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PCR, BLS E ACLS

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ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR:
· A primeira coisa, SEMPRE, em qualquer atendimento pré-hospitalar é a avaliação da SEGURANÇA da cena. Eu só vou entrar nessa cena se ela for segura, caso contrário, eu vou esperar ela se tornar segura para entrar, uma vez que, caso contrário eu serei apenas mais uma vítima e não vou estar ajudando em nada;
· XABCDE do trauma: 
· X (hemorragias exsanguinantes): realizar o controle do sangramento com compressão ou torniquetes;
· A (via aérea): avaliar a perviedade das vias aéreas e estabilizar a cervical do paciente durante a avaliação;
· B (breathing): avaliar se o paciente está respirando (em uma vítima de trauma que esteja cursando com distúrbio ventilatório, as três principais causas que devem ser cogitadas são: pneumotórax, lesão raquimedular ou lesão cerebral traumática). Para melhorar a perviedade da vias aérea podemos fazer uma extensão da cabeça, o que no entanto não pode ser feito nos casos de suspeita de lesão cervical, casos em que só devemos realizar a elevação da mandíbula.
· C (circulation): avaliar pulso (presença, qualidade e frequência) e perfusão (cor da pele, temperatura, tempo de enchimento capilar). Aqui manejamos aquelas hemorragias menos graves;
· D (disfunção neurológica): escala de glasgow;
· E (extremidades): avaliar as extremidades.
Obs: no choque o paciente fica com a pele fria e úmida/pegajosa.
Obs: a reposição volêmica, sempre que for possível, e se necessário, deve ser iniciada no ambiente pré-hospitalar com ringer lactato ou solução salina, por meio de dois acesos calibrosos (14 ou 16).
O tempo máximo da avaliação do paciente até o deslocamento hospitalar, deve ser, sempre que possível de no máximo 10 minutos. Nos pacientes com lesão sistêmica —> dar ênfase na rápida avaliação, estabilização e transporte do paciente para o ambiente hospitalar.
SUPORTE BÁSICO DE VIDA:
A corrente de sobrevivência do suporte básico de vida consiste em:
· Reconhecer uma PCR (verificar pulso carotídeo por no mínimo 5 e no máximo 10s e nos casos de dúvida, consideramos ausência de pulso);
· Solicitar ajuda com DEA;
· Iniciar as compressões torácicas (se chegar o DEA, paramos as compressões imediatamente e avaliamos se o ritmo é chocável —> se for —> choca e reinicia as compressões imediatamente após o choque, antes de avaliar o pulso —> massageamos por 2 minutos e daí sim avaliamos o pulso e se ausência dele, avaliamos se o ritmo continua chovável ou não.
· As compressões devem ter uma profundidade de 5cm;
· Sempre permitir o retorno completo do tórax após cada compressão;
· A frequência é de 100 a 120 compressões por minuto. Quando associada a ventilação —> 30:2 ou seja, 30 compressões para 2 ventilações (a ventilação não é mais obrigatória). A hiperventilação é contraindicada, uma vez que, ela pode resultar em aumento da pressão intratorácica, resultando assim em diminuição da pré-carga, com consequente redução do DC);
· O DEA deve ser retirado apenas no hospital;
· A ventilação não é mais um item obrigatório do suporte básico de vida, sendo que, quando feita, pode ser: boca boca, com pocket mask ou por meio do AMBU. No caso da respiração boca boca, deve ser feita uma hiperextensão da cabeça e o nariz deve ser trancado. Aqui, como não temos uma via aérea avançada, a sequência será de 30 compressões para 2 ventilações. No caso de pacientes com risco de lesão cervical, apenas realizamos a anteriorização da mandíbula, enquanto que, nos pacientes sem evidência de lesão cervical, realizamos a extensão da cabeça e anteriorizamos a mandíbula.
SUPORTE AVANÇADO DE VIDA:
· Ritmos chocáveis: 
· Fibrilação ventricular: é definida pela presença de ondulações irregulares com uma frequência geralmente superior a 320 por minuto e sem discernimento dos complexos QRS. A fibrilação ventricular só pode ser revertida com a desfibrilação e a cada minuto sem desfibrilação a chance de reversão diminui em cerca de 10%, sendo que, após 10 minutos, essa chance é menor que 5%. Se a desfibrilação não for realizada TODA FV acaba se transformando em uma assistolia;
· Taquicardia ventricular: QRS largo.
· Ritmos não chocáveis: 
· Atividade elétrica sem pulso (AESP);
· Assistolia.
