Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DOENÇAS RESPIRATÓRIAS PLEUROPNEUMONIA SUÍNA A pleuropneumonia, causada por Actinobacillus pleuropneumoniae (APP) é um coco Gram-negativo, não-espuralado e capsulado. Existem 15 sorotipos de APP e sem relação cruzada entre elas com produção de toxinas do tipo 1, 2, 3 ou 4 (geralmente produzem até duas toxinas). É uma das mais importantes doenças respiratórias suínas que ocorre em quase todos os países (mortalidade de até 10%). A APP tem uma alta especificidade de hospedeiros para suínos. O organismo é localizado no trato respiratório, em lesões necróticas dos pulmões, nas amígdalas e, com menor freqüência, na cavidade nasal. Em infecções muito agudas e agudas ele pode ser encontrado em grande quantidade nas descargas nasais. A infecção pode se espalhar espalhada através de contato direto de suíno a suíno, gotículas em distâncias curtas, transmissão indireta de exsudato contaminado a partir do pessoal da granja. A sobrevivência do organismo no ambiente é tida como de duração curta. Embora todas as categorias de idade (faixa etária) sejam suscetíveis, o pico da mortalidade ocorre em animais de aproximadamente três meses de idade. SINTOMAS • Dispnéia (respiração pela boca) e cansaço • Tosse e espirro • Êmese DIAGNÓSTICO: LABORATORIAL Cultivo e isolamento de APP a partir da coleta de pulmão ou lesão. • Histopatológico • IF, ELISA e PCR NECRÓPSIA • Pleurite - aderência em pleura e em grandil costal • Lesão encapsulada em pulmão • Não há lesões patognômonicas VACINAS INATIVADAS: VACINA SOROTIPO ESPECÍFICO Vacina feita a partir de bacterinas (bactérias inteiras). É o melhor tipo de vacina, porém é necessário saber qual o sorotipo existente na granja, além da monitorização constante. VACINA COM TOXINAS É a vacina que bloqueia os 4 tipos de toxinas existentes na APP, assim, não ocorre a formação das lesões, mas, ao mesmo tempo, não induz a destruição do patógeno. É muito utilizada quando há vários sorotipos na mesma granja. PREVENÇÃO Além das medidas de higiene, como o “all in all out” é empregado também o desmame precoce segregado. Esse tipo de desmame é feito no período que os leitões ainda estão protegidos pelos anticorpos recebidos da sua mãe e, desta forma, reduz as possibilidades dos leitões serem infectados pelos patógenos portados pela sua própria mãe ou de outros suínos mais velhos. O desmame ocorre em 21 dias. PNEUMONIA ENZOÓTICA A pneumonia enzoótica suína é uma doença altamente contagiosa, de distribuição cosmopolita, caracterizada por alta morbidade, mortalidade de até 50%, tosse crônica e retardo do crescimento. É causada pelo Mycoplasma hyopneumoniae. Esse agente é encontrado na mucosa respiratória, aderido ao epitélio ciliado da traquéia, brônquios e bronquíolos. A transmissão do agente pode ocorrer pelo contato direto das secreções respiratórias do suíno portador ou por aerossóis, a partir de animais infectados em um rebanho livre. A infecção restringe-se ao sistema respiratório e o agente não sobrevive por mais de 12 horas fora do mesmo. A transmissão ocorre por contato direto com as secreções do aparelho respiratório e através de CLÍNICA DE SUÍNOS aerossóis, eliminados durante os acessos de tosse. A fonte de infecção mais importante é a porca que transmite a doença à sua leitegada, logo após o nascimento, embora esses leitões, quando misturados com outros, no desmame ou no início do crescimento, também transmite a doença. A transmissão passiva da infecção pode ocorrer com utensílios usados nas granjas infectadas ou mesmo outros veículos. Suínos de todas as idades são susceptíveis à doença, porém os mais velhos desenvolvem certa imunidade. Assim, a forma clínica da doença é mais comum nos animais em crescimento e terminação, mas em rebanhos sem imunidade, a doença pode afetar leitões já a partir de duas semanas de idade, bem como em animais em fase de reprodução. SINTOMAS • Os mesmos sintomas de APP • Tosse seca e crônica • Corrimento nasal mucoso • Animais com pouco desenvolvimento • Pêlos arrepiados e sem brilho • Desuniformidade de peso entre leitões da mesma