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Gestão de Departamento Pessoal Tiago Mendonça Scavone Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autoria TIAGO MENDONÇA SCAVONE AUTORIA Tiago Mendonça Scavone Olá. Meu nome é Tiago Mendonça Scavone. Sou Mestre em Administração de Empresas com ênfase em Estratégia Empresarial e graduado em Administração de Empresas com Habilitação em Comércio Exterior, com uma experiência profissional nas áreas de Comércio Exterior, Finanças, Economia, Recursos Humanos e Educação, sendo mais de 20 anos. Experiência profissional adquirida em empresas como Banco do Brasil S.A., TIM Sul (Subsidiária da TIM Brasil S.A.), Catlog Logística (subsidiária da Renault do Brasil), Fiat Barigui (Grupo Barigui Veículos), Livrarias Curitiba, Faculdade Bagozzi e Faculdade Educacional de Colombo (FAEC). Sou apaixonado pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! ICONOGRÁFICOS Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: INTRODUÇÃO: para o início do desenvolvimento de uma nova compe- tência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou dis- cutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últi- mas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Aviso prévio ....................................................................................................10 Aviso prévio trabalhado ou indenizado .......................................................................... 10 Aviso prévio proporcional .......................................................................................................... 16 Hipóteses de rescisão de contrato de trabalho .............................21 Pedido de demissão .................................................................................................................... 21 Rescisão indireta ............................................................................................................................22 Dispensa sem justa causa .......................................................................................................24 Dispensa por justa causa .........................................................................................................25 Forma de rescisão contratual .................................................................32 Cálculo de verbas rescisórias ................................................................................................32 Guia de recolhimento do FGTS ............................................................................................ 36 Homologação contratual ........................................................................ 38 Termo de rescisão contratual ................................................................................................ 38 Prazo para pagamento das verbas rescisórias ......................................................... 39 7 UNIDADE 04 Gestão de Departamento Pessoal 8 INTRODUÇÃO Você sabe qual é o cálculo de 13. Salário e férias? Nessa disciplina você aprenderá sobre as dúvidas mais frequentes sobre a definição como funciona para o empregado. Além disso, serão observados os modelos de aviso prévio sobre os salários. Desse modo, ao final da disciplina você estará preparado para refletir e tomar decisões sobre as práticas voltadas a Rescisão do Empregado. E também iremos ensinar sobre extinção das relações trabalhistas tem como obrigatoriedade legal um aviso prévio entre as partes e oferecer estudos de caso e exemplos práticos de empresas pequenas, médias e de grande porte. Dentre as empresas estão: indústrias, comércio e serviços. Além disso faremos atividades para conferir o aprendizado e questões para avaliar se está havendo esta troca de experiências e realmente gerando conhecimento. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! Gestão de Departamento Pessoal 9 OBJETIVOS Olá. Seja muito bem-vinda (o). Nosso propósito é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de estudos: 1. Aplicar a legislação no que concerne ao aviso prévio; 2. Interpretar as hipóteses de extinção do contrato de trabalho, motivadas pelo empregado ou pelo empregador; 3. Aplicar os vários tipos de rescisão de contrato, com ou sem justa causa, e suas peculiaridades; 4. Realizar os procedimentos atinentes à homologação de rescisões de contrato de trabalho perante a representação sindical. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! Gestão de Departamento Pessoal 10 Aviso prévio INTRODUÇÃO: Neste capítulo, conheceremos as formas de rescisão do contrato de trabalho mantido entre empregado e empre- gador, acarretando a extinção dos direitos e obrigações recíprocos existentes entre as partes. Abordaremos os ca- sos de rescisão motivadas por ato do empregado ou em- pregador. Entretanto, o contrato de trabalho também pode ser rescindido em virtude do desaparecimento de uma das partes, tal como ocorre com o falecimento do empregado ou do empregador pessoa física. Aviso prévio trabalhado ou indenizado Iniciaremos tratando sobre a concessão do aviso prévio, conforme modelo de Aviso Prévio abaixo: Figura 1 – Comunicado de aviso prévio Fonte: Gov.BR Gestão de Departamento Pessoal 11 Desta forma, aviso prévio consiste em uma obrigação legal, do interessado em finalizar a relação de emprego, e no dever de comunicar a outra parte com antecedência, quanto à sua decisão em rescindir o contrato de trabalho mantido. Com isso, o aviso prévio, aplicável aos contratos de trabalho por prazo indeterminado, pode ser concedido tanto pelo empregado, quando este efetua um pedido de demissão, quanto pelo empregador, quando do desligamento de um empregado sem justa causa. O aviso prévio tem um prazo previsto em lei é de 30 (trinta) dias corridos. Entretanto, algumas normas coletivas estabelecem prazos superiores a este, principalmente para empregados com muitos anos de contratação junto ao mesmo empregador, como também para empregados com idade mais avançada. Caso o empregado deixe de comunicar o empregador quanto à sua decisão de rescindir o contrato de trabalho, a empresa terá o direito de descontar das verbas rescisórias deste trabalhador o aviso prévio, no valor correspondente à remuneração de 01 (um) mês. A não concessão do aviso prévio implica no descumprimento de uma obrigação legal. Quando ocorre a falta de aviso por parte do empregado, encerra-se o contrato de trabalho imediatamente com a comunicação ao empregador de sua intenção. Contudo, o empregador poderá deixar de comunicar