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Carolina Pithon Rocha | Medicina | 5o semestre 1 Síndrom� Ovári� Policístic� � Hiperandrogenism� CONDIÇÕES GERAIS: alta prevalência (8% a 13%); complexidade nas características reprodutivas, metabólicas e psicológicas; inconsistência no diagnóstico e no tratamento de SOP; diretrizes limitadas e ultrapassadas; insatisfação das mulheres com seu cuidado evitar as consequências negativas na qualidade de vida. CONCEITO caracteriza-se, clinicamente, por disfunção ovulatória (alteração menstrual onde devemos saber caracterizar) e hiperandrogenismo clínico (presença de hirsutismo, acne, alopecia) e/ou laboratorial (aumento de androgênios). Disfunção menstrual em aproximadamente 75% dos casos. Níveis elevados de androgênios em 60 a 80% dos casos. Ocorre em mulheres jovens no período da menacme. FISIOPATOLOGIA não ainda conhecida de forma eficiente. Más sabemos que têm influência dos fatores genéticos na fisiopatologia da SOP que já têm desde a vida uterina, fatores de risco, resistência insulínica, liberação ácidos graxos, aumento tecido adiposo, redução SHBG, redução de FSH (estrógeno, maturação) e aumento LH (progesterona, ovulação) -> androgênios elevados. Fatores de risco: baixo peso ao nascer (<2,5kg), pubarca precoce (aparecimento de pelos axilares, pubianos antes dos 8 anos sem aparecimento telarca), puberdade precoce central idiopática (pelos axilares, pubianos com aparecimento da telarca (desenvolvimento mama) e menarca antes dos 8 anos). Critérios Carolina Pithon Rocha | Medicina | 5o semestre 2 NIH: disfunção menstrual (anovulação por 3 meses, espaniomenorreia ou amenorreia) e hiperandrogenismo clínico e/ou laboratorial Rotterdam (mais usamos): anovulação crônica e hiperandrogenismo clínico e/ou laboratorial, + acrescentaram ovários policísticos na ultrassonografia transvaginal. O consenso de Roterdã manteve os mesmos critérios de exclusão: hiperprolactinemia, disfunções de tireoide, hiperplasia adrenal congênita clássica e não clássica, síndrome de Cushing e tumores de ovário ou adrenal secretores de androgênios (Roterdã, 2004). AE-PCOS SOCIETY: hiperandrogenismo clínico e/ou laboratorial e disfunção menstrual e/ou ovários policísticos DIAGNÓSTICO critérios de Rotterdam: ciclos espaniomenorreia ou amenorreia (anovulação crônica por mais de 3 meses); sinais clínicos ou bioquímicos de hiperandrogenismo e presença de ovários policísticos - 4 Fenótipos: Anovulação crônica + hiperandrogenismo; Hiperandrogenismo + Imagens de ovários policísticos; Anovulação crônica + Imagens de ovários policísticos e Anovulação crônica + hiperandrogenismo + Imagens de ovários policísticos (SOP clássica). diagnóstico clínico: 1- Anamnese Alteração menstrual (orientar paciente sobre DUM, caracterizar o ciclo menstrual) Hiperandrogenismo cutâneo (acne grave, hirsutismo) Infertilidade 2- Exame físico Avaliação do hirsutismo (Índice de Ferriman-Gallwey: observa 9 zonas, área de bigode, barba, tórax, abdômen superior e inferior, coxa, braço, glúteo… a cada uma dessa se dá a pontuação que varia de 1 a 4. > 6 é hirsutismo. Levar em consideração a etnicidade, mulheres asiáticas, com concentração de folículo pilosos menor) Acantose nigricans pele espessa e escurecida (resistência insulínica importante, talvez seja alteração nos receptores, baixa sensibilidade, DM2, Diabetes Gestacional, Síndrome Metabólica) Obesidade troncular (aumento tecido celular subcutâneo) Estrias 3- Exame ginecológico: Pilificação androide, pelos em abdômen inferior, face, interior das coxas Definição de irregularidade menstrual: defeito no eixo hipotálamo gônada Normal: primeiro ano após a menarca Anormal: - primeiro ao terceiro ano, ciclo <21 ou >45 dias - > 3o ano após menarca até a