Relatório de Estágio Ensino Fundamental I - Universidade Cruzeiro do Sul

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DADOS DO ESTUDANTE/CURSO 
 
Curso: Licenciatura em Pedagogia 
 
Instituição: Universidade Cruzeiro do Sul – Campos dos Goytacazes/Turf 
Nome: Monique Almeida Oliveira Paes 
RGM: 308933887 
 
Disciplina: Estágio Curricular Supervisionado nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental 
2023/6º 
100 horas 
 
 
CARACTERÍSTICA DA ESCOLA 
 
Nome da escola: E. M. Dr. Francisco Manoel Pereira Crespo 
 
Endereço: Avenida Carlos Chebabe, S/Nº - Parque Santos Dumont – Campos dos 
Goytacazes/RJ 
Dependência Administrativa: Pública 
 
Ano inicial observado: 2º ano do Ensino Fundamental 
 
 
ESTRUTURA FÍSICA DA ESCOLA 
 
A escola apresenta uma estrutura composta por diversas instalações. São 14 salas de aula 
disponíveis para os alunos, proporcionando um ambiente adequado para o ensino e 
aprendizagem. Além disso, existem 2 banheiros exclusivos para os alunos e 1 destinado aos 
funcionários, garantindo a comodidade e higiene de todos. 
A escola também conta com um laboratório de informática, onde os estudantes têm a 
oportunidade de desenvolver habilidades tecnológicas. Há uma biblioteca em construção, que 
proporcionará acesso a uma variedade de livros e recursos educacionais. 
Não há uma sala exclusiva para os professores. Muitas vezes os encontros acontecem na 
sala de direção, onde também é dividido com o setor pedagógico e secretaria, sendo repartidos 
por mesas apenas. 
Outras instalações incluem uma cozinha para preparação das refeições e um pequeno 
refeitório onde as turmas se revezam para o uso. 
Além disso, a escola conta com um pátio amplo, que permite a prática de esportes e 
atividades físicas. Na parte externa, a escola é cercada por amplas áreas verdes com gramados e 
plantas, proporcionando um ambiente agradável e propício para o convívio e recreação dos 
alunos. 
A escola oferece uma infraestrutura com muitos pontos de melhoria, mas visa atender às 
necessidades educacionais e proporcionar um ambiente acolhedor e propício ao 
desenvolvimento dos estudantes. 
 
INTRDODUÇÃO 
 
Este relatório tem o objetivo de apresentar o estágio supervisionado obrigatório realizado 
na E. M. Dr. Francisco Manoel Pereira Crespo, no contexto da educação fundamental I. 
Durante o estágio, cumprir uma carga horária total de 100 horas. Iniciei minha jornada na 
turma, sob a supervisão da professora Luiza, responsável por 23 crianças. Trabalhamos o 
processo inicial de alfabetização e introduzimos a matemática de forma lúdica. Além disso, 
abordamos temas como organização escolar, valorizando o uso de músicas e leitura. Destaco o 
projeto do dia saudável, onde os alunos levariam cada um tipo de fruta e estudariam sobre elas. 
Trabalhamos também alfabetização, no desenvolvimento infantil e nas atividades 
artísticas, como pintura e desenho. Assim como na turma anterior, enfatizamos a importância da 
organização escolar, com apoio em músicas e leitura, buscando uma abordagem lúdica para 
facilitar a aprendizagem. 
Exploramos conceitos de formas geométricas, numerais e diversas atividades orais, 
leitura e escrita. Estimulamos a criatividade por meio de contação de histórias, jogos variados e 
competições, que as crianças adoram. Além disso, inserimos disciplinas como matemática, 
história, artes e ciências. 
A escola em si possui uma estrutura um pouco defasada para o desenvolvimento das 
crianças. Contudo, suas instalações são limpas, organizadas e seguras. As salas de aula são 
projetadas para atender às necessidades das crianças, e os profissionais que acompanhei 
demonstraram qualificação e atenção, seguindo o projeto político-pedagógico da escola. O 
cardápio da escola é baseado em um planejamento nutricional adequado. 
A escola proporcionou-me experiências maravilhosas e, com base nessas vivências, 
sinto-me mais preparada para me tornar uma profissional qualificada. Aprendi que nós,
educadores, temos o papel de cuidar, alfabetizar, educar e brincar, buscando sempre o 
desenvolvimento pleno das crianças. 
 