idade DIAGNÓSTICO: LABORATORIAL Patógeno de difícil isolamento, porém é possível realizar histopatológico, IF, ELISA e PCR. NECRÓPSIA Lesão consolidada em pulmões de cor escura nos lobos anteriores. RINITE ATRÓFICA (RA) A rinite atrófica é uma doença de alta transmissibilidade e enzoótica em certas regiões. Compromete animais na faixa de três a oito semanas de idade. Embora a RA seja considerada uma doença multifatorial, a Bordetella bronchiseptica, a Pasteurella multocida tipo D e, mais raramente, a tipo A, produtoras de toxina dermonecróticas, são incriminadas como agentes primários. Alguns autores são da opinião que a B. bronchiseptica causa apenas RA regressiva, enquanto que a P. multocida provoca RA progressiva. No entanto, não há dúvida que existe um sinergismo entre essas duas bactérias, já que a P. multocida agrava as lesões em suínos previamente infectados com a B. bronchiseptica. Essas bactérias aderem fortemente às células da mucosa nasal, multiplicam-se e produzem a toxina capaz de causar perda parcial dos ossos das conchas nasais. Isto ocorre duas a três semanas após a infecção. A transmissão primária da RA ocorre por contato, de suíno para suíno ou através de aerossóis, por via aerógena. Porcas, cronicamente infectadas, transmite a doença às suas leitegadas, por contato nasal, durante o período de amamentação. GRAUS DE RA: GRAU 0 Sem RA. GRAU I Leve destruição de cornetos nasais, mas sem desvio de septo (Bordetella bronchiseptica). GRAU II Moderada destruição de cornetos nasais e moderado desvio de septo (Bordetella bronchiseptica + Pasteurella multocida tipo D). GRAU III Severa destruição de cornetos nasais e desvio de septo (Bordetella bronchiseptica + Pasteurella multocida tipo D). SINTOMAS • Epistaxe e obstrução de ducto lacrima (B. bronchiseptica) • Desvio lateral de focinho e seu encurtamento (B. b + P. m) DIAGNÓSTICO: LABORATORIAL Isolamento a partir de swabs nasais de B. bronchiseptica ou de amídalas de P. multocida, além de PCR e ELISA. VACINAÇÃO Vacinas contendo P. multocida e B. bronchiseptica, além de toxóides. DOENÇAS REPRODUTORAS BRUCELOSE A brucelose suína é causada por bactéria Brucella suis. A doença é uma zoonose considerada ocupacional ou profissional, além de possuir caráter cosmopolita. A contaminação do plantel exige sacrifício sanitário. As principais portas de entrada da brucelose suína são o trato gastrointestinal e reprodutivo, pela ingestão de fetos abortados, membranas fetais infectadas ou secreções contaminadas. A aquisição de animais infectados sem conhecimento prévio ou de propriedades sem certificação é, geralmente, a causa da introdução da doença em plantéis. SINTOMAS • Abortamento repentino e, em especial, no primeiro terço gestacional. Ocorre a reabsorção embrionária (sem sinal de aborto), ocasionando o retorno do cio entre 5-8 semanas após a IA ou MN • Irregularidade estral • Orquite em machos (causa infertilidade) • Paralisa em membros posteriores e claudicação DIAGNÓSTICO: LABORATORIAL Isolamento e cultivo do agente a partir descargas vaginais ou produtos de aborto, sêmen, conteúdos de juntas ou testículos, e amostras de sangue Numerosos testes sorológicos são utilizados no diagnóstico da brucelose suína, e na maioria deles, emprega-se como antígeno suspensão de B. abortus, pois a B. suis possui antígenos lipopolissacarídeos de superfície muito similares aos da B. abortus.Tipos sorológicos: Aglutinação rápida em placa, soroaglutinação lenta, prova de antígeno acidificado tamponado (AAT), 2-mercaptoetanol, prova com antígeno acidificado (card test) e ELISATRATAMENTO E PREVENÇÃO Não existe tratamento para a brucelose nos animais, sendo o controle a medida mais eficaz para eliminação da doença do plantel. Não existe uma vacina disponível no mercado brasileiro para B.suis. É utilizado a US como método de diagnóstico gestacional, além da sorologia também a cada 3 meses. PARVOVIROSE (PVS) Os parvovírus têm como alvo células em alta atividade mitótica, o que os faz preferir tecidos linfoides no adulto e tecidos embrionários ou fetais em uma fêmea prenhe. Não é necessário