o empregado com a antecedência prevista em lei, trazendo para si o ônus de indenizar referido aviso préviojunto às verbas rescisórias. A indenização consiste no pagamento de 01 (um) mês de remuneração, conhecida como o aviso prévio indenizado. O contrato de trabalho não se encerra efetivamente com a comunicação pelo empregador da rescisão sem a concessão do aviso prévio, diferente do que ocorre quando o empregado deixa de comunicar o empregador quanto ao seu interesse na rescisão. Por isso, o aviso prévio indenizado integra o contrato de trabalho para determinados fins, por exemplo, como contagem de férias e 13º salário. Gestão de Departamento Pessoal 12 Um empregado que tenha trabalhado para o empregador, por exemplo, durante 10 (dez) meses e demitido com aviso prévio indenizado. Nesta situação, o empregado terá suas verbas rescisórias calculadas sobre 11 (onze) meses e não 10 (dez) meses, uma vez que o aviso prévio, correspondente a 01 (um) mês de trabalho ou remuneração, também será considerado como tempo de vínculo de emprego para a contagem das verbas rescisórias. Tanto quanto os outros direitos trabalhistas, o aviso prévio é irrenunciável por parte do empregado. Desta maneira, o empregado não poderá deixar de receber a indenização devida caso o empregador deixe de comunicá-lo quanto ao seu interesse na rescisão do contrato de trabalho, conforme modelo que segue: Figura 2 – Comunicado aviso prévio indenizado Fonte: Gov. BR Entretanto, cancelar o aviso prévio, podem as partes concedido através mútuo acordo. Contudo, poderá o empregado cancelar o aviso prévio concedido caso o empregador concorde com tal cancelamento e, poderá o empregador cancelar o aviso prévio caso o empregado demonstre interesse em permanecer no emprego, como modelo que segue: Gestão de Departamento Pessoal 13 Figura 3 - Modelo de solicitação de dispensa Fonte: Elaborado pelo autor. O empregado demitido com aviso prévio trabalhado terá o direito de ter sua jornada de trabalho reduzida, com o intuito de buscar uma nova colocação no mercado de trabalho. Esta redução poderá ocorrer tanto durante o aviso prévio, com a redução em 02 (duas) horas de sua jornada diária, como também, reduzir em 07 (sete) dias o aviso prévio, hipótese na qual o empregado não trabalhará 30 (trinta) dias e sim 23 (vinte e três) dias, Gestão de Departamento Pessoal 14 embora receba pelo prazo integral do aviso prévio. A opção pela forma mais adequada pertence ao empregado. Não cabe o aviso prévio nas rescisões de contrato de trabalho, nos casos: • de contratos firmados por prazo determinado, uma vez que as partes já possuem conhecimento da data de encerramento da prestação de serviços; • de ocorrência de justa causa para a rescisão do contrato, motivada tanto pelo empregado quanto pelo empregador; • de mútuo acordo entre as partes pela rescisão da prestação de serviços. Portanto, o aviso prévio pode ser concedido a qualquer momento; no entanto, o prazo do aviso prévio não poderá coincidir com o prazo de estabilidade provisória, férias ou de garantia de emprego, não podendo ser permitido que o aviso prévio e o prazo destes institutos ocorram simultaneamente. Por exemplo, no caso o término da garantia de emprego de um empregado, decorrente de acidente de trabalho, encerre-se em 30.12.2010, deverá o empregador aguardar o decurso deste prazo para conceder o aviso prévio, sendo permitido que o mesmo seja iniciado a partir de 31.12.2010. O aviso prévio, em termos de valor, deverá corresponder à remune- ração do empregado na data da concessão do aviso, acrescida de todos os adicionais habitualmente pagos. Caso o aviso prévio for trabalhado (de acordo com o modelo abaixo), o valor pago será considerado verba de natureza salarial para todos os fins de direito; e se o aviso for indenizado, o montante será considerado como uma indenização. Gestão de Departamento Pessoal 15 Figura 4 - Modelo de aviso prévio trabalhado Fonte: Elaborado pelo autor. Gestão de Departamento Pessoal 16 Aviso prévio proporcional Conforme o artigo 5º, XXXVI da Constituição, a Lei 12.506/2011 não se pode retroagir, contudo, não se aplica a contratos de trabalhos extintos antes de 11 de outubro de 2011, nem a contratos em que o aviso prévio indenizado já havia sido pago antes da referida data, pois a relação contratual foi extinta antes da promulgação da lei. Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acres- cidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias’’. Observa-se que o aviso prévio proporcional já era direito do trabalhador previsto na Constituição Federal desde 1988, com o mínimo expresso de 30 dias, porém deixava sua regulamentação à lei ordinária, demorando 23 anos para ser promulgada. Dessa maneira, foi alterado o regime do aviso prévio fixo em 30 dias, previsto no artigo 487, II da CLT, estipulando-se agora uma forma variável, a proporcionalidade por tempo de serviço, como gratificação à dedicação do trabalhador à empresa. Com isso, a nova Lei estabeleceu o aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de 30 dias, dividido em 2 categorias: 1. O aviso prévio será concedido na proporção de 30 dias para os empregados que contem até 1 ano de serviço na mesma empresa; 2. O aviso prévio será acrescido de mais 3 dias para cada ano de serviço prestado na mesma empresa, até o limite de 60 dias. O período máximo do aviso prévio será de 90 dias (30 + 60 = 90 dias). Período de Dispensa do Aviso Prévio Na legislação anterior, o trabalhador demitido poderia ser dispensado do cumprimento do aviso prévio o que de certa forma se transformou em regra geral em algumas empresas. No formato atual entendemos que em caso de o trabalhador ter direito a período superior a 30 (trinta) dias de aviso prévio, deve dificultar a dispensa do cumprimento Gestão de Departamento Pessoal 17 do aviso, apesar de não haver previsão legal que impossibilite a dispensa do cumprimento no modelo atual. O trabalhador, por exemplo, com 21 (vinte e um) anos de trabalho para a mesma empresa terá direito a 90 (noventa) dias de aviso prévio, o que de certo, implicaria em sensível prejuízo a empresa em se tratando de aviso prévio indenizado. Quando há interesse de ambas as partes, o prazo e a dispensa do cumprimento do aviso prévio pode ser conciliada entre empresa e trabalhador, o acordo no caso, para ter validade depende da anuência do sindicato da categoria. Escolha empregado a ser demitido A escolha do trabalhador a ser demitido por parte da empresa, é um fator negativo que pode ser que