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1 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii SUMÁRIO ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS II 2 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO A Faculdade Multivix está presente de norte a sul do Estado do Espírito Santo, com unidades em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999 atua no mercado capixaba, des- tacando-se pela oferta de cursos de gradua- ção, técnico, pós-graduação e extensão, com qualidade nas quatro áreas do conhecimen- to: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, sem- pre primando pela qualidade de seu ensino e pela formação de profissionais com cons- ciência cidadã para o mercado de trabalho. Atualmente, a Multivix está entre o seleto grupo de Instituições de Ensino Superior que possuem conceito de excelência junto ao Ministério da Educação (MEC). Das 2109 institui- ções avaliadas no Brasil, apenas 15% conquistaram notas 4 e 5, que são consideradas conceitos de excelência em ensino. Estes resultados acadêmicos colocam todas as unidades da Multivix entre as melhores do Estado do Espírito Santo e entre as 50 melhores do país. missÃo Formar profissionais com consciência cida- dã para o mercado de trabalho, com ele- vado padrão de qualidade, sempre mantendo a credibilidade, segurança e modernidade, visando à satisfação dos clientes e colaboradores. VisÃo Ser uma Instituição de Ensino Superior reconheci- da nacionalmente como referência em qualidade educacional. GRUPO MULTIVIX 3 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii SUMÁRIO bibLiotECa muLtiViX (dados de publicação na fonte) As imagens e ilustrações utilizadas nesta apostila foram obtidas no site: http://br.freepik.com Rezende, Liliane de Oliveira. Estrutura das Demonstrações Contábeis II / Liliane de Oliveira Rezende – Serra: Multivix, 21019. FaCuLdadE CaPiXaba da sErra • muLtiViX EditoriaL Catalogação: Biblioteca Central Anisio Teixeira – Multivix Serra 2019 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei. diretor Executivo Tadeu Antônio de Oliveira Penina diretora acadêmica Eliene Maria Gava Ferrão Penina diretor administrativo Financeiro Fernando Bom Costalonga diretor Geral Helber Barcellos da Costa diretor da Educação a distância Flávio Janones Coordenadora acadêmica da Ead Carina Sabadim Veloso Conselho Editorial Eliene Maria Gava Ferrão Penina (presidente do Conselho Editorial) Kessya Penitente Fabiano Costalonga Carina Sabadim Veloso Patrícia de Oliveira Penina Roberta Caldas Simões revisão de Língua Portuguesa Leandro Siqueira Lima revisão técnica Alexandra Oliveira Alessandro Ventorin Graziela Vieira Carneiro design Editorial e Controle de Produção de Conteúdo Carina Sabadim Veloso Maico Pagani Roncatto Ednilson José Roncatto Aline Ximenes Fragoso Genivaldo Félix Soares multivix Educação a distância Gestão Acadêmica - Coord. Didático Pedagógico Gestão Acadêmica - Coord. Didático Semipresencial Gestão de Materiais Pedagógicos e Metodologia Direção EaD Coordenação Acadêmica EaD http://br.freepik.com 4 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Aluno (a) Multivix, Estamos muito felizes por você agora fazer parte do maior grupo educacional de Ensino Superior do Espírito Santo e principalmente por ter escolhido a Multivix para fazer parte da sua trajetória profissional. A Faculdade Multivix possui unidades em Cachoei- ro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999, no mercado capixaba, destaca-se pela oferta de cursos de graduação, pós-graduação e extensão de qualidade nas quatro áreas do conhecimento: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, tanto na mo- dalidade presencial quanto a distância. Além da qualidade de ensino já comprova- da pelo MEC, que coloca todas as unidades do Grupo Multivix como parte do seleto grupo das Instituições de Ensino Superior de excelência no Brasil, contando com sete unidades do Grupo en- tre as 100 melhores do País, a Multivix preocupa- -se bastante com o contexto da realidade local e com o desenvolvimento do país. E para isso, pro- cura fazer a sua parte, investindo em projetos so- ciais, ambientais e na promoção de oportunida- des para os que sonham em fazer uma faculdade de qualidade mas que precisam superar alguns obstáculos. Buscamos a cada dia cumprir nossa missão que é: “Formar profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho, com elevado padrão de quali- dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança e modernidade, visando à satisfação dos clientes e colaboradores.” Entendemos que a educação de qualidade sempre foi a melhor resposta para um país crescer. Para a Multivix, educar é mais que ensinar. É transformar o mundo à sua volta. Seja bem-vindo! APRESENTAÇÃO DA DIREÇÃO EXECUTIVA Prof. Tadeu Antônio de Oliveira Penina diretor Executivo do Grupo multivix 5 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii SUMÁRIO Lista dE FiGuras > FIGURA 1 - Correção da inflação 36 > FIGURA 2 - Cálculos monetários 40 6 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Lista dE GráFiCos > GRÁFICO 1 - Efeito tesoura 109 7 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii SUMÁRIO Lista dE Quadros > QUADRO 1 - Demonstração dos Resultados Abrangentes, conforme Padoveze 72 > QUADRO 2 - DRE 75 > QUADRO 3 - DRA conforme estrutura de Padoveze 75 > QUADRO 4 - DRA (Demonstração do Resultado Abrangente) } conforme CPC 26 77 > QUADRO 5 - Demonstração de Resultado (DR) 88 > QUADRO 6 - Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC): método indireto 90 > QUADRO 7 - Demonstração do Resultado Abrangente (DRA) 96 > QUADRO 8 - Balanço Patrimonial da Empresa X 105 > QUADRO 9 - Balanço patrimonial: visão financeira 106 > QUADRO 10 - Situação de equilíbrio financeiro 108 8 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Lista dE tabELas > TABELA 1 - Posição da análise vertical 21 > TABELA 2 - Análise vertical do Balanço Patrimonial 22 > TABELA 3 - Posição da análise horizontal 24 > TABELA 4 - Análise horizontal do Balanço Patrimonial 26 > TABELA 5 - EXEMPLO DE ANÁLISE HORIZONTAL COM VALORES COM SINAIS DIFERENTES 27 > TABELA 6 - análise horizontal do lucro 28 > TABELA 7 - Análise vertical e horizontal 29 > TABELA 8 - Balanço patrimonial da Empresa JBC 42 > TABELA 9 - Balanço Patrimonial da Empresa JBC após ajustes e efeitos inflacionários 46 > TABELA 10 - Índices de estrutura de capital: Vicenconti e Neves 52 > TABELA 11 - Índices de estrutura de capital: Hoji 53 > TABELA 12 - Balanço patrimonial: Empresa X, ano 31/12/X0 54 > TABELA 13 - Cálculos e análises dos índices de estrutura de capital: Vicenconti e Neves 55 > TABELA 14 - Cálculos e análises dos índices de estrutura de capital: Hoji 55 > TABELA 15 - Índices tradicionais de liquidez 57 > TABELA 16 - Análise e cálculos dos índices de liquidez 58 > TABELA 17 - Balanço patrimonial 87 > TABELA 18 - Demonstração do Valor Adicionado (DVA) 92 > TABELA 19 -Demonstração da Mutação do Patrimônio Líquido (DMPL) 94 > TABELA 20 - Lançamento de pagamentos 104 9 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii SUMÁRIO sumário 1 rEVisÃo da anáLisE VErtiCaL E anáLisE HoriZontaL 18 introduçÃo 19 1.1 REVISÃO DA ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL 19 1.1.1 ANÁLISE VERTICAL (AV) 20 1.1.1.1 ANÁLISE VERTICAL DO BALANÇO PATRIMONIAL 21 1.1.1.2 FÓRMULA PARA OS CÁLCULOS DA ANÁLISE VERTICAL 23 1.1.2 ANÁLISE HORIZONTAL (AH) 23 1.1.2.1 FÓRMULA DA ANÁLISE HORIZONTAL 25 1.1.3 RELATÓRIO DA ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL 28 ConCLusÃo 32 2 anáLisE sobrE os EFEitos inFLaCionários das dEmonstraçõEs ContábEis 34 introduçÃo 35 2.1 ANÁLISE SOBRE OS EFEITOS INFLACIONÁRIOS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 35 2.1.1 CORREÇÃO MONETÁRIA NO BRASIL 38 2.1.1.1 CORREÇÃO INTEGRAL 39 2.1.1.2 METODOLOGIA DOS CÁLCULOS 40 ConCLusÃo 48 UNIDADE 1 UNIDADE 2 10 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO 3 anáLisE Por indiCadorEs EConÔmiCos E FinanCEiros 50 introduçÃo 50 3.1 ANÁLISE POR INDICADORES ECONÔMICOS E FINANCEIROS 51 3.1.1 ÍNDICES DE ESTRUTURA DE CAPITAL 51 3.1.2 INDICADORES DE LIQUIDEZ 56 3.1.3 INDICADORES DE RENTABILIDADE 59 3.1.4 INDICADORES DE ROTAÇÃO 61 3.1.4.1 GIRO DE ESTOQUE E PRAZO DE ESTOCAGEM 62 3.1.4.2 GIRO DO CONTAS A RECEBER E PRAZO MÉDIO DE RECEBIMENTO DE VENDAS 64 3.1.4.3 PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTO A FORNECEDORES 65 ConCLusÃo 66 4 dra – dEmonstraçÃo do rEsuLtado abranGEntE 69 introduçÃo da unidadE 69 4.1 DRA (DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE) 70 4.1.1 ESTRUTURA DA DRA (DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE) CONFORME PADOVEZE 71 4.1.2 ESTRUTURA DA DRA (DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE) CONFORME MANUAL DE CONTABILIDADE SOCIETÁRIA 76 bibLioGraFia ComEntada 79 ConCLusÃo 80 sumário UNIDADE 4 UNIDADE 3 11 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii SUMÁRIO sumário UNIDADE 5 UNIDADE 6 5 anáLisE E sÍntEsE das dEmonstraçõEs: