Buscar

BIOSSEGURIDADE E SANIDADE NA SUINOCULTURA

Prévia do material em texto

SUINOCULTURA
BIOSSEGURIDADE E SANIDADE
INTRODUÇÃO
INTENSIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO
- Favorecimento do aparecimento de
doenças endêmicas por aumentar a
densidade nas granjas e o nº de animal
por m²;
- Sítios de criação;
- Densidade animal;
- Transporte;
- Animais;
- Sêmen;
- Carne;
BIOSSEGURIDADE
É o conjunto de ações, ferramentas e
processos que visam minimizar o risco
de introdução de agentes patogênicos
em uma população (biosseguridade
externa) e disseminação dentro ou
entre unidades de produção de suínos
(biosseguridade interna).
- Saúde animal x Saúde humana
O ingresso e disseminação de
patógenos entre plantéis na
suinocultura podem ser de forma direta
e indireta. Além de patógenos que são
capazes de sobreviver em suínos
mortos, ração, dejetos, água, solo, etc.
- Indireta: Sêmen, aerossóis,
roedores, insetos, aves, animais
silvestres, mão-de-obra e
veículos;
- Direta: Reprodutores de
reposição ou da saída de
animais doentes/portadores
sadios;
PLANEJAMENTO DOS PROCESSOS DE
BIOSSEGURIDADE
Plano de cultura de biosseguridade que
influencie todos os aspectos da
produção: Projeto da instalação,
protocolos sanitários, fluxo de animais,
pessoas e veículos.
Componentes do Programa de
Biosseguridade:
I. Avaliação de risco
- Busca contínua e sistêmica de
qualquer abertura potencial para
a introdução da doença;
II. Política e diretrizes
- Informações e ferramentas do
programa de biosseguridade
com base científica, consistentes,
práticas e de fácil compreensão;
III. Educação
- Iniciativa, engajamento e
responsabilidade de todos
membros da organização;
IV. Infraestrutura
- Equipamentos e instalações
para suínos que ajudam a
diminuir certos fatores;
POLÍTICAS DE BIOSSEGURIDADE
- Localização
- Plano x Montanhoso
PLANO MONTANHOSO
Presença de
cinturões verdes
entre galpões
para evitar que
aerossóis com
microrganismos
patogênicos vão
com o vento para
outros galpões.
Terreno
montanhoso +
mata fechada =
segurança contra
aerossóis com
microrganismos
patogênicos
vindos com o
vento.
- Distanciamento entre granjas
- 3,2 km;
- < 2 km = 2,9x mais chances de
transmissão de doenças
respiratórias;
- Barreiras naturais
- > 50m de cinturões verdes
entre granjas;
- Isolamento
- Distância de um galpão para
outro e do galpão para a cerca =
20m a 30m;
- Tamanho da cerca > 1,5m
sendo > 10 cm de alambrado;
- Sinalização
- Entrada e saída de veículos
- Veículos ficam estacionados do
lado externo da granja;
- Veículos que necessitam entrar
na granja passam por “chuveiros
de desinfecção” com vazão de
150L/min de LISOL, além de não
terem contato direto com
galpões;
- Os motoristas destes veículos
devem colocar sacos plásticos
desinfetados em seus pés se
precisarem sair dos veículos, mas
geralmente não há necessidade;
- Entrada e saída de pessoas
- Pessoal externo somente com
acesso limitado até o escritório;
- Há um livro de registros como
controle de entrada e saída;
- Vazio sanitário de 24 a 96h;
- Banho na entrada e na saída;
- Desinfecção de objetos
- Seringa, agulhas, equipamentos,
conteúdo de frascos, celulares,
etc;
- Fumigação (permanganato de
potássio associado ao formol) -
UR> 60% e TºC>20ºC;
- Luz ultravioleta;
- Gás ozônio;
- Trânsito interno de pessoas
- Pessoas autorizadas após o
banho, roupas limpas e botas
higienizadas.