sacrifício sanitário. Em geral, o vírus chega a uma granja por meio da introdução de animais portadores inaparentes ou de sêmen de animais infectados. A disseminação é rápida, através de contato direto dos animais susceptíveis com fezes, urina, secreções, fetos, materiais contaminados ou, ainda, por transmissão transplacentária. Os animais mais susceptíveis no plantel são as fêmeas de reposição. Elas se tornam especialmente susceptíveis à infecção quando a imunidade passiva, adquirida via colostro, desaparece. Isto ocorre normalmente em torno do 5 o mês de idade. Após este período, o risco de uma fêmea de reposição sofrer infecção e desenvolver viremia é muito grande sendo que em criações onde as fêmeas primíparas não imunes são mantidas isoladas, sem contato com animais mais velhos, este risco é maior ainda. SINTOMAS Em porcas, o PVS provoca uma infecção que passa clinicamente desapercebida, na maioria dos casos, e simultaneamente induz uma forte imunidade. Pode-se suspeitar de uma infecção por PVS quando ocorre um aumento na taxa de retorno ao cio, nascimento de fetos mumificados de diferentes tamanhos juntamente com leitões normais e/ou fracos ou o nascimento de leitegadas pequenas. É o comum o aborto no segundo terço gestacional. DIAGNÓSTICO: LABORATORIAL O diagnóstico confirmativo deve ser realizado através de exames laboratoriais, incluindo a identificação do vírus ou antígenos nos fetos da leitegada suspeita. A prova mais amplamente utilizada para o diagnóstico sorológico de infecção pelo PVS é a inibição da hemaglutinação (HI). Esta prova baseia-se na propriedade do PVS de aglutinar hemácias de algumas espécies. Caso o soro do animal possua anticorpos contra o vírus, esta capacidade hemaglutinante é bloqueada, pois os anticorpos se ligam aos antígenos virais e impedem que estes se adsorvam às hemácias VACINAÇÃO E PREVENÇÃO A vacinação é o método de controle específico mais seguro e eficaz de proporcionar imunidade a um plantel suíno frente à parvovirose suína. Vacinas atenuadas e inativadas têm sido desenvolvidas, mas, devido à maior segurança, as vacinas inativadas são as mais utilizadas em todo o mundo. Vacinar um mês antes de entrar na reprodução evita a transmissão vertical e não introduzir porcas em gestação na granja e reduzir o contato com fêmeas mais velhas. LEPTOSPIROSE A infecção é causada por diferentes sorovares de espiroquetas morfologicamente e fisiologicamente semelhantes, porém antigênica e epidemiologicamente distintos, todos pertencentes ao gênero Leptospira spp. e difundidos em quase todos os países do globo. No Brasil, a leptospirose faz parte das doenças incluídas no Programa Nacional de Sanidade Suídea (PNSS) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O habitat das leptospiras inclui água estagnada, solo úmido, matéria orgânica em decomposição, plantas, animais e o homem. As vias de eliminação implicadas com a disseminação da leptospirose suína incluem urina, sêmen, produtos do abortamento e secreções vaginais. Os mecanismos de contágio podem ser tanto indiretos, por meio do contato com materiais contaminados, como alimentos, água e fômites, e da prática da inseminação artificial quando o sêmen é colhido de doadores infectados; quanto diretos, por meio da transmissão venérea pela cópula. Ambientes por onde circulam roedores também são constantemente contaminados por leptospiras eliminadas pela urina desses animais. As leptospiras penetram ativamente através da pele íntegra ou escarificada e também das mucosas ocular, digestiva, respiratória e geniturinária. O período de incubação é de dois a cinco dias. SINTOMAS • Aborto no terceiro terço gestacional ou o nascimento de natimortos ou de leitões fracos que morrem poucas horas após o nascimento • Icterícia em calota craniana do natimorto • Nefrite em adultos (microscopicamente: rins com focos brancos) DIAGNÓSTICO: LABORATORIAL • Cultivo e isolamento da bactéria a partir de anexos fetais ou urina • Sorologia por aglutinação do soro de reprodutores DOENÇAS ENTÉRICAS COLIBACILOSE NEONATAL Escherichia (E.) Coli é o agente etiológico, sendo