perimenopausa com ciclo <21 ou >35 dias ou < 8 ciclos por ano - primeiro ano pós menarca: >90 dias pelo menos um ciclo Amenorréia: primária após os 15 anos ou por mais de três anos após o aparecimento da telarca (broto mamário) Estabelecido a irregularidade menstrual, o diagnóstico de SOP pode ser considerado Carolina Pithon Rocha | Medicina | 5o semestre 3 RECOMENDAÇÕES PARA HIPERANDROGENEMIA: solicitar biodisponibilidade da testosterona livre, não solicitar testosterona total. Globulina prende a testosterona levando a seus receptores. Como na SOP há diminuição desse SHG -> maior quantidade de testosterona livre circulando no sangue. Diminuição da globulina carreadora de hormônios esteróides, que vai estar aumentando enquanto a testosterona total vai estar baixa. Se já hiperandrogenemia clínica alta -> não necessita solicitar o laboratorial A- Cálculo, índice ou biodisponibilidade da testosterona livre (não dosar diretamente) B- Dosagem de testosterona por espectrometria de massa, extração ou cromatografia C-Androstenediona e/ou sulfato de deidroepiandrosterona (se dúvida solicita, suspender anticoncepcional por 3 meses para fazer dosagem dos androgênios). D- Dosagem hormonal quando o hirsutismo não é bem definido E- Não dosar em uso de contraceptivo F-Cuidados com altos níveis ou história sugestiva de neoplasia produtora de androgênios HIPERANDROGENISMO: Sinais: acne, alopecia (sinal clínico menos frequente) e hirsutismo Adolescência: quadro intenso de acne e hirsutismo Índice de Ferriman-Gallwey: 4 a 6 (depende da etnicidade) Escala visual de Ludwig para alopécia (teoria não usada prática por ser muito subjetiva) Acne não há uma definição clara Hirsutismo: pelo terminal com comprimento maior que 0,5cm e pigmentado, podendo variar a forma e a textura (mais grosso). *hipertricose são pelos macios diagnóstico laboratorial: afastar outras patologias que cursa com alterações menstruais e hirsutismo como adenoma hipofisário Determinações hormonais solicitar dosagens de prolactina (adenoma hipofisário); alteração da tireóide (TSH e T4 livre); perfil androgênico (testosterona - níveis altos tumor produtor); Deficiência enzimática da suprarrenal (17 Oh Progesterona e teste estímulo com ACTH) e Síndrome de Cushing (cortisol basal) Obs.: O hormônio Antimulleriano não é ainda critério de diagnóstico de SOP. SÍNDROME METABÓLICA: 80% das pacientes têm RI (obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares) Obesidade abdominal (circunferência >80cm); Triglicèrides >150mg/dl; HDL <50mg/dl; Pressão arterial > 130x85mmhg; Glicemia de jejum > 100 mg/dl RESISTÊNCIA INSULÍNICA: Insulina = 1/3 glicose; Relação Glicose/Insulina < 4,5; Quicki < 0,33; HOMA-IR > 2,7; Sobrecarga glicêmica (DM gestacional -> 75g de glicose endovenosa e após 2 horas verificamos > 140 já diagnosticamos) Carolina Pithon Rocha | Medicina | 5o semestre 4 DISTÚRBIO DOS CARBOIDRATOS A- SOP é um fator de risco para DM2 e gestacional (oferecer TOTG) B- Avaliação anual se houver outros riscos para diabetes mellitus C- Curva glicêmica, glicemia de jejum e hemoglobina glicada D-Teste de tolerância à glicose com 75g deve ser oferecido à gestante antes de 20 sem gestacionais e repetido entre 24 e 28 sem. Obs.: Apneia do sono: avaliar quando houver roncos, fadiga durante dia, sonolência diurna (prognóstico pior do que paciente com SOP sem apneia do sono, relacionada a obesidade abdominal) RISCO CARDIOVASCULAR aumentados, aval de 6 em 6 meses A- Todas as mulheres com SOP devem ser avaliadas (fator de risco independente para doença cardiovascular) B- Pressão arterial, IMC e circunferência abdominal em cada visita anual na de alto risco C-Alto risco: obesidade, tabagismo, dislipidemia, hipertensão arterial sistêmica, intolerância a glicose