Passado, PrEsEntE E Futuro ConsidErando CEnários E PErsPECtiVas 82 introduçÃo 82 5.1 ANÁLISE E SÍNTESE DAS DEMONSTRAÇÕES: PASSADO, PRESENTE E FUTURO CONSIDERANDO CENÁRIOS E PERSPECTIVAS 83 5.1.1 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 83 5.2 CONJUNTO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 86 5.2.1 BALANÇO PATRIMONIAL 86 5.2.2 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE) OU DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO (DR) 88 5.2.3 DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA (DFC) 89 5.2.4 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (DVA) 92 5.2.5 DEMONSTRAÇÃO DA MUTAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (DMPL) 93 5.2.6 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE (DRA) 95 5.2.7 NOTAS EXPLICATIVAS 97 bibLioGraFia ComEntada 99 ConCLusÃo 100 6 anáLisE do EQuiLÍbrio EConÔmiCo-FinanCEiro da EntidadE 102 introduçÃo 102 6.1 ANÁLISE DO EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO DA ENTIDADE 103 6.1.1 EQUILÍBRIO FINANCEIRO 104 6.1.2 EFEITO TESOURA 109 6.2 EQUILÍBRIO ECONÔMICO 110 12 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO iConoGraFiasumário 6.2.1 ALAVANCAGEM FINANCEIRA 111 6.2.2 PAYOUT E TAXA DE CRESCIMENTO DO LUCRO LÍQUIDO 112 6.2.3 INDICADORES DE COBERTURA DAS EXIGIBILIDADES E DOS JUROS 115 6.2.4 RISCO DE INADIMPLÊNCIA 116 bibLioGraFia ComEntada 118 ConCLusÃo 119 rEFErÊnCias 120 13 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii SUMÁRIO iConoGraFia ATENÇÃO PARA SABER SAIBA MAIS ONDE PESQUISAR DICAS LEITURA COMPLEMENTAR GLOSSÁRIO ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM CURIOSIDADES QUESTÕES ÁUDIOSMÍDIAS INTEGRADAS ANOTAÇÕES EXEMPLOS CITAÇÕES DOWNLOADS 14 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO BIODATA DO AUTOR Liliane de oliveira rezende Mestra em Administração pela Faculdade Novos Horizontes (2015), especialista em Gerenciamento e Gestão de Micro e Pequenas Empresas pela Universidade Federal de Lavras (2008), e graduada em Ciências Econômicas pela Fundação Universidade de Itaúna (2002) e em Ciências Contábeis pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (2012). Atualmente é professora na área de Finanças, Contabilidade e Economia na Faculdade Una e FEOL – Faculdade de Oliveira. Possui mais de 13 anos de prática em Instituições de Ensino Superior, experiência em empresas do segmento de Tecnologia da Informação (TI), sendo duas delas multina- cionais, e experiência com serviço de prestação contábil e consultoria em segmentos diversos nas áreas financeira, administrativa e contábil. JUSTIFICATIVA Através do estudo desta disciplina espera-se que você seja capaz de analisar as demonstrações contábeis e tome decisões a partir dos cálculos e relatórios financeiros gerados. Mesmo que você não trabalhe nesta área específica, de Análise das Demons- trações Contábeis, você pode aplicar estes conhecimentos na sua vida pessoal: faça o seu balanço patrimonial, apure os seus resultados líquidos ao mês, ao ano e promova evolução econômica e financeira nos seus resultados pessoais. ENGAJAMENTO Como anda a sua variação patrimonial? Anda crescendo ou diminuindo? Seu grau de endividamento? E a sua capacidade de pagamento das contas? É importante responder a essas perguntas, pois elas garantem a eficiência para gerar resultados econômicos e financeiros satisfatórios na nossa vida pessoal como na entidade na 15 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii SUMÁRIO qual trabalhamos. Será que o lucro da empresa onde você trabalha tem crescido ou diminuído nos últi- mos anos? Quais motivos para esses resultados? É através da análise das demonstra- ções contábeis que teremos informações para responder a essas perguntas e promo- ver melhoria através de mudanças ou ajustes necessários no presente ou futuro. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Seja bem-vindo ao estudo da disciplina de Estrutura das Demonstrações Contábeis II! O objetivo geral desta disciplina é analisar as demonstrações contábeis que visam dar suporte à tomada de decisão dos gestores, administradores e outros profissionais da área de gestão. Iremos revisar a análise vertical e horizontal, que consiste em avaliar os resultados econômicos e financeiros das empresas de um determinado período e no decorrer dos anos, possibilitando, assim, fazer comparações da própria empresa em períodos diferentes, bem como comparar os resultados com os de outras empresas do mesmo segmento. Em seguida, vamos analisar o impacto da inflação nas demonstrações contábeis, os indicadores econômicos e financeiros que possibilitam avaliar a liquidez das empre- sas, ou seja, sua capacidade de pagamento, o nível de endividamento e sua compo- sição, assim como a rentabilidade e retorno proporcionado pelo negócio da organi- zação. Neste sentido, conhecer o passado, presente e futuro de uma empresa é essencial para garantir sua vitalidade econômica e financeira, sendo estes objetos de estudo da nossa disciplina. Para garantir o sucesso nos negócios, as empresas devem conhecer o passado, para gerir o presente e planejar o futuro, e esses serão alguns dos conteúdos, ferramentas de aprendizado, que veremos nesta disciplina. Participe dos fóruns de discussão, leia todo o material básico e o material extra sugerido ao final de cada unidade. Bons 16 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicadano D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO estudos e sucesso! OBJETIVOS DA DISCIPLINA Ao final desta disciplina, esperamos que você seja capaz de: • Executar e analisar os cálculos da análise horizontal e dos indicadores econô- micos e financeiros. • Compreender o efeito inflacionário sobre as demonstrações contábeis. • Conhecer a estrutura da Demonstração dos Resultados Abrangentes (DRA). • Entender a relevância das ferramentas de análise financeira e econômica do passado, presente e futuro das organizações. 17 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii SUMÁRIO OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: > Conhecer a análise vertical e horizontal. > Entender como os cálculos da análise vertical e horizontal são realizados. > Executar os cálculos e analisá-los, de acordo com a técnica vertical e horizontal. UNIDADE 1 18 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO 1 REVISÃO DA ANÁLISE VERTICAL E ANÁLISE HORIZONTAL Nesta unidade, será revisada a análise vertical e horizontal, com o objetivo de gerar comparações e verificar a composição dos resultados econômicos e financeiros de uma organização em determinado período ou em períodos distintos. Tal análise consiste nos cálculos percentuais e no desenvolvimento de um relatório que descre- va a situação econômica e financeira alcançada pela empresa. A análise vertical e horizontal pode ser aplicada em várias demonstrações. A análi- se vertical consiste em avaliar a composição dos resultados em um mesmo perío- do contábil, mostrando a composição dos investimentos de curto e longo prazos da empresa, no caso do balanço patrimonial. Avaliando o outro lado do balanço patrimonial, o lado do passivo, a análise vertical irá mostrar como foram financiados os recursos da empresa, quanto de capital de terceiros (obrigações exigíveis) ou com capital próprio foi utilizado. Desse modo, é possível avaliar a composição de endividamento da empresa, e outras informações que proporcionam a tomada de decisão. Quando falamos da análise horizontal, buscamos comparar vários períodos, tais como os últimos três anos, de acordo com a necessidade e interesse da empresa. Desse modo, é possível traçar a evolução ou involução que a organização gerou de acordo com a série histórica em análise. Portanto, as análises vertical e horizontal permitem ao gestor conhecer e analisar os resultados econômicos e financeiros passados da empre- sa, possibilitando mudanças no presente e no planejamento futuro da organização. 19 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii SUMÁRIO INTRODUÇÃO Nesta unidade, vamos fazer uma revisão da análise vertical e horizontal das demons- trações contábeis. Ambas as análises são utilizadas para fazer comparações de valo- res em um mesmo período ou em períodos distintos. Através da análise vertical, um gestor poderá visualizar a composição patrimonial de uma empresa, assim como comparar seus resultados econômicos e financeiros no decorrer dos anos através da análise horizontal. No mercado competitivo, a gestão da empresa precisa de informações não só dos valores alcançados, mas de comparações de períodos distintos. É necessário avaliar se houve aumentos ou diminuições de determinadas contas, tais como, por exemplo: o nível de venda da empresa, o lucro alcançado e seus comportamentos no decor- rer do tempo. Através dessas análises, será possível traçar mudanças no presente e planejar o futuro, permitindo, assim, que a organização gere resultados econômicos e financeiros mais satisfatórios. Portanto, ao estudar esta unidade, você estará apto a avaliar a situação financeira e econômica das empresas, buscando a tomada de decisão de forma mais asserti- va. Acompanhar os resultados alcançados é fundamental para a gestão eficiente e sobrevivência dos negócios. 