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ROTINAS TRABALHISTAS UIA 3 | DEMISSÃO DE EMPREGADOS VERSÃO PARA IMPRESSÃO Este material é destinado exclusivamente aos alunos e professores do Centro Universitário IESB, contém informações e conteúdos protegidos e cuja divulgação é proibida por lei. O uso e/ou reprodução total ou parcial não autorizado deste conteúdo é proibido e está sujeito às penalidades cabíveis, civil e criminalmente. ROTINAS TRABALHISTAS | UIA 3 | Copyright © 2016 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 3 SUMÁRIO Aula 9 | Rescisão de Contrato de Trabalho ................................................................................. 4 9.1. Dispensa Sem Justa Causa .............................................................................................................. 5 Aula 10 | Aviso Prévio e Demissão por Justa Causa ................................................................ 10 10.1. Aviso Prévio ................................................................................................................................ 10 10.2. Aviso Prévio Trabalhado ............................................................................................................ 13 10.3. Aviso Prévio Indenizado ............................................................................................................ 13 10.4. Dispensa do Cumprimento do Aviso Prévio ............................................................................ 13 10.5. Demissão por Justa Causa ......................................................................................................... 14 Aula 11 | Homologação de Rescisão Contratual no Sindicato ou na SRTE ............................ 19 11.1. Formas de Pagamento ............................................................................................................... 23 11.2. Formalização da Rescisão .......................................................................................................... 23 Aula 12 | Motivos Causadores de Autuações Trabalhistas e Multas Trabalhistas ............... 24 12.1. Autuações Trabalhistas ............................................................................................................. 24 12.2. Multas Trabalhistas .................................................................................................................... 29 ROTINAS TRABALHISTAS | UIA 3 | Copyright © 2016 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 4 n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n Assista ao vídeo de introdução à UIA 3. Acesse o material de estudo, disponível no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n Aula 9 | RESCISÃO DE CONTRATO DE TRABALHO Olá, estudante, bem-vindo(a) à terceira Unidade de Interação e Aprendizagem (UIA), sobre demissão de empregados. Nesta aula, falaremos sobre rescisão de contrato de trabalho. Boa aula! Segundo Milkovich e Boudreau (2000), as demissões se configuram como o término do emprego de trabalhadores permanentes ou temporários, sendo por iniciativa do empregador ou do empregado. Os empregados podem pedir demissão por estarem insatisfeitos com o salário ou com a cultura organizacional1 da empresa, bem como por receber uma proposta melhor de trabalho. O empregador demite geralmente pela falta de produtividade do empregado ou por situação financeira que obrigue a reduzir o quadro. Independentemente de quem partiu a decisão da rescisão do contrato de trabalho, é importante que ele se dê da forma mais adequada e justa para a empresa e as pessoas. Vamos assistir ao vídeo disponível no link a seguir e perceber a delicadeza dessa questão? http://tinyurl.com/kk7nve7 O processo de demissão de funcionários é sempre um processo delicado, que necessita de equilíbrio e maturidade na sua realização. É importante realizar um planejamento com todos os detalhes, para que aconteça da melhor maneira possível. Deve-se verificar quem realmente precisa ser desligado, mediante um processo eficiente de avaliação do desempenho e colaboração dos empregados, para que nem a empresa nem o funcionário saiam prejudicados. É importante também que o funcionário seja ouvido no momento de sua demissão, por isso é importante realizar uma entrevista de desligamento, na qual o gestor oferece a oportunidade ao empregado que está se desligando de expressar suas verdadeiras opiniões, críticas e elogios à empresa. Realizando essa análise de forma sistemática, a organização poderá crescer, modificando seus pontos fracos e corrigir erros que muitas vezes os líderes e gestores não conseguem enxergar durante o tempo em que o colaborador permaneceu na empresa. 1 É um sistema de valores compartilhados pelos seus membros, em todos os níveis, que diferencia uma organização das demais. ROTINAS TRABALHISTAS | UIA 3 | Copyright © 2016 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 5 Assim sendo, o término da relação de trabalho pode ser feita por vontade do empregado, do empregador, ou até mesmo de ambas as partes e é formalizado com a rescisão do contrato de trabalho. Obviamente, também pode ocorrer o óbito do empregado e, assim sendo, o vínculo se desfaz, porém os herdeiros precisam receber as verbas salariais. Vamos ver um exemplo de um formulário de pedido de demissão? FORMULÁRIO DE PEDIDO DE DEMISSÃO Ao ______________________________________________________________(nome do Empregador) Prezado (a) Senhor (a); Por razões de foro íntimo, venho apresentar-lhe meu pedido de demissão do cargo que ocupo nesta empresa desde _____/_____/_____. Tendo interesse em desligar-me imediatamente, solicito a dispensa do cumprimento do Aviso Prévio. No aguardo de um pronunciamento favorável, subscrevo-me. Atenciosamente. Local:________________________________ Data: ______/______/______ _____________________________________ Ciente:________________________________ EMPREGADO EMPREGADOR CTPS nº______________/Série:___________ O Empregado deverá: ( ) cumprir o Aviso Prévio ( ) ser dispensado do Aviso Prévio Fonte: http://tinyurl.com/h9hhzkl Saiba mais sobre a importância do processo de demissão lendo o artigo “Implicações do processo de desligamento na empresa Alfa”, disponível no link a seguir e no acervo da disciplina. http://tinyurl.com/ndng5y9 9.1. DISPENSA SEM JUSTA CAUSA São muitas as variáveis que devem ser consideradas para cumprir com a lei por ocasião de uma demissão sem justa causa. Vamos entendê-las? A seguir são citados alguns casos específicos. ROTINAS TRABALHISTAS | UIA 3 | Copyright © 2016 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 6 1. No período inferior a 01 (um) ano de serviço, o empregado terá direito a: • saldo de salário; • salário-família; • décimo terceiro salário proporcional (1/12 para cada mês ou fração igual ou superior a 15 dias trabalhados); • férias proporcionais; • acréscimo sobre férias (1/3); • o FGTS deverá ser depositado; • aviso prévio; • multa sobre o saldo do FGTS, bem como não poderá sacar os valores já depositados; • seguro desemprego. 2. No pedido de demissão, em um período superior a 01 (um) ano de serviço, o empregado terá direito a: • saldo de salário; • salário-família; • décimo terceiro salário; • FGTS – o Termo de Rescisão deverá ser depositado;• férias vencidas, se ainda não houver gozado; • férias proporcionais; • acréscimo sobre férias (1/3). O empregado não terá direito a: • aviso prévio; • multa sobre o saldo do FGTS, bem como não poderá sacar os valores já depositados; • seguro desemprego. 3. Na dispensa sem justa causa, antes de completar um 01 (ano) de serviço, o empregado terá direito a: • aviso prévio; • saldo de salário; • salário-família; • férias proporcionais; • acréscimo sobre férias (1/3); • décimo terceiro salário proporcional; • FGTS sobre a rescisão; ROTINAS TRABALHISTAS | UIA 3 | Copyright © 2016 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 7 • multa sobre o saldo do FGTS, que deverá ser depositada na conta vinculada do empregado, por meio da GRFC (Guia de Recolhimento Rescisório do FGTS); • seguro desemprego, desde que tenha trabalhado mais de 06 (seis) meses na empresa. 4. Na dispensa sem justa causa, em um período superior a 01 (um) ano de trabalho, o empregado terá direito a: • aviso prévio; • saldo de salário; • salário-família; • férias vencidas, se ainda não as tiver gozado; • férias proporcionais; • acréscimo sobre férias (1/3); • décimo terceiro salário proporcional; • FGTS – sobre a rescisão; • multa sobre o saldo do FGTS, que deverá ser depositada na conta vinculada do empregado, por meio da GRFC; • seguro desemprego – entregar a CD (Comunicação de Dispensa). 