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Biossegurança Prof. José Pedro Ruete Bibliografia Recomendada: Biossegurança. Stapenhorst, Amanda; Ballestreri, Erica; Stapenhorst, Fernanda; Dagnio, Ana Paula A. (Editora Sagah, Porto Alegre,2018 ISBN 978-84-9503-402-1) Bioética e Biossegurança Aplicada. Stapenhorst, Fernanda; Stapenhorst Aman- da; Ballestreri,Erica; Bum, Lucimar Filot da Silva; Kuplich,Mônica Magdalena D.; Bonete, Wilian Jr.( Editora Sagah, 2017. Porto Alegre, ISBN 978-85-9502-209-6)) Manual de Biossegurança.Hirata, Mario Hiroyuki; Hirata, Rosario Dominguez Crespo; Mancini, Jorge Filho (Editora Manole, 2 ed, 2012, SP) Histórico da Biossegurança No início da década de 1970, as pesquisas sobre os vírus tumorais eram o campo de interesse. Os cientistas especialistas em Biotecnologia concentravam nisso os seus esforços, em razão das perspectivas de grandes descobertas que essa área de estudo poderia proporcionar, quando os organismos transgênicos começavam dar seus primeiros passos. O entusiasmo inicial, porém, extinguiu-se quando o surgimento de diversos casos de infecção nos animais dos laboratórios começou a despertar nos cientistas a preocupação com a segurança dos trabalhadores diretos e a saúde pública em geral. Os índices de vírus tumorais nas cobaias alertaram para a possibilidade de uma contaminação generalizada (epidemia) se não houvesse medidas de contenção que evitassem a proliferação desses organismos no ambiente laboral; além disso, a pressão social e política nos Estados Unidos cobrava da comunidade científica internacional mais esclarecimentos sobre os riscos das técnicas de manipulação de DNA recombinante e propostas concretas de controle e redução desses eventos, em caso de acidente biológico. Pensando nos riscos e também nos aspectos éticos da Engenharia Genética, em 1975, foi realizada a Conferência de Asilomar, em Pacific Grove, nos Estados Unidos, quando 140 especialistas de todo o mundo reuniram-se para discutir a proposta de moratória (suspensão) nas pesquisas de manipulação genética feita por um grupo de pesquisadores liderado pelo cientista estadunidense Paul Berg (1926-) e publicada nas revistas Nature e Science em julho de 1974, que ficou conhecida como Carta de Berg ou Moratório e, dentre outras propostas, deter- minava: alertar para os riscos biológicos no manuseio das moléculas de DNA recombinante; identificar riscos e seus efeitos adversos, assim como danos/ consequências; supervisionar um programa experimental para avaliar os poten- ciais perigos biológicos e ecológicos; criar procedimentos que minimizem a dispersão de moléculas potencialmente perigosas; elaborar protocolos a serem seguido pelos investigadores e outras diretrizes para os profissionais que trabalham com essas moléculas. A Conferência foi um marco histórico e, apesar de os conceitos e definições de Biossegurança terem surgido anos depois, suas diretrizes servem como referência para a prevenção de riscos biológicos até hoje. Além da continuidade dos traba- lhos que estavam suspensos, dos aspectos éticos e de outros pormenores téc- nicos, medidas de prevenção foram criadas para as atividades laborais, de acordo com as características e o grau de risco nas pesquisas. Algumas medidas cha- mam a atenção pela simplicidade em sua aplicação e pela obviedade, mas não eram realizadas por falta de experiência dos profissionais, ignorância quanto aos riscos a que estavam sujeitos ou ausência de protocolos de procedimentos, como: criação de barreiras adicionais para as experiências mais perigosas; não comer, beber ou fumar no laboratório; rápida desinfecção do material contaminado; proibição de pipetagem com a boca; acesso limitado ao pessoal de laboratório; uso de luvas durante o manuseio de material infeccioso. Estas e outras medidas foram desenvolvidas posteriormente, e os critérios técnicos para sua criação foram embasados na elaboração de uma rigorosa classificação dos agentes biológicos manipulados, que, de acordo com as alterações realizadas em suas propriedades genéticas, poderiam potencializar ou não os riscos oferecidos, como podemos observar a seguir: Risco mínimo: experiências com organismos que mudam a sua informação genética natural- mente. Risco baixo: experiência com organismos que não mudam sua informa- ção genética naturalmente, podendo gerar novos organismos biológicos. Risco moderado: experiências com probabilidade de gerar um agente patogênico perigoso. Risco elevado: experiências com probabilidade de risco