descritos aproximadamente 30 sorotipos associados às infecções em suínos. Ocorre pela ingestão de bactérias de origem materna e ambiental, ausência das defesas naturais, como flora normal do intestino e barreira gástrica, presença de receptores para fímbria nos recém-nascidos e a alta susceptibilidade dos animais às enterotoxinas produzidas por E. coli. Essa doença sempre acontece no setor de maternidade. Para que a doença ocorra é necessário a penetração da bactéria à mucosa intestinal. Isto se dá pela combinação da presença das fímbrias e de receptores nas células epiteliais dessa área. Bactérias portadoras do antígeno F4 aderem e se multiplicam principalmente no jejuno anterior e aquelas portando o F5 e F6 na porção posterior. Durante a multiplicação as bactérias produzem uma ou mais enterotoxinas, Sta (STI), STb (STII) e LT. Resumidamente, pode-se afirmar que, por ação das toxinas E. coli, ocorre a hiperfunção de um processo fisiológico (troca de líquidos e eletrólitos entre as células das vilosidades e a luz intestinal). Como existe o predomínio das atividades secretórias sobre as de absorção, ocorre diarréia e desidratação do leitão. O jejuno encontra-se com as alças dilatas e com presença de líquido amarelo em seu interior. SINTOMAS • Afeta leitões logo após o nascimento • Diarréia aquosa amarelada • Doença de curso rápido (4-24h) que causa desidratação aguda severa e morte • Olhos profundos e opacos • Animal “acinturado” • Pele áspera e sem brilho DIAGNÓSTICO É feito pela coleta do segmento intestinal e diarreico dos animais acometidos e enviar ao laboratório para cultura e identificação tipo de fímbria e cápsula da E. coli. PREVENÇÃO E CONTROLE Higiene e vacinação das porcas mães. COLITE ESPIROQUETAL A Colite Espiroquetal (CE) é causada pela bactéria Brachyspira pilosicoli. É uma doença comum no setor de crescimento e terminação. A doença tem carácter autolimitante (7-21 dias) e os índices de mortalidade são praticamente nulos. Causam diarreia de aspecto mucóide associada à redução no ganho de peso e piora na conversão alimentar. O mecanismo da diarréia é pela malabsorção e efusão. A B. pilosicoli causa causa perda das microvilosidades, hipersecreção de muco e hiperemia na região de céco e cólon. SINTOMAS • Diarréia pastosa, aquosa e mucóide de cor esverdeada, cinza (cimento fresco) ou marrom PREVENÇÃO E CONTROLE Higiene local e antibiótico terapia. DESINTERIA SUÍNA A Desinteria Suína (DS) é causada pela bactéria Brachyspira hyodysenteriae. A doença se caracteriza por diarréia muco-hemorrágica severa, com presença de lesões fibrino-hemorrágico no céco e cólon, levando a rápida perda da condição corpórea e à elevação da taxa de mortalidade. A diarréia é de mecanismo malabsorção e efusão. A B. hyodysenteriae causa perda de função dos enterócitos e esgotamento da capacitade absortiva do intestino grosso, resultando em diarréia e má absorção. Doença que ocorre no setor de crescimento e terminaçãocom mortalidade de 5- 15% em casos clássico e, em casos graves, até 50%. SINTOMAS • Lesão hemorrágica em região de céco e cólon, podendo haver depósito de coágulo e fibrina • Diarréia hemorrágica não-digerido (cor vermelho-vivo) PREVENÇÃO E CONTROLE Higiene e local da doença, uso de antibióticos e controle de roedores pela disseminação mecânica de agentes infecciosas (carreador do patógenos pelas patas e pelos). COMPLEXO ENTEROPATIA PROLIFERATIVA SUÍNA (CEPS) É causada pela bactéria Lawsonia intracellularis. É uma doença que afeta os suínos no setor de terminação e reposição até oito meses de idade. O índice de mortalidade pode chegar até 5% do plantel. Causa diarréia de mecanismo de malabsorção e efusão com lesões que geralmente afetam o jejuno distal e íleo e com menor frequência o cólon. O intestino afetado fica espesso e túrgido com edema de serosa. O lúmem do íleo e cólon geralmente contém hemorragia e coágulos de sangue. A superfície mucosa das porções afetadas de intestino apresenta espessamento adenomatoso. SINTOMAS • Diarréia com aspecto cremosa-aquosa e de coloração vermelho-enegrecido pela hemorragia parcialmente