1.1 REVISÃO DA ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL O surgimento da Análise das Demonstrações Contábeis de forma mais sólida e adul- ta aconteceu no final do século XIX, segundo Marion (2012). Nessa época, os banquei- ros americanos solicitavam às empresas as demonstrações para avaliar se concediam ou não empréstimos a elas. A Análise das Demonstrações Contábeis também é conhecida como Análise das Demonstrações Financeiras, Análise de Balanços. O desenvolvimento dessa técnica de análise evoluiu ainda mais com o surgimento dos bancos governamentais e com a abertura de capital por parte das empresas (MARION; 2012). 20 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO A abertura de capital em especial, possibilitou a participação de pequenos ou gran- des investidores a adquirirem ações das sociedades anônimas. É através da análise das demonstrações das empresas que um investidor poderá visualizar e escolher por investir em empresas bem-sucedidas. Nesse sentido, Assaf Neto (2015) expõe que duas características da análise de uma organização são: a comparação de valores em determinado período com aqueles apurados em períodos anteriores; e o relacionamento desses valores com outros. Comparar o valor do custo de produto vendido em relação à receita bruta do mesmo período. Comparar o resultado líquido da empresa nos últimos três anos. Existem diferentes formas de analisar as demonstrações contábeis, uma delas são as chamadas análises vertical e horizontal, que têm a função de analisar os resultados econômicos e financeiros das organizações, seja dentro de um determinado período, tal como um ano, um mês ou analisar uma série histórica contendo vários períodos, tais como os últimos cinco anos ou cinco meses. 1.1.1 ANÁLISE VERTICAL (AV) A análise vertical (AV) consiste na comparação percentual (%) de uma conta ou um grupo de contas em relação a outro valor afim ou relacionável que esteja na mesma demonstração contábil. Apurar quantos por cento (%) o ativo circulante de uma empresa no ano x repre- senta em relação ao total do patrimônio no ano x. Quanto de capital próprio a empresa usou em relação ao total das fontes de financiamento no ano x. 21 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii SUMÁRIO Marion (2012; p. 12) demonstra e exemplifica a análise vertical, “Quando fazemos a divisão de uma grandeza por outra (= 1.500 1.000↓ ), nossos olhos leem no sentido vertical (= 1.500↓1.000 ), daí chamarmos de Análise Vertical, considerando dados de um mesmo perío- do (ou de um mesmo ano)”. Segundo Assaf Neto (2015), dispondo de valores absolutos em forma vertical, pode- mos apurar a participação relativa de cada item contábil. A palavra vertical indica a posição “em pé”, ou seja, analisar as contas de cima para baixo ou de baixo para cima em uma demonstração contábil. TABELA 1 - POSIÇÃO DA ANÁLISE VERTICAL CONTAS OU GRUPOS VALORES (R$) CONTAS OU GRUPOS VALORES (R$) Ativo Circulante 12.000 Passivo Circulante 10.000 Ativo Não Circulante 16.000 Passivo Não Circulante 6.000 Patrimônio Líquido 12.000 total do ativo 28.000 total do Passivo 28.000 Fonte: Elaborada pela autora. Observe na tabela anterior que na análise vertical a análise será feita no sentido da coluna, “em pé”, procurando-se analisar o quanto cada conta ou grupo representa em relação ao total de um mesmo período. 1.1.1.1 ANÁLISE VERTICAL DO BALANÇO PATRIMONIAL Utilizando uma linguagem financeira, o grupo do ativo que constitui o Balanço Patri- monial representa os investimentos de uma organização, em outras palavras, ondea empresa aplicou os recursos. Ribeiro (2014) expõe que o Passivo é a parte do Balanço Patrimonial que evidencia as obrigações (capitais de terceiros) e o Patrimônio Líquido (capitais próprios). Em outras palavras, podemos dizer que os grupos de passivo e patrimônio líquido indi- cam as fontes de financiamento da empresa. Assim, teremos: o passivo circulante, que representa o quanto de capital de terceiros a empresa utilizou no curto prazo; e o passivo não circulante, que representa os recursos de terceiros de longo prazo. 22 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Entender da composição de endividamento de uma organização é importante, uma vez que dá suporte à tomada de decisão presente e futura. O patrimônio líquido representa o capital próprio da empresa, ou seja, os recursos pelos quais a empresa não terá que pagar e poderão ser reinvestidos na empresa, caso apresentem resultados satisfatórios. Vejamos um cálculo e análise apresentados na tabela seguinte. TABELA 2 - ANÁLISE VERTICAL DO BALANÇO PATRIMONIAL CONTAS OU GRUPOS VALORES (R$) AV(%) CONTAS OU GRUPOS VALORES (R$) AV(%) Ativo Circulante 12.000 42,86% Passivo Circulante 10.000 35,71% Ativo Não Circulante 16.000 57,14% Passivo Não Circulante 6.000 21,43% Patrimônio Líquido 12.000 42,86% total do ativo 28.000 100% total do Passivo 28.000 100% Fonte: Elaborada pela autora.. Observando a tabela, verificamos que o valor total do balanço, o valor de R$ 28.000 representa cem por cento, consistindo em avaliar o quanto as outras contas ou grupos de contas representam desse total. A empresa, portanto, investiu 42,86% no curto prazo (ativo circulante) e 57,14% no longo prazo (ativo não circulante). Já ao analisarmos as fontes de financiamento que são representadas pelo lado do passivo, percebemos que a empresa utilizou mais capital de terceiros do que recursos próprios. As fontes de terceiros totalizaram 57,14 % (35,71 + 21,43%), sendo 35,71% em recursos de terceiros de curto prazo (passivo circulante) e 21,43% de longo prazo. Os recursos próprios, portanto, são o valor que falta para fechar os cem por cento, 42,86%, representados pelo patrimônio líquido. 23 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii SUMÁRIO 1.1.1.2 FÓRMULA PARA OS CÁLCULOS DA ANÁLISE VERTICAL Para calcular o valor percentual da análise vertical, utilizamos a fórmula a seguir: aV (%) = [Valor da conta ou grupo (r$) / Valor total (r$) ] x 100 Utilizando dos valores da Tabela 2 para calcular a análise vertical do ativo circulante em relação ao total do balanço, teremos: AV(%) = [12.000 / 28.000 ] x 100 AV(%) = 0,4286 x 100 AV (%) = 42,86% E o mesmo ocorre sucessivamente para todas as subcontas, contas e grupos perten- centes às demonstrações contábeis. Através da análise vertical será possível verificar como ficou a representatividade de cada conta em relação a determinado valor em um certo período que se deseja analisar. 1.1.2 ANÁLISE HORIZONTAL (AH) A Análise Horizontal consiste na comparação de valores no decorrer de uma série histórica. Segundo Assaf Neto (2015), a Análise Horizontal (AH) é a comparação entre valores de uma mesma conta ou grupo em diferentes exercícios sociais. 24 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Comparar o valor da receita bruta da empresa nos últimos três anos: 2017, 2018 e 2019. Observe que há três períodos diferentes, três anos distintos. TABELA 3 - POSIÇÃO DA ANÁLISE HORIZONTAL ANOS X1 X2 ANOS X1 X2 CONTAS OU GRUPOS VALORES (R$) VALORES (R$) CONTAS OU GRUPOS VALORES (R$) VALORES (R$) Ativo Circulante 12.000 14.000 Passivo Circulante 10.000 7.000 Ativo Não Circulante 16.000 15.000 Passivo Não Circulante 6.000 5.000 Patrimônio Líquido 12.000 17.000 total do ativo 28.000 29.000 total do Passivo 28.000 29.000 Fonte: Elaborada pela autora. Conforme a tabela apresentada, observe que a análise horizontal exige pelo menos dois períodos distintos, no exemplo, os anos X1 e X2. A posição da análise horizontal indica uma posição “deitada”, ou seja, compara-se o valor de uma mesma conta no decorrer de períodos diferentes. Caso haja somente um período contábil demonstrado nos relatórios contábeis, não será possível fazer a análise horizontal. Segundo Assaf Neto (2015; P. 113), a análise horizontal [...] relaciona cada item de um demonstrativo financeiro com o mesmo item apurado em exercício passado (período base), revelando a evolução de seus valores. A AH permite avaliar o desempenho passado da empresa e também traçar uma tendência futura. 25 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii SUMÁRIO O chamado período base ou ano referência se trata do período a ser considerado como 100% para os cálculos da análise horizontal. 1.1.2.1 FÓRMULA DA ANÁLISE HORIZONTAL Para calcular a análise horizontal você deve pegar o valor da conta e dividir pelo valor da mesma conta que se quer comparar. Como a AH é expressa em porcentagem, ao final, você deve multiplicar o valor encontrado por 100. aH (%) = [Valor da conta ou grupo (r$) em um período qualquer / Valor da mesma conta no período base (r$) ] x 100 Utilizando o valor do ativo circulante do ano X1 e X2, extraídos da tabela “Posição da análise horizontal”, para calcular a análise horizontal, teremos: AH(%) = [14.000 / 12.000] x 100 AV(%) = 1,1666 x 100 AV (%) = 116,67% Observe que nesse exemplo o ano base utilizado foi X1, ou seja, foi calculado o quan- to o ano X2 variou em relação ao ano X1 (base 100%). Como o valor foi maior que 100%, indica-se um crescimento no investimento de curto prazo de 16,67% (116,67% – 100%), quando comparando o ano X2 em relação ao ano X1. Faça os cálculos para as outras contas do ativo e passivo e confira que irá fechar com o resultado final da tabela a seguir. 