Godard. Tradução Mateus Araújo Silva. São Paulo: Cosac Nalfy, 2004. Periódico Observação: Inclui a coleção como um todo, fascículo ou número de revista, número de jornal, caderno etc. na íntegra, e a matéria existente em um número, volume ou fascículo de periódico (artigos científicos de revistas, editoriais, matérias jornalísticas, seções, reportagens etc.). TÍTULO DA PUBLICAÇÃO. Local: editor, ano do primeiro volume e do último, se a publicação terminou. REVISTA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA. Rio de Janeiro: IBGE, 1939. Entrevista ENTREVISTADO. Título. Local: data. Nota da Entrevista. CRUZ, Joaquim. A Estratégia para vencer. Pisa: Veja, São Paulo, v.20, n. 37, p. 5-8, 14 set. 2007. Entrevista concedida a J.A. Lpes. Monografia SOBRENOME, Pré nome. Título: Subtítulo. Local:Instituição, ano. no de pág. Ou vol. Indicação de Dissertação ou tese, nome do curso ou programa da faculdade e universidade, local e ano da defesa. SILVA, Érica Danielle. Movimentos identitários e políticas de inclusão na mídia: a (d)eficiência em tela. Dissertação (Mestrado em Letras) – Maringá: Universidade Estadual de Maringá, 2010. Evento NOME DO EVENTO, no do evento, ano, local. Título. Local: Editora, ano de publicação. no de página. IUFOST INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON CHEMICAL CHANGES DURING FOOD PROCESSING, 1984, Valencia. Proceedings...Valencia: Instituto de Agroquímica y Tecnología de Alimentos, 1984. Documento Eletrônico SOBRENOME, Pré-nome. Título. Edição. Local: ano. N° de página ou vol. (Série). Disponível em: <http://...>. Acesso em: dia, mês (abreviado) ano. MELLO, Luiz Antonio. A Onda Maldita: como nasceu a Fluminense FM. Niterói: Arte & Ofício, 2006. Disponível em: <http://www.actech.com.br/aondamaldita/creditos.html>. Acesso em 13 out. 2008. CD-ROM AUTOR, Título. Edição. Local de publicação: Editora, data. Tipo de mídia. ALMANAQUE Abril: sua fonte de pesquisa. São Paulo: Abril, 2001. CD- ROM. Artigo de revista SOBRENOME, Pré-nome. Título: subtítulo do artigo. Título do periódico, local, volume, fascículo, página inicial e final, mês e ano. SAVIANI, Demerval. A universidade e a problemática da educação e cultura. Educação Brasileira, Brasília, v. 1, n. 3, p. 35-58, maio/ago. 2001. Artigo de jornal SOBRENOME, Pré-noem. Título do artigo. Título do jornal, local, dia, mês e ano. Título do caderno, seção ou suplemento, página inicial e final. AZEVEDO, Dermi. Sarney Convida Igrejas Cristãs para Diálogo sobre o Pacto. Folha de São Paulo, São Paulo, 22 out. 2002. Caderno econômico, p. 13. Trabalho apresentado em congresso SOBRENOME, Pré-nome (autor do trabalho). Título: subtítulo. In.: NOME DO CONGRESSO, no. ano, local de realização. Título (da obra no todo). Local de publicação: Editora, ano. Páginas inicial e final do trabalho. MOREIRA, A.F.B. Multiculturalismo, Currículo e Formação de Professores. In.: SEMINÁRIO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA, 2., 1998, Santa Cruz do Sul. Anais... Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2008. p. 15-30. Legislação publicada em diário oficial JURISDIÇÃO. Lei no...., data completa. Ementa. Nome da publicação, local, volume, fascículo e data da publicação. Nome do caderno, página inicial e final. BRASIL. Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, v. 134, n. 248, 23 dez. 2006. Seção 1, p. 27834-27841. Análise Conforme estudamos nessas duas últimas unidades, resumir e resenhar são práticas constantes em nosso dia a dia. No meio acadêmico, esses tipos de textos são frequentemente solicitados pelos professores, a partir de diversos objetivos didático-pedagógicos. Leia os dois textos abaixo, sobre o filme “O homem que ri” (L’homme qui rit) e, em seguida, faça as atividades que seguem. TEXTO 1 A história contada por Victor Hugo em “O Homem que Ri” já foi adaptada algumas vezes para o cinema; a mais memorável delas sendo o filme de 1928 que trouxe o ator Conrad Veidt para a pele do protagonista Gwynplaine, um homem cujo rosto foi deformado em um assustador e constante sorriso. A versão mais recente, do diretor Jean-Pierre Améris, não consegue, no entanto, deixar o mesmo impacto de sua antecessora. Para quem não conhece a história original, ela é ambientada na Inglaterra do século XVII e acompanha um garoto que, ainda menino, é sequestrado por homens que cortam em seu rosto um sorriso constante. Eventualmente, Gwynplaine se liberta e salva a vida de uma garotinha cega, Déa. Os dois acabam encontrando Ursus, um artista circense viajante, que os adota e acolhe. Os três vivem juntos por 15 anos, durante os quais Gwynplaine descobre que