ecológico ou patogênico em um organismo alterado e, com isso, de ocasionar um risco considerável aos profissionais, à saúde pública e ao meio ambiente. Protocolo de Cartagena Em 1992, foi realizada no Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD) ou Cúpula da Terra, mais conhecida como Eco-92, na qual representantes de 179 países discutiram os problemas ambientais em escala global, suas diretrizes, seus objetivos, suas divergências e o firmamento de acordos internacionais para o desenvolvimento sustentável e a inclusão de aspectos sociais nas pautas das reuniões. Dentre os temas abordados, a proteção à biodiversidade do planeta foi discutida. Foram programadas datas para a conversação sobre cada assunto em convenções específicas; no caso citado, isso ocorreu na Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB), que tem como objetivos a conservação da biodiversidade, o uso sustentável dos recursos naturais e a distribuição dos benefícios gerados na utilização desses recursos. Essa convenção é um dos instrumentos internacionais mais importantes para o meio ambiente e já foi assi-nada por mais de 160 países, servindo como amparo legal e político a outras convenções e outros acordos ambientais, por exemplo, o Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança. O protocolo entrou em vigor em 11 de setembro de 2003 e tem como finalidade regular os critérios de proteção no campo de transferência, manipulação e uso seguros dos organismos vivos modificados (OVMs), resultantes da biotecnologia moderna. A importância do Protocolo de Cartagena é a instituição de uma instância jurídica internacional, em que diversas questões relacionadas aos organismos modificados são tratadas além dos perímetros restritos de cada nação, em virtude dos interesses comerciais entre os países (como os alimentos transgênicos) e de outras questões de segurança territorial (ecoterrorismo), além dos impactos que poderiam ocasionar ao meio ambiente e à saúde humana. Portanto, mais do que a pesquisa e a investigação sobre os riscos da Biotecnologia, o protocolo tem como objetivos a troca de informações sobre organismos geneticamente modificados (OGM), a regulação comercial internacional de produtos transgênicos de forma segura e outros procedimentos que venham a proteger a saúde, a qualidade de vida, a biodiversidade e o equilíbrio no meio ambiente. Os países signatários encontram-se nas Reuniões das Partes do Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança (Meeting of Parties – MOP) para a análise de documentos, a implantação das diretrizes e outras medidas necessárias para o cumprimento do protocolo A comunicação sobre os riscos de contaminação por meio dos OVMs está bem explícita no artigo 17 do protocolo, que determina os seguintes procedimentos a serem cumpridos pelos Países-Partes: “[...] Cada Parte tomará medidas apropriadas para notificar aos Estados afetados ou potencialmente afetados, ao Mecanismo de Intermediação de Informação sobre Biossegurança e, confor- me o caso, às organizações internacionais relevantes, quando tiver conheci- mento de uma ocorrência dentro de sua jurisdição que tenha resultado na liberação que conduza, ou possa conduzir, a um movimento transfronteiriço não intencional de um organismo vivo modificado que seja provável que tenha efeitos adversos significativos na conservação e no uso sustentável da diver- sidade biológica, levando também em conta os riscos para a saúdehumana nesses Estados. (BRASIL, 2006a, p. 3)” Convenção sobre Diversidade Biológica A Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB) é um dos mais impor- tantes tratados internacionais relativos ao meio ambiente e tem por obje- tivo a conservação da biodiversidade, ou seja, a preservação das espécies animais, vegetais e dos micro-organismos no seu habitat natural, além do uso sustentável dos seus componentes e a divisão equitativa e justa dos benefícios gerados com o uso de recursos genéticos, incluindo a biotec- nologia. A CDB foi criada visando impedir a extinção das espécies vivas do planeta. É grande a perda da biodiversidade no mundo todo. O homem, com suas ações, degrada e polui o meio ambiente, destrói espécies animais e vegetais, esquecendo-se de que a Terra é o seu único lar. Nos termos da Convenção: Biotecnologia significa qualquer aplica- ção tecnológica que utilize sistemas biológicos, organismos vivos, ou seus derivados, para fabricar ou modificar produtos ou processos para utilização específica. Recursos biológicos compreende