ocorra uma tendência de demitir aquele com menos de um ano, do que aquele com longo tempo de casa, independentemente do desempenho de um ou de outro trabalhador. Nestes casos deverá a empresa levar em consideração o fator financeiro (valor da rescisão contratual) preponderando em relação à questão de desempenho de um de outro trabalhador. Aumento do prazo de contratos de trabalho determinado e de experiência Poderá causar prejuízos para o trabalhador iniciante, pelo aumento de contratos de trabalho por prazo determinado e de experiência, na verdade, com a vigência da nova Lei, a manutenção de um trabalhador por longo período de tempo passou a ser sinônimo de “prejuízo” as empresas, portanto inviável economicamente. Direito do aviso prévio Não está claro na lei se aviso prévio proporcional nela previsto é direito apenas do empregado ou também do empregador, nos casos de rescisão imotivada do contrato de trabalho. De acordo com a posição do MTE, presente no Memorando Circular n. 10 da Secretaria de Relações do Trabalho, desta forma a melhor opção para as empresas neste momento é conceder a proporcionalidade ao trabalhador na sua dispensa, mas exigir apenas 30 de aviso prévio do empregado que pedir demissão. Gestão de Departamento Pessoal 18 Cálculo da proporcionalidadee o acréscimo de 3 dias O trabalhador terá direito efetivo quando completa 2 (dois) anos trabalhado, ou o cálculo deve ser proporcional quando o trabalhador é demitido antes de completar o 2º ano trabalhado. A Lei não é clara em se tratando de período proporcional. A interpretação da expressão “por ano de serviço” refere-se ao acréscimo dos 3 dias ao fim de cada ano plenamente completado. Com isso, devem ser incluídos no direito ao aviso prévio do empregado apenas os anos decorridos de serviço, ignorando os dias ou meses trabalhados restantes. O entendimento constante no memorando interno da MTE, que declara que “o acréscimo de 3 (três) dias por ano de serviço prestado ao mesmo empregador, computar-se-á a partir do momento em que a relação contratual complete dois anos”. Conforme a tabela a seguir Tabela 1 – Tempo de serviço e dias do aviso prévio Tempo Trabalhado Dias de Aviso Até 1 ano 30 Até 2 anos 33 Até 3 anos 36 Até 4 anos 39 Até 5 anos 42 Até 6 anos 45 Até 7 anos 48 Até 8 anos 51 Até 9 anos 54 Até 10 anos 57 Até 11 anos 60 Até 12 anos 63 Gestão de Departamento Pessoal 19 Até 13 anos 66 Até 14 anos 69 Até 15 anos 72 Até 16 anos 75 Até 17 anos 78 Até 18 anos 81 Até 19 anos 84 Até 20 anos 87 A partir de 20 anos 90 Fonte: Nota Técnica nº 184/2012/CGRT/SRT/MTE Escolha da redução de 2 horas diárias ou 7 dias corridos ao período Não há nenhuma referência ao previsto no artigo 488 da CLT, com relação a Lei 12.506/2011, contudo, não há alteração ou revogação do dispositivo. Desta forma, o tempo a ele concedido para a procura de trabalho será mantido: 2 horas diárias ao longo dos primeiros 30 dias de aviso prévio, ou 7 dias corridos, conforme sua preferência. Não foram alteradas pela Lei 12.506/2011 e devem continuar sendo aplicadas as regras do artigo 487, §1º e 489 da CLT. Todavia, a rescisão do contrato de trabalho somente se torna efetiva após a expiração do prazo do aviso prévio, ou seja, a única alteração é a de que agora o prazo a ser levado em conta para a rescisão definitiva do contrato seguirá a nova lei, variando entre 30 e 90 dias. Se mantém a OJ (Orientação Judicial) n. 82 da ADI-1 do TST – Tribunal Superior do Trabalho, devendo a data de saída anotada na CTPS corresponder ao término do prazo do aviso prévio, trabalhado ou indenizado, independente da sua duração. No entanto, para o cálculo do tempo total de contrato de trabalho deverá ser procedida a projeção do aviso prévio, que será considerada para todos os fins legais inerentes ao contrato de trabalho, incluindo seus reflexos. Gestão de Departamento Pessoal 20 O legislador diz que o objetivo é reduzir a rotatividade nas empresas, o que pode ter efeito inverso, ou seja, incentivar a demissão de funcionários com menos de 01 (um) ano de trabalhos prestados, evitando- se desta forma o pagamento de um aviso prévio maior. Houve grandes críticas dessa lei, devidos aos altos tributos, e as determinações expressas na nova Lei referente a flexibilização das normas trabalhistas, tendência mundial, sendo que acabou prejudicando as empresas. RESUMINDO: Neste capítulo, conhecemos o conceito e as características do aviso prévio trabalhado ou indenizado. Compreendemos o aviso prévio proporcional, além de vermos alguns exemplos de documentos a serem realizados em cada aviso. Gestão de Departamento Pessoal 21 Hipóteses de rescisão de contrato de trabalho INTRODUÇÃO: Neste capítulo, veremos em quais situações ocorrem a rescisão de contrato de trabalho, bem como os tipos de rescisão existentes. A qualquer momento definido, o empregado poderá considerar rescindido o seu contrato de trabalho nas seguintes hipóteses: no pedido de demissão e na rescisão indireta. Veremos cada uma das hipóteses. Pedido de demissão Caso a decisão do empregado em não mais prestar serviços ao seu empregador, encerrando o vínculo de emprego com ele, por decisão unilateral do empregado. No caso de o empregado conceder o aviso prévio ao empregador, permanecerá prestando serviços até o encerramento do mesmo. Quando sua opção seja pela não concessão do aviso, deixará de prestar os serviços tão logo comunique ao empregador de sua decisão, conferindo a este o direito de: ou de descontar de suas verbas rescisórias o montante referente ao valor do aviso prévio ou de liberá-lo de seu cumprimento. Nesta hipótese do pedido de demissão, receberá o empregado como verbas rescisórias: • Saldo de salário; • 13º salário proporcional; • Férias vencidas, e • Férias proporcionais. Gestão de Departamento Pessoal 22 Entretanto, perderá o empregado o direito ao recebimento das seguintes verbas: • Saque do FGTS; • Seguro-desemprego; • Indenização prevista no artigo 477 da CLT. Rescisão indireta No caso da decisão do empregado em rescindir o contrato de trabalho existente com seu empregador em virtude de uma falta grave cometida por este. Nesta rescisão indireta é a denominada justa causa motivada por um ato do empregador. Nas hipóteses em que a rescisão indireta é considerada válida e regular, deverá o empregado informar imediatamente o empregador quanto à rescisão do contrato, retratando ao mesmo a falta cometida que justifique a rescisão. Desta forma, são motivos para a rescisão indireta ou justa causa do empregador, as quais, em