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PEÇA A2 TRIBUTÁRIO LUANA

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LUANA FERREIRA SANTOS – MATRÍCULA: 2018219629813
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA xxº VARA DA FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO xxxxxxx DA COMARCA DA xxxx - xx
CONTRIBUINTE DE TAL, brasileiro(a), inscrito no CPF sob o nº xxxx, RG nº xxxxxx, residente e domiciliado na Rua xxxx, nº xxx, bairo xxx, XX/XX, email@email, vem à presença de V.Exa. Propor:
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA TRIBUTÁRIA c/c REPETIÇÃO DE INDÉBITO 
em face do ESTADO XXXX, pessoa juridica de direito publico, com sede na rua XXX, número X, bairro XX, CEP xx, email@email, vem a Vossa Excelência pelos motivos, fatos e direito a seguir aduzidos:
DOS FATOS
Inicialmente, o Contribuinte de Tal, efetuou o pagamento de uma taxa (ICMS) que vinha todos os anos na fatura de sua conta de luz.
Contudo, verificou que esse tributo não era devido, logo percebeu que havia feito esse pagamento em anos anteriores e que acabaria sendo cobrado no ano seguinte novamente.
Dessa forma, o contribuinte busca a imediata restituição do que foi pago indevidamente e a paralisação das cobranças indevidas por parte da Fazenda Pública.
DA LEGITIMIDADE
O contribuinte, é o consumidor final de energia elétrica, está legitimado para questionar a ilegalidade de incidir em sua conta de energia elétrica o ICMS, bem como legítimo para requerer a restituição do indébito, ou seja, do valor já cobrado anteriormente e pago por ele, com fulcro nos recursos repetitivos pelo STJ
Cumpre informar que, o ICMS atrai, pela sua própria natureza de imposto incidente sobre o consumo, indireto, tendo em vista que a incidência da regra contida está prevista no art. 166 do CTN.
Dessa forma, a legitimidade do consumidor, consumidor final da energia elétrica, para figurar no polo ativo da presente demanda, inclusive para reaver o que indevidamente recolheu nos últimos anos.
É importante esclarecer que a Jurisprudência do STJ entende que nos casos de discussão sobre a cobrança de ICMS, a legitimidade passiva é do Estado Federado ou do Distrito Federal, não sendo necessária a inclusão da empresa de Energia Elétrica.
DO MÉRITO
1 - DA INCIDÊNCIA DO ICMS SOBRE A ENERGIA ELÉTRICA 
O fundamento constitucional do ICMS se encontra no art. 155, II da CF/88, in verbis Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (…) I- operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal.
O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário 593.824/SC, em sede de repercussão geral, fixou a tese de que “a demanda de potência elétrica não é passível, por si só, de tributação via ICMS, porquanto somente integram a base de cálculo desse imposto os valores referentes àquelas operações em que haja efetivo consumo de energia elétrica pelo consumidor”.
 Desta forma, o STF confirma o entendimento de que o ICMS não incide sobre parcelas que não sejam referentes à remuneração da energia elétrica efetivamente consumida. A medida pode trazer uma economia de até 20% dos valores cobrados nas faturas de energia.
 Assim, os consumidores que desejarem afastar a cobrança do ICMS sobre as parcelas estranhas à remuneração da energia, incluindo, mas não se limitando à demanda contratada não utilizada, poderá buscar o Poder Judiciário, para (i) afastar a cobrança ilegal para as faturas futuras; e (ii) pleitear a restituição dos valores pagos indevidamente nos últimos 5 anos.
Assim, por todo o exposto, na linha remansosa jurisprudência, afigura-se inconstitucional e ilegal a incidência do ICMS sobre as Tarifas de Uso de Sistema, cujo ônus é repassado nas faturas da Concessionária xxxxx emitidas contra o autor.
2 - DA REPETIÇÃO DO INDÉBITO:
Conforme decidido pelo E. STF, para as demandas ajuizadas após 09.06.2005, aplica-se o prazo prescricional de 5 (cinco) anos para a repetição de indébito. Como a presente demanda está sendo ajuizada hoje, são passíveis de repetição os valores indevidamente pagos a título de ICMS no prazo anterior à propositura desta ação.
Ademais, tendo em vista que a correção monetária é mera reposição da perda inflacionária, determinou-se que a mesma deve incidir desde os pagamentos indevidos feitos pelo contribuinte; já no que  tange  aos  juros  de  mora,  fixou- se como termo inicial o trânsito em julgado da sentença.
Registre-se, nesse aspecto, o enunciado nº 188 da Súmula do STJ e o artigo 167, parágrafo único, do CTN, pelos quais não se admite a contagem de juros antes do trânsito em julgado.
E conforme entendimento pacificado do STJ, nos autos do REsp nº 1.111.003/PR, sob o rito do artigo 543-C do antigo CPC, não é necessário juntar todos os comprovantes dos pagamentos, no caso de repetição de indébito, para o conhecimento do direito do Autor, uma vez que tal providência só é necessária na fase de liquidação de sentença; por isso, hoje o Autor junta aos autos 3 (três) últimas contas pagas para demonstrar seu direito:
DOS PEDIDOS
Diante do exposto, o autor vem a Vossa Excelência, requer:
1) que a ré mande suspender imediatamente a cobrança de ICMS lançado nas contas mensais da Autora, sob pena de multa diária a ser arbitrada em caso de descumprimento.
2) que seja declarada a inexistência de relação jurídica tributária que obriga a autora a recolher ICMS lançadas nas faturas de energia elétrica da mesma.
3) A citação da ré para que, querendo, apresente defesa, sob pena de confissão e revelia.
4) A aplicação do Código de Defesa do Consumidor, com a consequente inversão do ônus da prova.
5) que seja reconhecido o direito de repetição de indébito, para pagamento por meio de restituição de todos os valores de ICMS indevidamente suportados pelo Autor.
6) que seja a ré condenada ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios da patrona da Autora, nos termos do artigo 85 do CPC.
7) que seja julgado procedente todos os pedidos requeridos.
Dá-se à causa o valor de R$ XXXXX para todos os efeitos legais.
 NESTES TERMOS
 PEDE DEFERIMENTO,
 
ESTADO XXX, __ de ____ de 2022
__________ASSINATURA___________
ADVOGADA
OAB Nº XXXX

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