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Endometriose - RESUMO

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Carolina Pithon Rocha | Medicina | 5o semestre
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Endometri��
corpo do útero -> endométrio e miométrio
acomete não só a genitália feminina (útero e ovário) como também bexiga, intestino,
pulmão, ouvido…
Conceito - É uma doença benigna que se caracteriza pelo crescimento anormal de
tecido histologicamente semelhante ao endométrio em localizações diferentes do leito
uterino habitual. Saindo do endométrio para fora do útero -> ovário (endometrioma),
fundo de saco posterior, peritônio e trompas.
Quando sai do seu habitat mas não do útero -> adenomiose (focos de endométrio na
parede muscular do útero - miométrio)
Epidemiologia -> vilão estrogênio
Acomete mais mulheres brancas, nulíparas, de melhor nível social (engravidam e
amamentam menos) na menacme (30 - 45 anos) -> fase reprodutiva com hormônios nos
maiores níveis.
Associação com infertilidade, Herança familiar, Aumento do fluxo menstrual, Atraso da
primeira gravidez e Duração da amamentação
Todos esses fatores trazem uma maior exposição estrogênica. Lembrando que no caso
da endometriose o estrogênio é o vilão, uma vez que ele vai ativar/estimular às células
endometriais ectópicas, levando sofrimento à paciente.
focos não sangram -> nenhuma sintomatologia de endometriose
Quadro clínico – Sintomas clássicos:
Dismenorreia secundária cólica menstrual: principal sintoma 78%, aumenta
progressivamente, antes ou durante a menstruação, incapacitando a mulher
Dispareunia profunda (dor relação sexual): presença de nódulos em fundo de saco.
Alterações urinárias: disúria, hematúria, polaciúria e urgência miccional durante
menstruação
Alterações intestinais: distensão abdominal, sangramento nas fezes, constipação,
disquezia (defecacao dolorosa ou dificuldade para evacuar) e dor anal em epoa de
menstruação.
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Dor Pélvica difícil de se caracterizar (cíclica, difusa e variável intensidade) – 32%
Infertilidade (formas moderadas e severas) – 2 a 50% acredita-se que a infertilidade ocorra
na endometriose devido a:
- presença de aderências e distrações anatômicas, que dificultariam a liberação de
óvulos, captação pela tuba e transporte oocitária até o útero
- alterações no fluído peritoneal, com concentração elevada de prostaglandinas,
proteases e citocinas inflamatórias e angiogênicas e também aumento de
linfócitos, IgG e IgA no endométrio
Teorias
Regurgitação transtubária do material menstrual (o sangue menstrual refluiria pelos
óstios tubários caindo na cavidade -> focos se fixariam fora da cavidade do útero).
Mulheres com sistema imunológico competente, focos seriam destruídos. Comprometido ->
focos ectópicos saindo do óstio tubário não seriam destruídos. Mas não explica
endometriose no pulmão, por exemplo.
Disseminação Linfática ou Sangüínea (focos ectópicos saindo do útero seriam levados
para corrente sanguínea ou linfática para órgãos longe do útero - mas não explica
endometriose no homem)
Metaplasia celômica (células imaturas que não concluíram seu ciclo de
amadurecimento e estimulados pelo estrogênio exógeno e seriam transformadas em
células endometriais)
Dividiu endometriose em 3 doenças distintas:
- peritoneal: implantes superficiais no peritônio
- ovariana: implantes superficiais ou cistos (endometriomas) no ovário
- profunda: lesão que penetra no espaço retroperitoneal ou na parede dos órgãos
pélvicos com profundidade
Classificação -> somente através da videolaparoscopia (padrão-ouro) da endometriose.
O estadiamento mais comumente usado è a classificação revisada da American Society of
Reproductive Medicine (ASRM) que leva em consideração: tamanho,
profundidade, localização implantes endometrióticos e gravidade:
ESTÁGIO 1 (doença mínima) - implantes isolados e sem aderências
significativas
ESTÁGIO 2 (doença leve) - implantes superficiais com menos de 5
cm, sem aderências significativas
ESTÁGIO 3 (doença moderada) - múltiplos implantes, aderências
peritubárias e periovarianas evidentes.