digerida PREVENÇÃO E CONTROLE Higiene do loca, uso de antibióticos e vacinação como método contraceptivo. DOENÇAS SISTÊMICAS PESTE SUÍNA CLÁSSICA A Peste Suína Clássica (PSC) é uma doença viral causada pela Pestivírus, altamente contagiosa e que acomete suínos e javalis. Ela acontece em todo o mundo, mas está erradicada em Austrália, EUA, Canadá, Irlanda, Suíca. No Brasil a doença se encontra controlada pelo PNCEPSC, principalmente nas regiões sudeste, sul e centro-oeste. As regiões norte e nordeste são as regiões de maior concentração da doença pela agricultura familiar. É uma doença de notificações obrigatória à OIE. É uma doença mortal a animais jovens. A infecção ocorre por via oral, pelo contato direto (secreções, excretas, sêmen e sangue) e vertical. Os leitões infectados congenitamente apresentam uma viremia persistente e podem excretar o vírus durante meses. A porta de entrada é pela mucosa oral, respiratória, trato reprodutivo e abrasões de pele. Inicialmente o vírus se instala nas tonsilas, onde se multiplica e se distribui aos linfócitos regionais, atingindo por via hematógena ou linfática, linfócitos T e B e outros células da linhagem macrofágica. Após, ocorre à infecção das células epiteliais de diversos órgãos. A PSC causa severa leucopenia, o que leva a um estado de imunodepressão do animal. Pode haver trombose generalizada e danos ao epitélio vascular. Lesões histopatológicas confirmam que vasos sanguíneos mostram-se alterados, com apresentação de lesões regressivas nos pré-capilares e nas veias pós-capilares sob a forma de degeneração fibrinóide das camadas da parede vascular. SINTOMAS • Congestão, infarto e lesões hemorragias em diversos graus (petéquias e equimoses) em quase todos os órgãos e tecidos • Esplenomegalia, congestão ou petéquias e sufusões na epiglote, principalmente, nos casos crônicos, presença de amigdalite necrótica purulenta • Febre alta (42-42,5°C) e amontoamento dos animais entre si ou na mãe • Conjuntivite com presença de sangue • Cianose nas extremidades • Aborto, infertilidade, natimorto, leitões fracos, reabsorção fetal e mumificação DIAGNÓSTICO: NECRÓPSIA • Petéquias hemorrágicas em órgãos: rins, bexiga urinária, pulmão, baço LABORATORIAL: IDENTIFICAÇÃO DO AGENTE • Isolamento viral a partir de órgãos refrigerados de amídalas, gânglios linfáticos (faríngeos e mesentéricos), baço, rins, íleo distas e sangue em EDTA de animais doentes e sadios • IFD PROVAS SOROLÓGICAS • ELISA e Neutralização Viral PREVENÇÃO E CONTROLE Não há tratamento. Caso ocorra a doença é necessário o sacrifício sanitário. DOENÇA DE AUJESZKY A Doença de Aujeszky (DA), Pseudoraiva dos Suínos ou Peste de Coçar é causada pelo herpesvírus-1. Acomete suínos em todas os setores de criação. A espécie suína é considerada como seu reservatório natural e, portanto, responsável pela manutenção da doença. Outras espécies de animais domésticas como equinos, bovinos, ovinos, caprinos, caninos, felinos e grande número de espécies selvagens são considerados hospedeiros finais e desta forma exercem um papel secundário na disseminação da enfermidade. Causa sintomas nervosos, reprodutivos e respiratórios. A via de infecção mais frequente é a nasofaringeana por contato direto com animais doentes ou portadores. A via transplacentária também é importante e o vírus pode afetar o embrião ou feto em qualquer estágio de desenvolvimento. A infecção ocorrendo antes do trigésimo dia da gestação, haverá morte embrionária e reabsorção dos embriões e consequentemente retorno ao cio, ou o nascimento de leitegadas pequenas. Se ocorrer a infecção após este período normalmente 50% das fêmeas abortam ou dão origem a fetos macerados, mumificados, natimortos, fracos ou podendo até mesmo nascerem normais. A maioria dos leitões morrem durante a gestação ou após ao nascimento, mas os leitões que nascem normais podem ainda ser infectados pelo leite materno ou pela secreção das via respiratórias. O contágio indireto verifica-se através da água, ração, restos de matadouros, caminhões de transportes ou qualquer outro material infectante como roupas, calçados, fômites. Após