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Trabalho de Sociologia das Organizações - AC

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UNIVERSIDADE DE INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL DA LUSOFONIA 
AFRO-BRASILEIRA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS (ICSA) 
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
 
TRABALHO DE SOCIOLOGIA DAS ORGANIZAÇÕES 
 
 
RESENHA CRÍTICA DO FILME “O GERMINAL” 
 
 
 
Docente: Prof, Dra. MARIA VILMA COELHO MOREIRA FARIA 
 
Discente: ADOLFO COSSA 
 
 
 
 
 
Redenção, 2022 
 
INTRODUÇÃO 
 
 “O GERMINAL” foi implacável em descrever as condições de exploração do 
trabalho nas minas de carvoeiras da França do século XIX. Analisando a vida social a 
partir das ideias capitalistas e os meios de produção formados por ela. Esse filme retrata 
bem a forma como essas mudanças sociais ocorreram entre as demais classes de 
trabalhadores. 
 O filme nos mostra como a exploração de trabalhadores nas minas de carvão, faz 
com que haja constantemente a necessidade de trabalho para garantir meios de 
sobrevivência. Mostrando ainda as questões económicas, políticas, necessidades 
humanas. Baixos salários, exaustivas jornadas de trabalho. 
 Por meio da divisão do trabalho, “Germinal” expõe uma profunda desigualdade 
social, em decorrência da separação dos demais segmentos na sociedade, alegando as 
diferenças que se dão através da oposição entre o campo e a cidade. As estruturas de 
classes sociais na sociedade acabam sendo produtos das demais divisões do trabalho, 
consequentemente trazendo cada vez mais desigualdades. 
 A chegada de um jovem desempregado nas minas acaba provocando grandes 
mudanças, isso porque ele passa a contestar e questionar toda a situação pela qual os 
mineiros passam, todas as dificuldades, exploração que são bem notáveis, mostrando 
uma completa alienação do trabalhador. Essa alienação acontece devido à falta de 
conhecimento dos trabalhadores em relação ao que eles compreendem e fazem, ele trata 
o trabalho como se fosse algo alheio a ele, se tornando alienado em relação a si mesmo 
e as outras coisas. 
 Sem conhecimento do seu próprio trabalho, eles perdem o poder e o controle do que 
é recebido, ou seja, entra uma questão bastante comum nesse sistema de produção, a 
mais-valia, onde o excedente de produção que é formado através do processo produtivo 
não é pago ao trabalhador, ficando na conta dos órgãos superiores a eles. O mais 
agravante, é que qualquer falta era sujeita a desconto do salário. Além disso, não havia 
férias e nem aposentadoria e a rotina imposta aos trabalhadores pela produção em série 
não os deixava sair das imediações das fábricas no pequeno tempo que sobrava para um 
“descanso”. 
 O filme, a meu ver, é uma denúncia de como a miséria e a alienação são obstáculos 
resistentes na construção de um conhecimento de classe, em todo caso, tal tendência 
histórica, por si só, não cancela a centralidade política do operariado como principal 
veículo de libertação do trabalho abstrato. Outro ponto que podemos destacar do filme, 
é a presença de mecanismos sociais de produção integrados por muitos trabalhadores 
parciais e individualizados, dependentes do modo de produção capitalista. 
 Cansados da fome e dos modos de vida que levavam, os mineiros protestam à 
aplicação da nova norma e pedidos pelas ideias revolucionárias do jovem Etienne, e 
então, decidem fazer um fundo de renda com o intuito de financiamento a uma greve, 
que aconteceria caso a proposta de aumento no valor das vagonetas não fosse aderida. 
 Dado isso, os mineiros liderados por Maheu, vão a procura do dono da Vourex, 
que adota uma postura relutante em relação a aceitação da proposta e durante o diálogo 
tenta manipular os trabalhadores, alegando que a culpa das recentes misérias sofridas 
pelos operários não recai sobre os proprietários das minas e que a situação presente tem 
origem na crise nacional enfrentada pela França, a qual além de encarar a gradual 
interrupção da exportação de ferro e bronze para as Américas, sofria com problemas 
climáticos que além de acentuar a escassez de alimentos no país, também, colhia os 
resultados dos envolvimentos em guerras, que deixaram dívidas para o Estado. 
Ainda declarando-se uma das vítimas da crise estabelecida, o proprietário da mina, em 
uma de suas falas, afirma ser um empregado como tantos outros sem poder algum. 
Discurso que tem fundamento nas divisões gerais de classes que vigoravam na época, 
na qual operários e burgueses faziam parte de um mesmo escalão social: o terceiro 
estado, que por sua vez era incumbido de sustentar o clero e a nobreza, que nos últimos 
tempos com a crise social acabavam aumentando as cobranças saldadas pelo terceiro 
estado. É a partir desse momento que é percebido um descontentamento da burguesia 
em relação aos privilégios do primeiro e segundo estado, respectivamente, clero e 
nobreza, o que mais tarde culminaria na Revolução Francesa. 
Por tanto, nem com a greve dos operários foi possível estabelecer uma vida aceitável 
para eles, dado ao facto de que a greve foi uma alternativa que não trouxe muitos 
resultados devido ao agravamento da fome e miséria mediante o fim das economias 
reunidas no fundo de renda, criado antes da paralisação. O resultado da greve foi a 
morte de milhares de pessoas por conta de doenças causadas pela miséria e pela fome.

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