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Depressão, Delirium, desnutrição - Tut 9

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DEPPRESSÃO, DELIRIUM, DESNUTRIÇÃO, SIST IMUNE 
Delirium – cap. 27 
“Estar perturbado, desorientado”: manifestação 
neuropsiquiátrica de doença orgânica, + em idosos, por 
redução da taxa de metabolismo cerebral, tendo alentecimento 
difuso no padrão do EEG: confusão mental aguda. Síndrome 
cerebral orgânica sem etiologia específica. 
EPIDEMIOLOGIA: idosos hospitalizados, grande parte dos 
casos por complicação iatrogênica. Por muitas vezes única ou 
principal forma de apresentação da doença física 
potencialmente grave. 
ETIOLOGIA: multifatorial. Pode ser atribuído por afecção 
médica, uso ou abstinência de drogas, qualquer condição que 
compromete função cerebral pode causar delirium: infecções 
(meningite, pneumonia, ITU), fármacos (ADT, antiparkisonianos, 
neurolépticos, abstinência de hipnóticos e sedativos), doenças 
cardíacas e pulmonares que causam hipoxia, distúrbios 
metabólicos, transtornos do SNC, neoplasia, traumatismos, 
mudança de ambiente (hospitalização). 
QUADRO CLÍNICO: manifestação reflete largo espectro da 
disfunção cerebral, distúrbios na cognição (disfunção global é 
manifestação essencial), atenção e consciência (memória 
comprometida), no ciclo sono-vigília (sonolência diurna e sono 
noturno reduzido e fragmentado) e no comportamento 
psicomotor (hiper ou hipoatividade), alteração de 
sensopercepção (ilusões e alucinações visuais). Início agudo e 
curso flutuante. Característica marcante do delirium é a 
flutuação dos sintomas: dificulta muitas vezes o seu 
diagnóstico. 
FATORES DE RISCO 
• Predisponentes: já presentes na admissão hospitalar: déficit 
cognitivo prévio, doença grave (Apache>16), uremia e déficit 
sensorial. 
• Precipitantes: fatores adversos que contribuem para 
desenvolvimento de delirium: restrição física, má nutrição 
(albumina<3), uso >3 medicamentos (principalmente 
psicoativos), uso de sonda vesical e iatrogenia. 
• Fatores importantes: história prévia de delirium, depressão, 
alcoolismo, história de AVE e idade >75 anos. 
FISIOPATOLOGIA: toxicidade a fármacos e resposta a 
inflamação e estresse: manifestação neuropsiquiátrica não 
específica de um distúrbio do metabolismo cerebral e da 
neurotransmissão. 
- TEORIA NEUROQUÍMICA: evidencias que disfunção de NT 
tem participação importante na patogênese do delirium, sendo a 
deficiência relativa de acetilcolina um dos principais 
mecanismos: diminuição do nível de consciência e de 
excitabilidade, e prejuízo da memória, por isso fármacos 
anticolinérgicos que atravessam BHE podem precipitar delirium, 
além de condições como hipoxia, hipoglicemia, e deficiência de 
tiamina. Excesso de dopamina também pode ser causa de 
delirium, níveis aumentados ou diminuídos de serotonina, GABA 
quando aumentado como encefalopatia hepática, associação de 
antagonistas H2 e delirium, glutamato aumentado na hipoxia. 
- HIPÓTESE NEUROINFLAMATÓRIA: trauma, infecção e 
cirurgia podem levar ao aumento de mediadores inflamatórios, 
provocando uma reação exacerbada que pode levar ao 
comprometimento do SNC: ambiente inflamatório com citocinas 
pró inflamatórias e expansão da população microglial. 
→ Imunossenescência: maior suscetibilidade a infecções e 
aumento 2-4x mediadores inflamatórios circulantes (citocinas e 
proteínas de fase aguda), reatividade aumentada da micróglia 
induzindo a um ambiente pró-inflamatório no cérebro, tornando 
o indivíduo idoso mais vulnerável a delirium. 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS → DSM: 
- Distúrbio da atenção (ou seja, redução da capacidade de dirigir 
o foco, manter e desviar a atenção) e da consciência. 