26 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO TABELA 4 - ANÁLISE HORIZONTAL DO BALANÇO PATRIMONIAL ANOS X1 X2 ANOS X1 X2 CONTAS OU GRUPOS VALORES (R$) AH% VALORES (R$) AH% CONTAS OU GRUPOS VALORES (R$) AH% VALORES (R$) AH% Ativo Circulante 12.000 100% 14.000 116,67% Passivo Circulante 10.000 100% 7.000 70,00% Ativo Não Circulante 16.000 100% 15.000 93,75% Passivo Não Circulante 6.000 100% 5.000 83,33% Patrimônio Líquido 12.000 100% 17000 141,67% total do ativo 28.000 100,00% 29.000 103,57% total do Passivo 28.000 100,00% 29.000 103,57% Fonte: Elaborada pela autora. Ao analisar a tabela, verifica-se que o ano referência é o X1 e os investimentos de curto prazo (ativo circulante) aumentaram em 16,67% no ano X2. Já os investimentos de longo prazo (ativo não circulante) diminuíram em 6,25% (100% – 93,75), no ano X2, quando comparado ao ano base. Observando as fontes de financiamento (lado do passivo), verifica-se que os recursos de terceiros de curto prazo e longo prazo diminuíram no ano X2 quando comparado ao ano base, pois tanto o passivo circulante como o não circulante deram abaixo de 100%. As obrigações de curto prazo (passivo circulante) apresentaram uma queda de 30%, e a de longo prazo (passivo não circulante) diminui 16,67% no ano X2 quando comparado ao ano X1. Comparando o capital próprio (patrimônio líquido) do ano X2 com o ano X1, obser- vamos que houve um aumento de 41,67% (141,67% – 100%). Devido ao jogo de sinais das regras da Matemática, existem índices na análise horizontal que podem aparecer negativosou positivos, mas que nem sempre serão resultados satisfatórios ou insatisfatórios, conforme exemplo a seguir. 27 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii SUMÁRIO Imagine uma empresa que nos três últimos anos tenha alcançado um resulta- do líquido do período de 100 mil positivos; 80 mil negativos e 110 mil negati- vos para os anos X0, X1 e X2, respectivamente. Ao calcular a análise horizontal encontramos os indicadores conforme tabela a seguir: TABELA 5 - EXEMPLO DE ANÁLISE HORIZONTAL COM VALORES COM SINAIS DIFERENTES ANOS X0 X1 X2 VALORES AH (%) VALORES AH (%) VALORES AH (%) Resultado líquido do exercício R$100.000,00 100% (R$80.000,00) -80,00% (R$110.000,00) -110,00% Fonte: Elaborada pela autora. Conforme dados do exemplo organizado na tabela, a empresa teve resultado satis- fatório somente no ano X0. Utilizando esse ano como ano base para comparar com os demais, verificamos que a empresa diminuiu seu lucro líquido em 180% (- 80% - 100% = -180 %) do ano X0 para o ano X1. Já no ano X2, quando comparado ao ano X0, teremos uma diminuição de 210% no resultado líquido do exercício, ou seja, a empresa saiu de um lucro de 100 mil reais e mais que dobrou o resultado, porém de maneira negativa (-110% - 100% = -210%). Vejamos outro exemplo, em que a regra matemática pode nos induzir ao erro de análise, ao comparar valores com sinais diferentes ou até mesmo sinais iguais. Compa- rando somente o ano X1 com o X2, pegando como ano base o ano X1, ficaria: 28 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO TABELA 6 - ANÁLISE HORIZONTAL DO LUCRO ANOS X1 X2 VALORES AH (%) VALORES AH (%) Resultado líqui- do do exercício -R$80.000,00 100,00% -R$110.000,00 137,50% Fonte: Elaborada pela autora. Observe que o AH (%) do ano X2 deu positivo em 137,50%, mas não é satisfatório, pois a empresa teve um prejuízo em X1 de 80 mil reais e aumentou ainda mais o prejuízo no ano X2. Em X2 o resultado líquido deu negativo em 110 mil reais, ou seja, o prejuízo aumentou em mais 37,50%, embora aritmeticamente tenha aparecido positivo devido à regra de sinais da Matemática. Portanto, você deve ficar atento aos valores calculados, em especial quando envol- verem valores com sinais opostos (positivo com negativo e vice-versa) – e até mesmo sinais iguais, pois os valores positivos nem sempre serão favoráveis, assim como os negativos nem sempre serão desfavoráveis, caso haja uma diminuição do prejuízo por exemplo. Caso queira conhecer ainda mais sobre o assunto, veja outros exemplos na obra do Assaf Neto (2015; p. 117), que consta na bibliografia desta unidade (ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico e financeiro. Comércio e serviços, Indústrias, Bancos Comerciais e Múltiplos. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2015). 1.1.3 RELATÓRIO DA ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL Fazendo a combinação da análise horizontal e vertical, nem sempre elas mostram o mesmo sentido ao avaliar alguma conta ou grupo de conta. Existem casos em que, ao compararmos a análise vertical de uma determinada conta, verificamos que houve crescimento, mas quando se avalia a série histórica houve decréscimo. Veja a tabela a seguir: 29 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii SUMÁRIO TA B E LA 7 - A N Á LI S E V E R TI C A L E H O R IZ O N TA L A N O S X 1 X 2 A N O S X 1 X 2 C O N TA S O U G R U P O S V A LO - R E S (R $ ) A V % A H % V A LO - R E S (R $ ) A V % A H % C O N TA S O U G R U P O S V A LO - R E S (R $ ) A V % A H % V A LO - R E S (R $ ) A V % A H % A ti vo C ir cu - la n te 1 2 .0 0 0 4 2 ,8 6 % 1 0 0 % 1 4 .0 0 0 4 8 ,2 8 % 1 1 6 ,6 7 % P as si vo C ir cu - la n te 1 0 .0 0 0 3 5 ,7 1 % 1 0 0 % 7 .0 0 0 2 4 ,1 4 % 7 0 ,0 0 % A ti vo N ão C ir cu - la n te 1 6 .0 0 0 5 7 ,1 4 % 1 0 0 % 1 5 .0 0 0 5 1 ,7 2 % 9 3 ,7 5 % P as si - vo N ão C ir cu - la n te 6 .0 0 0 2 1 ,4 3 % 1 0 0 % 5 .0 0 0 1 7 ,2 4 % 8 3 ,3 3 % P at ri - m ô n io Lí q u id o 1 2 .0 0 0 4 2 ,8 6 % 1 0 0 % 1 7 0 0 0 5 8 ,6 2 % 1 4 1 ,6 7 % to ta l do a ti vo 28 .0 00 10 0, 00 % 10 0, 00 % 29 .0 00 10 0, 00 % 10 3, 57 % to ta l do Pa ss iv o 28 .0 00 10 0, 00 % 10 0, 00 % 29 .0 00 10 0, 00 % 10 3, 57 % Fo n te : E la b o ra d a p el a au to ra . 30 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Analisando o Balanço Patrimonial dos anos X1 e X2, podemos observar que houve um crescimento patrimonial da empresa em 3,57%, passando de R$ 28.000,00 (X1) para R$ 29.000,00 em (X2). Como ano base na análise horizontal, foi utilizado o ano X1. Utilizando da análise vertical nas aplicações de recursos (lado ativo), verifica-se que nos dois anos a empresa aplicou mais da metade do investimento no longo prazo, mais que no curto prazo, portanto, sendo de 57,14% em X1 e 51,72% em X2. As apli- cações de curto prazo no ano X1 foram de 42,86% e 48,28% em X2. Já na análise horizontal, observamos que os investimentos de curto prazo reduziram em 16,67% (116,67% – 100%) quando comparando X2 em relação a X1. Os investi- mentos de longo prazo reduziram em comparação dos anos, 6,25% (100% – 93,75%). Ao lado das fontes de financiamento, a participação de capital próprio foi de: 42,86%, em X1; e 58,62%, em X2, verticalmente. O total de capital de terceiros foi maior em X1, 57,14%, sendo 35,71% de curto prazo e 21,43% de obrigações de longo prazo. Conhecer o perfil do endividamento da empresa é essencial para visualizar as dívidas que vencem rápido (passivo circulante) e as dívidas que demoram para vencer (passi- vo não circulante). Horizontalmente verificamos que o crescimento aconteceu somente na utilização de recursos próprios, que aumentaram 41,67% (141,67% – 100%) em X2 quando comparado a X1. O capital de terceiros reduziu em X2, tanto o de curto (30%) como o de longo prazo (16,67%). Ao confeccionar o relatório da análise vertical e horizontal junto, é importante que utilize uma linguagem mais financeira que contábil, tais como investimentos, fontes de recursos e que seja claro para o entendimento de pessoas que não são especialis- tas na área. 31 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii SUMÁRIO Para aprofundar e aprender mais sobre o assunto, você pode procurar alguns livros, tais como as obras do José Marion que constam no referencial teórico, assim como o livro do Alexandre Assaf Neto. Ambos os autores são bem didáti- cos em suas explicações e oferecem exemplos bem claros para contribuir para o seu entendimento sobre o assunto abordado nesta unidade. Em especial, indico o capítulo 7 da obra ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico e financeiro. Comércio e serviços, Indústrias, Bancos Comerciais e Múltiplos. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2015. Leia o capítulo e exercite! 