Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 Módulo: Crimes em Espécie 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 4 Crimes contra a Paz Pública Aula 01 – Associação Criminosa A associação criminosa está tipificada na legislação nacional no art. 288 do Código de Penal de 1940, conforme: Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes: Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a participação de criança ou adolescente. A atual redação do elemento objetivo do típico, qual seja, a descrição da conduta penalmente censurável decorreu da Lei nº 12.850, de 2 de agosto de 2013 que: Define organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o procedimento criminal; altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); revoga a Lei nº 9.034, de 3 de maio de 1995; e dá outras providên- cias. Antes da promulgação da Lei de Organizações Criminosas, o art. 288 do Código Penal tinha por iuris crime de quadrilha ou bando, com a seguinte redação: Art. 288 – Associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de cometer crimes: Pena – reclusão, de um a três anos. Parágra- fo único – A pena aplica-se em dobro, se a quadrilha ou bando é armado. A partir das redações do artigo 288 do CP/40, é possível notar que a Lei de Orga- nizações Criminosas operou importantes mudanças que devem ser observadas no que tange à aplicação da Lei penal no tempo. Novatio legis in mellius: no que diz respeito à causa de aumento da pena para a hipótese de associação criminosa armada, temos uma redução de dobro para metade. Novatio legis in pejus: no que toca aos elementos constitutivos do tipo, temos um recrudescimento penal, ao passo que, pela redação atual, basta a existência de três asso- ciados, ao passo que a redação antiga exigia ao menos quatro. Ainda podemos notar, na redação trazida pela Lei de Organizações Criminosas, uma nova circunstância legal, qual seja, a causa especial de aumento da pena (até metade) caso existe a participação de criança ou adolescente na organização. Após essa breve comparação entre as redações do tipo penal para situar a histo- ricidade do delito em espécie, cumpre registrar os aspectos teóricos mais relevantes do tipo em estudo. Tema 06: 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 5 Crimes em Espécie Nos termos do art. 288 do Código de Penal de 1940, é classificável como delito de associação criminosa a reunião de três ou mais pessoas com a finalidade específica de cometer crimes. Trata-se, portanto, de um tipo penal em que o sujeito ativo pode ser qual- quer um, enquanto o sujeito passivo será a sociedade e seu objeto, tanto jurídico como material será considerado a paz pública. Com a análise do tipo, é possível verificar que a palavra crimes (no plural) foi es- colhida pelo legislador com o intuito de demonstrar a durabilidade da infração. Enquanto a expressão para o fim específico demonstra a estabilidade deste. No que diz respeito ao cômputo de participantes, elemento essencial para cons- tituição do delito, é interessante notar que não é necessário que todos os agentes sejam imputáveis. Seja como for, a participação de menor em associação criminosa implica em causa de aumento de pena, se comprovada a efetiva participação e consciência da prática do ilícito por parte do menor (artigo 288, parágrafo único, do Código Penal). Assim também, este tipo comporta o aumento de pena nos casos de associa- ção para fins de cometimento de crimes hediondos ou equiparados, em que de 1 (um) a 3 (três) anos a pena aumenta para de 3 a 6 (seis) anos (artigo 8º, lei 8.072/90). Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do Código Penal, quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura, trá- fico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo. Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à autoridade o bando ou qua- drilha, possibilitando seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços. Será também causa de majorante da pena a utilização de arma, seja ela própria ou imprópria. O que significa dizer que poderão ser considerados como arma objetos des- tinados especificamente para fins bélicos (arma própria), como também objetos para fins diversos que eventualmente venham a ser usados como armas (arma imprópria), confor- me artigo 288, parágrafo único, do CP. Poderá ser feita a diferenciação da associação criminosa de mero concurso de agentes quando no primeiro se necessita de, no mínimo, três agentes para sua configura- ção, enquanto no segundo somente dois agentes é o suficiente para a qualificação. Há também a necessidade de cometimento de crime, não admitindo a figura da contravenção penal, como é aceita pelo concurso de agentes. E, por fim, vale lembrar a necessidade de estabilidade e durabilidade para que seja identificado como associação criminosa, enquanto o concurso de agentes necessita de somente um ato criminoso para ser configurado. Importante também diferenciar a associação