- Pedilúvios na entrada de
galpões;
- Controle de pragas
- Roedores
- 1 visto = pelo menos 10
na colônia;
- Transmite mais de 32
doenças;
- Perda de 9 a 18kg de
ração por ano e risco de
contaminação de 135kg
de ração;
- Aves
- Mycobacterium avium;
-Tuberculose nos
linfonodos;
- Condenação de carcaça
no abate;
- Moscas/Ectoparasitas
- Maiores transmissores
de patógenos
- Se locomovem em
média num raio de 1,5km;
- Transmissores de muitas
doenças;
-Prevenção
- Uso de iscas para
roedores;
- Telas “mosquiteiro” nas
entradas das granjas;
- Fechamento com lonas;
DESTINAÇÃO DOS ANIMAIS MORTOS
Os animais são destinados à:
- Fossas anaeróbias;
- Incineração;
- Enterramento;
- Coleta especial por indústria;
- Aterro sanitário;
- Hidrólise alcalina;
- Compostagem;
INTRODUÇÃO DE ANIMAIS NA GRANJA
Os animais passam pelo processo de
quarentena no qual ficam um certo
período em isolamento e observação
clínica, bem como investigação
diagnóstica para evitar a introdução de
agentes patogênicos no sistema de
produção.
Protocolo
- 30 a 90 dias em isolamento;
- 500m de área cercada;
- Testes sorológicas quando
chegam e sendo repetidos 3
semanas depois;
LIMPEZA, DESINFECÇÃO E VAZIO
SANITÁRIO
Protocolo
- Retirada dos animais do
ambiente;
- Limpeza diária: lavagem ou
varredura de baias;
- Limpeza seca com pá e
vassoura;
- Esvaziar calhas e fossas;
- Desmontar e lavar todos
equipamentos da sala;
- Iniciar a limpeza úmida;
- Umedecer a instalação (água +
detergente);
- Limpeza úmida com lava-jato de
alta pressão;
- Aplicar desinfetante no dia
seguinte ao da lavagem;
- Amônia quaternária;
- Fenóis e cresóis;
- Formol;
- Ioso;
- Cloro;
- Só a água não é capaz de
limpar pois sem as soluções
detergentes ela não penetra nos
vãos do piso;
- Sistema all in/ all out com vazio
sanitário de no mínimo 7 dias;
DOENÇAS E VACINAS NA
SUINOCULTURA
PNSS = Programa Nacional de
Sanidade Suídea
- Plano integrado de vigilância de
doenças dos suínos.
- Certificações
- Granjas de Reprodutores
Suídeos Certificadas (GRSC)
- Livres de PSC, PSA, Doenças de
Aujesky, Brucelose, Tuberculose,
Sarna e Leptospirose;
- 2 ou 3 exames em intervalos
de 30 dias no início, e depois
exames semestrais;
- Certificações opcionais
- Livre de rinite atrófica
progressiva, pneumonia
micoplasmática,
pleuropneumonia suína e
disenteria suína;
VACINAÇÃO
Vacinas
- 1ª - Preventiva;
- 2ª - Curso de infecção;
A decisão de quais vacinas serão
administradas dependerá de uma
avaliação individual da granja, dos
riscos e perdas econômicas que
representam as doenças a que se
deseja prevenir;
- Porcas
- Vacinação garante proteção do
indivíduo e dos leitões (por
imunidade passiva através do
colostro);
- Anticorpos maternos = pico
entre 5h e 24h de vida do leitão;
- Vacinação é feita de 2 a 4
semanas antes da data prevista
do parto;
- Primíparas: Dose primária
antes;
- Leitões
- Proteção pela vacina é variável
devido aos anticorpos maternos;
- Depende da quantidade de
colostro ingerido e de fatores
intrínsecos do animal;
- Anticorpos maternos persistem
até aproximadamente 50 dias
- Anticorpos maternos estimulam
o desenvolvimento do sistema
imune do leitão e não função
efetora;
DOENÇAS
DOENÇA DE GLASSER
- Glaesserella parasuis;
- Haemophilus parasuis;
- Características:
- Leitões em creche 4 a 8
semanas de vida;
- Respiração abdominal
- 40,5ºC
- Apatia;
- Artrite;
- Claudicação;
- Tremores;
- Decúbito lateral;
- Incoordenação motora;
- Infecção aguda = óbito em
48h;
COLIBACILOSE
- Escherichia coli (ETEC);
- Características:
- Diarréia ao nascimento e
desmame;
- Doença do edema em
desmamados;
- Alguns sorotipos podem causar
diarréia sanguinolenta;
- Destruição dos enterócitos;
- Síndrome da má digestão e má