32 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO CONCLUSÃO No decorrer desta unidade, você pôde revisar a análise vertical e horizontal, diferen- ciando as informações promovidas por ambas. Fazer o relatório contábil combinando as análises vertical e horizontal nãoé uma tarefa tão simples, mas é muito utilizada e relevante no meio empresarial. A todo momento, os gestores, contadores, administradores e outros profissionais da área de gestão precisam de informações sobre os resultados alcançados pelas orga- nizações para que possam tomar decisões, gerenciar os negócios, planejar o futuro. Nesse sentido, a Análise das Demonstrações Contábeis vem suprir essa necessidade gerencial da gestão como um todo. Vem mostrar como andam as vendas, os custos, as despesas e o resultado final alcançado. Muitas empresas utilizam das análises das demonstrações contábeis passadas para planejar melhor o futuro, criando metas, correções de processos, redução de gastos e ações gerenciais e estratégicas relevantes. Você, ao estudar esta unidade, estará apto a avaliar, comparar os resultados econômi- cos e financeiros de qualquer tipo de entidade, independentemente do seu tamanho ou tipo de segmento. Você pode, inclusive, aplicar esse conhecimento na sua vida pessoal: já pensou em avaliar a sua evolução patrimonial? Se o seu nível de ganho está equilibrado com os gastos; se ao final do ano seu patrimônio cresceu ou dimi- nuiu; e os motivos que levaram a esses resultados? As contribuições promovidas pela análise vertical e horizontal são indiscutivelmente relevantes, uma vez que é através dos cálculos percentuais e comparações de perío- dos distintos que será possível analisar os resultados alcançados pela empresa. Os valores contábeis puramente demonstrados nos relatórios contábeis de um único período não dão subsídios para a tomada de decisão, pois é necessário compará- -los com períodos anteriores. Há organizações que inclusive fazem comparações de seus resultados econômicos e financeiros com os de seus concorrentes na busca por promover crescimento e resultados maiores. 33 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii SUMÁRIO OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: UNIDADE 2 > Atualizar as demonstrações contábeis de modo a refletir o efeito inflacionário de determinado período. > Compreender o efeito inflacionário sobre a análise das demonstrações contábeis. 34 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO 2 ANÁLISE SOBRE OS EFEITOS INFLACIONÁRIOS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS No estudo desta unidade, você irá aprender o conceito de inflação e formas de cálcu- los visando corrigir as demonstrações contábeis da empresa, com o objetivo de anali- sar valores ajustados a um mesmo nível de poder aquisitivo. Todos os países apresentam variações inflacionárias em determinados períodos, alguns em maior ou menor escala. Embora, o Brasil não apresente variações signifi- cativas nas últimas décadas quando comparado aos anos de 1980 e 1990, há dispa- ridade no valor da moeda no decorrer dos anos. Nesse sentido, as empresas brasileiras devem avaliar a necessidade de ajustar seus relatórios financeiros e contábeis quando forem fazer qualquer tipo de análise que envolva resultados apurados em períodos distintos. Mesmo que você não trabalhe nessa área específica, deve se conscientizar da impor- tância dos ajustes de valores inflacionários na apuração de valores monetários, pois só assim é possível comparar resultados financeiros sem distorções de indicadores com períodos distintos. Seja bem-vindo e bons estudos! 35 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii SUMÁRIO INTRODUÇÃO No estudo da unidade, você irá aprender a efetuar os ajustes nas demonstrações contábeis para que elas possam refletir os efeitos inflacionários de exercícios sociais distintos. Embora não haja nenhuma norma brasileira vigente que exija que essa correção seja feita, alguns teóricos defendem tal necessidade de ajuste dos relatórios financeiros e contábeis de acordo com a inflação, pois só assim você poderá equiparar os valores monetários com datas diferentes, a um mesmo nível de poder aquisitivo. Nesse sentido, a entidade ao efetuar os ajustes necessários das demonstrações contá- beis terá a possibilidade de comparar os resultados financeiros e econômicos de uma maneira mais “justa”, ou seja, irá atualizar os valores do passado e presente, e, assim, poderá projetar o futuro com mais assertividade. As empresas que fazem análises das demonstrações contábeis sem os ajustes infla- cionários tendem a visualizar indicadores “irreais”, como, por exemplo, acreditam que tiveram um lucro de 15%, mas na realidade este foi de 10%, pois houve correção de preços de 5% naquele período em questão. Portanto, ao estudar esta unidade você estará apto a efetuar os cálculos e ajustes necessários dos relatórios contábeis e financeiros, contribuindo para uma análise mais realista, sem distorções dos efeitos inflacionários. 2.1 ANÁLISE SOBRE OS EFEITOS INFLACIONÁRIOS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Em mercados ou economias com elevada inflação, os registros das transações pelo custo de aquisição (valor histórico) devem ser corrigidos para não perder sua repre- sentatividade. Cem mil reais hoje não têm o mesmo poder aquisitivo de um ano atrás ou terão daqui a um ano. Em outras palavras, o que você compra hoje com cem reais não é a 36 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO mesma coisa que comprará daqui a um ano ou comprou há 12 meses. Desse modo, os itens de natureza monetária devem ser demonstrados com valores de acordo com o poder aquisitivo atual ou próximo dele. No transcorrer de um período com inflação, os itens de natureza monetária, como disponível, realizáveis e exigíveis, são normalmente demonstrados em termos de moeda com poder aquisitivo atual, ou próximo do atual. No entan- to, itens de natureza não monetária, como, por exemplo, o imobilizado, os estoques e o capital integralizado pelos acionistas, podem estar representa- dos por valores formados em diversos exercícios por moedas com vários níveis de poder aquisitivo. (MARTINS et al., 2013, p. 797) FIGURA 1 - CORREÇÃO DA INFLAÇÃO Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019. Nesse sentido, Martins et al. (2013) expõem que o efeito líquido das variações resul- tantes das mudanças do poder aquisitivo da moeda é diferente em cada empresa. Para Assaf Neto (2015), quando analisamos demonstrações contábeis de uma enti- dade de períodos distintos, há diferentes níveis de poder aquisitivo da moeda, sendo necessária uma uniformidade dos valores com o objetivo de manter constantes os termos de capacidade de compra. 37 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii SUMÁRIO Assaf Neto (2015) cita como exemplo a análise sobre o nível de venda das empresas no decorrer dos anos. Foi verificado que há um crescimento constan- te, mas nem sempre esse dado representa crescimento real, pois o aumento das vendas pode estar refletindo somente a inflação. Dessa maneira, se em determinado exercício uma empresa vende 1.000 unidades ao preço unitário de $10,00, e no período seguinte colocar 1.040 unidades de seus produtos a $12,50/unidade, o total das receitas operacionais de vendas atinge as cifras de $10.000,00 e $13.000,00, respectivamente. Esse desempenho não significa que a empresa promoveu um incremento de 30% em seu volume de vendas. Em verdade, as receitas de vendas apresentam-se nominalmente 1,3 vezes maior, mas em termos de unidades vendidas (cres- cimento físico real), a elevação foi de apenas 4%. (ASSAF NETO, 2015, p. 124) Como inflação entende-se o aumento dospreços dos produtos e serviços de uma determinada economia. Nesse sentido, vários países têm passado por altos índices de inflação nos últi- mos anos, o que tem levado vários profissionais a se preocuparem com o apri- moramento de técnicas que permitem medir adequadamente a posição finan- ceira e o resultado inflacionário, a contabilidade com base no índice geral de preços ou com base nos custos de reposição (GELBCKE et al., 2018). A edição de 2018 do manual de Contabilidade societária expõe o texto da nova norma internacional IAS 29 – Contabilidade e Evidenciação em Economia Hiperinfla- cionária, que trata das questões inflacionárias, mas que até hoje não foi incorporada aos Pronunciamentos Técnicos do CPC. 38 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO 2.1.1 CORREÇÃO MONETÁRIA NO BRASIL O artigo 185 da Lei nº 6.404/76 institui a correção monetária no Brasil, com a finalida- de de atenuar os efeitos inflacionários nos relatórios contábeis. E, após várias legisla- ções fiscais de efeitos muito parciais, foi instituída a correção monetária pelo art. 185 da Lei nº 6.404/76. Do ponto de vista fiscal, a obrigatoriedade do reconhecimento da inflação nas demonstrações contábeis veio com o Decreto-Lei nº 1.598/77, que deter- minava que todas as pessoas jurídicas sujeitas à tributação do Imposto de Renda com base no Lucro Real (Lucro Contábil ajustado para fins fiscais) eram obrigadas a adotar a sistemática de correção monetária então vigente pela lei societária. Os