sua maioria, devem ser provadas pelo empregado perante o Poder Judiciário, a fim de que veja reconhecido o seu direito à rescisão indireta do contrato de trabalho: • Exigência de serviços superiores às forças do empregado: que refere-se a exigência de serviços superiores à capacidade normal do empregado, seja esta física ou intelectual. • Exigência de serviços proibidos pela legislação: neste caso o empregador solicita que o empregado pratique um ato contrário à lei ou mesmo vedado à sua condição. • Exigência de serviços contrários aos bons costumes: em caso de solicitação de serviços imorais. • Exigência de serviços alheios ao contrato de trabalho: refere-se à situação na qual o empregador solicita que o empregado execu- te serviços diversos dos inicialmente contratados. Gestão de Departamento Pessoal 23 • Tratamento com rigor excessivo por parte do empregador: a ocorrência deste caso está condicionada ao tratamento desigual por parte do empregador a dois ou mais empregados que come- tam o mesmo ato, punindo um dos empregados com mais rigor do que os demais. • Exigência de trabalho em local com exposição a mal conside- rável: nesta situação, o empregador exige do empregado o traba- lho em local com exposição da saúde, vida ou integridade física do empregado. • Descumprimento por parte do empregador de obrigações con- tratuais: refere-se ao caso no qual o empregador deixa de cumprir com as suas obrigações do contrato de trabalho, tal como efetuar o pagamento do salário. • Ofensa à honra e boa fama do empregado ou pessoas de sua família: configura-se a situação com a prática de calúnia, injúria ou difamação por parte do empregador contra o empregado ou seus familiares. • Prática de ofensas físicas: consiste na hipótese de agressão físi- ca do empregador contra o empregado, com exceção da hipótese do empregador agir em legítima defesa contra a agressão iniciada pelo empregado. • Redução do trabalho do empregado: trata esta alternativa na qual o empregador reduz o volume de trabalho direcionado ao empregado, de forma ou a reduzir a sua remuneração no caso de contratação por tarefa, ou para expor o empregado moralmente perante os demais colegas. Na situação do reconhecendo o Judiciário a ocorrência no caso para a rescisão indireta do contrato de trabalho, receberá o empregado como verbas rescisórias: • Aviso prévio; • Férias proporcionais; • 13º salário proporcional; Gestão de Departamento Pessoal 24 • Indenização de 40% sobre o FGTS depositado; • Saque do FGTS. Quandoo Judiciário entender que não há motivo para a rescisão indireta, uma vez que a irregularidade praticada pelo empregador não abalou a relação existente com o empregado, ou mesmo, que o ato praticado é reincidente, quando o empregado aceita referida prática em diversas outras situações, receberá o empregado como verbas rescisórias: • Saldo de salário; • Férias vencidas. Figura 5 – Rescisão contratual Fonte: Freepik Quando o empregador encerrar o vínculo de emprego mantido com seus empregados. Nesta situação, o empregador poderá demitir o trabalhador sem justa causa ou por justa causa, como segue: Dispensa sem justa causa Não sendo caracterizada como justa causa, mas tendo o emprega- dor interesse no término da relação de emprego mantida com o trabalha- dor, pode o mesmo ser demitido sem justa causa. Gestão de Departamento Pessoal 25 Após informar o empregado quanto à decisão do empregador, o trabalhador pode tanto ser dispensado do cumprimento do aviso prévio e receber referido montante juntamente com suas verbas rescisórias, quanto ser solicitado ao mesmo que cumpra o aviso trabalhando normalmente. No caso de aviso prévio trabalhado, deve ser concedida ao empregado a redução da jornada em 02 (duas) horas diárias ou em 07 (sete) dias, conforme estudamos no tópico relativo ao aviso prévio. O empregado recebe como verbas rescisórias: • Aviso prévio indenizado (se o caso); • 13º salário proporcional; • Férias vencidas; • Férias proporcionais; • Saldo de salário; • Saque do FGTS; • Multa de 40% sobre o FGTS depositado; • Seguro desemprego. Dispensa por justa causa Da mesma forma que ocorre com a rescisão indireta, que constitui a possibilidade de rescisão imediata do contrato de trabalho por parte do empregado em vista de ato faltoso grave cometido pelo empregador, a justa causa traduz-se na possibilidade do empregador demitir um empregado em vista de uma falta praticada por este. A conduta faltosa deve ser comprovada a forma intencional pelo empregado ou pode ter sido decorrente de culpa do empregado no exercício de suas funções, tendo agido o mesmo com negligência, imprudência ou imperícia. No situação da demissão por justa causa macula a vida profissional do trabalhador e, por este motivo, determinou o legislador quais condutas poderão ser consideradas como faltas graves para fins deste tipo de Gestão de Departamento Pessoal 26 demissão, com o intuito de evitar que o empregador utiliza desta forma de demissão para casos de pequeno montante ou que poderiam ser objeto de uma punição mais branda. Lembrando do princípio protetor do direito do trabalho, tratado na unidade II, uma vez que o empregado é considerado a parte mais fraca na relação de emprego, deverá o empregador possuir fortes provas da conduta faltosa praticada pelo empregado, sob pena do Judiciário reverter a demissão e determinar a conversão da dispensa por justa causa em dispensa sem justa causa. Neste caso, o empregador ainda estará sujeito a uma condenação a título de danos morais, quando comprovar no processo que o mesmo agiu de má fé e tinha conhecimento de que o empregado não praticou a conduta motivadora da demissão. Esta falta do empregado pode ser praticada tanto no horário de trabalho e dentro das instalações da empresa, quanto fora do expediente em quaisquer locais públicos ou privados, desde que caracterizado o ato previsto em lei. Fica proibido pelo empregador efetuar qualquer anotação na CTPS do trabalhador em virtude de uma dispensa por justa causa aplicada. O Judiciário vem entendendo que esta anotação é desnecessária e somente prejudica o trabalhador na obtenção de uma nova colocação profissional. Devido a este prejuízo causado ao trabalhador, os empregadores que efetuam anotações desabonadoras na CTPS, inclusive a simples menção da demissão por justa causa, estão sendo condenados ao pagamento de danos morais a estes trabalhadores. Com esta conduta praticada pelo trabalhador estar prevista em lei como passível de punição por dispensa por justa