Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CENTRO DE CIENCIAS DA NATUREZA DISCIPLINA: FISICA FUNDAMENTAL I PROFESSOR: IRISMAR GONÇALVES DA PAZ RELATÓRIO DE FÍSICA I DEFORMAÇÃO INELÁSTICA E PROCESSO IRREVERSÍVEL ALUNOS: Antonia Sandra de jesus Sousa Gleywildson Rodrigues Melo de Sousa Adriely layara Lima da Silva Laiane dos Santos Silva Lucas Rafael da Silva Oliveira Patricio da Costa Araujo Osmália Oliveira da Silva Francisco das Chagas M. da Silva Júnior Maria de Fátima Soares Silva TERESINA 2023 2 DEFORMAÇÃO INELÁSTICA E PROCESSO IRREVERSÍVEL 1. INTRODUÇÃO Existem duas características notáveis no comportamento elástico de um sólido. São elas a proporcionalidade e a reversibilidade. A proporcionalidade refere-se à relação direta entre a força aplicada ao sólido e a consequente deformação que ocorre nele. Por outro lado, a reversibilidade indica que quando uma força crescente e, em seguida, decrescente é aplicada a um sólido, ele se estende e retorna à sua forma inicial ao longo do mesmo caminho, representada por uma curva semelhante no gráfico de força versus extensão . Do ponto de vista energético, em um processo reversível, o sólido, ao retornar ao seu estado inicial, realizando o mesmo trabalho sobre o agente que aplicou a força para extensão o sólido. No entanto, existem sistemas que não apresentam essas características. Em alguns casos, a relação entre a força e o alongamento pode não ter uma expressão matemática precisa e só pode ser determinada experimentalmente. Nessas situações, o trabalho realizado no sistema não apenas causa deformações mecânicas, mas também promove reações químicas, modificações evoluiu, evoluiu moleculares e gera calor, entre outros efeitos. Portanto, o sistema não é capaz de devolver toda a energia fornecida pelo agente que aplicou a força, tornando o processo de deformação irreversível. Um exemplo simples dessa situação pode ser observado ao esticar uma borracha. Nesse caso, é possível notar a não-linearidade entre a força aplicada e o alongamento resultante, além da irreversibilidade do processo. 2. OBJETIVO Analisar a histerese mecânica de uma tira de borracha (“gominha”). 3. METOLOGIA 3.1. Materiais utilizados Uma base Haste de sustentação; Régua milimetrada; Objetos com massas de 50 gramas; Um suporte para as massas de 50 gramas ; Duas tiras de borracha (“gominha”) nova. 3 3.2. Descrição do experimento Alongamento de uma gominha em função do tempo Pendurou-se uma gominha na haste de sustentação e colocou-se, na extremidade oposta, o suporte para os objetos, como mostrado na Fig. 1. Nesta primeira parte, aplica-se uma força constante em uma das gominhas e são feitas medidas de seu alongamento em função do tempo. Colocou-se um objeto de, aproximadamente, 500 g no suporte, segurando-o para que a gominha não se estique. O suporte desçeu lentamente até ele se equilibrar sozinho, e fez-se, imediatamente, a leitura do comprimento inicial yo da gominha, nessas condições. Nesse momento, disparou-se o cronômetro. Foram feitas as leituras do comprimento y da gominha, a cada 20 s, até 180 s. Tabela e gráfico do alongamento y = y – yo da gominha em função do tempo. Deformação Inelástica Tempo (s) Posição (mm) 0 0 20 10 40 15 60 17 80 20 100 20 120 21 140 21 160 21 180 21 Tabela 1 4 Gráfico 1 Alongamento da gominha em função da força aplicada durante a carga e a descarga Agora, utilizou-se a outra gominha, foram feitas as medidas de seu alongamento y em função da força aplicada. Observando o gráfico obtido na etapa anterior, estimou-se um tempo de 120 segundos para se aguardar entre o instante em que cada objeto é colocado no suporte e a leitura do alongamento correspondente. Ao acrescentar os objetos, segurou-se o suporte para evitar que a gominha oscile e relaxe. Para fazer as medidas, acrescentou-se os objetos, um a um, até atingir a carga máxima de 700 g. Dados na tabela 2. Processo de Carga Massa (Kg) Posição (m) 0 0 0,050 0,006 0,100 0,010 0,150 0,017 0,200 0,028 0,250 0,038 0,300 0,051 0,350 0,066 0,400 0,086 0,450 0,102 0,500 0,120 0,550 0,139 0,600 0,157 0,650 0,173 0,700 0,191 0 10 20 30 0 50 100 150 200 Deformação Inelástica Deformação Inelástica 5 Iniciou-se então, o processo de descarga, retirando os objetos, um a um, e medindo o alongamento correspondente. Foram aguardados poucos segundos nesse processo de descarga. Processo de Carga Massa (Kg) Posição (m) 0,700 0,191 0,650 0,188 0,600 0,186 0,550 0,184 0,500 0,180 0,450 0,174 0,400 0,168 0,350 0,154 0,300 0,132 0,250 0,100 0,200 0,072 