- Mudança na cognição (como déficit de memória, 
desorientação, distúrbio da linguagem, distúrbio da percepção), 
que não é melhor explicada por uma demência preexistente ou 
estabelecida. 
- O distúrbio desenvolve-se após curto período de tempo (em 
geral horas a dias) e tende a flutuar durante o dia. 
- Evidência por meio da história, EF ou labs de que o distúrbio 
seja causado por consequências fisiológicas diretas de uma 
condição médica geral, uma substância intoxicante, uso de 
medicamentos ou mais de uma causa. 
INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO: dx é primariamente clínico. 
Aplicação sistemática de instrumentos de avaliação pode 
melhorar detecção. 
- Confusion Assessment Method (CAM): início agudo, distúrbio 
da atenção, pensamento desorganizado, alteração do nível de 
consciência, desorientação, distúrbio da memória, distúrbio da 
percepção, agitação psicomotora, retardo psicomotor, alteração 
do ciclo sono-vigília. 
DIAGNÓSTICO: etapas essenciais: estabelecer o diagnóstico 
sindrômico (clínica + critérios diagnósticos, pode instrumentos 
como CAM) e determinar a sua etiologia (clínica + labs: 
geralmente hemograma, exames bioquímicos, análise de urina, 
culturas e raio X de tórax) 
- Início agudo e curso flutuante dos sintomas, oscilação do nível 
de consciência e déficit de atenção são características 
marcantes do delirium 
DX DIFERENCIAL: principal é demência (início agudo em 
demências vasculares e distúrbios da percepção e flutuação dos 
sintomas na demência por corpos de Lewy), mas precisa 
distinguir de depressão (início gradual, sem alterações 
pronunciadas da cognição ou da atenção, mantendo estado de 
alerta normal) e psicoses funcionais (geralmente<40 anos, 
geralmente com história psiquiátrica anterior, estado de alerta, 
sem flutuação dos sintomas, alucinação + auditiva). 
PREVENÇÃO: identificação e intervenção em fatores de risco 
como prejuízo cognitivo, imobilidade, privação do sono, déficit 
sensorial e desidratação: estímulo cognitivo, redução de ruído 
noturno complementado por música suave e ingestão de bebida 
morna ao deitar-se, mobilização precoce, evitando-se ao 
máximo condições restritivas, como uso de sondas, cateteres ou 
restrição física, uso de óculos e aparelhos auditivos, e correção 
da desidratação. 
TRATAMENTO: correção da causa básica minimizando os 
sintomas, então precisa identificar fator etiológico envolvido e 
terapêutica. Sempre considera interromper ou reduzir dose de 
anticolinérgicos. Informações repetidas sobre orientação no 
tempo e no espaço, condições de saúde atual e procedimentos 
a serem realizados, podem ser extremamente úteis, além de 
presença de familiares e amigos próximos. 
- Tratamento farmacológico reserva para delirium hiperativo com 
agitação grave que tem risco de segurança do paciente e da 
equipe: antipsicóticos 1° linha, sendo haloperidol de escolha. 
Casos de delirium secundário à abstinência de álcool ou 
benzodiazepínicos, o tratamento é feito com benzodiazepínico, 
preferência lorazepam. 
PROGNÓSTICO: pior prognóstico tanto na vigência da 
internação, quanto após a alta hospitalar, relação com maior 
tempo de internação e complicações como quedas, úlceras de 
pressão, incontinência urinaria e prejuízo funcional. 
Depressão – cap. 32 
EPIDEMIOLOGIA: significativa prevalência entre indivíduos 
idosos da comunidade, sendo ainda + em hospitalizados, 
sintomas depressivos aumentam quanto + velhos. 
ETIOLOGIA/FISIOPATOLOGIA: fatores genéticos, biológicos, 
epigenéticos e ambientais em proporções variáveis. Início tardio 
que começa >60-65a relacionada a fatores estressores que 
podem desencadear e/ou manter quadro depressivo. Lesões 
vasculares cerebrais são particularmente citadas como fatores 
de risco nessa população. Depressão também pode ser 
provocada por medicamentos e uso abusivo de álcool. 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS: 
→ Diagnóstico de episódio depressivo ou transtorno depressivo 
(≥2 episódios), é necessário que esteja presente um elenco de 
sintomas que compõem os critérios diagnósticos estabelecidos 
e revisados, de pelo menos uma dessas duas entidades (CID ou 
DSM), não tem distinção de sintomas por faixa etária para fins 
de diagnóstico. 