causa, há outro requisito a ser cumprido pelo empregador para que a demissão seja considerada válida: imediatividade entre o ato faltoso e a demissão. Este princípio da imediatividade determina que não deve o empregador punir um empregado com a demissão por justa causa por Gestão de Departamento Pessoal 27 um ato praticado há algum tempo e que já era de conhecimento do empregador desde a sua ocorrência. Na hipótese do o empregador tomar conhecimento do fato e não aplique uma sanção disciplinar, desde uma advertência verbal até mesmo a dispensa por justa causa, há o entendimento de que o empregador perdoou o trabalhador pela falta cometida e que a confiança entre ambos foi restabelecida. Importante apenas destacar que a imediatividade deve ser considerada não da data da prática do ato faltoso, mas sim da data em que o empregador toma conhecimento de referida conduta. Quando for necessária a abertura de inquérito administrativo ou sindicância interna para que os fatos sejam apurados, a imediatividade deverá ser considerada da data de conclusão de referidas investigações. Veremos as hipóteses previstas em lei para que o empregador tenha direito a rescindir um contrato de trabalho por justa causa: • Ato de improbidade: está relacionado a um desvio de conduta do trabalhador, referente maldade, perversidade ou desonestidade. Temos como exemplo um empregado que apresenta atestados médicos falsos para justificar ausências ao trabalho ou que rouba materiais da empresa. • Incontinência de conduta: se relaciona a aspectos da vida sexual do trabalhador, como atos obscenos e pornografia. Assédio sexual no ambiente de trabalho e prática de atos libidinosos na empresa são casos desta hipótese legal. • Mau procedimento: refere-se em um comportamento não es- pecífico do empregado, mas em desacordo com as normas da empresa e o qual não seria praticado pelo homem comum em sociedade. Utiliza-se este enquadramento quando a falta grave praticada não se enquadra nas demais alternativas legais. • Negociação habitual: consiste na prática do comércio pelo em- pregado, em concorrência ao empregador ou mesmo em prejuí- zo a este. A legislação não proíbe que o empregado possua um Gestão de Departamento Pessoal 28 trabalho em paralelo ou mesmo um segundo emprego, mas este acúmulo de atividades não poderá prejudicar o desenvolvimento das atividades comerciais do empregador. Como exemplo desta hipótese, temos um trabalhador que se utiliza da clientela do em- pregador para vender produto próprio, concorrente ao comerciali- zado pelo empregador. • Condenação criminal: será válida após a condenação do empre- gado com trânsito em julgado, ou seja, após a condenação contra a qual não haja mais recurso. Nesta hipótese o empregado deve estar impossibilitado de prestar serviços em virtude de encontrar- -se preso; caso o empregado possa cumprir sua pena em liberda- de, estará descaracterizada a justa causa, uma vez que a presta- ção de serviços ao empregador pode ser realizada normalmente. • Desídia: são situações com displicência, má vontade, preguiça e desinteresse. É uma soma de pequenas faltas também pode ser caracterizado como desídia, desde que o empregador efetue as punições comportamentais (advertência verbal, escrita, suspensão) a cada pequena falta cometida, com o intuito de advertir o empregado de que a conduta praticada é incorreta. Como exemplo de desídia, temos o empregado que, mesmo advertido formalmente pelo empregador, chega atrasado diariamente ao trabalho. • Embriaguez: poderá ser a habitual quanto a em serviço. Casos de embriaguez habitual, podemos entender o empregador que bebe constantemente fora do expediente, mas cujos reflexos desta prática repercutem no ambiente de trabalho. E também a embriaguez em serviço podeocorrer em uma única oportunidade, mas deve ser detectada pelo empregador durante o horário de trabalho. Existe o entendimento, no judiciário, ainda não majoritário, de que a embriaguez é doença e, desta forma, não deveria ser motivo de justa causa e sim de afastamento do trabalhador para tratamento junto ao INSS. • Violação de segredo da empresa: caracteriza-se com a divulgação, pelo empregado e sem autorização da empresa, Gestão de Departamento Pessoal 29 de marcas, patentes, informações confidenciais ou quaisquer outros dados ou informações que devem permanecer restritos ao empregador, uma vez que sua divulgação a terceiros pode acarretar prejuízos diretos ou indiretos ao empregador. Um exemplo desta falta grave seria a divulgação por um trabalhador da fórmula de um refrigerante líder de mercado aos seus concorrentes. • Indisciplina: ocorre a indisciplina através do descumprimento, pelo trabalhador, de normas gerais da empresa, sejam as mesmas constantes de regulamentos internos ou de prática habituais de todos os trabalhadores. Um caso de indisciplina seria a recusa, pelo trabalhador, em submeter-se à revista quando do término da jornada de trabalho. • Insubordinação: é caracterizado diferentemente da indisciplina, que se refere ao descumprimento de normas gerais e aplicáveis a todos os trabalhadores, a insubordinação ocorre na hipótese do trabalhador recusar-se a cumprir alguma determinação de seu superior, direcionada ao mesmo, tal como a execução de uma tarefa pontual. • Abandono de emprego: se refere ao desinteresse do trabalhador na continuidade da prestação de serviços, o qual pode ser confirmado tanto por faltas contínuas e ininterruptas durante certo período de tempo, quanto por atos praticados pelo trabalhador. Nesta situação de faltas reiteradas, entendo o Judiciário que 30 (trinta) dias de ausência são suficientes para comprovar o abandono. Também se caracteriza esta falta grave outros atos praticados pelo trabalhador, tal como a prestação de serviços em um novo emprego, sem que tenha ocorrido o pedido de demissão no emprego anterior. • Ato lesivo à honra e boa fama: a prática desta falta grave ocorre com a realização de calúnia, injúria ou difamação por parte do trabalhador contra o empregador ou superior hierárquico. Podendo ser pronunciar palavras de baixo calão contra empresa ou superior hierárquico são exemplos desta falta. Gestão de Departamento Pessoal 30 • Ofensa física: ocorre esta falta grave se caracterizada pela agressão física do empregado, contra seu superior, colega de trabalho ou qualquer outra pessoa no ambiente de trabalho. Caso um empregado que agrida outro, mesmo que não resulte desta agressão uma lesão física, pode ser dispensado por justa causa com fundamento