a inalação por aerossol, o vírus replica nas células das mucosas oro - nasais e, a seguir, nas amídalas e nos pulmões, podendo ocorrer uma fase de viremia. O vírus dirige-se aos gânglios pela via linfática atinge o sistema nervoso central movendo- se ao longo dos nervos olfativos em direção ao bulbo olfativo e, ao longo dos nervos glossofaríngeos, em direção do núcleus solitárius, da medula e do bulbo raquidiano. Ao atingir o sistema nervoso central o vírus dissemina-se de forma centrífuga para os demais órgãos. Caso o suíno sobreviva à infecção, o vírus permanece latente principalmente no gânglio trigêmeo. SINTOMAS: SETOR DE MATERNIDADE • Problemas neurológicos graves • Decúbito lateral com membros esticados (movimento de pedalagem) • Incapacidade de amamentação SETOR DE CRIA • Problemas respiratórios: dispnéia e refugagem no plantel SETOR DE ENGORDA • Problemas respiratórios • Problemas nervosos: ataxia e tremores SETOR DE REPRODUÇÃO • Falhas reprodutivas INFECÇÕES VERTICAIS • Mioclonia e convulsões • Morte em até 3-5 dias DIAGNÓSTICO: LABORATORIAL • Isolamento e cultivo viral a partir de amídalas, cérebro e cerebelo • IFD, sorologia e PCR PREVENÇÃO E CONTROLE Vacinação apenas autorizada pelo MAPA. ERISIPELA O agente etiológico é a Erysipelothrix spp, é uma bactéria Gram (+) tendo como principais espécies Erysipelothrix rhusiopathiae (os mais importantes são os sorovares 1 e 2) e Erysipelothrix tonsillarum (sorovares 3, 7, 10, 14, 20, 22 e 23). É uma doença de distribuição mundial, com alta morbidade e mortalidade, e de suprema importância econômica devido aos altos índices de condenação de carcaça. Uma grande preocupação surge pelo fato de ser uma doença ocupacional para seres humanos, causando dermatite (principalmente nas mãos - erisipelóide), febre e edema. O principal reservatório, assintomático ou não, é o suíno doméstico. No entanto, podem infectar outros mamíferos, peixes e aves. A bactéria citada se aloja principalmente nas tonsilas e em outros tecidos linfóides e sua eliminação acontece através das fezes de animais sadios. Já os suínos com infecção agudam eliminam o agente através das fezes, da urina, de secreções nasais e da saliva. É uma doença comum nos setores de cria, recria e terminação. A transmissão de animal para animal é deforma direta/horizontal e ocorre através de secreções oronasais, fecais e de ferimentos na pele. Também pode ocorrer de forma indireta através da ingestão de alimentos ou água contaminados. Suínos de todas as idades são suscetíveis, mas animais entre dois e doze meses e porcas em gestação são as categorias mais predisponentes. SINTOMAS Lesão cutânea patognômonica em forma de eritema, lembrando contornos em losango, salientes e de coloração púrpuro-escuras. • Febre alta (42-42,5°C). A antibiótico terapia não é responsiva nessa fase da doença. • Artrite e IC • Problemas reprodutivos em machos e fêmeas DIAGNÓSTICO: NACRÓPSIA • Esplenomegalia • Petéquias hemorrágicas em epicárdio e no córtex renal • Linfoadenomegalia e hemorrágicos LABORATORIAL • Cultura e isolamento do agente a partir de sangue, órgãos, pele ou fezes • Sorologia • ELISA, Fixação de Complemento e PCR PREVENÇÃO E CONTROLE • Medidas gerais de biosseguridade • Vacinas inativadas (erisipela, leptospirose e parvovirose) • Antibióticos CIRCOVIROSE SUÍNA É causada pelo vírus Circovírus-2 ou PCV-2. É um vírus muito patogênico e encontrado em todo o mundo. É uma doença conhecida por causar imunossupressão pela depleção linfocitária e caquexia. O suíno é o hospedeiro definitivo. As vias de eliminação do patógeno é por secreções do trato respiratório, fezes, urina e sêmen com porta de entrada oral-nasal. A transmissão é tanto horizontal como vertical. A Síndrome Multisistêmica do Definhamento dos Suínos (SMDS) é uma das síndromes mais importantes causada pelo PCV2, sendo observada em suínos entre 4 a 14 semanas. A morbidade e a mortalidade em suínos desmamados mostram-se superiores a 50% em algumas criações. Pode ser observada alta mortalidade em suínos com sintomas, porém a morbidade geralmente é baixa. A SMDS causa