→ LUTO: importante estressor que pode precipitar um episódio 
depressivo maior em indivíduos vulneráveis, pelo DSM-V 
(Manual de Diagnósticoe Estatístico de Doença Mental). Não é 
mais necessária à espera de 60d para estabelecimento do dx. 
QUADRO CLÍNICO: todos os sintomas da depressão em jovens 
são encontrados em idosos, tendo no idoso menos humor 
depressivo e mais anedonia, mais sintomas somáticos do que 
“psicológicos”, maior frequência de associação com doença 
física e/ou cerebral e presença maior de déficit cognitivo e 
disfunção executiva. 
- Depressão geriátrica (de início tardio) apresenta menos 
correlação familiar, maior prevalência de demência, piora no 
desempenho dos testes neuropsicológicos e dano auditivo 
neurossensorial. 
SUBTIPOS DEPRESSSÃO MAIS FREQUENTES EM IDOSOS 
- DEPRESSÃO VASCULAR: redução do interesse, retardo 
psicomotor, prejuízo na percepção e pouca agitação ou 
sentimento de culpa, além de uma possível piora na 
incapacidade. Déficit de fluência verbal e a anomia. Suspeita 
quando 1° episódio >85 anos e sem relação com história de 
depressão na família. 
- SÍNDROME DEPRESSÃO: disfunção executiva: causada por 
uma proeminente disfunção frontoestriatal e caracterizada por 
retardo psicomotor, redução de interesse, dano nas atividades 
instrumentais da vida diária (AIVD), insight limitado e sinais 
vegetativos. Resposta pobre, lenta e instável aos 
antidepressivos e requer um cuidadoso plano de 
acompanhamento. 
- DEPRESSÃO PSICÓTICA: + em idosos que em adultos 
jovens, associado a alucinações e/ou delírios, com maior risco 
de comportamento de autolesão. 
- DEPRESSÃO MELANCÓLICA: incapacidade de reagir a 
estímulos positivos, piora do humor pela manhã, culpa 
excessiva, despertar precoce, marcante retardo ou agitação 
psicomotora, perda de apetite ou peso. 
FATORES DE RISCO: doença cerebrovascular, idade, 
mulheres, estado civil (“solidão”), doença psiquiátrica, outros 
eventos de saúde, uso de medicamentos (anti-hipertensivos, 
diuréticos, digitálicos, analgésicos, corticosteroides, 
antipsicóticos benzodiazepínicos, antiparkinsonianos, 
tuberculostáticos e o álcool), escolaridade baixa, fatores 
socioeconômicos, viuvez, institucionalização, traumas 
psicológicos, falta de suporte social. 
CURSO 
• Resposta: melhora 50% dos sintomas inicialmente 
presentes 
• Remissão: desaparecimento dos sintomas 
• Recuperação: manutenção da remissão pelo menos 6-12 
meses 
• Recaída: piora dos sintomas antes mesmo da remissão 
completa ou quando já teve remissão, mas ainda não 
recuperação 
• Recorrência: novo o episódio de depressão, pois acontece 
após a recuperação da doença 
DIAGNÓSTICO: clínico, pode usar critérios diagnósticos, 
quando indicação de antidepressivos tricíclicos (ADT) faz EEG, 
se déficit cognitivo associado ou suspeita de depressão vascular 
indica RM de encéfalo. 
INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO: escala de depressão 
geriátrica (GDS): instrumento mais popular para avaliação de 
sintomas depressivos em idosos, vantagem de não incluir 
sintomas somáticos (reduz interferência de sintomas de outras 
comorbidades): original 30 itens (depressão >11), + curta 15 
itens (>5). 
COMORBIDADES ASSOCIADAS: DM, doença de Alzheimer, 
doença de Parkinson, DAC, HAS, câncer, AVE, esclerose 
múltipla, degeneração macular, dor crônica, hipotireoidismo. 
TRATAMENTO: 2 grupos de tratamento: biológicos 
(farmacoterapia, eletroconvulsoterapia ECT, estimulação 
magnética transcraniana e fototerapia) e não biológicos 
(psicoterapia). 