5. Na rescisão antecipada do contrato de experiência sem cláusula assecuratória de direito recíproco de rescisão antecipada pelo empregador, o empregado terá direito a: • indenização da metade dos dias que faltarem até o término do contrato (artigo 479 da CLT); • saldo de salário; • décimo terceiro salário proporcional; • salário-família; • férias proporcionais; • acréscimo sobre férias (1/3); • FGTS – sobre a rescisão; • multa sobre o saldo do FGTS, que deverá ser depositada na conta vinculada do empregado, por meio da GRFC. 6. Na rescisão antecipada do contrato de experiência sem cláusula de direito recíproco de rescisão antecipada pelo empregado, este terá direito a: • saldo de salário; • décimo terceiro salário proporcional; • FGTS – sobre a rescisão, depositado na conta vinculada do FGTS, sem direito a saque. • férias proporcionais + (1/3) constitucional. O empregado não terá direito a: • multa sobre os depósitos (saldo) do FGTS. ROTINAS TRABALHISTAS | UIA 3 | Copyright © 2016 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 8 O empregado poderá ser obrigado a indenizar o empregador em 50% (cinquenta por cento) dos dias restantes até o término do contrato de experiência, rescindindo antecipadamente, sem justa causa, desde que o empregador comprove prejuízos que deste ato tenham resultado. 7. Na rescisão por término do contrato de experiência, o empregado terá direito a: • saldo de salário; • salário-família; • férias proporcionais; • acréscimo sobre as férias (1/3); • décimo terceiro salário proporcional; • FGTS – sobre a rescisão. O empregado não terá direito a: • aviso prévio; • multa sobre o saldo do FGTS, mas, neste caso, poderá sacar o saldo depositado. 8. Em caso de morte do empregado, antes de completar 01 (um) ano de serviço, os dependentes terão direito a: • saldo de salário; • décimo terceiro salário proporcional; • férias proporcionais; • acréscimo sobre férias (1/3); • salário-família; • FGTS – sobre a rescisão. Os dependentes não terão direito a: • aviso prévio; • multa sobre o saldo do FGTS, mas, neste caso, os dependentes poderão sacar o saldo depositado. 9. Nos casos de morte do empregado, em período superior a 01 (um) ano de trabalho, os dependentes terão direito a: • saldo de salário; • décimo terceiro salário proporcional; • salário-família; • FGTS – sobre a rescisão; • férias vencidas, se não houver sido gozadas; • férias proporcionais; • acréscimo sobre as férias (1/3). ROTINAS TRABALHISTAS | UIA 3 | Copyright © 2016 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 9 Os dependentes não terão direito a: • aviso prévio; • multa sobre o saldo do FGTS, mas os dependentes também poderão sacar o saldo depositado. 10. Nos casos de rescisão por justa causa, o empregado terá direito a: • saldo de salário; • salário-família; • férias vencidas, acrescidas de 1/3; • FGTS – sobre a rescisão, sem direito a saque. O empregado não terá direito a: • aviso prévio; • férias proporcionais; • décimo terceiro salário proporcional; • multa sobre o saldo do FGTS Também devem ser considerados os descontos sobre as parcelas rescisórias, que podem ser os seguintes: • INSS; • INSS sobre décimo terceiro salário; • vale-transporte; • vale-refeição; • adiantamento de salário; • outros descontos autorizados pelo empregado. Saiba mais, estudante, assistindo ao vídeo do Mário Pessoa, disponível no link a seguir, sobre a hora da demissão. Você concorda com as opiniões do palestrante? Pense a respeito. http://tinyurl.com/l6k4h8e Termina aqui nossa primeira aula desta unidade. Introduzimos conceitos que serão importantes ao longo da unidade. Até a próxima aula! ROTINAS TRABALHISTAS | UIA 3 | Copyright © 2016 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 10 Aula 10 | AVISO PRÉVIO E DEMISSÃO POR JUSTA CAUSA Falaremos agora sobre o aviso prévio e demissão por justa causa. Veremos aqui, nesta aula, sobre aviso prévio trabalhado, indenizado e a dispensa do cumprimento do aviso prévio e mais.. Atenção e boa aula! 10.1. AVISO PRÉVIO O aviso prévio significa o que o nome sugere e consiste na comunicação da rescisão do contrato de trabalho por uma das partes, empregador ou empregado, que decide extingui-lo, com a antecedência obrigatória por força de lei. Esse período é muito importante porque garante um determinado tempo para o trabalhador procurar outro emprego, caso seja demitido, e um período para a empresa substituir o empregado, caso ele tenha pedido demissão. Com o advento da Constituição Federal, a duração do aviso prévio passou a ser de 30 (trinta) dias, independentemente do tempo de serviço do empregado na empresa e da forma de pagamento do salário. Posteriormente, o tema avançou com o Art. 1º da Lei nº 12.506, de 11 de outubro de 2011, onde o aviso prévio, de que trata o capítulo VI do título IV da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), será concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que detenham até 01 (um) ano de serviço na mesma empresa. Ou seja, de acordo com a citada lei, ao aviso prévio previsto (de 30 dias), serão acrescidos 03 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias (BRASIL, 1943, 1988, 2011). Vamos ver a nova lei na íntegra? Art. 1º O aviso prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, será concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1 (um) ano de serviço na mesma empresa. Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias. Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. (BRASIL, 2011) O aviso prévio, regra geral, é exigido nas rescisões sem justa causa dos contratos de trabalho por prazo indeterminado ou pedidos de demissão. Todavia, exige-se também o aviso prévio nos contratos de trabalho por prazo determinado que contenham cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão antecipada. Ainda, nas rescisõesmotivadas por falência ou dissolução da empresa, fica o empregador obrigado ao pagamento do aviso prévio. ROTINAS TRABALHISTAS | UIA 3 | Copyright © 2016 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 11 A comunicação do aviso prévio trabalhado sempre deve ser concedida por escrito, em 3 (três) vias, sendo uma para o empregado, outra para o empregador e a terceira para o sindicato. Apenas por cautela, caso uma das partes se recuse a dar ciência na via da outra, a comunicação deverá ser realizada na presença de duas testemunhas e por elas assinada. O aviso prévio não pode coincidir simultaneamente com as férias, porque férias e aviso prévio são direitos distintos. A falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período no seu tempo de serviço. A falta do aviso prévio por parte do empregado dá ao empregador o direito de descontar os salários correspondentes ao prazo respectivo. O período de duração do aviso prévio concedido pelo empregador ou empregado, tanto o trabalhado quanto o indenizado, integra o tempo de serviço para todos os efeitos legais, inclusive reajustes salariais, férias, décimo terceiro salário e indenizações. Vamos visualizar exemplos de aviso prévio? FORMULÁRIO DE AVISO PRÉVIO DO EMPREGADOR Sr(a): _______________________________, CTPS nº. __________________, Série nº. _______. Comunicamos que, a partir de ________ dias, após o recebimento deste comunicado, não será mais necessário os seus serviços em nossa empresa, ficando V. Sa. desde já ciente, nos termos do Art. 487 da CLT. Comunicamos ainda que, a partir de ___/____/______, haverá uma redução no seu horário normal de trabalho, sem prejuízo do salário integral, sendo-lhe facultado, escolher uma das seguintes alternativas: 1 – Redução de 02 (duas) horas diárias em seu horário normal de trabalho; ( ) 2 – Redução de 07 (sete) dias corridos. ( ) Atenciosamente, Local: __________________________________ Data: ____/_____/______ ___________________________________ EMPREGADOR Ciente: ________________________________ Fonte: http://www.cdlbh.com.br/midia/guia_de_rotinas0.pdf FORMULÁRIO DE AVISO PRÉVIO DO EMPREGADO Ao/À _________________________________ (nome do Empregador). Prezado(a) Senhor(a), Por razões de foro íntimo, venho comunicar-lhe que não tenho mais interesse na continuidade de meu Contrato de Trabalho firmado em ___/____/_____. ROTINAS TRABALHISTAS | UIA 3 | Copyright © 2016 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 12 Deste modo, por razões de foro íntimo e por minha livre e espontânea vontade, a partir de ______(______________) dias, contados desta data, estará rescindido de pleno direito meu contrato de trabalho. Local: __________________________ Data: ____/_____/_______ ____________________________________________ EMPREGADO CTPS Nº._________/SÉRIE:____________ Ciente: ________________________________ EMPREGADOR Fonte: http://tinyurl.com/gmbmstn FORMULÁRIO DE PEDIDO DE DEMISSÃO COM DISPENSA DE AVISO PRÉVIO Ao/À _________________________________ (nome do Empregador). Prezado(a) Senhor(a), Por razões