a bizarrice de seu rosto é perfeita para chamar a atenção em espetáculos. Estes espetáculos são peças de teatro ao ar livre, que contam diferentes versões da história de Gwynplaine – um homem deformado e sem lugar no mundo, que encontra o amor, em uma menina cega – que consegue ver além de sua aparência. O enredo destas peças, com ares de fábulas e contos de fadas, espelha o foco central do filme – o romance, idealizado e dramático, que começa entre Gwynplaine e Déa. Claro que, como estamos falando de algo escrito por Victor Hugo, a história não poderia ser desprovida de crítica política. Essa parte do enredo é aprofundada quando Gwynplaine descobre que vem de uma família nobre e fica dividido entre permanecer na vida que gosta, com as pessoas que ama, ou se tornar o herdeiro de uma posição social proeminente, e parte do circo de falsas cortesias da alta sociedade. O filme retrata Gwynplaine como o peixe fora d’água nesse meio, não por sua aparência, mas por ser alguém de origem humilde, que conhece as agruras pelas quais passam os pobres, tem vontade de mudar isso, e acredita ter chance de ser ouvido pelos nobres. Se qualquer parte da história pareceu clichê é porque é, e bastante. Os próprios personagens, à exceção do protagonista, são todos arquétipos – Ursus é a figura paterna, grande e protetora (com Gérard Depardieu sendo o intérprete óbvio, mas perfeito para o papel); Déa é a garota virginal, amada e idealizada e a duquesa, uma mulher por quem Gwynplaine brevemente se apaixona em dado ponto do filme, é o outro lado da moeda – a mulher luxuriosa, que representa a tentação de uma vida de ostentação e prazeres que o protagonista acredita desejar. O problema com “O Homem que Ri” é que a história, além de ser clichê, tem algumas partes bastante forçadas e, pior que isso, a idealização e romantismo tiram um pouco do peso dramático da história. Um exemplo fácil é a própria maquiagem do protagonista, um ponto crucial, em um enredo que gira em torno de sua suposta deformidade. Enquanto no filme mais antigo que eu mencionei antes, a maquiagem é memoravelmente assustadora, neste, ela faz pouco, além de tornar o ator principal um pouco menos atraente. Algumas pessoas possivelmente vão lembrar do Coringa de “O Cavaleiro das Trevas”; pessoalmente, me lembrou uma versão um pouco menos trágica do Eric Draven, de “O Corvo”. A comparação, aliás, não é completamente descabida, porque o filme tem uma estética visual que tende para o gótico e combina bastante com a temática teatral do longa. É uma pena, na minha opinião, que o diretor tenha optado por um visual mais contido, sem o exagero e a personalidade que outros cineastas – como um Terry Gilliam ou um Tim Burton– poderiam ter dado a esse tipo de história. Em resumo, “O Homem que Ri”, é o filme que tem a história, o elenco e os visuais com todo o potencial para dar certo, mas o roteiro foi reduzido a alguns clichês e o diretor não quis ousar no restante. Mesmo assim, vale a pena para quem gosta de uma história fantasiosa e diferente – ainda que essas pessoas vão deixar o cinema com aquela sensação de “esperava mais”. (Disponível em <https://blogdorogerinho.wordpress.com/2013/09/18/o-homem-que-ri-analise-do-filme- de-2012-2/>) TEXTO 2 Esta adaptação do romance de Victor Hugo traz a história de dois órfãos, Gwynplaine (Marc-André Grondin), um garoto cuja cicatriz no rosto dá a impressão de que ele está sempre sorrindo, e Déa (Christa Theret), uma garota cega. Em pleno inverno, eles são acolhidos pelo grande Ursus (Gérard Depardieu) e passam a viver com ele. Para ganharem dinheiro, os dois jovens decidem fazer um espetáculo pelas estradas, onde o sorriso de Gwynplaine desperta a curiosidade de todos que passam. Aos poucos, o garoto adquire fama e dinheiro, distanciando-o das únicas duas pessoas que sempre gostaram dele: Déa e Ursus. Fonte: Adoro Cinema. Disponível em <http://www.adorocinema.com/filmes/filme-194176/>. ATIVIDADE 1: As resenhas se caracterizam por apresentarem pelo menos dois movimentos básicos: a descrição ou o resumo da obra e os comentários do produtor da resenha. Identifique no(s) texto(s) os trechos que apresentam comentários/posicionamento/subjetividade do autor. ATIVIDADE 2: Depois de localizar os comentários, é possível afirmar que os dois textos são resenhas? ATIVIDADE 3: Em linhas gerais, a resenha é composta pelas seguintes partes: Título, Referência, Credenciais do autor, Introdução, Apreciação da obra e Indicação do resenhista. Leia novamente a resenha do filme e identifique os elementos citados. AÇÃO Retome o resumo produzido por você na unidade anterior e transforme-o em resenha. Para isso, faça o levantamento dos aspectos que você apresentará para valorizar a obra e as restrições. Insira elementos que demonstrem sua opinião sobre a obra. Para revisar seu texto, utilize o seguinte roteiro: FICHA DE AVALIAÇÃO – RESENHA – 1. O texto está adequado ao objetivo de uma resenha escolar? 