e sedentarismo D- Perfil lipídico: sobrepeso e obesas MÉTODOS DE IMAGEM (2 critérios, não necessidade de solicitar) ULTRASSONOGRAFIA Não deve ser medida de diagnóstico em mulheres antes de oito anos da menarca; Preferencial a transvaginal; Sondas de 8 MHz: 20 folículos (<1 cm) e/ou volume acima de 10ml, sem corpo lúteo, cistos ou folículo dominante que são cistos normais, fisiológicos que aparecem no ciclo menstrual; Tecnologia antiga: apenas o volume do cisto deve ser considerado e Empregar apenas para avaliar o fenótipo nos casos de anovulação sem hiperandrogenismoTRATAMENTO Irregularidade menstrual? adolescentes com irregularidade menstrual: discutir o momento apropriado (oportuno): - Imaturidade do eixo HHG ( 80%-2 anos após a menarca ) - uso de ACO pelas adolescentes precoce Estabelecida a irregularidade menstrual o diagnóstico de SOP pode ser considerado. Direcionado para a queixa: Anticoncepção + irregularidade menstrual Irregularidade menstrual sem desejo de contracepção Tratamento do hiperandrogenismo Prevenção de lesões proliferativas (risco de hiperplasia - pré malignas para carcinoma de endométrio estão aumentados 2/4x nessas pessoas com SOP) Tratamento da infertilidade Progesterona rebater efeito da testosterona Intervenção do Estilo de Vida 5-10% da perda de peso: pode melhorar a função menstrual; Reeducação alimentar, restrição de carboidratos; Exercício físico regular; Programa de intervenção psicológica e psiquiátrica Carolina Pithon Rocha | Medicina | 5o semestre 5 Contraceptivos orais combinados (ACO) - diminuir testosterona e aumentar SHG ACO com baixa dose de etinilestradiol (risco de TVP) Progestágenos isolados (sem necessidade de contracepção) Atenção especial com índice massa corpórea, dislipidemias, HA Irregularidade menstrual + contracepção + hiperandrogenismo Anticoncepcional oral combinado (ACO): ACO de 3ª geração que contenham progesterona com ação neutra (desogestrel ou norgestimato) ou atividade antiandrogênica (são os de preferência, drospirenona e clormadinona) Obs.: Ciproterona > drospirenona > clormadinona > desogestrel > norgestimato > levonorgestrel Irregularidade menstrual + proteção endometrial (sangramentos, amenorréias prolongadas, biópsia de endométrio pelo videolaparoscopia, aguardar resultado) Hiperplasia de endométrio e câncer: A - risco relativo é 2 a 6 vezes maior do que a população geral B - ultrassonografia e avaliação histopatológica de endométrio são recomendados quando há fatores de risco associados, como amenorréia prolongada, sangramento uterino excessivo e/ou aumento excessivo do peso C - ciclos com frequência maior que 90 dias , recomenda-se progestagênio isolado ou combinação estrogênio e progesterona Irregularidade menstrual + proteção endometrial progestagênio isolado : mensal ou a cada 60-90 dias - Dihidrogesterona ( duphaston ) 20mg/dia (10-14 dias mês ) - Acetato de medroxiprogesterona (AMP ) 10mg/dia ( 10-14 dias mês ) Proverá - Mirena (libera progesterona e deixa endométrio atrófico, rebate o efeito proliferativo do estrogênio) - Caiana também hormonal, más de quantidade menor de levonorgestrel SOP e desejo de engravidar Avaliação tubária (HistroSalpinGolaroscopia ver se têm flexão ou obstrução tubária) e parâmetros seminais (espermograma) Excluir gestação antes do início da indução, Indução da ovulação é o tratamento devido aos ciclos anovulatórios: - Letrozol 2,5mg-7,5mg dia (Femara) usado do 3º ao 7º dia do ciclo ( efeitos gastrointestinais e custo) - Citrato de clomifeno 5—150 mg dia (clomid, serofene, indux) - taxa de ovulação de 60-85% Associação com metformina (só se paciente tiver resistência à insulina que aí melhora a taxa de ovulação), 3º ao 7º dia do ciclo
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