FARMACOTERAPIA: escolhe antidepressivo pelo perfil dos 
efeitos colaterais + sintomas clínicos + perfil de inibição de NT. 
Começa com doses baixas e vai aumentando aos poucos, fase 
de latência de 4-8 semanas para inicio da ação terapêutica, mas 
efeitos colaterais surgem + precocemente. 
Quadro 32.8 – sintomas e NT 
- Antidepressivos tricíclicos: primeira classe descoberta, 
bloqueio da bomba de recaptação da serotonina, norepinefrina e 
dopamina, efeitos colaterais tem relação com receptores 
colinérgicos muscarínicos (memória, visão turva, boca seca, 
obstipação, retenção urinaria), bloqueio receptores de histamina 
H1 (sonolência e ganho ponderal), bloqueio receptores alfa 1 
(tontura e hipotensão), bloqueio canais de sódio no coração e 
cérebro. No idoso o mais indicado é a nortriptilina por melhor 
perfil de efeitos colaterais. 
- Inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRS): 
classe atualmente + usada em idosos por menos efeitos 
colaterais, tem potente bloqueio da recaptação da serotonina. 
Ex.: citalopram, escitalopram, fluoxetina, fluvoxamina, 
paroxetina e sertralina. Evita fluoxetina em idosos por elevação 
sérica de vários medicamentos. Relação com hiponatremia. 
- Inibidores seletivos de recaptação de norepinefrina (ISRN): 
norepinefrina!!! Melhoram humor, apatia, fadiga, alentecimento 
psicomotor: melhora funcionamento social. Não é 1° escolha na 
depressão, usa quando outros não tiveram sucesso. Reboxetina. 
- Inibidores seletivos de recaptação de serotonina e 
norepinefrina: seletividade por serotonina e norepinefrina, 
Duloxetina (início de ação mais lento no idoso), a milnaciprana, 
a venlafaxina (dose inicial age só na serotonina, quando 
aumenta >150 ai tem efeito dual) e a desvenlafaxina (principal 
metabolito ativo da venlafaxina) 
- Inibidores seletivos de recaptação de norepinefrina e 
dopamina (IRND): bupropiona age como pró-farmaco, 
metabolito ativo que faz ação terapêutica. Pacientes que não 
toleram os efeitos serotoninérgicos ou não respondem ao 
aumento da dose dos ISRS e nos portadores de doença de 
Parkinson. Não interfere no desempenho sexual 
- Dupla ação serotoninérgica e noradrenérgica pelo 
antagonismo alfa-2: ação final parecida com IRSN, mecanismo 
por antagonismo sobre receptores alfa 2 pré-sinápticos dos 
neurônios serotoninérgicos e noradrenergicos. Principal efeito 
colateral: sedação e ganho de peso. Mirtazapina e a mianserina. 
- Antagonistas de dupla ação sobre receptores serotonina 
2a e inibição da recaptação de serotonina: nefazodona e 
trazodona principal ação bloqueio dos receptores 5-HT2A, 
bloqueio da recaptação da serotonina é inferior ao ISRS. 
- Inibidores da monoamina oxidase: não são 1° linha 
especialmente no idoso, por efeitos colaterais e possibilidade de 
hipertensão arterial grave. 
- Agonista de receptores melatoninergicos mt1 e mt2 e 
antagonista dos receptores serotoninergicos 2: agomelatina 
age em sintomas como humor deprimido, ansiedade, 
alentecimento psicomotor, transtorno do sono e fadiga, ainda 
precisa de mais estudos para população idosa. 
- Fitoterapia: extrato de Hypericum perforatum: erva-de-são-
joão: só na depressão leve-moderada. 
ELETROCONVULSOTERAPIA: eficaz e segura, reservada para 
casos mais graves (risco de suicídio ou depressão recorrente): 
padrão ouro nesses casos. Rapidez de resposta. Entre 6-12 
sessões. Principais efeitos colaterais são sonolência, agitação, 
confusão mental, que podem desaparecer em 30min e amnesia 
anterógrada. Contraindicação relativa: história recente de AVE 
(6 meses) ou IAM (3 meses) 
ESTIMULAÇÃO MAGNÉTICA TRANSCRANIANA: técnica não 
invasiva, que modula excitabilidade cerebral, inibindo ou 
excitando diferentes áreas corticais, melhorando sintomas 
depressivos. Pior resposta na depressão vascular e nos que tem 
redução do volume do lobo frontal. Efeitos colaterais são dor e 
desconforto na estimulação e cefaleia. 