nesta hipótese. • Práticas constantes de jogos de azar: refere-se requer a habitua- lidade para que seja possível. Não é necessário que o trabalhador jogue apostando dinheiro: qualquer tipo de jogo de azar, como jogo do bicho, roleta, bingo, desde que praticado com habituali- dade, pode ensejar a caracterização desta falta grave. • Atos atentatórios à segurança nacional: a aplicação esta hipótese à prática pelo trabalhador de atos que possam acarretar risco à segurança nacional, como atos de terrorismo, sendo essencial que a falta seja comprovada em Inquérito Administrativo. • Outras hipóteses legais de dispensa por justa causa: além dos casos previstos no artigo 482 da CLT, a legislação, de forma esparsa, estabeleceu outras situações nas quais o empregado também poderá ser demitido por justa causa, dentre elas: fraude à legislação do vale transporte; não utilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) fornecidos pelo empregador; não cumprimento habitual de obrigações financeiras por parte de empregados bancários, dentre outras. Sendo comprovada a justa causa, receberá o empregado como verbas rescisórias: • Saldo de salário, e • Férias vencidas. Nos casos de ocorrência de justa causa durante o curso de aviso prévio trabalhado, se perde também o empregado o direito ao recebimento do montante relativo ao período restante de aviso prévio. Gestão de Departamento Pessoal 31 Todavia, podem existir diversos termos jurídicos similares que conceituam o término / rompimento do contrato de trabalho, tais como: cessação, demissão, dissolução, dispensa e rescisão, sendo o último mais usual. As hipóteses de procedimentos indispensáveis à formalização da rescisão contratual são disciplinados pela CTL, art. 477. Já a rescisão do contrato de trabalho do empregado com mais de um ano de empresa, para sua validade haverá necessidade de assistência (homologação) conforme o Sindicado Profissional ou autoridade do Ministério do Trabalho (CLT, art.477, § 1º e 3º). RESUMINDO: Neste capítulo, estudamos quais são os tipos e rescisão contratual e em quais situações podem ocorrer. Vimos que é possível o pedido de demissão, que há a rescisão indireta e as dispensas sem justa causa e por justa causa. Além disso, conhecemos qual é o procedimento necessário em cada situação. Gestão de Departamento Pessoal 32 Forma de rescisão contratual INTRODUÇÃO: Neste capítulo, estudaremos quais são as formas de rescisão contratual, bem como realizar os cálculos rescisórios. Nos casos de dispensa sem justa causa, motivada pelo empregador, é assegurado ao empregado valores rescisórios sob os seguintes títulos. Figura 6: Cálculo rescisão Fonte: Freepik Cálculo de verbas rescisórias Na rescisão por dispensa sem justa causa, com mais de um ano de serviço, assegura-se ao empregado verbas rescisórias, abaixo: • Aviso prévio (CLT, art. 487); • saldo de salário (CLT, art. 462); • 13º salário (Decreto 57.155/65, art. 7º); Gestão de Departamento Pessoal 33 • férias vencidas (se não gozadas) (CLT, art. 146); • férias proporcionais (CLT, art. 146, § único); • acréscimo de 1/3 sobre férias (CF / 88, art. 7º, inciso XVII); • FGTS sobre valores rescisórios de natureza não indenizatória (Lei 8.036/90, art.15). • Multa sobre o FGTS a que faz jus ao empregado (depósito de 40% + 10%) (Lei 8.036/90, art. 18 e Lei complementar nº 110/2001, art. 1º). Nas hipóteses de rescisão por dispensa sem justa causa, antes de completar um ano de serviço, é assegurada ao empregado as verbas rescisórias, como: • aviso prévio; • saldo de salário; • 13º salário; • férias proporcionais; • acréscimo de 1/3 sobre férias; • FGTS sobre valores rescisórios de natureza não indenizatória (deposito na conta vinculada); • Multa sobre o FGTS a que faz jus o empregado (depósito de 40$ + 10%). Na situação de empregado, com menos de um ano de contrato de trabalho, que solicitar demissão do emprego, sem motivo, são assegurados valores rescisórios nos seguintes títulos; ou rescisão por pedido de demissão sem motivo, antes de completar um ano de contrato, assegura-se ao empregado as verbas rescisórias seguintes: (aplica-se também na hipótese: Morte de empregado antes de um ano de contrato, sendo o pagamento realizado aos dependentes, reconhecidos pelo INSS ou decisão judicial): Gestão de Departamento Pessoal 34 • saldo de salário; • 13º salário; • férias proporcionais (por força das Súmulas n.ºs 171 e 261 do TST); • FGTS sobre valores rescisórios de natureza não indenizatória (depósito na conta vinculada). Com relação ao empregado, com um ano ou mais de contrato de trabalho, que solicitar demissão do emprego, sem motivo, são assegurados valores rescisórios nos seguintes títulos: ou rescisão por pedido de demissão, sem motivo com mais de um ano de contrato, se assegura ao empregado as verbas rescisórias, como segue: (aplica-se também na hipótese: Morte de empregado com mais de um ano de contrato, sendo o pagamento realizado aos dependentes, reconhecidos pelo INSS ou decisão judicial): • saldo de salário;• 13º salário; • férias vencidas (se não gozadas); • férias proporcionais; • acréscimo de 1/3 sobre férias; • FGTS sobre valores rescisórios de natureza não indenizatória (deposito na conta vinculada). NOTA: O pedido de demissão de empregado com um ano ou mais de contrato, exige obrigatoriamente para sua validade, a assistência do respectivo Sindicato Profissional a que se vincule o trabalhador ou do Ministério do Trabalho. Quanto ao empregado demitido por justo motivo (justa causa), com menos de um ano de contrato, são assegurados valores rescisórios nos seguintes títulos: ou rescisão por dispensa com justa causa, antes Gestão de Departamento Pessoal 35 de completar um ano de serviço, o direito do empregado nas seguintes verbas rescisórias: • saldo de salário; • FGTS sobre valores rescisórios de natureza não indenizatória (deposito na conta vinculada). Ao caso do empregado demitido por justo motivo (justa causa), com um ano ou mais de contrato, são assegurados valores rescisórios nos seguintes títulos: ou rescisão por dispensa com justa causa, com mais de um ano de serviço, tem direito ao empregado as verbas rescisórias, conforme abaixo: • saldo de salário; • férias vencidas com adicional de 1/3 (se não gozadas); • FGTS sobre valores rescisórios de natureza não indenizatória (deposito na conta vinculada). NOTA: Comunicar, por escrito, a falta cometida pelo empregado demitido por justa causa. Quanto a extinção de contrato de experiência ou rescisão de contrato de experiência por