efeitos dessa correção monetária eram refletidos nos resultados do exercício e no Balanço Patrimonial, por meio da atualização das contas do Ativo Permanente e do Patrimônio Líquido. (GELBECK et al., 2018, p. 765) Após o período de grandes inflações vividos pelo Brasil desde a década de 80 e 90, entrou em vigor o Plano Real, estabilizando as grandes oscilações inflacionárias do país. Em 1995, a correção monetária foi revogada das demonstrações contábeis de que tratavam a Lei nº 7.799/89 e o art. 1º da Lei nº 8.200/91. Em 1996, a Comissão de Valo- res Mobiliários (CVM) emitiu a Instrução nº 248/96, passando a exigir a apresentação de demonstrações contábeis e das informações contábeis e financeiras trimestral- mente, conforme instituído pela Lei nº 9.249/95, tornando facultativa a elaboração e divulgação em moeda de capacidade aquisitiva constante. O manual de Contabilidade societária nos apresenta que, “finalmente, pelo Parecer de CVM nº 29/96, foram estabelecidos os requisitos (tais como periodicidade, conteú- do mínimo, critérios de elaboração e índice a ser utilizado) a serem levados em consi- deração pelas empresas que optassem por divulgar voluntariamente informações complementares”. Os autores Gelbcke et al. (2018, p. 766) relatam que: O fato de não mais se corrigirem monetariamente os balanços provoca tribu- tação sobre o patrimônio líquido (em outras palavras, tributação sobre o capi- tal) e distorções significativas nas demonstrações contábeis das empresas. Podemos concluir, portanto, que tudo o que se avançou com a Lei nº 6.404/76 foi jogado fora pela Lei nº 9.249/95. 39 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii SUMÁRIO Portanto, a maior finalidade da correção integral dos relatórios contábeis é utilizar-se de uma única moeda, permitindo explicar o efeito inflacionário sobre as demonstra- ções de acordo com o tempo que foi publicada. 2.1.1.1 CORREÇÃO INTEGRAL A adoção de um Sistema de Correção Integral gera atualização de todos os valores históricos das demonstrações contábeis para uma única data, mas é preciso ressaltar que não deve ser confundido com valores de mercado ou de reposição, mantendo, portanto, o Princípio do Custo Original como Base de Valor (GELBECKE et al., 2018). O texto do manual de Contabilidade societária também destaca algumas razões pelas quais a implantação do Sistema de Correção Integral é necessária em épocas de inflação. Essas razões são: a. Perda da capacidade de compra das disponibilidades e dos valores a receber. Mesmo que os empréstimos, as aplicações financeiras e os direitos originados de vendas rendam juros e variações monetárias, tais valores não deixam que a inflação reduza o poder de compra dos valores originais envolvidos. A cobrança de juros, a correção monetária, o acréscimo de preços na venda a prazo etc. são em grande parte compensações decorrentes dessas perdas inflacionárias. Se os acréscimos ultrapassarem as perdas, tem-se um ganho; caso contrário, haverá um prejuízo na manutenção desses ativos monetários. Normalmente, a Conta- bilidade se apropria dessas receitas financeiras (ou de vendas, quando resultam em aumento de preço faturado), mas sem lhes contrapor aquelas perdas. b. Ganho de capacidade de compra nos valores a pagar. Da mesma forma, os juros, as variações monetárias (por indicadores de correção da moeda nacional ou de câmbio) e outros encargos são em parte compensações que podem, ou não, ultrapassar o ganho pela manutenção das dívidas. Por exemplo, dever certa quantia com atualização de 10% a.a. de variação cambial mais 8% a.a. de juros pode representar um efetivo ganho, se a inflação for de 20% a.a., ou provocar um encargo real, se a inflação não ultrapassar 9% a.a. c. Lucro bruto distorcido quando se compara o preço de venda de hoje com o custo histórico de uma mercadoria adquirida há certo tempo. No mínimo, esse valor pago no passado precisaria ser corrigido pela inflação desse período, 40 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO evitando, assim, distorções. d. defasagem nos valores de ativos não monetários, como estoques, ativos permanentes e outros. e. desatualização dos valores de receitas e despesas nas demonstrações de resultado, pois são somadas importâncias dos dozes meses como se o poder de compra da moeda nacional de cada mês fosse igual. Tal ação provoca distor- ções, mesmo quando essas receitas e despesas ocorrem de forma homogênea durante o período. f. Enormes distorções na apresentação de demonstrações contábeis compara- tivas do exercício anterior, por seus valores originais. g. distorção nos índices de análise financeira, no dimensionamento do resulta- do operacional e outras distorções analiticamente verificáveis em trabalhos mais específicos. 2.1.1.2 METODOLOGIA DOS CÁLCULOS Para conseguirmos aplicar uma Metodologia de Cálculo de Correção Integral, deve- mos determinar qual o melhor índice para atualizar os valores das demonstrações contábeis. FIGURA 2 - CÁLCULOS MONETÁRIOS Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019. 41 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii SUMÁRIO Seguindo as orientações do manual de Contabilidade societária, devemos também separar as contas em monetárias e não monetárias. Para tratarmos dos itens monetá- rios, o Pronunciamento Técnico CPC 02 (R2) do Comitê de Pronunciamentos Contá- beis traz a seguinte definição: “A característica essencial de item monetário é o direito a receber (ou a obrigação de entregar) um número fixo ou determinável de unidades de moeda”. Os itens monetários são compostos pelas disponibilidades e pelos direi- tos e obrigações a serem liquidados com disponibilidades. Segundo Gelbcke et al. (2018, p. 767), os itens monetários podem ser subdivididos em: (1) itens monetários puros, compostos pelas contas de valor prefixado que não contêm qualquer forma de reajuste ou atualização, como o próprio caixa em moeda nacional; (2) itens monetários prefixados, que também não têm atualização, mas que possuem embutida algumaexpectativa de inflação já inserida em seu valor, como Contas a Receber de vendas a prazo; e (3) itens monetários indexados, que são as contas monetárias sujeitas à atuali- zação por índice pós-fixado, como os empréstimos em TR ou dólar. Para os itens não monetários, o Pronunciamento Técnico CPC 02 (R2) do Comitê de Pronunciamentos Contábeis define que: [...] a característica essencial de item não monetário é a ausência do direito a receber (ou da obrigação de entregar) um número fixo ou determinável de unidades de moeda. Os itens não monetários são todos os demais, ou seja, representam bens (estoques, imobilizado etc.), despesas antecipadas (segu- ros, juros, aluguéis a apropriar, adiantamentos a serem liquidados em bens (a fornecedores, de clientes etc.). (GELBCKE et al., 2018, p. 767) Analisando os itens monetários propostos, podemos entender que a lógica da corre- ção integral é: primeiro, trazer os valores de algumas contas contábeis a valor presen- te e, depois, corrigir de acordo com a inflação. Vejamos uma aplicação, conforme tabela a seguir. 42 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO TABELA 8 - BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA JBC ANO 31/12/X2 ANO 31/12/X2 AC PC Caixa R$10.300,00 Fornecedor R$41.800,00 Banco R$10.000,00 Empréstimo R$6.600,00 Cliente R$1.200,00 Estoque final R$12.000,00 total aC r$33.500,00 total PC r$48.400,00 ANC PL Capital social R$12.000,00 Imobilizado LPA R$34.000,00 Máquinas e equipamentos R$61.900,00 (-) Depreciação acumulada (R$1.000,00) total anC r$60.900,00 total PL r$46.000,00 total r$94.400,00 r$94.400,00 Fonte: Elaborada pela autora. Segundo Gelbcke et al. (2018), temos que ajustar a moeda para períodos iguais. Anali- sando as contas patrimoniais do ano X2, teremos: O total do ativo X2, ficaria: 10.300 (caixa) + 10.000 (banco) + (cliente) + (estoque) + (imobilizado) – (depreciação acumulada) • Caixa – não precisa de ajuste. • Banco ou aplicações – não precisa de ajuste. • Clientes – por tratar de valores que vão vencer no futuro, deve ser trazido a valor presente. Imaginando que todo o saldo de clientes foi vendido em dez/X2 e vencem com 2 meses após o fechamento do Balanço (31/12/X2), descontados a 1% ao mês, teremos: Valor da conta / (1 + i) n • i = taxa de desconto • n = período ou tempo 43 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii SUMÁRIO Resolvendo (trazendo a valor presente) Valor da conta clientes em X2 = 1.200 i = 1% a.m. = 0,01 (1/100) n = 2 meses 1.200 / (1+0,01)2 1.200 / 1,0201 R$1.176,36 A taxa deve estar na mesma unidade de tempo do período, ou seja, 1% ao mês. Devemos usar o prazo em meses também. • Estoques – deve ser ajustado. Os valores a vencer devem ser trazidos a valor presente e depois corrigidos pela inflação do período. Considere que a data de aquisição dos estoques de R$12.000,00 foi no mês de novembro/X2 com vencimento em janeiro de X3, ou seja, dois meses para vencer – e considere uma taxa de 1% ao mês. Para