criminosa da organização crimino- sa, já que a última demanda um mínimo de quatro integrantes, além de exigir constituição estruturada, hierarquizada, com divisão de tarefas entre os seus membros. Além disso, a organização deve voltar-se à prática de delitos cuja pena máxima supere quatro anos 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 Tema 06 - Aula 01 6 ou delitos de caráter transnacional. O referente artigo irá tratar da nova redação dada em 02 de agosto de 2013 ao artigo 288 do Código Penal Brasileiro, que passou a vigorar a partir de 16 de setembro de 2013, como Associação Criminosa, sendo esta análise rea- lizada através do entendimento doutrinário e jurisprudencial passando por todas as etapas que constituem e caracterizam o crime até por fim chegar a sua consumação. Tem também como objetivo demonstrar à diferença entre Organização Criminosa e Associação Criminosa. A importância de abordar este tema é delimitar as controvérsias existentes que surgem ao estudar o assunto, sendo, desta maneira, o artigo baseado nas obras de alguns dos renomados doutrinadores do direito brasileiro, assim como nas jurispru- dências do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal. Código Penal Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de come- ter crimes: Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a participação de criança ou adolescente. Quanto ao delito de associação criminosa, melhor sorte não assiste ao apelante. Conforme leciona Nucci, “trata-se de crime comum (aquele que pode ser cometido por qualquer pessoa); formal (crime que não exige, para sua consumação, resultado naturalís- tico, consistente no cometimento efetivo do delito) [...].” [...] O referido crimese consuma com a associação visando o cometimento de crimes, independentemente do efetivo come- timento destes delitos. Neste caso, restou claramente demonstrado o dolo existente entre os réus em manterem uma associação visando o cometimento de crimes. Depreende-se, portanto, que não se tratava de atos isolados e nem mero concurso de agentes. Desta Leitura Complementar PARA LEITURA DO TEXTO NA ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI: Legislação Jurisprudência 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 https://www.fag.edu.br/upload/contemporaneidade/anais/55954c7c6257d.pdf 7 Crimes em Espécie forma, não há como concluir que, da maneira como estavam organizados e preparados para agir, com a efetiva prática de um crime de furto qualificado, e as circunstâncias acima mencionadas, inexistem habitualidade e estabilidade nessa associação. Assim, o decreto condenatório em relação ao crime de associação criminosa é medida que se impõe. (Ape- lação 0004398-95.2019.8.26.0269, TJSP, Data de publicação: 04/08/2020). ALVES, Jamil Chaim. Manual de Direito Penal: Parte Geral e Parte Especial, Juspo- divm, 2020. BRASIL. Decreto-Lei nº 2.848, de 07 de dezembro de 1940. Código Penal. Brasília, DF. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado. htm>. Acesso em: 19/05/2020. BRASIL. Decreto-Lei nº 3.689, de 03 de outubro de 1941. Código de Proces- so Penal. Brasília, DF. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/ del3689.htm>. Acesso em: 19/05/2020. BRASIL. Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984. Institui a Lei de Execução Penal. Bra- sília, DF. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7210.htm>. Acesso em: 19/05/2020. BRASIL. Lei nº 13.964, de 24 de dezembro de 2019. Aperfeiçoa a legislação penal e processual penal. Brasília, DF. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ ato2019-2022/2019/lei/L13964.htm>. Acesso em: 19/05/2020. CAROLLO, João Carlos. O Latrocínio e a Súmula 610 do STF. <http://www.cartafo- rense.com.br/conteudo/artigos/o-latrocinio-e-a-sumula-610-do-stf/6994>. Acesso em: 30/07/2020 GRECO FILHO, Vicente. Manual de processo penal. 12ª ed. São Paulo: Tirant Brasil, 2019. LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. 3. ed. Bahia: Editora Jus Podivm, 2015, págs. 618-626. 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 Tema 06 - Aula 01 8 LOPES Junior, Aury. Direito Processual Penal. – 17. ed. – São Paulo: Saraiva Edu- cação, 2020. NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de Direito Processo Penal. 17ª. Rio de Janeiro: Forense, 2020. ___________. Pacote Anticrime comentado. Rio de Janeiro: Forense, 2020. PACELLI, Eugenio. Curso de processo penal. 24ª ed. São Paulo: Atlas, 2020. Revista do Curso de Direito do Centro Universitário Brazcubas. PROCESSO LE- GISLATIVO E OS EFEITOS DO VÍCIO NA REDAÇÃO DA NORMA: um estudo da Lei 13.654/18 e sua (in)constitucionalidade, a partir do posicionamento do TJ/SP. < https:// revistas.brazcubas.br/index.php/revdubc/article/view/841>. Acesso em: 30/07/2020. TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo penal. 34ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012. 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8
Compartilhar