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Estudo dirigido HIV 1

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Estudo dirigido – HIV
Sobre o HIV, responda:
1. Do ponto de vista laboratorial, quais os “marcadores” utilizados para avaliar a progressão
da infecção pelo HIV e resposta terapêutica?
● RNA viral
● Proteína do capsídeo (p24)
● Anticorpos IgE e IgG
● Anticorpos contra outras proteínas virais
2. O que você entende por terapia combinada no tratamento do HIV e por que ela é tão
importante e efetiva?
A terapia antirretroviral combinada (TARVc) consiste na associação de 3 drogas
ativas de pelo menos duas classes diferentes de ARV - dois inibidores de
transcriptase reversa análogos de nucleosídeo/nucleotídeo (ITRNs), combinados com
um terceiro agente que pode ser um inibidor da transcriptase reversa não análogo de
nucleosídeo (ITRNN), inibidor de protease (IP) ou inibidor de integrase (INI). O fato de
utilizar mais de uma classe de ARV garante sua eficácia ao atacar partes diferentes
do processo de replicação do vírus no organismo, o que torna a TARVc fundamental
no controle da AIDS, evitando novas infecções e trazendo importante melhoria na
qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV.
3. Como você avalia o programa de combate a AIDS no nosso país, discuta.
O programa nacional de combate a AIDS tem sido considerada como de bom
desempenho sobre indicadores de morbimortalidade . No entanto, apresenta
limitações no que tange à manutenção e controle do estoque de medicamentos,
infraestrutura dos serviços e treinamento adequado para profissionais de saúde.
O fato de os ARV serem distribuídos universalmente pelo SUS serviu de modelo para
outros países em desenvolvimento e até para os Estados Unidos da América,
criadores do “ President’s Emergency Plan for Aids Relief (PEPFAR)”, por meio do
qual os EUA fornecem medicamentos para Aids para países africanos e caribenhos.
4. De acordo com o Manual técnico para o Diagnóstico da Infecção pelo HIV, de 2018 do
Ministério da Saúde, descreva de forma resumida como deve ser realizado o diagnóstico
laboratorial da infecção pelo HIV 1.
De acordo com recomendações do Ministério da Saúde, as amostras de soro ou
plasma devem inicialmente ser submetidas a um imunoensaio, denominado Elisa
(“teste 1″ – capaz de identificar tanto anti-HIV-1 quanto anti-HIV-2), na etapa
denominada triagem sorológica.
As amostras com resultados não-reagentes no “teste 1″ serão definidas como
“amostra negativa para HIV”. Nesse caso, o diagnóstico da infecção é concluído, não
havendo a necessidade de realização de nenhum teste adicional.
As amostras com resultados reagentes ou inconclusivos nesse primeiro imunoensaio
deverão ser submetidas a uma etapa de confirmação sorológica, composta de um
segundo imunoensaio (diferente do primeiro na sua constituição antigênica ou
princípio metodológico) e testes confirmatórios, tais como a imunofluorescência
indireta, imunoblot ou western blot.
Diante de um resultado positivo, após a etapa de confirmação sorológica, os
laboratórios devem solicitar uma nova amostra do paciente, a fim de conferir seu
estado sorológico. Preferencialmente 30 dias após a emissão do resultado referente à
primeira amostra.
Diante de resultados discordantes entre métodos diferentes, é necessária a
realização de Western blot.
5. Os testes utilizados para o diagnóstico da infecção pelo HIV são classificados como
“triagem” e “complementares”, quais as diferenças básicas entre eles?
Testes de triagem são os primeiros testes realizados para identificar possíveis
indivíduos infectados pelo HIV, podendo ser ensaios imunoenzimáticos (1a , 2a, 3a e 4a
geração) ou testes rápidos - que consistem em imunoensaios (IE) cujo resultado é
disponibilizado em menos de 1 hora.
Os testes complementares surgiram pelo fato de que os testes de triagem são muito
suscetíveis a resultados falso-positivos e utilizam diferentes princípios de
diagnóstico. Estão incluídos nessa categoria: Western blot (WB), Imunoblot (IB)
-incluindo o Imunoblot Rápido (IBR)- e imunofluorescência indireta (IFI).
Estes são realizados juntos com objetivo de diminuir a possibilidade de
falsos-positivos, podendo ainda ser realizado um terceiro teste -carga viral- nas
condições de soroconversão no início (sem resposta de anticorpos) ou em crianças
menores de 18 meses cuja mãe é soropositiva.
6. Explique as etapas da replicação do HIV na célula hospedeira, quais as particularidades
para os vírus da família Retroviridae?
O vírus do HIV inicia o processo de replicação com a interação da gp120 com o
receptor CD4 do linfócito, sendo adsorvido e fundido à membrana plasmática. Já no
citoplasma, o capsídeo viral é clivado e libera o material genético. Em seguida, a
enzima transcriptase reversa converte o RNA viral em DNA e a integrase o incorpora
ao DNA da célula hospedeira originando um provírus (DNA viral DNA célula
hospedeira). O provirus sob estímulo irá produzir novas cópias do material genético e
utilizar a maquinaria celular para sintetizar outras proteínas (estruturais e não
estruturais) formando novas partículas virais. Posteriormente, estas irão se fundir a
membrana e brotar para o meio extracelular.
O que caracteriza um retrovírus é justamente a presença da enzima transcriptase
reversa. Essa enzima é capaz de transformar a cadeia simples de RNA em uma fita
dupla de DNA (o inverso do que normalmente ocorre, a transcrição, em que o DNA é
convertido em RNA).
7. Qual o objetivo de se realizar a carga viral do HIV em pacientes soropositivos?
Mede-se a carga viral em pacientes soropositivos visando monitorar a eficácia da
terapia em reduzir a replicação das diferentes populações do vírus. A terapêutica é
considerada ineficaz quando não ocorre a redução da seleção de variantes
resistentes ao tratamento.
8. Por que e quando se faz a genotipagem do HIV?
A genotipagem do HIV detecta a presença de mutações no gene pol. do HIV-1, que
levam à resistência às drogas utilizadas no tratamento da infecção crônica. Este teste
é indicado clinicamente para determinar a droga ARV de escolha quando o esquema
terapêutico adotado não foi eficaz; casos de mulheres soropositivas que engravidam
e avaliar o padrão do vírus infectante na fase aguda da infecção pelo HIV;

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