de foro íntimo, venho apresentar-lhe meu pedido de demissão do cargo que ocupo nesta empresa desde ____/______/______. Tendo interesse em desligar-me imediatamente, solicito a dispensa do cumprimento do Aviso Prévio. No aguardo de um pronunciamento favorável, subscrevo-me. Local: __________________________ Data: ____/_____/_______ ____________________________________________ EMPREGADO CTPS Nº._________/SÉRIE:____________ _______________________________________ (Empregador) ciente em ____/_____/_______. O Empregado deverá: ( ) cumprir o Aviso Prévio ( ) ser dispensado do Aviso Prévio Fonte: http://tinyurl.com/gmbmstn Não deixe de ler o artigo “A Nova Lei do Aviso Prévio e Seus Reflexos nas Extinções Contratuais de Emprego”, disponível no link a seguir e no acervo da disciplina. http://tinyurl.com/o5gwfq4 E se o trabalhador cometer uma falta grave durante o aviso prévio? Ocorrendo do empregador ou do empregado cometer, durante o curso do aviso prévio, falta grave, poderá qualquer das partes rescindir imediatamente o contrato de trabalho. Se for o empregador quem cometeu a falta, fica ele obrigado ao pagamento da remuneração correspondente a todo o período de aviso prévio e as demais parcelas de direito. Se a falta grave cometida for cometida pelo empregado, ROTINAS TRABALHISTAS | UIA 3 | Copyright © 2016 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 13 exceto a de abandono de emprego, perderá o direito ao restante do prazo do aviso prévio (BRASIL, 1943, Art. 490 e 491). Toda a legislação pertinente ao assunto pode ser encontrada na seguinte base legal: • Constituição Federal de 1988: Art. 7º, XXI. • CLT: Arts. 449, 457, 458, 476, 477, 481, 482, 483, 487 a 491, 501 e 502 • Lei nº 5.889/73; • Lei nº 6.708/79; • Lei nº 7.238/84; • Lei nº 7.712/88; • Lei nº 9.036/90 • IN nº 17/00. 10.2. AVISO PRÉVIO TRABALHADO É aquele em que uma das partes comunica à outra sobre a sua decisão de rescindir o contrato de trabalho ao final de determinado período, sendo que, no transcurso do aviso prévio, continuará exercendo as suas atividades habituais. 10.3. AVISO PRÉVIO INDENIZADO Considera-se aviso prévio indenizado quando o empregador determina o desligamento imediato do empregado e efetua o pagamento da parcela relativa ao período de aviso ou quando o empregado se desliga de imediato, e o empregador efetua o desconto do valor respectivo. 10.4. DISPENSA DO CUMPRIMENTO DO AVISO PRÉVIO O aviso prévio é um direito irrenunciável do empregado. Quando o empregador rescinde o contrato de trabalho, sem justa causa, com aviso prévio trabalhado, o pedido de dispensa do seu cumprimento não exime o empregador de efetuar o pagamento do respectivo período. O empregador deixará de pagar apenas caso o empregado comprovar que obteve novo emprego. Essa comprovação se faz por meio de uma carta do novo empregador em papel timbrado. Tendo o empregado rescindido o contrato de trabalho, ou seja, pedido demissão, poderá solicitar ao empregador a dispensa do cumprimento do aviso prévio, cuja concessão é uma faculdade do empregador. ROTINAS TRABALHISTAS | UIA 3 | Copyright © 2016 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 14 Atenção, estudante, reflita mais sobre o aviso prévio e o direito do trabalho lendo o artigo disponível no link a seguir. http://tinyurl.com/nmzesuj 10.5. DEMISSÃO POR JUSTA CAUSA Como já vimos, o rompimento do vínculo empregatício pode ocorrer por diversas maneiras, tais como término de contrato por tempo determinado, pedido de demissão, morte do empregador, demissão sem justa causa, rescisão indireta, demissão por justa causa, entre outras. Caracteriza-se a justa causa a falta grave cometida pelo empregado que inviabiliza a continuidade da relação de emprego. Vamos ver o que diz a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)? Art. 482 – Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador: a) ato de improbidade; b) incontinência de conduta ou mau procedimento; c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço; d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena; e) desídia no desempenho das respectivas funções; f) embriaguez habitual ou em serviço; g) violação de segredo da empresa; h) ato de indisciplina ou de insubordinação; i) abandono de emprego; j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições,salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; (BRASIL, 1943) A empresa deve tomar muito cuidado ao tomar uma atitude dessas. Jamais deve ser por conta de intrigas pessoais entre chefe e empregado ou entre empregado e colegas de setor, ou por motivos emocionais externos às situações de trabalho, o que às vezes acontece. Motivos que não são suficientes e tampouco comprovam efetivamente a razão para o desligamento, caracterizam excesso no exercício do poder diretivo da empresa e, por conseguinte, violam os direitos de personalidade garantidos constitucionalmente ao empregado. Por isso, é um dever da empresa apurar, identificar e reter as provas necessárias que consubstanciam a justa causa dada a um empregado, até para se prevenir de eventual reclamatória intentada pelo respectivo empregado, a fim de reverter o motivo da demissão. Vamos ver um caso em que a Justiça do Trabalho deu ganho de causa para o trabalhador por ele ser demitido por justa causa? ROTINAS TRABALHISTAS | UIA 3 | Copyright © 2016 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 15 Veja a transcrição da notícia, divulgada pelo TST, a seguir. Fotos publicadas em rede social provocam demissão por justa causa Por unanimidade, a Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho negou provimento a agravo de uma enfermeira da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) de um hospital, em Olinda (PE), demitida por justa causa após postar, numa rede social da internet, fotos da equipe de trabalho tiradas durante o expediente. Na ação trabalhista, a enfermeira pedia a descaracterização da justa causa e o pagamento de dano moral pelo constrangimento causado pela demissão. Na inicial, a enfermeira contou que trabalhou no hospital durante um ano e nove meses até ser demitida - segundo ela, depois de ter publicado no Orkut fotos suas e de seus colegas de trabalho com o fardamento do hospital. A profissional alegava que o hospital agiu de forma discriminatória ao dispensá-la, porque a postagem de fotos no Orkut era prática comum entre os empregados, mas ela teria sido a única demitida, e os demais não sofreram qualquer tipo de punição. Informou ainda que o empregador se recusou a fornecer-lhe carta de recomendação, o que dificultou a obtenção de nova colocação no mercado de trabalho. Para o hospital, as imagens relatavam "intimidades" dos integrantes da equipe da UTI. Segundo a contestação, cada foto postada continha abaixo "comentários de mau gosto, não apenas da enfermeira demitida, mas também de terceiros" que acessavam a rede social. As fotos mostravam ainda o logotipo do estabelecimento sem sua autorização, expondo sua marca "em domínio público, associada a brincadeiras de baixo nível, não condizentes com o local onde foram batidas". Ainda segundo a defesa, a enfermeira desrespeitou os doentes internados na UTI, muitos em estado grave e que, por motivos alheios às suas vontades e de seus familiares, foram expostos publicamente. O estabelecimento alegou ser referência para o atendimento de ministros de estado e até do presidente da República, e não poderia "ficar à mercê de brincadeiras impensadas de empregados, principalmente quando abalam a sua moral". Ao analisar o pedido da enfermeira, a 3ª Vara do Trabalho de Olinda descaracterizou a justa causa e condenou o hospital ao pagamento de indenização por dano moral no valor de R$ 35 mil. Segundo a sentença, a dispensa "repercute na esfera subjetiva do trabalhador" e compromete sua honra e estima. Para o juiz, o ato não revelava comportamento inadequado no tratamento dos pacientes – "pelo contrário, demonstra o espírito de confraternização, de amizade, união e carinho entre os funcionários". Com as verbas rescisórias devidas, a condenação total foi de cerca de R$ 63 mil. Todavia, o Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (PE) reformou o a sentença ao dar provimento a recurso ordinário do hospital. Para o Regional, o empregador agiu corretamente ao aplicar a justa causa, porque as fotos revelam a equipe da UTI em um "ambiente de brincadeiras nitidamente inadequadas". O acórdão cita como exemplo uma foto que mostra "uma das enfermeiras semiagachada e uma mão supostamente tentando ROTINAS TRABALHISTAS | UIA 3 | Copyright © 2016 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 16 apalpá-la". Contra a decisão, a enfermeira interpôs recurso de revista para o TST, que teve seguimento negado pelo Regional, levando-a a