término do prazo contrato, no final do prazo nele estabelecido, assegura aos empregados valores rescisórios os títulos seguintes: • saldo de salário; • 13º salário proporcional; • férias proporcionais; • acréscimo de 1/3 sobre férias; • FGTS sobre valores rescisórios de natureza não indenizatória (deposito na conta vinculada). Gestão de Departamento Pessoal 36 Se a rescisão for antecipada (antes do término), além das verbas rescisórias asseguradas anteriormente, o empregador deverá indenizar 50% da remuneração a que o empregado teria direito até o final do prazo (CLT, art. 479). Se a rescisão for antecipada (contrato de experiência) por iniciativa do empregado, este deve indenizar o empregador dos prejuízos que desse fato lhe resultar, não podendo ultrapassar a indenização a que teria direito em idênticas condições (CLT, art. 480, § 1º). Guia de recolhimento do FGTS Refere-se que o uso da GRRF em substituição à GRFC, será obrigatório para todas as empresas a partir de 01/08/2007. GRRF é o instrumento criado para que os empregadores façam o recolhimento rescisório do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS instituída pela Lei 9.491/97, de 09 de Setembro de 1997. Em se tratando de Guia de Recolhimento Rescisório do FGTS – GRRF é baseada no saldo existente nas bases do FGTS, bem como o cálculo dos respectivos valores a serem recolhidos, possibilitando inclusive, a utilização dos dados existentes nos sistemas de folha de pagamento dos empregadores. SAIBA MAIS: Necessitando obter informações e esclarecimentos sobre a legislação do FGTS, utilizada na GRRF, consulte as informações disponíveis no site clicando aqui. Gestão de Departamento Pessoal https://www.caixa.gov.br/Paginas/home-caixa.aspx 37 Figura 7 – Guia de Recolhimento de Rescisório do FGTS e Previdência Social Fonte: Gov.BR RESUMINDO: Neste capítulo, vimos quais são as formas de rescisão de contrato, bem como os cálculos de verbas rescisórias a serem realizados nesse momento. Além disso, vimos que é necessário também o preenchimento da Guia de Recolhimento do Fundo Rescisório do FGTS e Previdência Social. Gestão de Departamento Pessoal 38 Homologação contratual INTRODUÇÃO: Neste capítulo, vamos ver como é a homologação contratual, bem como o termo de rescisão e qual é o prazo para pagamento das verbas rescisórias. Em qualquer caso de rescisão de contrato de trabalho, firmado por empregado com mais de 1 ano de serviço, só será válido quando feito com a assistência do respectivo Sindicato ou perante a autoridade do Ministério do Trabalho e Emprego, antes da Reforma Trabalhista de julho de 2017. Quanto a exigência de homologação imposta pela lei não leva em consideração o tipo de rescisão, se foi demissão com ou sem justa causa, se foi pedido de demissão, etc, o que realmente importa é o tempo de serviço. Com isso, se o empregado tem até 1 ano de contrato, o acerto de contas poderá ser feito na própria empresa, sem assistência, valendo como quitação o recibo elaborado pela empresa. Assim, se o empregado tem mais de 1 ano de contrato, o recibo de quitação só será válido se houver assistência do órgão competente. Termo de rescisão contratual Em conformidade com o art. 477, § 1º e 3º da CLT, os órgãos competentes para homologação de rescisão contratual são: Sindicato Profissional, ou Ministério do Trabalho e Emprego. No entanto, trata o parágrafo terceiro que “quando não existir na localidade nenhum dos órgãos previstos neste artigo, a assistência será prestada pelo representante do Ministério Público, ou, onde houver, pelo Defensor Público e, na falta ou impedimento destes, pelo Juiz de Paz”. Gestão de Departamento Pessoal 39 Hipótese de situação do menor Como descrito: “... Tratando-se, porém, de rescisão do contrato de trabalho, é vedado ao menor de 18 anos dar, sem assistência dos seus responsáveis legais, quitação ao empregador pelo recebimento da indenização que lhe for devida” (art. 439 da CLT) Em caso de Prescrição Em casos de prazo prescricional após a extinção do vínculo empregatício é de 2 anos, isto é, o trabalhador terá até 2 anos, contados a partir da data da dispensa, para ajuizar reclamação trabalhista pleiteando direitos que julgue ser merecedor. Lembrando que os créditos trabalhistas prescrevem em 5 anos. Com a peculiaridade do FGTS que prescreve em 30 anos. De acordo com o art. 440 da CLT “contra os menores de 18 anos não corre nenhum prazo de prescrição”. Prazo para pagamento das verbas rescisórias Os prazos para o pagamento das parcelas constantes do instrumento de rescisão, devem ser: • Até o primeiro dia útil imediato ao término do contrato, nas seguintes circunstâncias: aviso prévio cumprido integralmente até o último dia de trabalho (sem redução dos sete dias); término ou rescisão antecipada de contrato por prazo determinado (não há aviso prévio); morte do empregado (término do contrato é o dia do óbito), ressalvado a empresa não souber a quem pagar (dependente legal não habilitado). • Até o décimo dia, contado da data da notificação da demissão, nas seguintes circunstâncias: quando da ausência do aviso prévio; indenização do aviso prévio; ou na dispensa de seu cumprimento. Quanto as verbas devidas ao empregado, cujo contrato tem previsão de extinção, por ter lhe sido concedido o aviso prévio ou por Gestão de Departamento Pessoal 40 estar subordinado a um contrato de trabalho por prazo determinado, são devidas no dia útil imediato ao fim do contrato. Neste caso, o prazo se estenderá até o 10º dia, na hipótese de ausência de aviso prévio (dispensa por justa causa ou aviso prévio indenizado) Formas de pagamento da rescisão contratual De acordo com o art. 477, § 4º da CLT, o pagamento a que tiver direito o empregado, deve ser feito à vista, em dinheiro ou em cheque visado. Na hipótese do empregado ser analfabeto ou menor de 18 anos, o pagamento só poderá ser feito em dinheiro. Multa por atraso do pagamento das Verbas Rescisórias Caso o empregador que não observar os prazos previstos, pagará multa, em valor equivalente ao último salário do empregado (CLT, art. 477, § 8º). Indenização Adicional “Trintídio” Na situação de dispensa sem justa causa do empregado que antecedem a data-base (Leis 6.708/79 e 7.238/84, art.9º). “O empregado dispensado, sem justa causa, no períodode 30 (trinta) dias que antecede a data de sua correção salarial, terá direito à indenização adicional equivalente a um salário mensal.” Quando a indenização não é devida nas seguintes hipóteses: pedido de demissão; demissão por justa