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DEPPRESSÃO, DELIRIUM, DESNUTRIÇÃO, SIST IMUNE Delirium – cap. 27 “Estar perturbado, desorientado”: manifestação neuropsiquiátrica de doença orgânica, + em idosos, por redução da taxa de metabolismo cerebral, tendo alentecimento difuso no padrão do EEG: confusão mental aguda. Síndrome cerebral orgânica sem etiologia específica. EPIDEMIOLOGIA: idosos hospitalizados, grande parte dos casos por complicação iatrogênica. Por muitas vezes única ou principal forma de apresentação da doença física potencialmente grave. ETIOLOGIA: multifatorial. Pode ser atribuído por afecção médica, uso ou abstinência de drogas, qualquer condição que compromete função cerebral pode causar delirium: infecções (meningite, pneumonia, ITU), fármacos (ADT, antiparkisonianos, neurolépticos, abstinência de hipnóticos e sedativos), doenças cardíacas e pulmonares que causam hipoxia, distúrbios metabólicos, transtornos do SNC, neoplasia, traumatismos, mudança de ambiente (hospitalização). QUADRO CLÍNICO: manifestação reflete largo espectro da disfunção cerebral, distúrbios na cognição (disfunção global é manifestação essencial), atenção e consciência (memória comprometida), no ciclo sono-vigília (sonolência diurna e sono noturno reduzido e fragmentado) e no comportamento psicomotor (hiper ou hipoatividade), alteração de sensopercepção (ilusões e alucinações visuais). Início agudo e curso flutuante. Característica marcante do delirium é a flutuação dos sintomas: dificulta muitas vezes o seu diagnóstico. FATORES DE RISCO • Predisponentes: já presentes na admissão hospitalar: déficit cognitivo prévio, doença grave (Apache>16), uremia e déficit sensorial. • Precipitantes: fatores adversos que contribuem para desenvolvimento de delirium: restrição física, má nutrição (albumina<3), uso >3 medicamentos (principalmente psicoativos), uso de sonda vesical e iatrogenia. • Fatores importantes: história prévia de delirium, depressão, alcoolismo, história de AVE e idade >75 anos. FISIOPATOLOGIA: toxicidade a fármacos e resposta a inflamação e estresse: manifestação neuropsiquiátrica não específica de um distúrbio do metabolismo cerebral e da neurotransmissão. - TEORIA NEUROQUÍMICA: evidencias que disfunção de NT tem participação importante na patogênese do delirium, sendo a deficiência relativa de acetilcolina um dos principais mecanismos: diminuição do nível de consciência e de excitabilidade, e prejuízo da memória, por isso fármacos anticolinérgicos que atravessam BHE podem precipitar delirium, além de condições como hipoxia, hipoglicemia, e deficiência de tiamina. Excesso de dopamina também pode ser causa de delirium, níveis aumentados ou diminuídos de serotonina, GABA quando aumentado como encefalopatia hepática, associação de antagonistas H2 e delirium, glutamato aumentado na hipoxia. - HIPÓTESE NEUROINFLAMATÓRIA: trauma, infecção e cirurgia podem levar ao aumento de mediadores inflamatórios, provocando uma reação exacerbada que pode levar ao comprometimento do SNC: ambiente inflamatório com citocinas pró inflamatórias e expansão da população microglial. → Imunossenescência: maior suscetibilidade a infecções e aumento 2-4x mediadores inflamatórios circulantes (citocinas e proteínas de fase aguda), reatividade aumentada da micróglia induzindo a um ambiente pró-inflamatório no cérebro, tornando o indivíduo idoso mais vulnerável a delirium. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS → DSM: - Distúrbio da atenção (ou seja, redução da capacidade de dirigir o foco, manter e desviar a atenção) e da consciência. - Mudança na cognição (como déficit de memória, desorientação, distúrbio da linguagem, distúrbio da percepção), que não é melhor explicada por uma demência preexistente ou estabelecida. - O distúrbio desenvolve-se após curto período de tempo (em geral horas a dias) e tende a flutuar durante o dia. - Evidência por meio da história, EF ou labs de que o distúrbio seja causado por consequências fisiológicas diretas de uma condição médica geral, uma substância intoxicante, uso de medicamentos ou mais de uma causa. INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO: dx é primariamente clínico. Aplicação sistemática de instrumentos de avaliação pode melhorar