interpor o agravo de instrumento agora julgado pela Segunda Turma. A Turma indeferiu o processamento do recurso de revista e manteve a decisão. Para o relator, ministro José Roberto Freire Pimenta, o Regional, na análise das provas dos autos, amparado no princípio do livre convencimento motivado, entendeu que a conduta da enfermeira foi grave ao ponto de justificar a sua dispensa. Para se concluir de forma diferente, como pretendido, seria necessário retornar à análise de fatos e provas, procedimento vedado pela Súmula nº 126 do TST. Processo: AIRR - 5078-36.2010.5.06.0000 Fonte: http://tinyurl.com/znm6o9h Você sabia, estudante, que mesmo quando um empregado é demitido por justa causa, ele tem direitos? Saiba quais são: • Saldo de salário: Se o empregado foi demitido por justa causa no dia 15, por exemplo, ele tem direito a esses 15 dias trabalhados. Se foi demitido no dia 4, tem direito a esses 4 dias trabalhados. Se foi demitido no dia 30, tem direito aos 30 dias trabalhados. Ou seja, quando o empregado trabalha, no fim do dia, ele tem direito adquirido a receber o dia trabalhado, independentemente de qualquer coisa. • Salários atrasados: Da mesma forma, se um empregado possui salários atrasados, trata-se de direito adquirido, pois já houve o trabalho efetivo. Dessa maneira, quem é demitido por justa causa tem direito, sim, aos salários que estão atrasados. • Férias vencidas (se houver): Se o empregado jamais recebeu o pagamento de férias e tem férias vencidas para receber, este tem o direito de receber, ainda que sua demissão tenha sido por justa causa. Atenção! Não estamos falando aqui de férias proporcionais. Quem foi demitido por justa causa só tem direito a receber as férias vencidas. Exemplo: uma pessoa que trabalha há mais de 2 anos em um local e jamais tirou férias possui direito a recebê-las, ainda que seja demitido por justa causa. Assim, podemos concluir que um empregado demitido por justa causa não tem direito ao aviso prévio, décimo terceiro salário, férias proporcionais + um terço, saque do FGTS, multa de 40% sobre o FGTS nem seguro desemprego. Porém, mesmo para empregados demitidos por justa causa, o FGTS poderá ser sacado após 3 anos da demissão. Vamos ver um modelo do formulário? ROTINAS TRABALHISTAS | UIA 3 | Copyright © 2016 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 17 AVISO DO EMPREGADOR PARA DISPENSA DO EMPREGADO NOME __________________________________________________________________ Seção _______________________________ Função ____________________________ De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, artigo 482, notificamos a V.Sa. que seu contrato de trabalho está rescindido por justa causa, nesta data, em decorrência de: _______________ (relatar, pormenoriza e claramente, os motivos da rescisão por justa causa – dentre aqueles citados nas alíneas “a” a “l” do art. 482 da CLT). Data: _____/_______/_________ _________________________________________ assinatura autorizada do empregador Ciente do empregado: Data: _____/_______/_________ _________________________________________ Assinatura do empregado _________________________________________ Assinatura do responsável, em caso de empregado menor TESTEMUNHAS: ________________________________Nome e RG: ________________________________ Nome e RG: Fonte: http://tinyurl.com/jveuu6l Caro(a) estudante, assista ao vídeo sobre demissão por justa causa e entenda mais do assunto. Acesse pelo link a seguir. http://tinyurl.com/nmzesuj É interessante ressaltar que o trabalhador também pode pedir demissão por “justa causa”. Você sabia disso, estudante? ROTINAS TRABALHISTAS | UIA 3 | Copyright © 2016 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 18 Veja o que diz a CLT: Art. 483 – O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenização quando: a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos bons costumes, ou alheios ao contrato; b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo; c) correr perigo manifesto de mal considerável; d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato; e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato lesivo da honra e boa fama; f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar sensivelmente a importância dos salários. § 1º – O empregado poderá suspender a prestação dos serviços ou rescindir o contrato, quando tiver de desempenhar obrigações legais, incompatíveis com a continuação do serviço. § 2º – No caso de morte do empregador constituído em empresa individual, é facultado ao empregado rescindir o contrato de trabalho. § 3º – Nas hipóteses das letras d e g, poderá o empregado pleitear a rescisão de seu contrato de trabalho e o pagamento das respectivas indenizações, permanecendo ou não no serviço até final decisão do processo. (BRASIL, 1943) O empregado que se sentir vítima das situações acima, deve fazer a denúncia diretamente à Justiça do Trabalho, mediante processo de Reclamação Trabalhista. Reconhecida a rescisão indireta, o empregador tem que pagar ao ex-funcionário todas as verbas rescisórias, da mesma forma como se o tivesse dispensado imotivadamente, inclusive a indenização de 40% sobre o FGTS. Estudante, assista ao vídeo sobre o assunto e veja como o empregado pode “demitir o patrão”. Acesse pelo link a seguir. http://tinyurl.com/pptpqpv Termina aqui nossa aula. Continue estudando e passe para a próxima aula. ROTINAS TRABALHISTAS | UIA 3 | Copyright © 2016 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 19 Aula 11 | HOMOLOGAÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL NO SINDICATO OU NA SRTE Nesta aula, estudaremos a homologação de rescisão contratual no sindicato ou na SRTE. Veremos também as formas de pagamento e a formalização da rescisão. Boa aula! Atenção, estudante, a homologação da rescisão de contrato de trabalho tem por objetivo orientar e esclarecer empregado e empregador do cumprimento da lei, bem como conferir o pagamento das parcelas correspondentes na rescisão contratual. Vamos saber mais? Se o tempo de serviço do empregado na empresa, somado ao período do aviso prévio indenizado, ultrapassar um ano de trabalho, o empregador deve fazer a homologação no respectivo sindicato ou na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), nos termos do Art. 477, parágrafo 1º da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL, 1943). A homologação da rescisão do contrato de trabalho deve ser assistida gratuitamente. A assistência é devida na rescisão do contrato de trabalho firmado há mais de 1 (um) ano e consiste em orientar e esclarecer empregado e empregador sobre o cumprimento da lei, assim como zelar pelo efetivo pagamento das parcelas devidas. Não é devida a assistência à rescisãode contrato de trabalho em que figurem a União, os estados, os municípios, suas autarquias e fundações de direito público que não explorem atividade econômica, bem como empregador doméstico, ainda que optante do FGTS. São competentes para assistir o empregado na rescisão do contrato de trabalho: i. o sindicato profissional da categoria; e ii. a autoridade local do Ministério do Trabalho e Emprego. Em caso de categoria não organizada em sindicato, a assistência será prestada pela federação respectiva. Na falta das entidades sindicais ou da autoridade prevista no inciso II, são competentes: 1. o representante do Ministério Público ou, onde houver, o Defensor Público; e 2. o Juiz de Paz, na falta ou impedimento das autoridades referidas. No pedido de demissão de empregado estável, nos termos do Art. 500 da CLT, e no pedido de demissão de empregado amparado por garantia provisória de emprego, a assistência somente poderá ser prestada pelo sindicato profissional ou federação respectiva e, na sua falta, pela autoridade do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) ou da Justiça do Trabalho. A assistência será prestada, preferencialmente, pela entidade sindical, reservando-se aos órgãos locais do MTE o atendimento aos trabalhadores nos seguintes casos: i. categoria que não tenha representação sindical na localidade; ii. recusa do sindicato na prestação da assistência; e iii. cobrança indevida pelo sindicato para a prestação da assistência. ROTINAS TRABALHISTAS | UIA 3 | Copyright © 2016 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 20 O ato da rescisão assistida exigirá a presença do empregado e do empregador. O empregador poderá ser representado por preposto formalmente credenciado e o empregado, excepcionalmente, por procurador legalmente constituído, com poderes expressos para receber e dar quitação. No caso de empregado analfabeto, a procuração será pública. Tratando-se de empregado adolescente, também será obrigatória a presença e a assinatura de seu representante legal, que comprovará esta qualidade. Os documentos necessários à assistência à rescisão contratual são: i. Termo de Rescisão de Contrato de Trabalho (TRCT), em 4 (quatro) vias; ii. Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), com as anotações atualizadas; iii. comprovante do aviso prévio ou do pedido de demissão; iv. cópia da convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa aplicáveis; v. extrato analítico atualizado da conta vinculada do empregado no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e guias de recolhimento dos meses que não constem no extrato; vi. Guia de recolhimento rescisório do FGTS e da Contribuição Social, nas hipóteses do Art. 18, da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, e do Art. 1º da Lei Complementar nº 110, de 29 de junho de 2001; vii. Comunicação da Dispensa (CD) e Requerimento do Seguro Desemprego, para fins de habilitação, quando devido; viii. Atestado de Saúde Ocupacional Demissional ou Periódico, quando no prazo de validade, atendidas as formalidades especificadas na Norma Regulamentadora 5, aprovada pela Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, e alterações; ix. ato constitutivo do empregador com alterações ou documento de representação; x. demonstrativo de parcelas variáveis consideradas para fins de cálculo dos valores devidos na rescisão contratual; e xi. prova bancária de quitação, quando for o caso. Vamos ver o modelo do Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho, a partir da Portaria nº 2.685/2011? Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho IDENTIFICAÇÃO DO EMPREGADOR 01 CNPJ/CEI 02 Razão Social/Nome 03 Endereço (logradouro, nº, andar, apartamento) 04 Bairro 05 Município 06 UF 07 CEP 08 CNAE 09 CNPJ/CEI Tomador/Obra IDENTIFICAÇÃO DO TRABALHADOR 10 PIS/PASEP 11 Nome 12 Endereço (logradouro, nº, andar, apartamento) 13 Bairro ROTINAS TRABALHISTAS | UIA 3 | Copyright © 2016 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 21 14 Município 15 UF 16 CEP 17 Carteira de Trabalho (nº, série, UF) 18 CPF 19 Data de Nascimento 20 Nome da Mãe DADOS DO CONTRATO21 Tipo de Contrato 22 Causa do Afastamento 23 Remuneração Mês Anterior R$ 24 Data de Admissão 25 Data do Aviso Prévio 26 Data de Afastamento 27 Cód. Afastamento 28 Pensão Alimentícia (%) (TRCT) 29 Pensão Alimentícia (%) (FGTS) 30 Categoria do Trabalhador 31 Código Sindical 32 CNPJ e Nome da Entidade Sindical Laboral DISCRIMINAÇÃO DAS VERBAS RESCISÓRIAS VERBAS RESCISÓRIAS Rubrica Valor Rubrica Valor Rubrica Valor 50 Saldo de Salário _____/dias (líquido de _____/faltas e DSR) 51 Comissões 52 Gratificações 53 Adic. de Insalubridade ____% 54 Adic. de Periculosidade ____% 55 Adic. Noturno _____ horas a _____% 56.1 H Extras _____ horas a ____% 57 Gorjetas 58 Descanso Semanal Remunerado (DSR) 59 Reflexo do "DSR" sobre Salário Variável 60 Multa art. 477, § 8º/CLT 62 Salário- Família 63 13º Salário Proporcional ____/12 avos 64.1 13º Salário - Exercício ______ - ___/12 avos 65 Férias Proporcionais ____/12 avos 66.1 Férias Venc. Per. Aquisitivo ___/___/_____a ___/___/_____ 68 Terço Constitucional de Férias 69 Aviso-Prévio Indenizado __/dias ROTINAS TRABALHISTAS | UIA 3 | Copyright © 2016 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 22 70 13º Salário (Aviso-Prévio Indenizado) 71 Férias (Aviso- Prévio Indenizado) 99 Ajuste do saldo devedor TOTAL BRUTO DEDUÇÕES Desconto Valor Desconto Valor Desconto Valor 100 Pensão Alimentícia 101 Adiantamento Salarial 102 Adiantamento 13º Salário 103 Aviso-Prévio Indenizado __/dias 112.1 Previdência Social 112.2 Prev Social - 13º Salário 114.1 IRRF 114.2 IRRF sobre 13º Salário TOTAL DEDUÇÕES VALOR LÍQUIDO Fonte: http://tinyurl.com/z5lc3vt Quando a rescisão decorrer de adesão a Plano de Demissão Voluntária ou quando se tratar de empregado aposentado, é dispensada a apresentação de CD ou Requerimento de Seguro-Desemprego. Ressalvada a disposição mais favorável prevista em acordo, convenção coletiva de trabalho ou sentença normativa, a formalização da rescisão assistida não poderá exceder: i. o primeiro dia útil imediato ao término do contrato, quando o aviso prévio for trabalhado; ou ii. o décimo dia, subsequente à data da comunicação da demissão, no caso de ausência de aviso prévio, indenização deste ou dispensa do seu cumprimento. Os prazos são computados em dias corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do vencimento. Se o dia do vencimento recair em sábado, domingo ou feriado, o termo final será antecipado para o dia útil imediatamente anterior. A inobservância dos prazos previstos sujeitará o empregador à autuação administrativa e ao pagamento, em favor do empregado, do valor equivalente ao seu salário, corrigido monetariamente, salvo quando, comprovadamente, o trabalhador tiver dado causa à mora. O pagamento das verbas rescisórias em valores inferiores aos previstos na legislação ou nos instrumentos coletivos constitui mora do empregador, salvo se houver quitação das diferenças no prazo legal. ROTINAS TRABALHISTAS | UIA 3 | Copyright © 2016 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 23 O pagamento complementar de valores rescisórios, quando decorrente de reajuste coletivo de salários (data-base) determinado no curso do aviso prévio, ainda que indenizado, não configura mora do empregador, nos termos do Art. 487, § 6º, da CLT (BRASIL, 1943). Atenção, estudante, leia uma consultoria sobre homologação tardia de rescisão de contrato, disponível no link a seguir, e leia sobre o que um gestor de RH deve saber sobre o assunto! http://tinyurl.com/blz6fvh 11.1. FORMAS DE PAGAMENTO O pagamento das verbas salariais e indenizatórias constantes do Termo de Rescisão de Contrato de Trabalho (TRCT) será efetuado no ato da assistência, em moeda corrente ou em cheque visado. É facultada a comprovação do pagamento por meio de transferência eletrônica disponível, depósito bancário em conta corrente do empregado, ordem bancária de pagamento ou ordem bancária de crédito, desde que o estabelecimento bancário esteja situado na mesma cidade do local de trabalho, o trabalhador tenha sido informado do fato e os valores tenham sido efetivamente disponibilizados para saque nos prazos indicados no § 6º do Art. 477 da CLT (BRASIL, 1943). 11.2. FORMALIZAÇÃO DA RESCISÃO No ato da formalização da rescisão, deverá ser examinada: i. a regularidade da representação das partes; ii. a existência de causas impeditivas à rescisão; iii. a observância dos prazos legais; iv. a regularidade dos documentos apresentados; e v. a correção das parcelas e valores lançados no TRCT e o respectivo pagamento. Se for constatado, no ato da assistência, impedimento legal para a rescisão, insuficiência documental, incorreção ou omissão de parcela devida, o assistente tentará solucionar a falta ou a controvérsia, orientando e esclarecendo as partes. Não sanadas as incorreções constatadas quanto aos prazos, valores e formas de pagamentos ou recolhimentos devidos, serão adotadas as seguintes providências: i. comunicação do fato ao setor de Fiscalização do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego; e ii. lavratura do respectivo auto de infração, se o assistente for Auditor- Fiscal do Trabalho. O assistente não poderá impedir ou obstar que a rescisão seja formalizada, quando o empregado com ela concordar, na medida em que essa concordância vale como quitação relativamente ao exato valor de cada verba ROTINAS TRABALHISTAS | UIA 3 | Copyright © 2016 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 24 especificada no Termo de Rescisão. Se o valor consignado da parcela for insuficiente, deve-se colocar ressalva expressa a respeito, conforme consta do Enunciado nº 330 do TST. Homologada a rescisão contratual e assinadas pelas partes, as vias do TRCT terão a seguinte destinação: i. as 3 (três) primeiras vias para o empregado, sendo uma para sua documentação pessoal e as outras 2 (duas) para movimentação do FGTS; e ii. a quarta via para o empregador, para arquivo. As bases legais são: Art. 477 da CLT; Lei nº 8.036/90, Art. 18; e Lei Complementar 110/2001; e Instrução Normativa SRT/MTE 03, de 21 de junho de 2002. Estudante, para saber tudo sobre o assunto, consulte o Manual de Assistência e homologação de rescisão de contrato de trabalho, disponível no link a seguir e no acervo da disciplina. http://tinyurl.com/o6n7yys Terminada nossa Aula 11, passe para a aula seguinte e aprenda ainda mais. Aula 12 | MOTIVOS CAUSADORES DE AUTUAÇÕES TRABALHISTAS E MULTAS TRABALHISTAS Veremos nesta aula alguns motivos causadores de autuações e multas trabalhistas. Essas noções são essenciais para o dia a dia profissional e para o estudioso(a) da área. 12.1. AUTUAÇÕES TRABALHISTAS Cabe ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) a fiscalização do cumprimento das normas de