0,150 0,046 0,100 0,030 0,50 0,014 0 0 Pode-se observar o gráfico da força aplicada em função do alongamento da gominha para os processos de carga e descarga. Os valores do trabalho da força sobre a gominha, durante os processos de carga e de descarga, podem ser determinados calculando-se as áreas sob as curvas no gráfico F versus y. Gráfico F versus y da Carga 6 Gráfico F versus y da Descarga O trabalho de uma força F aplicada na direção do deslocamento x de um corpo é dado por W=Fdx. Assim, os valores do trabalho da força sobre a gominha, durante os processos de carga e de descarga, podem ser determinados calculando-se as áreas sob as curvas no gráfico F versus y. O trabalho líquido realizado depois do ciclo de carga é 0,7769J e descarga 0,4657J que foram calculados através do programa Logger Pro 3.16.2. O que se pode observar é diferença de Trabalho em relação a carga e descarga, o que demonstra que houve deformação na gominha de borracha. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1. Erros e interferências Os erros e interferências observados durante o desenvolvimento da prática foram: possíveis divergências entre os pesos das massas, imprecisão na montagem do sistema (nivelamento da bancada, inclinação dos componentes do sistema devido ao manuseio durante a prática) e imprecisão do olho humano para efetuar as medidas. 7 4.2. Trabalho de Carga e Descarga Para calcular o trabalho líquido realizado depois de um ciclo de carga e descarga, é preciso conhecer a relação entre a força aplicada e o alongamento ocorrido. Vamos considerar um sistema massa-mola, onde uma mola é esticada ou comprimida por uma força externa. Suponha que a força aplicada seja representada por uma função F(x), onde x é o alongamento da mola. O trabalho realizado pela força durante um ciclo completo é dado pela integral do produto entre a força e o deslocamento: C=∫x1x2F ( x )d x , Onde x1 e x2 são os pontos inicial e final do ciclo, respectivamente. O trabalho líquido é dado pela diferença entre o trabalho realizado durante a carga e o trabalho realizado durante a descarga: Clíquida = Ccarga - Cdescarga ↔ 0,7769J - 0,4657J = 0,3112J 5. CONCLUSÃO Quando se realiza o experimento do tipo de Hooke com um elástico, pode-se notar que a tira elástica de borracha (“gominha”) não se comporta exatamente com uma mola. A “gominha”, feita de látex, não retorna à sua forma original depois de ser esticada. Este é um exemplo claro fenômeno denominado histerese mecânica. Quando submetido à tração, um fio deforma-se, de inicio elasticamente, o que não foi observado nessa prática, já que a “gominha” em nenhum momento apresentou uma proporcionalidade entre a força (peso) e a deformação (deslocamento). Erros na realização da prática e até na qualidade do material utilizado nafabricação da “gominha” devem ser considerados. Se repetirmos o processo com a mesma “gominha”, observaremos que a deformação será cada vez maior, já que ela ficará extremamente debilitada e se romperá com facilidade, devido a perda de energia sob forma de calor para o ambiente. Assim a histerese mecânica representa uma energia perdida durante o processo. 8 6. QUESTÃO A gominha de borracha é constituída por um conjunto de cadeias poliméricas com uma estrutura fibrilar central e ramificações laterais. O fato de o trabalho total realizado no ciclo ser diferente de zero, deve-se à ruptura de ligações químicas entre as cadeias de moléculas da gominha no processo de carga; ao se reverter esse processo, fazendo-se a descarga, as ligações não se refazem. Pode-se estimar a energia necessária para romper uma dessas ligações como se segue. O material da gominha tem ponto de fusão em temperaturas de ~ 400 K (~ 130 o C). A essa temperatura, a energia cinética média por grau de liberdade é de (1/2) kT, em que k é a constante de Boltzmann (k = 1,38 x 1023 J/K) e T é a temperatura em Kelvin. Essa energia cinética média é da mesma ordem de grandeza da energia necessária para romper uma ligação química entre as cadeias do polímero que constitui a gominha. Partindo desse raciocínio, estime o número de ligações químicas que foram rompidas na gominha, neste experimento. Compare o resultado com o número de Avogrado NA (6,02 x 1023 /mol). Energiacarga = 0,7769J Energiadescarga = 0,4657J E = 0,7769 – 0,4657 E = 0,3112J K = 1,38 x 10-23 E = (1/2) kT ≫ E = (1/2) 1,38 x 10-23 x 400 = 2,76 x 10-21 N= E 𝐸 = 0,3112 2,76 𝑥 10^−21 = 1,13 x 1020 O número de ligações rompidas está próximo ao número de Avogrado ( 6,02 x 1023).
Compartilhar