detecção. - Confusion Assessment Method (CAM): início agudo, distúrbio da atenção, pensamento desorganizado, alteração do nível de consciência, desorientação, distúrbio da memória, distúrbio da percepção, agitação psicomotora, retardo psicomotor, alteração do ciclo sono-vigília. DIAGNÓSTICO: etapas essenciais: estabelecer o diagnóstico sindrômico (clínica + critérios diagnósticos, pode instrumentos como CAM) e determinar a sua etiologia (clínica + labs: geralmente hemograma, exames bioquímicos, análise de urina, culturas e raio X de tórax) - Início agudo e curso flutuante dos sintomas, oscilação do nível de consciência e déficit de atenção são características marcantes do delirium DX DIFERENCIAL: principal é demência (início agudo em demências vasculares e distúrbios da percepção e flutuação dos sintomas na demência por corpos de Lewy), mas precisa distinguir de depressão (início gradual, sem alterações pronunciadas da cognição ou da atenção, mantendo estado de alerta normal) e psicoses funcionais (geralmente<40 anos, geralmente com história psiquiátrica anterior, estado de alerta, sem flutuação dos sintomas, alucinação + auditiva). PREVENÇÃO: identificação e intervenção em fatores de risco como prejuízo cognitivo, imobilidade, privação do sono, déficit sensorial e desidratação: estímulo cognitivo, redução de ruído noturno complementado por música suave e ingestão de bebida morna ao deitar-se, mobilização precoce, evitando-se ao máximo condições restritivas, como uso de sondas, cateteres ou restrição física, uso de óculos e aparelhos auditivos, e correção da desidratação. TRATAMENTO: correção da causa básica minimizando os sintomas, então precisa identificar fator etiológico envolvido e terapêutica. Sempre considera interromper ou reduzir dose de anticolinérgicos. Informações repetidas sobre orientação no tempo e no espaço, condições de saúde atual e procedimentos a serem realizados, podem ser extremamente úteis, além de presença de familiares e amigos próximos. - Tratamento farmacológico reserva para delirium hiperativo com agitação grave que tem risco de segurança do paciente e da equipe: antipsicóticos 1° linha, sendo haloperidol de escolha. Casos de delirium secundário à abstinência de álcool ou benzodiazepínicos, o tratamento é feito com benzodiazepínico, preferência lorazepam. PROGNÓSTICO: pior prognóstico tanto na vigência da internação, quanto após a alta hospitalar, relação com maior tempo de internação e complicações como quedas, úlceras de pressão, incontinência urinaria e prejuízo funcional. Depressão – cap. 32 EPIDEMIOLOGIA: significativa prevalência entre indivíduos idosos da comunidade, sendo ainda + em hospitalizados, sintomas depressivos aumentam quanto + velhos. ETIOLOGIA/FISIOPATOLOGIA: fatores genéticos, biológicos, epigenéticos e ambientais em proporções variáveis. Início tardio que começa >60-65a relacionada a fatores estressores que podem desencadear e/ou manter quadro depressivo. Lesões vasculares cerebrais são particularmente citadas como fatores de risco nessa população. Depressão também pode ser provocada por medicamentos e uso abusivo de álcool. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS: → Diagnóstico de episódio depressivo ou transtorno depressivo (≥2 episódios), é necessário que esteja presente um elenco de sintomas que compõem os critérios diagnósticos estabelecidos e revisados, de pelo menos uma dessas duas entidades (CID ou DSM), não tem distinção de sintomas por faixa etária para fins de diagnóstico. → LUTO: importante estressor que pode precipitar um episódio depressivo maior em indivíduos vulneráveis, pelo DSM-V (Manual de Diagnósticoe Estatístico de Doença Mental). Não é mais necessária à espera de 60d para estabelecimento do dx. QUADRO CLÍNICO: todos os sintomas da depressão em jovens são encontrados em idosos, tendo no idoso menos humor depressivo e mais anedonia, mais sintomas somáticos do que “psicológicos”, maior frequência de associação com doença física e/ou cerebral e presença maior de déficit cognitivo e disfunção executiva. - Depressão geriátrica (de início tardio) apresenta menos correlação familiar, maior prevalência de demência, piora no desempenho dos testes neuropsicológicos e dano auditivo neurossensorial. SUBTIPOS DEPRESSSÃO