proteção ao trabalho, sendo o agente de inspeção o responsável por lavrar o auto de infração, sob pena de responsabilidade administrativa, quando verificar a existência de violação. Nós já vimos na Aula 06, sobre Auditoria Trabalhista, um quadro com todos os elementos que serão fiscalizados pelo MTE por ocasião da fiscalização, que pode acontecer por rotina do órgão ou por denúncia. A fundamentação legal da inspeção do trabalho é inicialmente encontrada na Constituição Federal de 1988: “Art. 21. Compete à União [...] organizar, manter e executar a inspeção do trabalho” (BRASIL, 1988). Também a CLT, Art. 626 e seguintes, prevê a competência da regulamentação pelo MTE (BRASIL, 1943). ROTINAS TRABALHISTAS | UIA 3 | Copyright © 2016 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 25 Vamos ver a transcrição do artigo? Art. 626 Incumbe às autoridades competentes do Ministério do Trabalho, ou àquelasque exerçam funções delegadas, a fiscalização do fiel cumprimento das normas de proteção ao trabalho. Parágrafo único - Os fiscais do Instituto Nacional de Seguridade Social e das entidades paraestatais em geral, dependentes do Ministério do Trabalho, serão competentes para a fiscalização a que se refere o presente Art., na forma das instruções que forem expedidas pelo Ministro do Trabalho. (BRASIL, 1943) Ainda mantém o respaldo legal nas diversas portarias editadas ao longo dos anos: Portarias nos: 3.158/71; 3.159/71; 3.292/71; 27/77; Lei nº 7.855/89; Instrução Normativa 28/2002; Decreto nº 55.841/65. A inspeção do trabalho tem por finalidade a prevenção e manutenção adequada dos direitos trabalhistas dos empregados, frente à relação trabalhista com o empregador, podendo ser pessoa de direito privado ou público. O Estado regula a relação trabalhista de duas formas, num primeiro plano, a inspeção direta e autônoma do auditor-fiscal junto ao empregador e, em segundo, a Justiça do Trabalho, que depende da vontade e ação do empregado. Assim sendo, a relação de emprego, entre a empresa e o trabalhador pode ser fiscalizada pelo MTE ou pelo Ministério da Previdência Social. No âmbito regional temos sua representação pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) e Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS), respectivamente. A representação pela SRTE se dá por meio dos agentes da inspeção ou também denominado de auditor- fiscal, pessoa física que se identifica mediante identidade funcional, contendo dados pessoais e profissionais. Você sabe, estudante, o que é a SIT? A Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) é o órgão do MTE encarregado de fiscalizar o cumprimento da legislação trabalhista e de Segurança e Saúde no Trabalho, no Brasil. Segundo os Arts. 14, 15 e 16 do Decreto nº 5.063, de 3 de maio de 2004: Art. 14. À Secretaria de Inspeção do Trabalho compete: I - formular e propor as diretrizes da inspeção do trabalho, inclusive do trabalho portuário, priorizando o estabelecimento de política de combate ao trabalho forçado e infantil, bem como a todas as formas de trabalho degradante; II - formular e propor as diretrizes e normas de atuação da área de segurança e saúde do trabalhador; III - participar, em conjunto com as demais Secretarias, da elaboração de programas especiais de proteção ao trabalho; IV - participar, em conjunto com as demais Secretarias, da formulação de novos procedimentos reguladores das relações capital-trabalho; V - supervisionar, orientar e apoiar, em conjunto com a Secretaria de Relações do Trabalho, as atividades de mediação em conflitos coletivos de trabalho, quando exercidas por Auditores- Fiscais do Trabalho; ROTINAS TRABALHISTAS | UIA 3 | Copyright © 2016 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 26 VI - formular e propor as diretrizes da fiscalização dos recolhimentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS; VII - propor ações, no âmbito do Ministério, que visem à otimização de sistemas de cooperação mútua, intercâmbio de informações e estabelecimento de ações integradas entre as fiscalizações federais; VIII - formular e propor as diretrizes para o aperfeiçoamento técnico-profissional e gerência do pessoal da inspeção do trabalho; IX - promover estudos da legislação trabalhista e correlata, no âmbito de sua competência, propondo o seu aperfeiçoamento; X - supervisionar as atividades voltadas para o desenvolvimento de programas e ações integradas de cooperação técnico-científica com organismos nacionais e internacionais, na área de sua competência; XI - acompanhar o cumprimento, em âmbito nacional, dos acordos e convenções ratificados pelo Governo brasileiro junto a organismos internacionais, em especial à OIT, nos assuntos de sua área de competência; XII - propor diretrizes para o aperfeiçoamento das relações do trabalho na sua área de competência; e XIII - baixar normas relacionadas com a sua área de competência. Art. 15. Ao Departamento de Fiscalização do Trabalho compete: I - subsidiar a formulação e proposição das diretrizes da inspeção do trabalho, em especial das políticas de combate ao trabalho infantil e a toda forma de trabalho degradante, bem como do trabalho portuário; II - subsidiar a formulação e proposição das diretrizes da fiscalização dos recolhimentos do FGTS; III - planejar, supervisionar, orientar, coordenar e controlar as ações e atividades da fiscalização do trabalho, incluindo as referentes à fiscalização dos recolhimentos do FGTS; IV - supervisionar e controlar a geração, a sistematização e a divulgação de informações acerca da inspeção do trabalho e da fiscalização dos recolhimentos do FGTS; V - subsidiar a proposição de diretrizes e normas para o aperfeiçoamento das relações do trabalho, na área de sua competência; VI - acompanhar as atividades do Conselho Curador do FGTS; VII - supervisionar a remessa da legislação e atos administrativos de interesse da fiscalização do trabalho às Delegacias Regionais do Trabalho; VIII - subsidiar a formulação e proposição das diretrizes para o aperfeiçoamento técnico- profissional e gerência do pessoal da inspeção do trabalho; e IX - coordenar as atividades voltadas para o desenvolvimento de programas e ações integradas de cooperação técnico-científica com organismos nacionais e internacionais, na área de sua competência. Art. 16. Ao Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho compete: I - subsidiar a formulação e proposição das diretrizes e normas de atuação da área de segurança e saúde no trabalho; II - planejar, supervisionar, orientar, coordenar e controlar a execução das atividades relacionadas com a inspeção dos ambientes e condições de trabalho; III - planejar, coordenar e orientar a execução do Programa de Alimentação do Trabalhador e da Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho; IV - planejar, supervisionar, orientar, coordenar e controlar as ações e atividades de inspeção do trabalho na área de segurança e saúde; V - subsidiar a formulação e proposição das diretrizes para o aperfeiçoamento técnico- profissional e gerência do pessoal da inspeção do trabalho, na área de segurança e saúde; VI - coordenar as atividades voltadas para o desenvolvimento de programas e ações integradas de cooperação técnico-científica com organismos internacionais, na área de sua competência; e VII - supervisionar, no âmbito de sua competência, a remessa da legislação e atos administrativos de interesse da fiscalização do trabalho às Delegacias Regionais do Trabalho. (BRASIL, 2004) ROTINAS TRABALHISTAS | UIA 3 | Copyright © 2016 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 27 Estudante, para saber tudo sobre a atuação da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), acesso o site do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), disponível no link a seguir http://tinyurl.com/p9uuyah Assim sendo, toda empresa, independentemente de sua atividade econômica, deverá manter à disposição do auditor-fiscal o livro de inspeção do trabalho. Exceção dada às microempresas e empresas de pequeno porte (Lei nº 9.841/99, Art. 11). É nesse livro que o auditor lançará a documentação fiscal que a empresa deverá apresentar e prazo. O referido livro deve ser adquirido em papelaria e mantido nas dependências do estabelecimento da empresa. Praticamente tudo realizado pelo Departamento Pessoal relacionado a direitos trabalhistas! Como vimos na aula sobre auditoria trabalhista, entre outras documentações que devem estar sempre disponíveis para a inspeção, destacam-se: a. quadro de horário ou ficha/cartão de ponto devidamente aprovado; b. livros ou fichas de empregados preenchidos; c. folhas de pagamento; d. relação de empregados maiores e menores; e. relação de empregados homens e mulheres; f. acordo de compensação de horas; g. acordo de prorrogação