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TEMA 01 JÚRI I Aula II Princípios Constitucionais

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MÓDULO 8: JÚRI, NULIDADES, 
RECURSOS E AÇÕES DE IMPUGNAÇÃO 
 
TEMA 1 – JÚRI I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RESUMO 
 
PLENITUDE DA DEFESA (Art. 5º, inciso XXXVIII, alínea a) 
 
Tal princípio versa sobre a garantia de defesa pertencente ao réu. Será desempenhada por 
defensor devidamente constituído, que poderá fazer uso de artefatos não apenas jurídicos para 
que sua defesa seja realizada, mas também sociais, de política criminal, emocionais etc. Como 
também poderá ser realizada pelo próprio acusado, estando assegurado a ele o direito de 
expor os fatos sob sua perspectiva, esta chamada de autodefesa. Além do mais, está garantida 
ao réu a fiscalização de sua defesa, portanto, se constatado que este não está devidamente 
defendido, poderá o juiz declarar o réu como indefeso, e lhe nomear outro defensor. 
 
Vale ressaltar a diferença entre ampla defesa e plenitude da defesa. Enquanto a ampla defesa 
consiste em princípio assegurado a todo e qualquer acusado, a plenitude da defesa diz respeito 
a instituto aplicado somente aos réus do Tribunal do Júri, com o intuito de garantir-lhes a 
defesa perfeita. Segundo Nucci, “o que se busca aos acusados em geral é a mais aberta 
possibilidade de defesa, valendo-se dos instrumentos e recursos previstos em lei e evitando-se 
qualquer forma de cerceamento. Aos réus, no Tribunal do Júri, quer-se a defesa perfeita”. 
 
SIGILO DAS VOTAÇÕES (Art. 5º, inciso XXXVIII, alínea b) 
 
Trata-se de princípio que busca a imparcialidade da decisão tomada no Tribunal do Júri. Para 
que tal princípio seja efetivo, é determinado que a votação aconteça em sala secreta, contando 
com a presença do juiz, do defensor, dos membros do judiciário, do órgão acusatório e seu 
assistente. Assim, os jurados não ficam expostos à pressão popular advinda do público que 
acompanha o julgamento. 
 
Para que haja plenitude na execução deste princípio, foi decidido que a apuração seja feita por 
maioria, sem revelação do quórum total, como feito há algum tempo, onde era exposta a 
quantidade de votos nesta ou naquela direção. 
 
Outra forma de assegurar que a votação seja completamente sigilosa, garantindo a 
imparcialidade do júri é a incomunicabilidade, aplicada aos jurados, a fim de que não haja de 
nenhuma maneira influência no voto. 
 
 
Aula II – Princípios Constitucionais 
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O instituto do sigilo das votações em nada fere o princípio da publicidade constitucionalmente 
assegurado, como apontam alguns autores, já que o instituto tem como premissa garantir ao 
réu julgamento imparcial, e não esconder o seu resultado para o público em geral. 
 
Vale ressaltar que o termo “sala secreta” traz uma visão parcial sobre a realidade dos fatos, 
dado que, como supracitado, a votação ocorre diante de diversos membros do Poder 
Judiciário, ou seja, a votação ocorre com alguns espectadores, o que a torna secreta somente 
para os demais que assistem à sessão. A intenção com este termo foi afastar a possível 
manifestação do público que acompanha o julgamento, fazendo com que este seja o mais 
imparcial possível. 
 
SOBERANIA DOS VEREDITOS (Art. 5º, inciso XXXVIII, alínea c) 
 
A soberania dos vereditos garante que o Tribunal, em caso de recurso, não possa modificar 
decisão proferida pelo Tribunal Popular, garantindo a este a soberania da decisão da 
cidadania. 
 
Não obstante, vale ressaltar a relatividade deste princípio, pois há a possibilidade de revisão 
judicial, caso em que o réu condenado poderá vir a ser absolvido. Há também a possibilidade 
de apelação, sendo este o caso, poderá ocorrer a anulação deste julgado para que seja 
realizada outra sessão. 
 
A relatividade deste instituto se deve ao princípio da verdade real, que mesmo em caso de 
julgamentos do Tribunal do Júri, não poderá ser contrariado, pois se trata de princípio 
informador do direito processual penal. 
 
COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO DOS CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA (Art. 5º, 
inciso XXXVIII, alínea d) 
 
A Constituição Federal atribui ao Tribunal do Júri a competência para julgar os crimes dolosos 
contra a vida. São eles: Homicídio, Infanticídio, Aborto e Instigação, Induzimento ou Auxílio ao 
Suicídio. 
 