2. O texto está adequado ao destinatário? 3. As informações que o autor do texto original coloca como sendo as mais relevantes são por você abordadas na resenha? 4. Além do conteúdo propriamente dito, você abordou: a. dados sobreo autor do texto? b. o conhecimento do autor em relação ao assunto? c. a adequação da linguagem usada no texto para o público ao qual se dirige? d. A organização global do texto? http://www.adorocinema.com/filmes/filme-194176/ e. os mecanismos linguísticos de que o autor se utiliza para construir sua argumentação? 5. Você escolheu os organizadores textuais mais apropriados para ressaltar a relação entre as ideias principais? 6. Você procurou ser polido em suas críticas? 7. Você utilizou adjetivos e substantivos para expressar sua opinião sobre o texto? 8. Você variou e escolheu os verbos mais apropriados para traduzir os atos realizados pelo autor da obra? 9. Não há problemas de pontuação, frases incompletas, erros gramaticais, ortográficos etc.? xxx Indicações de leitura Normas da ABNT comentadas para trabalhos científicos Autores: Janil Ibrahim Iskandar Editora: Jurua Editora Sinopse: O objetivo principal da obra é subsidiar a apresentação dos trabalhos acadêmico-científicos a partir das recomendações elaboradas pela ABNT. Essa abordagem se deve à necessidade de uniformidade na formatação dos trabalhos produzidos no contexto acadêmico. Fonte: autoras. xxx CONSIDERAÇÕES FINAIS Esperamos que depois do estudo dessa unidade (que supõe leitura e prática das atividades), você saiba diferenciar os gêneros resumo e resenha e, sobretudo, saiba produzir esses textos com autonomia, o que implica uma etapa essencial: a autoavaliação. Destacamos também que o padrão estabelecido para a apresentação dos trabalhos acadêmicos serve para evitar orientações conflitantes, sobretudo a alunos iniciantes. Entretanto, a eficácia desta unidade somente será percebida a partir da aplicação prática dessas normas, que DEVEM ser aplicados nas produções de praticamente todas as disciplinas do curso. REFERÊNCIAS CANONICE, B. C. F. Roteiro para elaboração de resenhas. In.: ______. Normas e padrões para a elaboração de trabalhos acadêmicos. 2. ed. rev. e at. Maringá: EDUEM, 2007, p. 65-67. (Coleção Fundamentum, 13). FEITEP, 2016. Manual para normalização de artigos e trabalhos acadêmicos. Disponível em <http://www.feitep.edu.br/arquivos/download/26.pdf>. Acesso em 04 de jul. de 2018. MACHADO, A. R.; LOUSADA, E.; ABREU-TARDELLI, L. S. Resenha. 5. reimpr. São Paulo: Parábola, 2008. (Coleção Leitura e Produção de textos técnicos e acadêmicos). CONCLUSÃO Enfim, chegamos ao final da disciplina! Esperamos que você tenha percebido que os conteúdos abordados neste componente não são necessariamente apenas “teóricos”, mas eles são extremamente práticos e embasam sua vida acadêmica em qualquer disciplina. Vamos relembrar o que foi visto em cada unidade? Cada uma delas foi desenvolvida no formato de uma oficina. A unidade 1 apresentou algumas definições de “texto” e os fatores de textualidade característicos. Demos maior atenção à coesão e à coerência, dada a relevância desses critérios na produção de textos. Na unidade II abordamos os processos de leitura e de produção textual a partir de algumas problematizações acerca dessas práticas, tendo como foco o tratamento atribuído ao texto no ambiente escolar. Já a unidade III foi dedicada à leitura e a produção de textos que circulam com frequência no meio acadêmico. É nesta unidade que destacamos algumas questões sobre o gênero resumo, no que concerne sua estrutura e função retórica. Já na unidade IV tratamos do gênero resenha e também tivemos a oportunidade de conhecer as principais normas que fundamentam a apresentação formal de trabalhos técnico-científicos e acadêmicos, a partir das orientações previstas na ABNT. A partir desse panorama, gostaria de lembrá-los da importância de você ampliar sua visão sobre esses conteúdos, consultando as referências indicadas e desenvolvendo um posicionamento crítico em relação às leituras, bem como tentando relacioná-las a sua realidade acadêmica e profissional. Esperamos que você esteja preparado para continuar a trilhar seu caminho acadêmico e para o sucesso profissional! Desejamos sucesso a você!
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