de horas; h. encargos sociais: INSS, FGTS, IRRF e Sindicali. rescisão contratual; j. recibo e aviso de férias; k. cópia de INSS protocolada no Sindical; l. Normas regulamentadoras de saúde, higiene e segurança no trabalho: Urbana até 29 normas e Rural até 4 normas. E como acontecem as visitas do auditor-fiscal? Para ocorrer a inspeção do trabalho numa empresa, não é obrigatório o pré-aviso, podendo o inspetor, dentro de sua região de competência, visitar o estabelecimento que achar necessário. Pode ocorrer em horário diurno ou noturno e ainda em qualquer dia da semana, sempre que o auditor-fiscal achar necessário. Instalada a inspeção no trabalho, a empresa deverá apresentar ao auditor-fiscal, sendo solicitado por este, todas as suas dependências, sendo que o mesmo tem livre acesso a qualquer lugar dela. O auditor pode interpelar o dirigente ou preposto da empresa para que o mesmo faça os esclarecimentos necessários para o bom andamento da inspeção. ROTINAS TRABALHISTAS | UIA 3 | Copyright © 2016 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 28 Entendendo necessário, o auditor-fiscal também pode interrogar qualquer empregado, na presença ou não do empregador, visando apurar com perfeição os atos legais praticados. Se o auditor-fiscal achar necessário, pode retirar das dependências da empresa, mediante aviso ao empregador, cópias de documentos, modelos de equipamentos ou amostras de materiais para análise na sede da Delegacia Regional do Trabalho (DRT) ou outro órgão a ela vinculado. Então, estudante, para uma empresa não ser autuada por ocasião das diversas fiscalizações que sofrerá, é só cumprir com a lei, e a lei é clara! Segundo Zanluca (2014), ocorrendo excesso ou arbitrariedade do agente fiscal, o empregador deve buscar seu direito de defesa, visando resguardar-se de pagar as infrações que avaliar como indevidas. Segundo o autor, com o propósito de instruir os responsáveis no cumprimento das leis trabalhistas, o agente deverá observar o critério da dupla visita quando: a. Ocorrer promulgação ou expedição de novas leis, regulamentos ou instruções ministeriais, sendo que, em relação exclusivamente a esses atos, será feita apenas a instrução dos responsáveis. Decorrido o prazo de 90 (noventa) dias da vigência do ato, a autuação não dependerá de dupla visita. b. Se tratar de primeira inspeção nos estabelecimentos ou locais de trabalho recentemente inaugurados ou empreendidos. Decorrido o prazo de 90 (noventa) dias do efetivo funcionamento do novo estabelecimento ou local de trabalho, a autuação não dependerá de dupla visita. c. Se tratar de estabelecimento ou local de trabalho com até 10 (dez) trabalhadores, salvo quando for constatada infração por falta de registro de empregado ou de anotação da CTPS, bem como na ocorrência de reincidência, fraude, resistência ou embaraço à fiscalização; e d. Se tratar de microempresa e empresa de pequeno porte, na forma da lei específica. O auto de infração será lavrado no local da inspeção. A lavratura do auto não depende da assinatura do infrator ou de testemunhas, tendo um prazo de 24 horas para ser lavrado, sob pena de responsabilidade. Uma vez lavrado, o auto não poderá ser inutilizado, nem sustará o curso do respectivo processo, devendo o agente da inspeção apresentá-lo à autoridade competente, mesmo se contiver erro. A apresentação de defesa do infrator deve ser dirigida ao superintendente da SRTE ou à autoridade delegada, no prazo de 10 (dez) dias, contados do recebimento do auto. Saiba mais sobre o assunto lendo o artigo “Legalidade e razoabilidade devem pautar fiscalização”, disponível no link a seguir. http://tinyurl.com/nuhamjy Após a decisão da autoridade mencionada, o autuado será notificado. A notificação fixará o valor da multa para depósito em 10 (dez) dias, na hipótese da decisão ser desfavorável. Prezado(a) estudante, nem sempre é fácil fiscalizar o trabalho no Brasil. Assista ao vídeo, disponível no link a seguir, sobre esse tema e veja o que aconteceu com uma equipe que foi verificar as condições dos trabalhadores em uma fazenda. http://tinyurl.com/ndyrhx9 ROTINAS TRABALHISTAS | UIA 3 | Copyright © 2016 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 29 Mas não é só por fiscalização que uma empresa é autuada. Pode ser também por ação na justiça. Não existe uma ação simples para impedir que empregados ou ex-empregados acionem seus empregadores ou ex-empregadores na Justiça Trabalhista, porque o direito de ajuizar ações é garantido pela Constituição Federal e é essencial à manutenção do Estado Democrático de Direito. O que toda empresa precisa fazer, como já vimos, é respeitar os direitos dos trabalhadores, pois o descumprimento da legislação trabalhista resulta em sérios problemas para as organizações, não só com reclamações trabalhistas, mais também com autuações e multas. Existem empresas em que o número de reclamações trabalhistas está bem próximo de zero e, quando ocorre uma reclamação, o reclamante acaba não tendo sucesso nos seus pedidos. São empresas que respeitam os direitos do trabalhador, cumprem suas obrigações legais e guardam devidamente todos os documentos que envolvem a vida do empregado. A justiça do trabalho resguarda os direitos do trabalhador e do empregador quando há um conflito que não é resolvido no âmbito da empresa. Podem ser conflitos gerados tanto durante quanto depois da demissão. Porém, empregados, do ponto de vista jurídico, devem ser amparados, pois estão mais desprotegidos economicamente, mas, se estes agirem de má-fé ao abrir o processo, poderão ser demitidos por justa causa. As ações trabalhistas podem ser geradas a partir de pequenos erros diários na gestão e organização da empresa, sendo que os mesmos podem representar graves prejuízos financeiros, principalmente por não saber aplicar a legislação trabalhista de forma correta e cumprir sua agenda de obrigações. Segundo Vargas (2013), honorários, horas extras, danos morais e não recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) representa as maiores demandas na justiça. Tendo como referência o ano de 2012, dos cerca de 200 mil processos cadastrados no Tribunal Superior do Trabalho, mais de um quarto se referem a honorários (35.785 por horas extras e 21.570 por intervalo intrajornada). Além disso, tramitam 19 mil ações relativas a danos morais, 16 mil a terceirizações e 9 mil por adicional de insalubridade. Por essas estatísticas, estudante, podemos perceber a importância de a empresa ser ética e ter suas rotinas trabalhistas realizadas com competência! 12.2. MULTAS TRABALHISTAS Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), as infrações à legislação trabalhista são punidas com multas em dinheiro, fixas ou variáveis, cujos valores são previstos em lei de acordo com cada infração, conforme veremos na tabela a seguir. Como já foi abordado na aula anterior, após a lavratura do auto de infração pelo auditor-fiscal do trabalho e o oferecimento de oportunidade para que o empregador apresente sua defesa, o ROTINAS TRABALHISTAS | UIA 3 | Copyright © 2016 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 30 superintendente ou a autoridade a quem ele tenha delegado competência para a prática do ato impõe ao empregador a multa. No caso das multas variáveis, ou seja, aquelas em que a lei indica apenas o valor mínimo e o valor máximo, a gradação da multa se dá com base em parâmetros previstos em portaria do MTE, de forma a garantir a isonomia, ou seja, que empregadores na mesma situação sejam punidos com multas de mesmo valor. Estudante, acesse o link disponível a seguir e saiba mais sobre as multas aplicadas. http://tinyurl.com/mbbqpqy Vamos conferir os valores atualizados das multas trabalhistas? Item Natureza Infração Base Legal Valor (R$) Observações Mínimo Máximo Carteira de Trabalho Obrigatoriedade CLT, art.13 CLT, art.55 402,53 402,53 . Falta de registro deempregado CLT, art.41 CLT, art.47 402,53 402,53 Por empregado, dobrado no caso de reincidência Falta de anotação CLT, art.29 CLT, art.54 402,53 402,53 . Extravio ou inutilização CLT, art.52 CLT, art.52 201,27 201,27 . Retenção CLT, art.53 CLT, art.53 201,27 201,27 . Não comparecimento audiência para anotação CLT, art.54 CLT, art.54 402,53 402,53 . Cobrança pelo sindicato CLT, art.56 CLT, art.56 1.207,60 1.207,60 . Anotação indevida CLT, art.435 CLT, art.435 402,53 402,53 . Livro/Ficha Registro de Empregados Falta de atualização CLT, art.41, § único CLT, art.47, § único 201,26 201,26 Dobrado na reincidência Falta de autenticação CLT, art.42 CLT, art.47, § único 201,26 201,26 Dobrado na reincidência ROTINAS TRABALHISTAS | UIA 3 | Copyright © 2016 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 31 Férias Não concessão de Férias CLT, arts.129 e 152 CLT, art.153 170,26 170,26 