MAIS FREQUENTES EM IDOSOS - DEPRESSÃO VASCULAR: redução do interesse, retardo psicomotor, prejuízo na percepção e pouca agitação ou sentimento de culpa, além de uma possível piora na incapacidade. Déficit de fluência verbal e a anomia. Suspeita quando 1° episódio >85 anos e sem relação com história de depressão na família. - SÍNDROME DEPRESSÃO: disfunção executiva: causada por uma proeminente disfunção frontoestriatal e caracterizada por retardo psicomotor, redução de interesse, dano nas atividades instrumentais da vida diária (AIVD), insight limitado e sinais vegetativos. Resposta pobre, lenta e instável aos antidepressivos e requer um cuidadoso plano de acompanhamento. - DEPRESSÃO PSICÓTICA: + em idosos que em adultos jovens, associado a alucinações e/ou delírios, com maior risco de comportamento de autolesão. - DEPRESSÃO MELANCÓLICA: incapacidade de reagir a estímulos positivos, piora do humor pela manhã, culpa excessiva, despertar precoce, marcante retardo ou agitação psicomotora, perda de apetite ou peso. FATORES DE RISCO: doença cerebrovascular, idade, mulheres, estado civil (“solidão”), doença psiquiátrica, outros eventos de saúde, uso de medicamentos (anti-hipertensivos, diuréticos, digitálicos, analgésicos, corticosteroides, antipsicóticos benzodiazepínicos, antiparkinsonianos, tuberculostáticos e o álcool), escolaridade baixa, fatores socioeconômicos, viuvez, institucionalização, traumas psicológicos, falta de suporte social. CURSO • Resposta: melhora 50% dos sintomas inicialmente presentes • Remissão: desaparecimento dos sintomas • Recuperação: manutenção da remissão pelo menos 6-12 meses • Recaída: piora dos sintomas antes mesmo da remissão completa ou quando já teve remissão, mas ainda não recuperação • Recorrência: novo o episódio de depressão, pois acontece após a recuperação da doença DIAGNÓSTICO: clínico, pode usar critérios diagnósticos, quando indicação de antidepressivos tricíclicos (ADT) faz EEG, se déficit cognitivo associado ou suspeita de depressão vascular indica RM de encéfalo. INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO: escala de depressão geriátrica (GDS): instrumento mais popular para avaliação de sintomas depressivos em idosos, vantagem de não incluir sintomas somáticos (reduz interferência de sintomas de outras comorbidades): original 30 itens (depressão >11), + curta 15 itens (>5). COMORBIDADES ASSOCIADAS: DM, doença de Alzheimer, doença de Parkinson, DAC, HAS, câncer, AVE, esclerose múltipla, degeneração macular, dor crônica, hipotireoidismo. TRATAMENTO: 2 grupos de tratamento: biológicos (farmacoterapia, eletroconvulsoterapia ECT, estimulação magnética transcraniana e fototerapia) e não biológicos (psicoterapia). FARMACOTERAPIA: escolhe antidepressivo pelo perfil dos efeitos colaterais + sintomas clínicos + perfil de inibição de NT. Começa com doses baixas e vai aumentando aos poucos, fase de latência de 4-8 semanas para inicio da ação terapêutica, mas efeitos colaterais surgem + precocemente. Quadro 32.8 – sintomas e NT - Antidepressivos tricíclicos: primeira classe descoberta, bloqueio da bomba de recaptação da serotonina, norepinefrina e dopamina, efeitos colaterais tem relação com receptores colinérgicos muscarínicos (memória, visão turva, boca seca, obstipação, retenção urinaria), bloqueio receptores de histamina H1 (sonolência e ganho ponderal), bloqueio receptores alfa 1 (tontura e hipotensão), bloqueio canais de sódio no coração e cérebro. No idoso o mais indicado é a nortriptilina por melhor perfil de efeitos colaterais. - Inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRS): classe atualmente + usada em idosos por menos efeitos colaterais, tem potente bloqueio da recaptação da serotonina. Ex.: citalopram, escitalopram, fluoxetina, fluvoxamina, paroxetina e sertralina. Evita fluoxetina em idosos por elevação sérica de vários medicamentos. Relação com hiponatremia. - Inibidores seletivos de recaptação de norepinefrina (ISRN): norepinefrina!!! Melhoram humor, apatia, fadiga, alentecimento psicomotor: melhora funcionamento social. Não é 1° escolha na depressão, usa quando outros não tiveram sucesso. Reboxetina. - Inibidores seletivos de recaptação de serotonina e norepinefrina: seletividade por serotonina e norepinefrina, Duloxetina (início de ação mais lento no idoso), a milnaciprana, a venlafaxina (dose inicial age só na serotonina, quando aumenta >150 ai tem efeito dual) e a desvenlafaxina (principal metabolito ativo da venlafaxina) - Inibidores seletivos de recaptação de norepinefrina e dopamina (IRND): bupropiona age como pró-farmaco, metabolito ativo que faz ação terapêutica. Pacientes que não toleram os efeitos serotoninérgicos ou não respondem ao aumento da dose dos ISRS e nos portadores de doença de Parkinson. Não interfere no desempenho sexual - Dupla ação serotoninérgica e noradrenérgica pelo antagonismo alfa-2: ação final parecida com IRSN, mecanismo por antagonismo sobre receptores alfa 2 pré-sinápticos dos neurônios serotoninérgicos e noradrenergicos. Principal efeito colateral: sedação e ganho de peso. Mirtazapina e a mianserina. - Antagonistas de dupla ação sobre receptores serotonina 2a e inibição da recaptação de serotonina: nefazodona e trazodona principal ação bloqueio dos receptores 5-HT2A, bloqueio da recaptação da serotonina é inferior ao ISRS. - Inibidores da monoamina oxidase: não são 1° linha especialmente no idoso, por efeitos colaterais e possibilidade de hipertensão arterial grave. - Agonista de receptores melatoninergicos mt1 e mt2 e antagonista dos receptores serotoninergicos 2: agomelatina age em sintomas como humor deprimido, ansiedade, alentecimento psicomotor, transtorno do sono e fadiga, ainda precisa de mais estudos para população idosa. - Fitoterapia: extrato de Hypericum perforatum: erva-de-são- joão: só na depressão leve-moderada. ELETROCONVULSOTERAPIA: eficaz e segura, reservada para casos mais graves (risco de suicídio ou depressão recorrente): padrão ouro nesses casos. Rapidez de resposta. Entre 6-12 sessões. Principais efeitos colaterais são sonolência, agitação, confusão mental, que podem desaparecer em 30min e amnesia anterógrada. Contraindicação relativa: história recente de AVE (6 meses) ou IAM (3 meses) ESTIMULAÇÃO MAGNÉTICA TRANSCRANIANA: técnica não invasiva, que modula excitabilidade cerebral, inibindo ou excitando diferentes áreas corticais, melhorando sintomas depressivos. Pior resposta na depressão vascular e nos que tem redução do volume do lobo frontal. Efeitos colaterais são dor e desconforto na estimulação e cefaleia. FOTOTERAPIA: exposição à luz brilhante por curtos períodos durante o dia com o objetivo de restabelecer os níveis normais de serotonina e melatonina. Indicada para depressão sazonal. Os que melhor respondem são os que tem excesso de sono e apetite. Efeitos colaterais: cefaleia, sensação de vista cansada, alteração da acuidade visual, náuseas, insônia, tontura, fadiga, hipomania, sensação de ficar ligado, irritação na pele, precordialgia e palpitações. ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA CEREBRAL PROFUNDA: método para doença de Parkinson, mecanismo por estimulação elétrica por eletrodos implantados em região cerebralprofunda. PSICOTERAPIA: terapia cognitiva comportamental tem como foco de ação as distorções de pensamento do paciente e comportamentos disfuncionais, sendo terapia de curta duração. Terapia interpessoal enfoca como perda afeta o paciente. DEPRESSÃO X DEMÊNCIA – cap. 26 DEPRESSÃO: alta prevalência em idosos >65a, aumentando nos portadores de comorbidades, pode apresentar-se com queixas cognitivas (pode simular quadro de demência: pseudodemência depressiva). - Pctes com depressão conservam a informação aprendida, ao contrário daqueles com demência. Depressão de início precoce (<60 anos) é fator de risco para demência. PSEUDODEMÊNCIA: alteração cognitiva presentes em transtornos psíquicos, especialmente depressão no idoso, que realmente simulam muito um quadro demencial: resolvido com tratamento da depressão. DEMÊNCIA: tem prejuízo na funcionalidade, independência e autonomia do indivíduo, portadores podem ter quadros depressivos em diferentes fases da doença. - Na demência o humor tende a flutuar, enquanto na depressão é persistentemente baixo, déficit cognitivo tende a ser mais acentuado na demência do que na depressão, deprimidos em geral reportam suas dificuldades cognitivas, enquanto os demenciados comumente são levados ao médico pelos familiares. EEG: alentecimento as frequências básicas em 