FOTOTERAPIA: exposição à luz brilhante por curtos períodos 
durante o dia com o objetivo de restabelecer os níveis normais 
de serotonina e melatonina. Indicada para depressão sazonal. 
Os que melhor respondem são os que tem excesso de sono e 
apetite. Efeitos colaterais: cefaleia, sensação de vista cansada, 
alteração da acuidade visual, náuseas, insônia, tontura, fadiga, 
hipomania, sensação de ficar ligado, irritação na pele, 
precordialgia e palpitações. 
ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA CEREBRAL PROFUNDA: método 
para doença de Parkinson, mecanismo por estimulação elétrica 
por eletrodos implantados em região cerebralprofunda. 
PSICOTERAPIA: terapia cognitiva comportamental tem como 
foco de ação as distorções de pensamento do paciente e 
comportamentos disfuncionais, sendo terapia de curta duração. 
Terapia interpessoal enfoca como perda afeta o paciente. 
DEPRESSÃO X DEMÊNCIA – cap. 26 
DEPRESSÃO: alta prevalência em idosos >65a, aumentando 
nos portadores de comorbidades, pode apresentar-se com 
queixas cognitivas (pode simular quadro de demência: 
pseudodemência depressiva). 
- Pctes com depressão conservam a informação aprendida, ao 
contrário daqueles com demência. Depressão de início precoce 
(<60 anos) é fator de risco para demência. 
PSEUDODEMÊNCIA: alteração cognitiva presentes em 
transtornos psíquicos, especialmente depressão no idoso, que 
realmente simulam muito um quadro demencial: resolvido com 
tratamento da depressão. 
DEMÊNCIA: tem prejuízo na funcionalidade, independência e 
autonomia do indivíduo, portadores podem ter quadros 
depressivos em diferentes fases da doença. 
- Na demência o humor tende a flutuar, enquanto na depressão 
é persistentemente baixo, déficit cognitivo tende a ser mais 
acentuado na demência do que na depressão, deprimidos em 
geral reportam suas dificuldades cognitivas, enquanto os 
demenciados comumente são levados ao médico pelos 
familiares. 
EEG: alentecimento as frequências básicas em 80% dos casos. 
Sistema imune – cap. 84 
IMUNOSSENESCÊNCIA 
- Envelhecimento imunológico com modificações na resposta 
inata e adquirida: menor eficiência do sistema de defesa 
aumentando propensão e gravidade de doenças infecciosas, 
autoimunes e neoplásicas. 
- Marca do envelhecimento é o progressivo declínio dos três 
maiores sistemas de comunicação do corpo: imune, endócrino e 
nervoso. 
IMUNIDADE INATA: 
- Neutrófilos são afetados diminuindo potencial microbicida e 
interação com sistema adquirido, capacidade fagocitaria e 
quimiotatica tambem reduzidos: mais tempo de multiplicação 
bacteriana, aumentando dano tecidual. 
- Células dendríticas: relaciona sistema inato c/ adquirido: menor 
eficiência de apresentação de antígeno, tendo menor 
estimulação de linfócitos T 
- Monócitos/Macrófagos: aumentam em n° com a idade, mas 
reduzem a função 
- NK: aumento quantitativo com idade, mas com menor eficiência 
na produção de citocinas 
IMUNIDADE ADAPTATIVA: 
- Declínio da atividade da cel T: aumento na proporção entre cels 
de memória e virgens, tendo diminuição do potencial de 
reatividade a novos antígenos. 
- Involução do timo diminui geração de novas cels T, além de 
aumentar chance de fenômenos autoimunes. 
- Prevalência de um linfócito T com fenótipo senescente. 
- Cels virgens com defeito funcional, redução dos telômeros, 
diminuição de produção de IL2, prejuízo na expansão e 
diferenciação em célula efetora. Irreversibilidade da perda de 
sua capacidade replicativa. 