elevada mortalidade em suínos no setor de creche, crescimento. PREVENÇÃO E CONTROLE O manejo correto é fator fundamental para o controle da doença, fornecer ambiente confortável aos leitões, evitar situações estressantes para o animal, diminuir a densidade nos galpões, melhoria da higiene e separação dos animais refugos dos sadios, e posteriormente, eliminação dos animais positivos para a enfermidade, assegurando a eficiente biosegurança na granja, são fatores que favorecem o controle e evitam a disseminação desta síndrome. DOENÇAS METABÓLICAS HIPOGLICEMIA NEONATAL É uma doença de origem metabólica que leva a carência na produção de glicose devido à imaturidade do organismo por falhas na gliconeogênese, durante os primeiros dias de vida (baixa ingestão de leite referente ao leitão ou à mãe). É agravante de outras causas de morte no período pré-desmame cujo índice de mortalidade chega a 7,19% dos nascidos vivos nos primeiros 24 dias de vida, sendo que destes, 5,63% se concentra na primeira semana de vida, independente da estação do ano. A hipoglicemia neonatal é também conhecida como hipoglicemia dos leitões e está relacionada à imaturidade do metabolismo dos leitões ao nascer à falhas no manejo da porca e dos leitões. Ocorre com mais frequência nos 7 primeiros dias após o nascimento sendo que o índice de mortalidade pode variar de 30 a 40%, chegando a 100% em alguns casos. Durante os primeiros dias após o nascimento, os leitões são ineficientes para oxidação de cadeias longas de ácidos graxos, a qual pode servir de fonte de energia neste período pela gliconeogênese. As possíveis causas relacionadas a este fato se devem à imaturidade de transporte mitocondrial e à redução da atividade da lipase pancreática. A concentração normal de glicose é de 100 mg/100 ml de sangue. Outra causa para a hipoglicemia é a falta de tecido adiposo marrom (TAM). A proteína desacopladora mitocondrial (UCP) presente no TAM é responsável pela dissipação de energia na forma de calor e está presente nos mamíferos, sendo o principal mecanismo para termorregulação nesta fase. SINTOMAS • Os sinais de hipoglicemia começam a aparecer quando a glicose atinge 50 mg/100 ml de sangue • Animais amontoados pelo frio • Pele avermelhada e sinais neurológicos DIAGNÓSTICO: NECRÓPSIA Acúmulo de uratos na medula renal pela baixa ingestão de líquidos. PREVENÇÃO E CONTROLE • Injeção de soro glicosado intraperitoneal (5- 10ml de solução 10%). Para leitões que nasceram menores e mais fracos é feito a aplicação no 1° e no 3° dia de vida. ANEMIA FERROPRIVA A importância da suplementação mineral para suínos aumentou devido a uma série de fatores como o melhoramento genético, resultando em animais com maior velocidade de ganho de peso, leitegadas numerosas e de alta precocidade; o modelo de criação em confinamento, retirando a possibilidade de contato direto com a terra, importante fonte mineral; a retirada ou redução do uso de farinhas de origem animal nas rações devido a problemas de doenças, sendo estas, fontes ricas em minerais; as rações a base de ingredientes vegetais, pobres em minerais; o uso de rações com maior densidade de nutrientes, implicando também em aumento da suplementação dos minerais e, aumento da preocupação com a excreção mineral no ambiente. Ao nascer os leitões possuem reservas principalmente hepáticas para o atendimento da alta necessidade nutricional da biossíntese na hemoglobina, no início da vida extra uterina desses animais, sendo que esta reserva se esgota rapidamente, podendo durar não mais do que 5 dias para os leitões maiores da leitegada. Os principais fatores para desencadear a anemia dos leitões são a baixa transferência de ferro da mãe através da placenta e do leite, e a baixa reserva de ferro ao nascimento que podem interferir no desempenho do animal. A exigência metabólica e dietética diária do leitão é de 7-16 mg/kg, sendo que o leite da porca tem apenas 1 mg/kg. SINTOMAS • Palidez de pele e mucosas e dispnéia DIAGNÓSTICO: NECRÓPSIA Edema ventral. PREVENÇÃO E CONTROLE Administrar 200 mg de Ferro Dextran IM/SC 1-3x/dia.
Compartilhar