PERFIL DOS ROFESSORES 
A professora Luiza é formada em pedagogia pela Universidade Estácio de Sá e atua na 
área desde 2008. Atualmente, ela trabalha com a 2ª série do ensino fundamental, sendo 
responsável por 23 crianças. Tive a oportunidade de acompanhar suas aulas durante as 100 
horas e pude observar que ela é extremamente afetiva e dedicada em proporcionar um ambiente 
calmo e saudável para seus alunos. 
Ela desempenha sua função de forma exemplar, sendo atenciosa, didática e objetiva. Sua 
abordagem pedagógica é eficiente, e o desenvolvimento das crianças sob sua tutela é excelente. 
Demonstra um compromisso genuíno com o sucesso e o bem-estar de seus alunos, e isso reflete 
no ambiente positivo e acolhedor que ela cria em sala de aula. 
Estou certo de que a professora Luiza desempenha um papel fundamental no 
desenvolvimento educacional das crianças, e é um privilégio tê-la como referência durante o 
estágio. Sua competência e comprometimento certamente contribuem para o sucesso dos alunos 
sob sua orientação. 
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS 
 
A prática pedagógica adotada é a tradicional com aulas expositivas, em que o professor 
transmite informações de forma unilateral aos alunos. Os alunos assumem um papel passivo, 
recebendo as informações e memorizando conteúdos para serem avaliados. Apesar disso, há 
muita flexibilização e discussões em sala de aula. 
Essa abordagem tende a limitar a participação ativa dos alunos, a criatividade e o 
desenvolvimento de habilidades de pensamento crítico. No entanto, a professora consegue 
extrair o que há de melhor neste método, tirando o foco do lado negativo. 
 
FOCO DE OBSERVAÇÃO – A PRODUÇÃO DE TEXTO E A ORALIDADE 
 
Nas escolas, é comum a utilização frequente da produção textual na disciplina de Língua 
Portuguesa. No entanto, a professora recorreu a esse recurso em diferentes disciplinas, 
empregando, por exemplo, uma entrevista para trabalhar conteúdos de História, um texto 
descritivo para desenvolver aspectos da região nas aulas de Geografia e na elaboração de
enunciados de problemas na Matemática. Dessa forma, os alunos puderam trabalhar a 
interdisciplinaridade. 
A professora incentivou os alunos a desenvolverem sua oralidade, realizando 
regularmente atividades que propiciem condições de histórias, relatos, conversas em grupos, 
entrevistas, entre outros. Além disso, conduziu a reflexão do aluno para que ele percebesse o 
que precisava ser melhorado em sua performance, tanto no que se refere, principalmente, ao 
material verbal (a fala em si), quanto ao material não verbal (postura, gesticulação, 
comunicação visual) e ao contexto (adequação à situação de comunicação). 
As estratégias utilizadas para o trabalho com produção textual dependem da ação 
pedagógica foram cruciais para o desenvolvimento do conteúdo. O aluno foi orientado a refletir 
sobre o que escreveu, quem leu e a forma como esse texto chegou ao leitor. Na sala de aula, o 
professor estimulou a comunicação verbal, mas, em conjunto, ensinou à criança a forma de 
comunicar sua própria oralidade por meio da escrita. Elaborou textos orais individuais e 
coletivos, falando de si mesmo e de sua família. 
"Ensinar a escrever é, simultaneamente, ensinar a ler, pois a prática da produção de 
textos contribui para a compreensão e aprofundamento da leitura" (Kleiman, 1998, p. 23). 
No contexto do ensino fundamental, é essencial reconhecer a relevância da produção 
de texto. Conforme ressaltado por Kleiman, ensinar os alunos a escrever implica também 
ensiná-los a ler. Ao envolver os estudantes na produção de textos, eles são desafiados a 
compreender os elementos textuais, expressar suas ideias de forma escrita e organizar seu 
pensamento. Essa prática não apenas desenvolve habilidades de escrita, mas também fortalece 
a capacidade de leitura dos alunos, pois a experiência na produção textual contribui para uma 
compreensão mais profunda dos aspectos linguísticos e das convenções textuais. 
Dessaforma, ao promover a produção de texto no ensino fundamental, os educadores 
estão proporcionando aos alunos a oportunidade de se envolverem ativamente com a 
linguagem escrita, ampliando sua capacidade de interpretar, compreender e se comunicar de 
forma mais eficaz por meio da leitura e da escrita. 
"Não há palavra verdadeira que não seja um ato concreto de transformação do mundo. 
A palavra é, antes de tudo, compromisso. Assumir a palavra é assumir-se como sujeito no 
mundo histórico" (Freire, 1982, p. 33). 
Essa citação de Paulo Freire destaca a importância da leitura como um ato de 
transformação do mundo. Ele ressalta que a palavra verdadeira não é apenas um conjunto de 
letras, mas sim um compromisso de engajamento ativo com a realidade. Freire enfatiza que a 
leitura não deve ser passiva, mas sim uma prática comprometida com a compreensão crítica e 
a ação transformadora. 
A oralidade desempenha um papel crucial no ensino fundamental, contribuindo 
significativamente para o desenvolvimento da linguagem e da comunicação dos alunos. 
Estudos educacionais destacam que a habilidade oral é fundamental para a formação integral 
dos estudantes nessa etapa de ensino. 
Esta formação deve ser iniciada desde a educação infantil para que possa continuar se 
desenvolvendo plenamente no ensino fundamental. De acordo com o Referencial Curricular 
Nacional, 
uma das tarefas da educação infantil é ampliar, integrar e ser 
continente da fala das crianças em contextos comunicativos para que 
ela se torne competente como falante. Isso significa que o professor 
deve ampliar as condições da criança de manter‐se no próprio texto 
falado. Para tanto, deve escutar a fala da criança, deixando‐se envolver 
por ela, ressignificando‐a e resgatando‐a sempre que necessário (1998, 
vol. 3, p. 135). 
 