- Cels de origem fetal/neonatal tem capacidade de maior n° de 
divisões do que cels de indivíduos velhos: limite de Hayflick. 
- Linfocitos B não altera muito quantidade, mas qualidade dos 
anticorpos reduzida, tendo menor resposta a vacinas, por 
anticorpos com menor afinidade. 
- Diminuição da produção de IL2, mais liberação de TNF-a, IL1 
e IL6: distúrbios inflamatórios crônicos: produção de mediadores 
inflamatórios e estimulação antigênica crônica podem gerar 
cronicidade inflamatória de baixo grau: inflamm-aging 
APRESENT ATÍPICAS DAS DOENÇAS NOS IDOSOS – 
CAPÍTULO 88 ??? 
- Instrumento importante para avaliação é a avaliação geriátrica 
ampla (AGA): difícil estabelecer relação linear e explicar todos 
os sintomas por único problema um idoso com qualquer 
síndrome geriátrica. 
- “Doença índice” a condição principal em estudo, e de 
comorbidades, uma ou mais doenças, agudas ou crônicas, que 
coexistem no momento do diagnóstico da doença principal ou 
posteriormente, mas que não são consequências desta. 
Multimorbidade é a ocorrência em um mesmo indivíduo de duas 
ou mais doenças crônicas. 
APRESENTAÇÃO ATÍPICA constitui-se na observação de 
sinais e sintomas que, embora não clássicos de uma doença, 
trazem pistas de uma ou mais enfermidades que podem estar 
envolvidas no processo. 
- Idosos podem apresentar alterações como ausência de febre 
em quadros infeciosos ou de dor em IAM: mais risco de 
diagnostico tardio, retardo na terapia, + sequelas e mortalidade 
FATORES PREDISPONENTES P/ MANIFESTAÇÃO ATÍPICA: 
idade avançada, diminuição da reserva funcional dos 
órgãos/sistemas, incapacidade de manter a homeostase, 
percepções equivocadas sobre o envelhecimento, 
multimorbidade, incapacidade funcional, deficiência cognitiva, 
polifarmácia, fragilidade. 
APRESENTAÇÕES NÃO ESPECÍFICAS QUE PODEM 
INDICAR DOENÇA GRAVE/POTENCIALMENTE FATAL EM 
IDOSOS: mudanças cognitivas e delirium, sensação de 
desconforto ou que algo não está bem, astenia, anorexia, 
quedas recorrentes, perdas de capacidade funcional e em 
atividades da vida diária, instalação de incontinência urinaria, 
taquipneia, alteração +-2°C da temperatura basal. 
FORMAS + COMUNS: alterações inexplicáveis da capacidade 
funcional, piora do estado mental, início ou intensificação de 
incontinência urinaria e/ou fecal, perda de peso ou dificuldade 
em aumentar, astenia, fadiga, apatia, quedas, dores 
generalizadas, PA instável, taquicardia e taquipneia, febre 
ausente ou inferior a gravidade da infecção. 
DOENÇAS COM MANIFESTAÇÕES ATÍPICAS: pneumonias, 
infecções urinarias, meningite, tuberculose, endocardite, IAM, 
ICC, insuficiência renal crônica, embolismo pulmonar, 
hematoma subdural cronico, diabetes, hipo e hipertireoidismo e 
paratireodismo, neoplasias malignas, depressão, iatrogenia 
INFECÇÕES 
- Sinal de alerta básico em processos infecciosos, valores de 
temperatura média basal e de febre alteram-se 
progressivamente durante o envelhecer. Delirium é um dos mais 
importantes sinais de alerta e de sintomatologia atípica 
desencadeada por infecções em idosos. 
Critérios internacionais aplicáveis a prática clínica: 
→ Regra de Roghmann: decréscimo de 0,15°C/década de vida 
na T°C basal média: 70-79 anos em média 36°C 
→ Critério de Yoshikawa e Norman: considera febre ≥1,1°C da 
temperatura basal em idosos, ou seja, sendo 36°C seria febre 
quando ≥ 37,1°C. 