80% dos casos. Sistema imune – cap. 84 IMUNOSSENESCÊNCIA - Envelhecimento imunológico com modificações na resposta inata e adquirida: menor eficiência do sistema de defesa aumentando propensão e gravidade de doenças infecciosas, autoimunes e neoplásicas. - Marca do envelhecimento é o progressivo declínio dos três maiores sistemas de comunicação do corpo: imune, endócrino e nervoso. IMUNIDADE INATA: - Neutrófilos são afetados diminuindo potencial microbicida e interação com sistema adquirido, capacidade fagocitaria e quimiotatica tambem reduzidos: mais tempo de multiplicação bacteriana, aumentando dano tecidual. - Células dendríticas: relaciona sistema inato c/ adquirido: menor eficiência de apresentação de antígeno, tendo menor estimulação de linfócitos T - Monócitos/Macrófagos: aumentam em n° com a idade, mas reduzem a função - NK: aumento quantitativo com idade, mas com menor eficiência na produção de citocinas IMUNIDADE ADAPTATIVA: - Declínio da atividade da cel T: aumento na proporção entre cels de memória e virgens, tendo diminuição do potencial de reatividade a novos antígenos. - Involução do timo diminui geração de novas cels T, além de aumentar chance de fenômenos autoimunes. - Prevalência de um linfócito T com fenótipo senescente. - Cels virgens com defeito funcional, redução dos telômeros, diminuição de produção de IL2, prejuízo na expansão e diferenciação em célula efetora. Irreversibilidade da perda de sua capacidade replicativa. - Cels de origem fetal/neonatal tem capacidade de maior n° de divisões do que cels de indivíduos velhos: limite de Hayflick. - Linfocitos B não altera muito quantidade, mas qualidade dos anticorpos reduzida, tendo menor resposta a vacinas, por anticorpos com menor afinidade. - Diminuição da produção de IL2, mais liberação de TNF-a, IL1 e IL6: distúrbios inflamatórios crônicos: produção de mediadores inflamatórios e estimulação antigênica crônica podem gerar cronicidade inflamatória de baixo grau: inflamm-aging APRESENT ATÍPICAS DAS DOENÇAS NOS IDOSOS – CAPÍTULO 88 ??? - Instrumento importante para avaliação é a avaliação geriátrica ampla (AGA): difícil estabelecer relação linear e explicar todos os sintomas por único problema um idoso com qualquer síndrome geriátrica. - “Doença índice” a condição principal em estudo, e de comorbidades, uma ou mais doenças, agudas ou crônicas, que coexistem no momento do diagnóstico da doença principal ou posteriormente, mas que não são consequências desta. Multimorbidade é a ocorrência em um mesmo indivíduo de duas ou mais doenças crônicas. APRESENTAÇÃO ATÍPICA constitui-se na observação de sinais e sintomas que, embora não clássicos de uma doença, trazem pistas de uma ou mais enfermidades que podem estar envolvidas no processo. - Idosos podem apresentar alterações como ausência de febre em quadros infeciosos ou de dor em IAM: mais risco de diagnostico tardio, retardo na terapia, + sequelas e mortalidade FATORES PREDISPONENTES P/ MANIFESTAÇÃO ATÍPICA: idade avançada, diminuição da reserva funcional dos órgãos/sistemas, incapacidade de manter a homeostase, percepções equivocadas sobre o envelhecimento, multimorbidade, incapacidade funcional, deficiência cognitiva, polifarmácia, fragilidade. APRESENTAÇÕES NÃO ESPECÍFICAS QUE PODEM INDICAR DOENÇA GRAVE/POTENCIALMENTE FATAL EM IDOSOS: mudanças cognitivas e delirium, sensação de desconforto ou que algo não está bem, astenia, anorexia, quedas recorrentes, perdas de capacidade funcional e em atividades da vida diária, instalação de incontinência urinaria, taquipneia, alteração +-2°C da temperatura basal. FORMAS + COMUNS: alterações inexplicáveis da capacidade funcional, piora do estado mental, início ou intensificação de incontinência urinaria e/ou fecal, perda de peso ou dificuldade em aumentar, astenia, fadiga, apatia, quedas, dores generalizadas, PA instável, taquicardia e taquipneia, febre ausente ou inferior a gravidade da infecção. DOENÇAS COM MANIFESTAÇÕES ATÍPICAS: pneumonias, infecções urinarias, meningite, tuberculose, endocardite, IAM, ICC, insuficiência renal crônica, embolismo pulmonar, hematoma subdural cronico, diabetes, hipo e hipertireoidismo e paratireodismo, neoplasias malignas, depressão, iatrogenia INFECÇÕES - Sinal de alerta básico em processos