Por empregado, dobrado na reincidência, embaraço ou resistência Trabalho do Menor Falta de cumprimento da legislação CLT, art.402 e 441 CLT, art.434 402,53 2.012,66 Por menor irregular, até o máximo de R$ 1.817,85 quando infrator primário. Dobrado esse máximo na reincidência Contrato Individual de Trabalho Falta de cumprimento da legislação CLT, art.442 e 508 CLT, art.510 402,53 402,53 Dobrado na reincidência Salário Atraso pagamento do salário CLT, art.459, § 1º Art.4º, Lei 7.855 - 89 170,26 170,26 Por empregado prejudicado Rescisão Não pagamento no prazo previsto CLT, art.477, § 8º CLT, art.477, § 8º 170,26 170,26 Por empregado prejudicado + multa de 1 salário, corrigido, para o empregado 13º salário Não pagamento no prazo previsto Lei 4.090/62 Lei 7.855/89, art.3 170,26 170,26 Por empregado, dobrado na reincidência Vale- Transporte Não pagamento Lei 7.418/85 Lei 7.855/89, art.3 170,26 170,26 Por empregado, dobrado na reincidência ROTINAS TRABALHISTAS | UIA 3 | Copyright © 2016 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 32 CAGED Entrega com atraso até 30 dias Lei 4.923/65 Lei 4.923/65, art.10, § único 4,47 4,47 Por empregado Entrega com atraso de 31 a 60 dias Lei 4.923/65 Lei 4.923/65, art.10, § único 6,70 6,70 Por empregado Falta ou entrega com atraso acima de 60 dias Lei 4.923/65 Lei 4.923/65, art.3 13,41 13,41 Por empregado Duração do Trabalho Maior que previsto CLT, arts.57 e 74 CLT, art.75 40,25 4.025,33 Dobrado na reincidência, oposição ou desacato Salário Mínimo Abaixo do mínimo CLT, arts.76 e 126 CLT, art.120 40,25 1.610,13 Dobrado na reincidência Segurança do Trabalho Falta de cumprimento da legislação CLT, arts.154 e 200 CLT, art.201 670,89 6.708,88 Valor máximo na reincidência, embaraço, resistência, artifício ou simulação Medicina do Trabalho Falta de cumprimento da legislação CLT, arts.154 e 200 CLT, art.201 402,53 4.025,33 Valor máximo na reincidência, embaraço, resistência, artifício ou simulação Duração e Condições Especiais do Trabalho Falta de cumprimento da legislação CLT, arts.224 e 350 CLT, art.351 40,25 4.025,33 Dobrado na reincidência, oposição ou desacato Trabalho da Mulher Falta de cumprimento da legislação CLT, arts.372 e 400 CLT, art.401 80,51 805,07 Valor máximo na reincidência, simulação ou ROTINAS TRABALHISTAS | UIA 3 | Copyright © 2016 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 33 fraude Contribuição Sindical Não descontar / recolher CLT, arts. 578 e 610 CLT, art.598 8,05 8.050,66 . Fiscalização Falta de atendimento CLT, arts. 626 e 642 CLT, art.630, § 6º 201,27 2.012,66 . FGTS Falta de depósito Lei 8.036/90, art.23, I Lei 8.036/90, art.23, § 2º, "b" 10,64 106,41 Por empregado, dobrado na reincidência, fraude, simulação, artifício, ardil, resistência, embaraço, ou desacato Omitir informações sobre a conta vinculada do trabalhador Lei 8.036/90, art.23, II Lei 8.036/90, art.23, § 2º, "a" 2,13 5,32 Por empregado, dobrado na reincidência, fraude, simulação, artifício, ardil, resistência, embaraço, ou desacato Apresentar informações com erro/omissão Lei 8.036/90, art.23, III Lei 8.036/90, art.23, § 2º, "a" 2,13 5,32 Por empregado, dobrado na reincidência, fraude, simulação, artifício, ardil, resistência, embaraço, ou desacato Deixar de computar parcela de remuneração Lei 8.036/90, art.23, IV Lei 8.036/90, art.23, § 2º, "b" 10,64 106,41 Por empregado, dobrado na reincidência, fraude, simulação, artifício, ardil, resistência, embaraço, ou desacato ROTINAS TRABALHISTAS | UIA 3 | Copyright © 2016 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 34 Deixar de efetuar depósito após a notificação Lei 8.036/90, art.23, V Lei 8.036/90, art.23, § 2º, "b" 10,64 106,41 Por empregado, dobrado na reincidência, fraude, simulação, artifício, ardil, resistência, embaraço, ou desacato Seguro- Desemprego Falta de cumprimento da legislação Lei 7998/90, art.24 Lei 7.998/90, art.25 425,64 42.564,00 Dobrado na reincidência, oposição ou desacato RAIS Não entregar no prazo previsto, entregar com erro, omissão ou declaração falsa Decreto 76.900/75, art.7, c/Lei 7.998/90, art.24 Lei 7.998/90, art.25 425,64 42.564,00 Dobrado na reincidência, oposição ou desacato. Gradação conforme Portaria MTb nºs.319/93 e 1.127/96 Trabalhador Rural Falta de cumprimento da legislação Lei 5.889/73, art.9º Lei 5.889/73, art.18 4,03 402,53 Por empregado, limitado a R$ 161,01 quando o infrator for primário. Dobrado na reincidência, oposição ou desacato Fonte: http://tinyurl.com/jhe5qy5 É claro que a empresa pode recorrer de multas trabalhistas. Só que pode sair mais caro! Sobre o assunto, leia o artigo disponível no link a seguir. http://tinyurl.com/mnuadpv ROTINAS TRABALHISTAS | UIA 3 | Copyright © 2016 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 35 Infelizmente, para os empregadores e trabalhadores, é imenso o número de multas aplicadas às empresas. Veja a transcrição da reportagem a seguir: SRTE já recolheu mais de R$ 7 milhões com multas trabalhistas em 2013 Em nove meses deste ano, a arrecadação de multas trabalhistas, administrada pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Amazonas (SRTE- AM), representa 81,13% do valor total registrado em 2012. De janeiro até setembro deste ano, foram recolhidos R$ 7.669.667,70, contra R$ 9.453.303,50 no acumulado dos 12 meses do ano passado. Com base nos dados divulgados nesta sexta-feira (18) pela SRTE-AM, no último mês, o montante em multas somou R$ 671.041,10. No Amazonas, 475 empresas foram fiscalizadas no período. O superintendente do Trabalho e Emprego no Amazonas, Dermilson Chagas, explicou que as infrações à legislação trabalhista são punidas com multas em dinheiro, fixas ou variáveis, cujos valores são previstos em lei de acordo com cada infração. “Uma das multas mais importantes é a de registro, que além de punir o empregador ainda garante a assinatura em carteira para o funcionário”, ressaltou. No caso das multas variáveis, ou seja, aquelas em que a lei indica apenas o valor mínimo e o valor máximo, a gradação da multa se dá com base em parâmetros previstos em portaria do Ministro do Trabalho, de forma a garantir a isonomia, ou seja, que empregadores na mesma situação sejam punidos com multas de mesmo valor. Os empregadores que não apresentarem defesa dentro do prazo ou não efetuarem o pagamentodo auto de infração terão o débito encaminhado à Procuradoria da Fazenda Nacional (PFN), órgão responsável pela inscrição em Dívida Ativa e cobrança executiva. Fonte: http://tinyurl.com/zskp7wl Atenção, estudante, se você quiser saber tudo sobre a execução fiscal da multa trabalhista, leia o artigo disponível no link a seguir e acesse o acervo da disciplina. http://tinyurl.com/led7z98 Termina aqui nossa Unidade de Interação e Aprendizagem (UIA). Ficou com alguma dúvida? Retorne ao conteúdo ou busque esclarecimentos no Fórum de Dúvidas. Senão, passe para a unidade seguinte. Até lá. ROTINAS TRABALHISTAS | UIA 3 | Copyright © 2016 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 36 Você terminou o estudo desta unidade. Chegou o momento de verificar sua aprendizagem. Ficou com alguma dúvida? Retome a leitura. Quando se sentir preparado, acesse a Verificação de Aprendizagem da unidade no menu lateral das aulas ou na sala de aula da disciplina. Fique atento, essas questões valem nota! Você terá uma única tentativa antes de receber o feedback das suas respostas, com comentários das questões que você acertou e errou. Vamos lá?! ROTINAS TRABALHISTAS | UIA 3 | Copyright © 2016 Centro Universitário IESB. Todos os direitos reservados. 37 REFERÊNCIAS BRASIL, Lei nº 12.506, de 11 de outubro de 2011. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12506.htm>. Acesso em: 8 ago. 2014. BRASIL. Decreto nº 5.063, de 3 de maio de 2004. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5063.htm>. Acesso em: 8 ago. 2014. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 8 ago. 2014. BRASIL. Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Rio de Janeiro, 1943. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm>. Acesso em: 8 ago. 2014. MILKOVICH, George T.; BOUDREAU, John W. Administração de Recursos Humanos. São Paulo: Atlas, 2000. VARGAS, Maria Amélia. Ações trabalhistas: as reclamações mais comuns. 2013. Disponível em: http://wp.clicrbs.com.br/trabalhador/2013/05/24/acoes-trabalhistas-as-reclamacoes-mais- comuns/?topo=52,1,1,,186,13>. Acesso em: 22 maio 14. ZANLUCA, J. C. Defesa de autos de infração trabalhistas. Disponível em: <http://www.guiabalhista.com.br/tematicas/defesatrabalhista.htm>. Acesso em: 15 set. 2014. GLOSSÁRIO Cultura organizacional: É um sistema de valores compartilhados pelos seus membros, em todos os níveis, que diferencia uma organização das demais.
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