Sarcopenia – cap. 126 
- Importante instrumentos para avaliação da: 
→ Força muscular: medida da força de preensão manual por 
dinamômetro: <30kg em homem e <20kg em mulheres 
→ Massa muscular: pelo índice de massa muscular esquelética 
(IMME): determinação mais direta pela densitometria de corpo 
total: soma massa muscular dos braços + perna / estatura2: 
mulheres ≤ 5,67 e homens ≤ 7,23; bioimpedância pela formula 
de Jansen (MME) depois faz MME/estatura2 sendo pontos de 
corte grave (H ≤8,5 M≤5,75), moderada (H 8,51-10,75 M 5,76-
6,75), normal (H≥ 10,76, M≥6,76) 
→ Desempenho físico: medida da velocidade de marcha (VPP), 
sendo <0,8 diminuição de desempenho físico. 
- Ingestão proteica é ponto central do tratamento sendo 
recomendação 0,8g/kg/dia, além de suplementação de vitD 
para ficar >100, além de exercício físico diário (treino de 
resistência e exercícios aeróbicos). 
Obesidade sarcopênica – cap 126 
- Obesidade + Sarcopenia: deficiência de tecido muscular 
esquelético em relação ao tecido adiposo. 
- Intervenção do estado nutricional associado a condutas para 
diminuição do tecido adiposo. Essencial que tenha perda de 
gordura SEM diminuição da massa muscular. Perda de peso 
e exercício podem melhorar a fragilidade e a sarcopenia em 
idosos obesos. 
INTERVENÇÃO DIETÉTICA: 
1. Determinação do valor calórico total (VCT): pelo cálculo do 
requerimento basal e pela taxa de atividade física ou pelas 
calorias/kg de peso. VCT= REB x FAT 
a. REB: requerimento energético basal: >60 anos: masculino 
(13,5 P + 487), feminino (10,5 P +596) 
b. FAT: fator de atividade: feminino (muito leve 1,3, leve 1,55, 
moderada 1,64, intensa 1,82) e masculino(muito leve 1,3, leve 
1,56, moderada 1,78, intensa 2,1). 
2. Diminuição de calorias para perda de peso: subtrair do valor 
calórico total de 500 a 600 kcal diariamente, ou utilizar 20 a 25 
kcal/kg de peso que se espera para o indivíduo, ou seja, o peso-
alvo do tratamento. 
3. Utilização do efeito térmico dos alimentos: causar um 
desequilíbrio na distribuição dos macronutrientes, elevando o 
efeito térmico para 10 a 12%, levará a uma maior perda de 
gordura corporal e consequente manutenção da massa 
muscular. 
Desnutrição – cap. 126 
- Envelhecimento tem perda de massa magra e aumento no 
tecido adiposo. Quando graves, ou da ordem >5% do peso em 
30 dias, implicam perda de massa magra, o que aumenta de 
forma acentuada a fragilidade do idoso e pode interferir 
negativamente em eventuais processos de reabilitação. 
CAUSAS: anorexia causada por depressão, medicação, 
deficiência vitamínica, falta de minerais, como o zinco, má 
absorção intestinal por isquemias, dificuldade de deglutição 
(frequente em doenças neurológicas), estados confusionais e 
candidíases decorrentes de baixa imunidade, problemas 
metabólicos como o hipertireoidismo e fatores sociais 
(isolamento e a pobreza), condição dentaria. 
META DA INTERVENÇÃO NUTRICIONAL NA DESNUTRIÇÃO 
é atingir balanço calórico positivo, ou seja, ingestão superior ao 
gasto calórico, tendo maior aporte energético e proteico pelo 
aumento da densidade calórica (aumento do valor calórico sem 
alterar volume: azeite de oliva, óleos vegetais, açúcar, mel, leite 
em pó integral), volume dos alimentos quando possível e 
fracionamento da dieta. 
Início do TTO DA ANOREXIA, devem-se utilizar volumes 
pequenos de alimentos oferecidos a cada 2h, com alternância de 
sabores doces e salgados. Utilização de suplementos 
nutricionais orais em idosos desnutridos e em risco nutricional, 
pois geram aumento de ingestão calórica, proteica e 
micronutrientes, com melhora do estado nutricional e sobrevida. 
Se ingestão oral insuficiente mesmo com as medidas anteriores 
faz nutrição enteral para substituir ou associar a VO.

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