· Principais tipos de PCR: 
· PCR extra-hospitalar: normalmente ocorre por fibrilação ventricular (responsável por 60 a 80% dos casos, porém, na ausência de qualquer manobra de ressuscitação, a FV evolui para uma assistolia em 10 minutos) ou taquicardia ventricular sem pulso. Resumidamente, podemos dizer que o ritmo encontrado no ambiente extra-hospitalar depende do tempo de chegada do serviço de socorro, uma vez que, normalmente os pacientes param em ritmos chocáveis e depois evoluem para ritmos não chocáveis.
· PCR intra-hospitalar: normalmente decorre de AESP (atividade elétrica sem pulso) ou assistolia;
· Causas de PCR: 
· 5Ts: trombose coronariana, trombose pulmonar, tamponamento cardíaco, tensão no tórax (pneumotórax) e toxinas (opioides, benzodiazepínicos);
· 5Hs: hipóxia, hipovolemia, hipo ou hiperpotassemia, H+ acidose e hipotermia.
Se o paciente apresentar turgência jugular, vamos pensar em: trombose coronariana (IAM), TEP, tamponamento e pneumotórax. Se ausência se turgência jugular pensaremos em toxicidade e nos 5Hs.
· Via aérea: quando o paciente estiver com via aérea não avançada (boca boca, máscara boca ou ambu, as ventilações serão 30:2: ou seja, 30 compressões para cada 2 ventilações. Por outro lado, quando o paciente estiver com uma via aérea avançada (tubo orotraqueal ou máscara laríngea, realizaremos 1 ventilação a cada 6 segundos, ou seja, 10 ventilações por minuto.
PCR —> inicia as compressões torácica —> chegou o DEA —> para tudo e avalia o ritmo —> ritmo chocável (FV ou TV) —> choca e reinicia as compressões torácicas —> após 2 minutos de massagem —> reavalio o ritmo —> se chocável —> choco pela segunda vez e reinicia as compressões imediatamente, enquanto alguém da equipe vai iniciar adrenalina 1 ampola a cada 3 a 5 minutos (normalmente adotamos ciclos de 4 minutos, ou seja, a cada 2 ciclos de massagem) —> reavalio o ritmo, se chocável (já estamos no terceiro choque) —> chocamos, reiniciamos as compressões imediatamente e solicitamos que seja realizada amiodarona 300mg (2 ampolas).
Obs: resumidamente —> após o 2 choque vamos realizar 1 ampola de adrenalina; após o 3 choque vamos realizar 2 ampolas de amiodarona; após o 4 choque vamos realizar 1 ampola de adrenalina; após o 5 choque vamos realizar 1 ampola de amiodarona; após o 6 choque vamos realizar adrenalina e a partir daqui não utilizamos mais amiodarona, só adrenalina a cada 4 minutos, ou seja, a cada 2 ciclos de massagem.
PCR —> inicia as compressões torácicas —> chegou DEA —> ritmo não chocável ( assistolia ou AESP) —> reinicia compressões e solicita para alguém da equipe iniciar a adrenalina 1 ampola a cada 3 a 5 minutos —> após 2 minutos reavaliamos o ritmo com o DEA, se chocável, chocamos, se o ritmo for não chocável, continuamos com as compressões torácicas.
· Via aérea avançada na PCR: 
· Máscara laríngea OU
· Intubação orotraqueal: 1 ventilação a cada 6 segundos.
· Cuidados pós parada: 
· Garantir a via aérea avançada se ainda não consegui;
· Controle da oxigenação com monitoramento contínuo com oximetria —> manter a sat O2 entre 92 e 98% (abaixo de 90% que começamos a ter sofrimento celular);
· Manter a PAS > ou igual a 90mmHg e a PAM > ou igual a 65mmHg;
· Realizar um ECG de 12 derivações;
· Solicitar uma gasometria (PCO2 entre 35 e 45).
Importante: a lesão neurológica após a anóxia global grave (paciente vários minutos parado sem massagem, o lactato estará bem aumentado) é reduzida quando aplicada a hipotermia terapêutica (aqui em PF não tem-se o hábito de fazer hipotermia terapêutica). O controle da temperatura não pode ser feito por um termômetro axilar, ele deve ser feito por termômetro esofágico, cateter vesical ou cateter na artéria pulmonar, sendo o objetivo de temperatura 34 graus mantendo essa temperatura por 24h. Quando formos realizar o reaquecimento do paciente, o ganho de temperatura deve ser gradativo com0,25 a 0,5 graus/h.

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