ajustar o valor, teremos: 1º passo: resolvendo (trazendo a valor presente) Ano X2 12.000 / (1,01)2 = R$11.763,55 (valor presente do estoque na data de aquisição dele, novembro/X2) 44 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO 2º passo: ajustar de acordo com a inflação do período Vamos imaginar que os índices de inflação foram de: NOV/X2 101 DEZ/X2 102 Resolvendo (11.763,55 / 101) x 102 = R$11.880,02 (valor justo do estoque corrigido para a data de DEZ/X2) Veja se a lógica da correção integral que, além de trabalhar com a inflação, trabalha fortemente com o conceito de valor presente: na data da aquisição a prazo, o estoque está em moeda futura e precisa ser ajustado a valor presente; depois, esse montante precisa ser atualizado pela inflação daí para a frente. Na data do balanço pode ocorrer de ficar por valor maior ou menor do que o nominal do balanço legal sem correção e sem ajuste a valor presente, confor- me a circunstância. (GELBCKE et al., 2018, p. 769) Caso existam lotes de aquisições diferentes, você deve calcular lote a lote para atuali- zar e corrigir todos os valores; ao final, somam-se todos para chegar ao estoque final do período desejado. No caso de lotes adquiridos à vista, dentro da data final do fechamento do balanço não deve se fazer nenhum tipo de ajuste ou correção. Suponha que os R$12.000,00 do estoque tenham sido comprados à vista em dezembro/X2, na mesma data do fechamento do balanço. Não precisaria de ajuste. 45 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii SUMÁRIO • Imobilizado no valor de R$61.900,00, suponha que tenha adquirido em novembro/X2. Basta corrigi-lo aos índices do fechamento do balanço, dezem- bro/X2. Considerando os índices inflacionários dados no exemplo do estoque, teremos: R$61.900,00 / 101) x 102 = R$62.512,87 (valor ajustado à inflação do período, dez./X2) O mesmo procedimento que é feito no imobilizado será aplicado na deprecia- ção, utilizando-se os mesmos índices. • Depreciação, no ano X2, no valor de R$1.000,00; ajustando: (1.000 / 101) x 102 = R$1.009,90 10.300 (caixa) + 10.000 (banco) + 1.176,36 (cliente) + 11.880,02 (estoque) + 62.512,87 (imobilizado) – 1.009,90 (depreciação acumulada) Total do ativo ajustado e atualizado = R$94.859,35 Vejamos agora o lado do passivo. • Fornecedor no valor de R$41.800,00; deve ser ajustado a valor presente. Consi- dere a dívida adquirida em mês de novembro/X2 com vencimento em janeiro de X3, ou seja, dois meses para vencer, e considere uma taxa de 1% ao mês. Resolvendo (trazendo a valor presente) 41.800 / (1,01)2 = R$40.976,37 • Empréstimo, considerando uma boa contabilidade, já estará ajustado a valor presente, devendo, assim, manter o mesmo valor (GELBCKE et al., 2018, p. 46 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO 771). • Capital social deve ser ajustado de acordo com a inflação do período. Vamos considerar de novembro para dezembro. (12.000 / 101) x 102 = R$12.118,81 • O lucro do período, para que haja o fechamento do balanço ajustado, deve ser a diferença entre o ativo menos o passivo menos o capital social, em princípio (GELBECKE et al., 2018). Lucro = R$94.859,35 (ativo) – R$40.976,37 (fornecedor) – R$6.600,00 (empréstimo) – R$12.118,81 (capital social) Lucro = R$35.164,17 O novo balanço atualizado e ajustado ficaria assim: TABELA 9 - BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA JBC APÓS AJUSTES E EFEITOS INFLACIONÁRIOS ANO X2 ANO X2 AC PC Caixa R$10.300,00 Fornecedor R$40.976,37 Banco R$10.000,00 Empréstimo R$6.600,00 Cliente R$1.176,36 Estoque final R$11.880,02 total aC r$33.356,38 total PC r$47.576,37 ANC PL Capital social R$12.118,81 Imobilizado LPA R$35.164,17 Máquinas e equipamentos R$62.512,87 (-) Depreciação acumulada (R$1.009,90) total anC r$61.502,97 total PL r$47.282,98 total r$94.859,35 r$94.859,35 Fonte: Elaborada pela autora. Assim, devemos ajustar e corrigir os valores apurados nas demonstrações em perío- dos distintos, igualando os tempos da moeda, sendo possível fazer análises e compa- rações de indicadores econômicos e financeiros. 47 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii SUMÁRIO GELBCKE, Ernesto Rubens; IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARTINS, Eilseu; SANTOS, Ariovaldo dos. manual de Contabilidade societária: aplicável a todasas socie- dades, de acordo com as normas internacionais e do CPC. 3. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2018. (Capítulo 42). Não deixe de ler o capítulo 42 do manual de Contabilidade societária, pois, atra- vés dele, você terá acesso a outros exemplos e aprofundará nos ajustes necessá- rios a demonstrações contábeis. Bons estudos! 48 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO CONCLUSÃO Na análise das demonstrações contábeis, é comum utilizar-se de uma série histórica de resultados apurados nas contas contábeis com o objetivo de comparar os resulta- dos econômicos e financeiros, alcançados em períodos distintos. Desse modo, é importante que os valores dos relatórios contábeis sejam corrigidos por algum índice que mede a inflação do período, igualando os valores a um mesmo nível de poder aquisitivo da moeda. Você deve ter atenção para alguns tipos de contas que, antes da correção inflacioná- ria, devem ser ajustados a valor presente, pois tratam de valores que têm vencimen- tos em datas futuras. O ajuste a valor presente deverá ser aplicado nas contas de fornecedor, clientes e outras que tenham data de vencimento, ou seja, compras ou vendas a prazo as quais vão se realizar em datas futuras. A contabilidade registra fatos contábeis que ocorre- ram no passado, que geram reflexos no presente e futuro. É por esse motivo que deve fazer os ajustes e correções apresentadas nesta unidade, evitando-se análises ilusórias de alguns indicadores econômicos e financeiros que sempre estão registrados em datas diferentes. Embora o Brasil não passe por momentos hiperinflacionários, como na década de 80 e 90, todo gestor deve se atentar aos efeitos da inflação sobre os relatórios contábeis e financeiros. Utilizar-se das correções e ajustes necessários antes de efetuar qualquer tipo de análise é recomendado, em especial pelos os autores Gelbcke et al. (2018). Assim, a partir das razões e benefícios apresentados nesta unidade, espera-se que você esteja convencido da relevância de se aplicar as correções e ajustes necessários nos relatórios financeiros e contábeis. Em mercados competitivos, deve haver uma boa gestão baseada em indicadores financeiros e econômicos dentro das organizações. Portanto, os efeitos inflacionários devem ser considerados, em especial, quando se tratar de resultados extraídos de relatórios contábeis e financeiros com períodos de apuração diferentes. 49 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii SUMÁRIO OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: UNIDADE 3 > Conhecer os tipos de indicadores econômicos e financeiros. > Calcular os principais indicadores econômicos e financeiros. > Analisar os indicadores econômicos e financeiros. > Entender como funcionam os principais indicadores de rotação. 50 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO 3 ANÁLISE POR INDICADORES ECONÔMICOS E FINANCEIROS Nesta unidade, você calculará e analisará os indicadores econômicos e financeiros que são essenciais para a tomada de decisão dentro dos diferentes tipos de organi- zações. Estes serão os tópicos estudados nesta unidade: avaliar a capacidade de pagamento das empresas, seu nível de endividamento, rentabilidade e a rotação das contas que compõem o capital de giro das empresas. Mesmo que você não trabalhe nessa área específica, deve conhecer e praticar os cálculos e análises dos índices econômicos e financeiros, uma vez que é por meio deles que os gestores avaliarão a saúde econômica e financeira do negócio e traçarão novas metas, com o objetivo de alcançar melhores resultados. Nesse sentido, é importante o estudo desta unidade para a construção da competên- cia e habilidade profissionais na área de gestão. Assim, você estará apto a efetuar os cálculos e análises dos principais indicadores econômicos e financeiros. Bons estudos! INTRODUÇÃO No estudo da unidade, você aprenderá a efetuar os cálculos e análises dos chamados indicadores econômicos e financeiros que evidenciam várias situações que a empre- sa apresenta em determinado período. Acompanhar o desempenho da entidade é fundamental para garantir sua sobrevi- vência no mercado. Você, por exemplo, ao trabalhar em uma empresa, já pensou na capacidade de honrar as dívidas, ou seja, se você receberá seu salário no final do mês? 51 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii SUMÁRIO Em outras palavras, será que a entidade consegue quitar suas contas em dia? É por meio da chamada análise de liquidez que se pode analisar a capacidade de pagamento das entidades. Existem outros indicadores econômicos e financeiros, tais como os que medem a estrutura de capital da empresa, se ela utiliza mais capital de terceiros ou próprio. No estudo desta unidade, você aprenderá também os chamados índices de rentabi- lidade, que mostram o retorno que o negócio proporciona. Além desses indicadores apresentados, existem os índices de giro (rotação), que visam avaliar os prazos de estocagem da empresa, prazo de recebimento e prazo de pagamento aos fornece- dores, no objetivo de equilibrar as finanças empresariais. Portanto, ao estudar esta unidade, você estará apto a efetuar os cálculos e análises dos indicadores econômicos e financeiros, com o objetivo de direcionar a tomada de decisão de forma mais assertiva. Bons estudos! 