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TEMA 06 - Crimes contra a Paz Pública - Aula I Associação criminosa

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Crimes contra a Paz Pública
Aula 01 – Associação Criminosa
A associação criminosa está tipificada na legislação nacional no art. 288 do Código 
de Penal de 1940, conforme:
Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de 
cometer crimes: Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. Parágrafo único. 
A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a 
participação de criança ou adolescente. 
A atual redação do elemento objetivo do típico, qual seja, a descrição da conduta 
penalmente censurável decorreu da Lei nº 12.850, de 2 de agosto de 2013 que:
Define organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal, os 
meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o procedimento 
criminal; altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código 
Penal); revoga a Lei nº 9.034, de 3 de maio de 1995; e dá outras providên-
cias.
Antes da promulgação da Lei de Organizações Criminosas, o art. 288 do Código 
Penal tinha por iuris crime de quadrilha ou bando, com a seguinte redação: 
Art. 288 – Associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, 
para o fim de cometer crimes: Pena – reclusão, de um a três anos. Parágra-
fo único – A pena aplica-se em dobro, se a quadrilha ou bando é armado.
A partir das redações do artigo 288 do CP/40, é possível notar que a Lei de Orga-
nizações Criminosas operou importantes mudanças que devem ser observadas no que 
tange à aplicação da Lei penal no tempo.
Novatio legis in mellius: no que diz respeito à causa de aumento da pena para a 
hipótese de associação criminosa armada, temos uma redução de dobro para metade.
Novatio legis in pejus: no que toca aos elementos constitutivos do tipo, temos um 
recrudescimento penal, ao passo que, pela redação atual, basta a existência de três asso-
ciados, ao passo que a redação antiga exigia ao menos quatro. Ainda podemos notar, na 
redação trazida pela Lei de Organizações Criminosas, uma nova circunstância legal, qual 
seja, a causa especial de aumento da pena (até metade) caso existe a participação de 
criança ou adolescente na organização.
Após essa breve comparação entre as redações do tipo penal para situar a histo-
ricidade do delito em espécie, cumpre registrar os aspectos teóricos mais relevantes do 
tipo em estudo. 
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Nos termos do art. 288 do Código de Penal de 1940, é classificável como delito de 
associação criminosa a reunião de três ou mais pessoas com a finalidade específica de 
cometer crimes. Trata-se, portanto, de um tipo penal em que o sujeito ativo pode ser qual-
quer um, enquanto o sujeito passivo será a sociedade e seu objeto, tanto jurídico como 
material será considerado a paz pública.
Com a análise do tipo, é possível verificar que a palavra crimes (no plural) foi es-
colhida pelo legislador com o intuito de demonstrar a durabilidade da infração. Enquanto 
a expressão para o fim específico demonstra a estabilidade deste. 
 No que diz respeito ao cômputo de participantes, elemento essencial para cons-
tituição do delito, é interessante notar que não é necessário que todos os agentes sejam 
imputáveis. Seja como for, a participação de menor em associação criminosa implica em 
causa de aumento de pena, se comprovada a efetiva participação e consciência da prática 
do ilícito por parte do menor (artigo 288, parágrafo único, do Código Penal). 
 Assim também, este tipo comporta o aumento de pena nos casos de associa-
ção para fins de cometimento de crimes hediondos ou equiparados, em que de 1 (um) a 
3 (três) anos a pena aumenta para de 3 a 6 (seis) anos (artigo 8º, lei 8.072/90).
Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do 
Código Penal, quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura, trá-
fico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo. Parágrafo único. 
O participante e o associado que denunciar à autoridade o bando ou qua-
drilha, possibilitando seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a 
dois terços.
 Será também causa de majorante da pena a utilização de arma, seja ela própria 
ou imprópria. O que significa dizer que poderão ser considerados como arma objetos des-
tinados especificamente para fins bélicos (arma própria), como também objetos para fins 
diversos que eventualmente venham a ser usados como armas (arma imprópria), confor-
me artigo 288, parágrafo único, do CP. 
 Poderá ser feita a diferenciação da associação criminosa de mero concurso de 
agentes quando no primeiro se necessita de, no mínimo, três agentes para sua configura-
ção, enquanto no segundo somente dois agentes é o suficiente para a qualificação.
Há também a necessidade de cometimento de crime, não admitindo a figura da 
contravenção penal, como é aceita pelo concurso de agentes. 
E, por fim, vale lembrar a necessidade de estabilidade e durabilidade para que seja 
identificado como associação criminosa, enquanto o concurso de agentes necessita de 
somente um ato criminoso para ser configurado.
 Importante também diferenciar a associação criminosa da organização crimino-
sa, já que a última demanda um mínimo de quatro integrantes, além de exigir constituição 
estruturada, hierarquizada, com divisão de tarefas entre os seus membros. Além disso, 
a organização deve voltar-se à prática de delitos cuja pena máxima supere quatro anos 
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Tema 06 - Aula 01 6
ou delitos de caráter transnacional.
O referente artigo irá tratar da nova redação dada em 02 de agosto de 2013 
ao artigo 288 do Código Penal Brasileiro, que passou a vigorar a partir de 16 
de setembro de 2013, como Associação Criminosa, sendo esta análise rea-
lizada através do entendimento doutrinário e jurisprudencial passando por 
todas as etapas que constituem e caracterizam o crime até por fim chegar a 
sua consumação. Tem também como objetivo demonstrar à diferença entre 
Organização Criminosa e Associação Criminosa. A importância de abordar 
este tema é delimitar as controvérsias existentes que surgem ao estudar o 
assunto, sendo, desta maneira, o artigo baseado nas obras de alguns dos 
renomados doutrinadores do direito brasileiro, assim como nas jurispru-
dências do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal.
Código Penal
Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de come-
ter crimes: Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se 
houver a participação de criança ou adolescente. 
Quanto ao delito de associação criminosa, melhor sorte não assiste ao apelante. 
Conforme leciona Nucci, “trata-se de crime comum (aquele que pode ser cometido por 
qualquer pessoa); formal (crime que não exige, para sua consumação, resultado naturalís-
tico, consistente no cometimento efetivo do delito) [...].” [...] O referido crimese consuma 
com a associação visando o cometimento de crimes, independentemente do efetivo come-
timento destes delitos. Neste caso, restou claramente demonstrado o dolo existente entre 
os réus em manterem uma associação visando o cometimento de crimes. Depreende-se, 
portanto, que não se tratava de atos isolados e nem mero concurso de agentes. Desta 
Leitura Complementar
PARA LEITURA DO TEXTO
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forma, não há como concluir que, da maneira como estavam organizados e preparados 
para agir, com a efetiva prática de um crime de furto qualificado, e as circunstâncias acima 
mencionadas, inexistem habitualidade e estabilidade nessa associação. Assim, o decreto 
condenatório em relação ao crime de associação criminosa é medida que se impõe. (Ape-
lação 0004398-95.2019.8.26.0269, TJSP, Data de publicação: 04/08/2020).
ALVES, Jamil Chaim. Manual de Direito Penal: Parte Geral e Parte Especial, Juspo-
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BRASIL. Lei nº 13.964, de 24 de dezembro de 2019. Aperfeiçoa a legislação penal 
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ato2019-2022/2019/lei/L13964.htm>. Acesso em: 19/05/2020. 
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Tema 06 - Aula 01 8
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NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de Direito Processo Penal. 17ª. Rio de Janeiro: 
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GISLATIVO E OS EFEITOS DO VÍCIO NA REDAÇÃO DA NORMA: um estudo da Lei 
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