infecciosos, valores de temperatura média basal e de febre alteram-se progressivamente durante o envelhecer. Delirium é um dos mais importantes sinais de alerta e de sintomatologia atípica desencadeada por infecções em idosos. Critérios internacionais aplicáveis a prática clínica: → Regra de Roghmann: decréscimo de 0,15°C/década de vida na T°C basal média: 70-79 anos em média 36°C → Critério de Yoshikawa e Norman: considera febre ≥1,1°C da temperatura basal em idosos, ou seja, sendo 36°C seria febre quando ≥ 37,1°C. Sarcopenia – cap. 126 - Importante instrumentos para avaliação da: → Força muscular: medida da força de preensão manual por dinamômetro: <30kg em homem e <20kg em mulheres → Massa muscular: pelo índice de massa muscular esquelética (IMME): determinação mais direta pela densitometria de corpo total: soma massa muscular dos braços + perna / estatura2: mulheres ≤ 5,67 e homens ≤ 7,23; bioimpedância pela formula de Jansen (MME) depois faz MME/estatura2 sendo pontos de corte grave (H ≤8,5 M≤5,75), moderada (H 8,51-10,75 M 5,76- 6,75), normal (H≥ 10,76, M≥6,76) → Desempenho físico: medida da velocidade de marcha (VPP), sendo <0,8 diminuição de desempenho físico. - Ingestão proteica é ponto central do tratamento sendo recomendação 0,8g/kg/dia, além de suplementação de vitD para ficar >100, além de exercício físico diário (treino de resistência e exercícios aeróbicos). Obesidade sarcopênica – cap 126 - Obesidade + Sarcopenia: deficiência de tecido muscular esquelético em relação ao tecido adiposo. - Intervenção do estado nutricional associado a condutas para diminuição do tecido adiposo. Essencial que tenha perda de gordura SEM diminuição da massa muscular. Perda de peso e exercício podem melhorar a fragilidade e a sarcopenia em idosos obesos. INTERVENÇÃO DIETÉTICA: 1. Determinação do valor calórico total (VCT): pelo cálculo do requerimento basal e pela taxa de atividade física ou pelas calorias/kg de peso. VCT= REB x FAT a. REB: requerimento energético basal: >60 anos: masculino (13,5 P + 487), feminino (10,5 P +596) b. FAT: fator de atividade: feminino (muito leve 1,3, leve 1,55, moderada 1,64, intensa 1,82) e masculino(muito leve 1,3, leve 1,56, moderada 1,78, intensa 2,1). 2. Diminuição de calorias para perda de peso: subtrair do valor calórico total de 500 a 600 kcal diariamente, ou utilizar 20 a 25 kcal/kg de peso que se espera para o indivíduo, ou seja, o peso- alvo do tratamento. 3. Utilização do efeito térmico dos alimentos: causar um desequilíbrio na distribuição dos macronutrientes, elevando o efeito térmico para 10 a 12%, levará a uma maior perda de gordura corporal e consequente manutenção da massa muscular. Desnutrição – cap. 126 - Envelhecimento tem perda de massa magra e aumento no tecido adiposo. Quando graves, ou da ordem >5% do peso em 30 dias, implicam perda de massa magra, o que aumenta de forma acentuada a fragilidade do idoso e pode interferir negativamente em eventuais processos de reabilitação. CAUSAS: anorexia causada por depressão, medicação, deficiência vitamínica, falta de minerais, como o zinco, má absorção intestinal por isquemias, dificuldade de deglutição (frequente em doenças neurológicas), estados confusionais e candidíases decorrentes de baixa imunidade, problemas metabólicos como o hipertireoidismo e fatores sociais (isolamento e a pobreza), condição dentaria. META DA INTERVENÇÃO NUTRICIONAL NA DESNUTRIÇÃO é atingir balanço calórico positivo, ou seja, ingestão superior ao gasto calórico, tendo maior aporte energético e proteico pelo aumento da densidade calórica (aumento do valor calórico sem alterar volume: azeite de oliva, óleos vegetais, açúcar, mel, leite em pó integral), volume dos alimentos quando possível e fracionamento da dieta. Início do TTO DA ANOREXIA, devem-se utilizar volumes pequenos de alimentos oferecidos a cada 2h, com alternância de sabores doces e salgados. Utilização de suplementos nutricionais orais em idosos desnutridos e em risco nutricional, pois geram aumento de ingestão calórica, proteica e micronutrientes, com melhora do estado nutricional e sobrevida. Se ingestão oral insuficiente mesmo com as medidas anteriores faz nutrição enteral para substituir ou associar a VO.
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