alimentação;
CLOSTRIDIOSE/ENTERITE NECRÓTICA
- Clostridium perfringens (G+);
- Características:
- Toxinas α, β e β2;
- Diarréia ao nascimento,
desmame e na creche;
- Mucosa do intestino delgado se
rompe causando lesões;
- Espessamento e efisema da
mucosa do intestino delgado
causando queda no desempenho
- Síndrome da má absorção e
má digestão e destruição dos
enterócitos;
CLOSTRIDIOSE/COLITE
- Clostridium difficili (G+);
- Características:
- Toxina A ou B;
- Diarréia ao nascimento;
- Causada por antibioticoterapia
ou doses subterapêuticas;
- Esporos eliminados nas fezes
das porcas e contaminação dos
leitões;
- Colite e edema de mesocólon;
- Dispnéia, distensão abdominal
e edema escrotal;
- Diarréia;
RINITE ATRÓFICA PROGRESSIVA
- Pasteurella multocida (Tipo D ou A);
- Bordetella bronchiseptica;
- Características:
- Evolução progressiva e crônica;
- Rinite;
- Atrofia dos cornetos nasais;
- Desvio de septo nasal;
- Deformidade de focinho;
PNEUMONIA ENZOÓTICA
- Mycoplasma hyopneumoniae
- Características:
- Doença crônica;- Baixa mortalidade;
- Tosse seca;
- Acentua outras doenças
respiratórias como a influenza;
PARVOVIROSE (PPV)
- Parvovírus suino / Coronavirus;
- Características:
- Síndrome da infertilidade,
mortalidade de embriões e fetos;
- Mumificação;
- Leitegadas reduzidas com
leitões fracos;
- Retorno ao cio;
ERISIPELA
- Erysipelothrix rhusiopathiae;
- Características:
- Febre;
- Infertilidade (afeta células
cutâneas);
- Erupção cutânea (vermelha ou
preta);
- Aborto;
- Artrite crônica;
- Inflamação;
LEPTOSPIROSE
- Leptospira interrogans;
- Características:
- Em leitões causa febre,
icterícia, anorexia,
hemoglobinúria;
- Nas matrizes causa aborto;
PRINCIPAIS DOENÇAS QUE
ACOMETEM SUÍNOS SEGUNDO
A OIE
OIE = Organização Mundial para Saúde
Animal
- Peste suína africana (PSA);
- Peste suína clássica (PSC);
- Doença de Aujeszky (DA);
- Síndrome respiratória e reprodutiva
suína (PRRS);
PESTE SUÍNA AFRICANA (PSA)
- Arbovírus DNA
- Família: Asfarviridae;
- Gênero: Asfivírus;
- Erradicada no Brasil desde 1984;
- Notificação obrigatória à OMS Animal
(OIE);
- Características:
- Crônica: Emagrecimento,
oscilação da temperatura
corporal, alteração nos
movimentos respiratórios,
necrose na pele e artrite;
- Aguda: Febre alta, lesões
hemorrágicas na pele, apatia,
cianose e incoordenação motora;
PESTE SUÍNA CLÁSSICA (PSC)
- Pestivirus RNA
- Família: Flaviviridae;
- Gênero: Pestivirus;
- Notificação obrigatória à OMS Animal
(OIE);
- Características:
- Crônica: Febre intermitente,
apatia, diarréia, pelos arrepiados,
recuperação aparente, morte aos
3 meses;
- Aguda: Febre alta, anorexia,
letargia, vômito, dispnéia, tosse e
animais ficam aglomerados;
SÍNDROME RESPIRATÓRIA E
REPRODUTIVA DOS SUÍNOS (PRRS)
- Vírus PRRS
- Família: Arteriviridae;
- Gênero: Nidovirales;
- Características:
- Agalaxia, incoordenação motora,
exacerbação de doenças
endêmicas (sarna, rinite atrófica,
cistite), e aborto;
- Mortalidade em 1 a 4% dos
casos associada a edema
pulmonar, nefrite e cistite;
- Nunca registrada no Brasil e a
vacinação é proibida;
DOENÇA DE AUJESZKY
- Herpesvírus suíno 1 (SuHV-1)
- Família: Herpesviridae;
- Gênero: Varicellarirus;
- Características:
- Atingem sistema nervoso,
respiratório e circulação
sistemica através de canais
linfáticos;
- Tremores;
- Convulsões;
- incoordenação de membros
posteriores (posição de cão
sentado);
- Letalidade de 100% de leitões
não vacinados;
- Em fêmeas causa hipertermia,
aborto, rebasorção fetal,
dificuldade respiratória, emêse;
Não há um protocolo padrão de
vacinação, o sucesso é alcançado com
o somatório de ações que visam
biosseguridade + manejo sanitário
(vacinas, tratamento, profilaxia, etc).

Continue navegando