3.1 ANÁLISE POR INDICADORES ECONÔMICOS E FINANCEIROS A análise de indicadores econômicos e financeiros visa avaliar a situação da empresa de acordo com a sua série histórica de resultados demonstrados nos relatórios contá- beis. Os índices podem ser expressos em reais ou porcentagem. Por meio dos cálculos dos índices, é possível emitir um breve relatório avaliando a situação econômico-financeira da entidade em vários anos, comparando-os. Segun- do Hoji (2017), com os índices é possível classificar a situação da empresa como ótima, boa, satisfatória ou deficiente, em comparação aos índices de outras empresas do mesmo segmento que tenham publicado suas demonstrações. 3.1.1 ÍNDICES DE ESTRUTURA DE CAPITAL Os índices de estrutura de capital visam analisar a aplicação do capital de longo prazo e estrutura de capital (HOJI, 2017). Esses índices mostram o grau de dependência da 52 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO empresa com relação aos recursos de terceiros e o nível de imobilização do capital. “Quanto menor o índice, melhor.” De acordo com Vicenconti (2018), quanto mais capital de terceiros a entidade utiliza, mais endividada ela estará, então pode haver a possibilidade de não conseguir quitar todas as obrigações com terceiros. Os autores Vicenconti e Neves (2018) apresentam três índices de estrutura de capital, já Hoji (2017) apresenta quatro. Veja as fórmulas e o que esses autores indicam. TABELA 10 - ÍNDICES DE ESTRUTURA DE CAPITAL: VICENCONTI E NEVES INDICADORES DE ESTRUTURA DE CAPITAL DE TERCEIROS indicadores Fórmulas análise ideal ET - Endividamento geral ou total ET = (Passivo circulante + Passivo não circulante) / Ativo total Para cada R$ 1,00 de ativo total, o quanto a empresa tem para quitar suas dívidas. Se multiplicar por 100, mostra quantos por cento do capital de terceiros financia o ativo. "Quanto menor, melhor." GT - Garantia de capital de terceiros GT= (Passivo circulante + Passivo não circulante) / Patrimônio líquido Para cada R$ 1,00 de dívida total, o quantoa empresa tem de capital próprio. "Quanto maior, melhor." Quociente Quociente = Passivo circulante / (Passivo circulante + Passivo não circulante) Para cada R$ 1,00 de dívida total, o quanto é de curto prazo. "Quanto menor, melhor." Fonte: Adaptada de VICENCONTI; NEVES, 2018. Destaca-se que o índice de Endividamento Total (ET) é o mesmo que o chamado Participação de Capital de Terceiros (PCT), utilizado por Hoji (2017). O índice quociente, conforme a tabela indicada, também pode ser chamado de Composição de Endividamento (CE) e trata da mesma fórmula citada por Hoji (2017). Na sequência, há a tabela com o resumo dos índices de estrutura de capital tratada também pelo autor. 53 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii SUMÁRIO TABELA 11 - ÍNDICES DE ESTRUTURA DE CAPITAL: HOJI INDICADORES DE ESTRUTURA DE CAPITAL DE TERCEIROS indicadores Fórmulas análise ideal PCT - Participação de capital de tercei- ros sobre os recursos totais (o mesmo que o endividamento total, usado por Vicenconti e Neves (2018)) PCT= (Passivo circu- lante + Passivo não circulante) / Total do balanço Para cada R$ 1,00 de recursos totais, o quanto é de recursos de terceiros. Que seja MENOR que R$ 1,00. "Quanto menor, melhor." CE - Composição de endividamen- to (o mesmo que o quociente, usado por Vicenconti e Neves (2018)) Quociente = Passivo circulante / (Passivo circulante + Passivo não circulante) Para cada R$ 1,00 de dívida total, quanto a empresa deve no curto prazo. Se multi- plicar esse resulta- do por 100, mostra quantos por cento das dívidas totais são de curto prazo. "Quanto menor, melhor." ICP - Imobilização do capital próprio ICP = (Investimento + Imobilizado + Intan- gível) / Patrimônio líquido Indica o quanto a empresa investiu no ativo permanente para cada R$ 1,00 de capital próprio. Se der acima de R$ 1,00, indica que a empresa utilizou todo o recurso próprio mais capital de terceiros para aplicar no ativo permanente. IRNC - Imobilização dos recursos não correntes IRNC = (Investimento + Imobilizado + Intan- gível) / (Passivo não circulante + Patrimô- nio líquido) Para cada R$ 1,00 de recursos de longo prazo, o quanto a empresa aplicou em ativos de natureza permanente. Fonte: Adaptada de HOJI, 2015. Hoji (2017), conforme exposto na tabela anterior, cita quatro tipos de índices de estru- tura de capital. Veja uma aplicação conforme as informações extraídas do balanço patrimonial a seguir. 54 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO TABELA 12 - BALANÇO PATRIMONIAL: EMPRESA X, ANO 31/12/X0 aC - ativo circulante Caixa R$ 10.300,00 Banco R$ 10.000,00 Duplicatas a receber R$ 1.200,00 Estoque final R$ 12.000,00 total aC r$33.500,00 anC - ativo não circulante Realizável a longo prazo Clientes LP R$ 8.000,00 Investimento Terrenos para futura expansão R$ 16.300,00 Investimento em outras empresas R$ 20.300,00 Imobilizado Intangível Patente R$ 16.300,00 Total ANC R$ 60.900,00 PC - Passivo circulante Salários a pagar R$ 6.500,00 Pró-labore R$ 10.200,00 Fornecedor R$ 1.600,00 Empréstimo R$ 20.000,00 Dividendos R$ 3.500,00 Total PC R$ 41.800,00 PnC - Passivo não circulante Empréstimo LP R$ 6.600,00 total PnC r$ 6.600,00 PL Capital social R$ 12.000,00 LPA R$ 34.000,00 Total PL R$ 46.000,00 total r$ 94.400,00 total r$ 94.400,00 Fonte: Elaborada pela autora. Resolvendo os índices de estrutura de capital, têm-se os valores e a análise resu- midos na próxima tabela. 55 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii SUMÁRIO TABELA 13 - CÁLCULOS E ANÁLISES DOS ÍNDICES DE ESTRUTURA DE CAPITAL: VICENCONTI E NEVES INDICADORES DE ESTRUTURA DE CAPITAL DE TERCEIROS indicadores Fórmulas Cálculo resposta análise ET - Endividamento geral ou total ET = (Passivo circulante + Passivo não circulante) / Ativo total (41.800 + 6.600) / 94.400 R$ 0,51 Para cada R$ 1,00 de ativo total, a empresa utilizou R$ 0,51 de capital de terceiros. GT - Garantia de capital de terceiros GT = Patrimônio líquido / (Passivo circulante + Passivo não circulante) 46.000 / (41.800 + 6.600 ) R$ 0,95 Para cada R$ 1,00 de dívida total, a empresa tem R$ 0,95 de capital próprio. Quociente Quociente = Passivo circulante / (Passivo circulante + Passivo não circulante) 41.800 / (41.800 + 6.600 ) R$ 0,86 Para cada R$ 1,00 de dívida total, R$ 0,86 é de curto prazo. Se multiplicar por 100, indica que 86% das dívidas totais da empresa vencem no curto prazo (dentro de 1 ano). Fonte: Elaborada pela autora. Resolvendo conforme propõe Hoji (2017), têm-se os resultados na tabela a seguir. TABELA 14 - CÁLCULOS E ANÁLISES DOS ÍNDICES DE ESTRUTURA DE CAPITAL: HOJI INDICADORES DE ESTRUTURA DE CAPITAL DE TERCEIROS indicadores Fórmulas Cálculo resposta análise PCT - Participação de capital de terceiros sobre os recursos totais PCT= (Passivo Circulante + Passivo não circulante) / total do balanço (41.800 + 6.600) / 94.400 R$ 0,51 Para cada R$ 1,00 de ativo total, a empresa utilizou R$ 0,51 de capital de terceiros. CE - Composição de endividamento Quociente = Passivo circulante / (Passivo circulante + Passivo não circulante) 41.800 / (41.800 + 6.600) R$ 0,86 Para cada R$ 1,00 de dívida total, R$ 0,86 é de curto prazo. Se multiplicar por 100, indica que 86% das dívidas totais da empresa vencem no curto prazo (dentro de 1 ano). ICP - Imobilização do capital próprio ICP = (Investimento + Imobilizado + Intangível) / Patrimônio líquido (36.600+ 0 + 16.300) / 46.000 R$ 1,15 Para cada R$ 1,00 de recurso próprio, a empresa aplicou R$ 1,15 nos ativos de natureza permanente, ou seja, usou o capital próprio todo e mais R$ 0,15 de capital de terceiros. 56 Estrutura das dEmonstraçõEs ContábEis ii FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO INDICADORES DE ESTRUTURA DE CAPITAL DE TERCEIROS IRNC - Imobilização dos recursos não correntes IRNC = (Investimento + Imobilizado + Intangível) / (Passivo não circulante + Patrimônio líquido) (36.600+ 0 + 16.300) / (6.600 + 46.000) R$ 1,01 Para cada R$ 1,00 de recursos de longo prazo, a empresa aplicou R$ 1,01 nos ativos de natureza permanente, ou seja, usou todos os recursos de longo prazo mais R$ 0,01 de capital de terceiros de curto prazo. Fonte: Elaborada pela autora. Portanto, para a entidade verificar o grau de endividamento e aplicações em ativos permanentes, devem ser utilizados os indicadores
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