Vygotsky (1988), por sua vez, destaca a relevância da interação social e da linguagem 
oral como ferramentas essenciais no processo de aprendizagem. De acordo com o autor, é por 
meio da interação com os outros que as crianças constroem seu conhecimento e desenvolvem 
habilidades cognitivas superiores. 
Diante disso, é essencial que os educadores valorizem a oralidade como um elemento 
central no ensino fundamental, buscando promover práticas pedagógicas que estimulem a 
expressão oral dos alunos, fomentem a interação entre eles e permitam a construção coletiva 
do conhecimento. 
 
CONCLUSÕES FINAIS 
 
Durante o estágio, obtive experiências enriquecedoras e tive a oportunidade de conhecer 
os diversos espaços da escola, compreendendo a importância de cada membro da equipe na 
rotina educacional das crianças. Essa vivência contribuiu significativamente para o meu 
crescimento profissional, especialmente no enfrentamento de situações desafiadoras. 
Na E. M. Dr. Francisco Manoel Pereira Crespo em que estagiei, adquiri uma série de 
experiências valiosas. Aprendi a valorizar as características individuais de cada criança e a criar 
planos de aula que atendessem às suas necessidades específicas. É essencial estabelecer um 
ambiente de sala de aula equilibrado, no qual possamos ensinar às crianças sobre o que é certo 
e errado, auxiliando-as em seu desenvolvimento integral. 
No contexto do CEI, destaco a importância da alfabetização, do letramento, da 
matemática e da leitura, pois são conhecimentos fundamentais que as crianças levarão consigo 
ao longo de suas vidas. Ser um pedagogo significa formar indivíduos críticos, criativos, 
reflexivos e inteligentes, e o brincar desempenha um papel essencial nesse processo. 
A escola em questão possui um Projeto Político-Pedagógico (PPP) bem elaborado, que 
contempla todas as informações relevantes para o ano letivo. Além disso, as reuniões 
pedagógicas desempenham um papel fundamental ao possibilitar a discussão sobre o 
desenvolvimento de cada criança e o planejamento adequado das próximas aulas. 
 
REFERÊNCIAS 
 
BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. 
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. 1998. Dispomível em: 
https://www2.ufjf.br/labor/files/2018/06/PP-A-import%C3%A2ncia-da-oralidade-EI-e-
S%C3%A9ries-Iniciais-do-EF-CHAER-Mirella-Ribeiro.1.pdf. Acesso em: 15 jun. 2023. 
 
FREIRE, P. Ação Cultural para a Liberdade. Ed. Paz e Terra, 1982. 
 
KLEIMAN, A. Os significados do letramento: uma nova perspectiva sobre a prática 
social da escrita. Ed. Ática, 1998. 
 
VYGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. Ed. Ridendo Castigat Mores. 1988.