Salienta-se que o legislador apontou que é assegurada a competência do Tribunal do Júri para 
julgar os crimes dolosos contra a vida, mas não limitou a competência do Tribunal do Júri 
somente a eles. Afinal, os crimes conexos que tenham como resultado morte também serão 
julgados pelo Tribunal Popular. Contudo, não há impedimentos para que o legislador 
infraconstitucional confira outras infrações penais sob competência do Tribunal do Júri. 
 
A competência julgadora por parte do Tribunal é cláusula pétrea, pois o legislador tem a 
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intenção de que este, na prática, não desapareça, como é o caso de alguns países que não 
atribuíram competências exclusivas a ele. 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
“O Tribunal do Júri no Brasil teve a sua criação em Junho de 1822, só passando a ser 
efetivamente aplicado com o advento da Constituição Federal de 1824. Destarte, foi a partir da 
vigência da Carta Magna de 1988 que tal instituto teve a sua função destinada à proteção de 
crimes dolosos praticados contra a vida. 
 
O Constituinte originário trouxera, assim, a democracia de volta ao Tribunal do Júri, no capítulo 
que resguarda os “Direito e Deveres Individuais e Coletivos”, trazendo no bojo da Carta 
Suprema alguns dos princípios que o norteiam, como a garantia da plenitude da defesa, o sigilo 
das votações, a soberania dos veredictos, entre outros. Importante esclarecer, também, que a 
competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida é exclusiva do Tribunal do 
Júri. (...)”. 
 
Para a íntegra do texto, acesse o link abaixo: 
Princípios constitucionais do Tribunal do Júri 
 
JURISPRUDÊNCIA 
 
APELAÇÃO CRIMINAL - PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE - ART. 579, DO CPP - HOMICÍDIO 
QUALIFICADO - MATERIALIDADE COMPROVADA - INDÍCIOS SUFICIENTES DE AUTORIA - 
PRONÚNCIA MANTIDA - LEGÍTIMA DEFESA - MEDIDA EXCEPCIONAL - DÚVIDAS SOBRE 
O CONJUNTO PROBATÓRIO - COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL DO TRIBUNAL DO JÚRI 
- RECURSO DESPROVIDO. Embora a peça adequada à hipótese devesse ser o recurso em 
sentido estrito, em observância ao princípio da fungibilidade e por estarem presentes os 
pressupostos de admissibilidade, deve ser conhecida a apelação, com fulcro no artigo 579, do 
CPP. Comprovada a materialidade do crime, bem como havendo indícios suficientes para 
imputar a autoria ao recorrente, deve ser mantida a decisão de pronúncia, até porque esta 
apenas põe termo à primeira fase do procedimento do Júri, julgando tão somente admissível a 
acusação, sem, contudo, analisar o mérito. O reconhecimento da excludentede ilicitude pelo 
magistrado é medida excepcional, somente cabível quando inequívoca a sua presença, pois a 
existência de dúvida sobre a prática da conduta em legítima defesa demanda juízo de valor que 
corresponde ao próprio mérito da imputação, cuja análise compete exclusivamente ao 
Conselho de Sentença. Precedentes do STJ. Eventuais dúvidas sobre a avaliação do conjunto 
probatório devem ser resolvidas pelo Tribunal do Júri, uma vez ser o mesmo quem detém a 
competência constitucional para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida. Precedentes 
deste Tribunal. Recurso conhecido e desprovido. 
(TJ-ES - APL: 00005008020108080046, Relator: NEY BATISTA COUTINHO, Data de 
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http://www.ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=15328
Julgamento: 07/06/2017, PRIMEIRA CÂMARA CRIMINAL, Data de Publicação: 19/06/2017) 
 
FONTE BIBLIOGRÁFICA 
 
NUCCI, Guilherme de Souza. Tribunal do Júri. 2. ed. São Paulo: Editora Revista dos 
Tribunais, 2011, págs. 23-35; 
BADARÓ, Gustavo. Processo Penal. São Paulo: Campus Jurídico, 2014. 2. ed., págs. 469-
473. 
CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. São Paulo: Saraiva, 1999. 3. ed., págs. 544-
545. 
SAVAZZONI, Simone de Alcantara. Direito Processual Penal. Rio de Janeiro: Forense, 
2006. 1. ed., págs. 221-222. 
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