ESTÁGIO 4 (doença grave) - múltiplos implantes superficiais e
profundos, incluindo endometriomas e aderências densas e firmes
Obs.: não há correlação do estágio com o prognóstico da doença e nível da dor. A dor é
influenciada pela profundidade do implante e pela localização em àreas com maior inervação.
Exame Físico: Endometriose umbilical (mancha escurecida) -> acúmulo de
hemossiderina -> coloração do ferro escura
Exame Especular: Colo uterino e Toque vaginal (palpação de
fundo de saco posterior - cuidado para não confundir focos
enegrecidos com gravidez ectópica que têm = sinal)
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Ultra-sonografia (só auxilia com endometrioma - endometriose de ovário pois os focos
ectópicos são difíceis de ver), Tomografia Computadorizada (obstrução em casos de
endometriose intestinal) e Ressonância Magnética (comum ver endometriose vesical na
bexiga, boas para mostrar a profundidade da lesão e deve ser usada quando a
laparoscopia promover risco à paciente ou se ela tiver muitas lesões que não puderem
ser vistos somente por laparoscopia. Vendo todas as lesões, o médico decide quais ele
vai querer ou poder cauterizar.)
(Endometriomas, Endometriose vesical)
Diagnóstico Laparoscópico
Bexiga
descola a bexiga do útero -> queixa de disúria, sangramento
na urina coincidindo no período da menstruação
Ligamento Útero-sacro (nódulos de focos
ectópicos)
Ovário (paciente querer engravidar -> fazemos o esvaziamento,
não retiramos o ovário)
Peritônio
Fundo de saco
Aderências
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Endometriose não tem cura, mas a cura seria a retirada dos ovários -> onde os
estrógenos são produzidos
Tratamento
Clínico
- Expectante (estágio 1 e sem sintomatologia)
- Farmacológico (paciente com sintomatologia, impede produção de estrogênio)
ACO (taxa de gravidez após interrupção 40%)
PROGESTÁGENOS
GESTRINONA (antiprogestágeno e antiestrogênico)
DANAZOL (alteração do perfil lipídico e não melhora a fertilidade)
Análogos do GnRH (complexo hormônio-receptor è removido após 1 semana). Retorno
à ovulação após 1 a 2 meses.
Cirúrgico: remoção completa de todos os focos de endometriose preservando a função
reprodutiva. Quando a mulher já teve os filhos que desejava, a remoção dos ovários e
do útero pode ser uma alternativa de tratamento.
- Exérese
- Laparotomia: manobra cirúrgica que envolve uma incisão através da parede
abdominal para aceder à cavidade abdominal. Pode ocorrer exposição total do
abdômen.
- Laparoscopia: além de diagnóstico, terapêutico e é menos invasiva, maior
recuperação, melhor visualização, não expondo o abdômen de forma total
Tratamento Combinado - Endometriose do Septo Reto-vaginal -
- calcificação dos focos
- análogos de GnRH: agem no hipotálamo, ocupando os receptores de GnRH,
provocando a inibição da liberação de FSH e LH pela hipófise. A mulher fica em
um estado de anovulação e hipoterninismo, semelhante ao que ocorre no
climatério.
os efeitos colaterais podem ser: fogachos, secura vaginal, redução dá libido e perda de
massa óssea.
Tratamento Combinado - Endometriose Ovariana -
Endometriomas maiores do que 2cm
- Abertura da cápsula
- Drenagem
- Cauterização
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lesão de endometriose peritoneal superficial (setas brancas): lesões
negras, vermelhas, brancas, hipervascularização e falhas peritoneais
tipicamentes superficiais
lesão de endometriose em ligamento uterossacro (seta branca) e
endometrioma ovariano (seta preta)
endometriose profunda: bloqueio de fundo de saco por
aderências (seta branca)
endometriose ovariano
endometriose de bexiga

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