causa; término do contrato por prazo determinado e contrato de experiência; aposentadoria. Gestão de Departamento Pessoal 41 Figura 8 – Termo de rescisão de contrato de trabalho Fonte: Gov.BR Para a rotina para a execução da rescisão trabalhista de empregados, deve o usuário informar quais as condições que o empregado está sendo demitido, para que o sistema calcule de maneira correta os valores que integrarão o pagamento a ser feito. Gestão de Departamento Pessoal 42 Quando há pagamentos variáveis, tais como horas extras, adicional noturno, adiantamentos eventualmente concedidos, faltas, ou outros proventos ou descontos, deverá o usuário informar no momento da digitação da rescisão, pelo motivo, que apenas as parcelas automáticas, tais como férias, 13o salário, saldo de salário, salário família proporcional ou não INSS, Imposto de Renda na Fonte, serão calculados pelo sistema, sem a necessidade de digitação. Também será possível ainda visualizar, imprimir, alterar ou excluir o cálculo de uma rescisão se assim desejar, a qualquer momento, quantas vezes se fizer necessário, desde que não execute o fechamento do mês. Quanto a emissão da rescisão poderá ser efetuada em formulário pré- impresso ou ainda em modo gráfico para as impressoras laser ou jato de tinta. Quando ocorrer o pagamento do aviso prévio indenizado será pago se o usuário marcar esta opção, independente das datas de rescisão e do aviso prévio, logo é o usuário que será o único responsável pela informação. Aos os empregados que, no momento da rescisão do contrato, possuam mais de 01 (um) ano de serviço, é obrigatório que a rescisão do contrato de trabalho seja homologada pelo Sindicato da categoria ou pelo Ministério do Trabalho, conforme previsão expressa do artigo 477, § 1º da CLT. Relativo ao aviso prévio, o aviso indenizado integra o contrato de trabalho para todos os fins de direito. Desta forma, um trabalhador contratado há 11 (onze) meses e dispensando com aviso prévio indenizado, deve ter sua rescisão homologada, uma vez que, somando o período efetivamente trabalhado com os 30 (trinta) dias de aviso prévio indenizado, temos 01 (um) de trabalho, conforme determinado pela legislação. Nos casos de empregados com menos de 01 (um) ano de contratação, por sua vez, não contam com a assistência destes órgãos no momento da rescisão contratual, sendo o pagamento das verbas efetuado diretamente na empresa empregadora. Gestão de Departamento Pessoal 43 Com a Reforma Trabalhista (lei 13679/2017) não existe mais obrigatoriedade de rescisão junto ao sindicato da Categoria. No entanto, existem sindicatos exigindo. Podemos entender por homologação todo procedimento através do qual o Sindicato ou representante do Ministério do Trabalho confere os valores lançados pelo empregador no TRCT, efetuando a homologação dos mesmos. Na hipótese de homologação pode ser, por exemplo, condição essencial, para o saque do FGTS perante a Caixa Econômica, bem como para o levantamento do seguro-desemprego, se aplicável. O objetivo do procedimento é evitar que o empregador se utilize de má fé e efetue o pagamento de valor inferior ao efetivamente devido ao trabalhador, uma vez que este, normalmente, não possui conhecimento de seus direitos trabalhistas e do valor que efetivamente possui direito em virtude da rescisão de seu contrato de trabalho. Consideram-se quitadas as verbas rescisórias discriminadas em referido termo, com a devida homologação. Entretanto, possui o trabalhador o direito de questionar perante o Judiciário o pagamento de verbas não constantes de referido Termo, uma vez que a homologação e quitação referem-se somente às verbas constantes do TRCT. Podendo, ainda o trabalhador solicitar que o órgão homologador inclua ressalvas no verso do TRCT, discriminando os direitos que entende como pendentes e não quitados no TRCT. A estabilidade é a única causa impeditiva da Rescisão de contrato, pois consiste em uma limitação imposta pelo legislador ao empregador, com o interesse de impedir que este último rescinda o contrato de trabalho com seus trabalhadores em determinadas situações. Poderá limitar em qualquer uma das fontes do direito trabalhista, tal como através da norma coletiva, regulamento interno da empresa e legislação. Com isso, essa limitação não é absoluta, uma vez que a mesma pode ser superada pela prática de uma conduta caracterizada como justa causa, por exemplo. Gestão de Departamento Pessoal 44 Contudo, outro aspecto que deve ser observado é quanto à não obtenção da estabilidade pelo trabalhador contratado por prazo determinado ou durante o curso do aviso prévio. Possuem estabilidade para com a legislação trabalhista: • Dirigente Sindical • Membro da CIPA • Gestante • Empregado acidentado no trabalho • Membro do Conselho Curador do FGTS • Membro do Conselho Nacional da Previdência Social • Membro da Comissão O administrador precisa conhecer a legislação e práticas de Departamento Pessoal. Para poder estar alinhado ao mercado e ser um diferencial frente aos concorrentes analisar a folha de pagamento para a tomada de decisão. RESUMINDO: Neste capítulo, vimos como ocorre a homologação da rescisão do contrato de trabalho e conhecemos um modelo de termo de rescisão de contrato de trabalho. Além disso, estudamos quais são os prazos para o pagamento das verbas rescisórias. Gestão de Departamento Pessoal 45 REFERÊNCIAS MARRAS, J. P. Administração de Recursos Humanos: do operacional ao estratégico. São Paulo: Futura, 2002. MARTINS, S. P. Legislação previdenciária. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000. MORAES, A. Constituição da República Federativa do Brasil. 41. ed. São Paulo: Atlas, 2015. OLIVEIRA, A. CLT e Legislação Comparadas - Lei 13.467/2017. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2018. OLIVEIRA, A. Prática trabalhista e previdenciária. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2018. OLIVEIRA, A. de. Manual de prática trabalhista. São Paulo: Atlas, 2008. OLIVEIRA, A. Manual de prática trabalhista. 50. ed. São Paulo: Atlas, 2015. Gestão de Departamento Pessoal Aviso prévio Aviso prévio trabalhado ou indenizado Aviso prévio proporcional Hipóteses de rescisão de contrato de trabalho Pedido de demissão Rescisão indireta Dispensa sem justa causa Dispensa por justa causa Forma de rescisão contratual Cálculo de verbas rescisórias Guia de recolhimento do FGTS Homologação contratual Termo de rescisão contratual Prazo para pagamento das verbas rescisórias
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