recur- sos genéticos, organismos ou partes destes, populações, ou qual- quer outro componente biótico de ecossistemas, de real ou potencial utilidade ou valor para a humanidade. (ONU, 1992, art. 2) O Brasil, que tem uma das maiores diversidades biológicas do planeta, foi o primeiro país a assinar a CDB, o que lhe garante o direito de explorar seus próprios recursos segundo suas políticas ambientais. Isso é muito importante, porque nos debates durante a convenção, os países desen- volvidos que eram detentores da tecnologia de processamento e transformação dos recursos naturais, consideravam tais recursos como parte integrante do patrimônio da humanidade. Porém, quando industrializavam o recurso natural retirado de um país ainda em desenvolvimento, não compensam o país detentor do recurso natural. O detentor apenas recebia o produto já industrializado com preços altamente competiti- vos no mercado internacional. A Convenção veio e manteve o equilíbrio, possibilitando a exploração da biodiversidade pelos países detentores dos recursos naturais, dispon- do em seu art. 3o:”Os Estados, em conformidade com a Carta das Nações Unidas e com os princípios de Direito internacional, têm o direito soberano de explorar seus próprios recursos segundo suas políticas ambientais, e a responsabilidade de asse- gurar que atividades sob sua jurisdição ou controle não causem dano ao meio am- biente de outros Estados ou de áreas além dos limites da jurisdição nacional. (ONU, 1992, art. 3)” Lei de Biossegurança A Lei Nacional de Biossegurança2 (Lei no 8.974), de 5 de janeiro de 1995, estabelecia as normas de segurança e mecanismos de fiscalização para o uso das técnicas de Enge- nharia Genética, transporte, liberação e descarte, no meio ambiente, de OGMs, quando foi revogada e substituída pela Lei no11.105, de 24 de março de 2005, que, em sua redação original, estabelece de forma mais ampla os seus objetivos, no artigo 1o: [...] Esta Lei estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização sobre a cons- trução, o cultivo, a produção, a manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a exportação, o armazenamento, a pesquisa, a comercialização, o consumo, a liberação no meio ambiente e o descarte de organismos geneticamente modificados – OGM e seus derivados, tendo como diretrizes o estímulo ao avanço científico na área de biosse- gurança e biotecnologia, a proteção à vida e à saúde humana, animal e vegetal, e a observância do princípio da precaução para a proteção do meio ambiente. (BRASIL, 2005a, p. 1) O Brasil ainda continua se adequando ao cenário internacional em relação aos trans- gênicos, e, mesmo com perspectivas comerciais relevantes para o crescimento econô- mico, foi necessário implementar outros instrumentos que auxiliassem o Estado a reordenar as normas vigentes sobre o tema, bem como mecanismos mais claros de fiscalização dos OVMs. Para tanto, dentre outras ações: criou-se o Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS); reestruturou-se a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio); determinou-se à CNBS o desenvolvimento de uma Política Nacional de Biossegurança. Seguindo o Princípio da Precaução, o Brasil cumpre o seu papel na elaboração de uma lei de Biossegurança no país, em que as diretrizes sobre alimentos transgênicos ganham destaque: estabelece a obrigatoriedade da rotulagem em produtos que contenham transgênicos, para a informação dos consumidores, e ratifica a vedação às pessoas físicas nas atividades biogenéticas, para cujo exercício os estabelecimentos devem ser autorizados pela CTNBio Biossegurança na Sociedade Biossegurança é o conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades da Engenharia Genética, ou Biotec- nologia. Em relação à área da Saúde, a Biossegurança tem ainda como finali- dade a promoção da qualidade de vida e da proteção à saúde, por meio dos órgãos governamentais e de suas respectivas políticas de saúde pública. No Brasil, a necessidade de se atentar mais seriamente às questões de segurança com micro-organismos deu-se no início da década de 1980, quando os profis- sionais da área de Saúde começaram a questionar os riscos de contaminação pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) em atividades laborais, medo que era fruto do boom de infectados e do desconhecimento da terrível doença resultante dessa contaminação: a Aids. Apesar de o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) dispor, em sua relação de normas regulamentadoras de Segurança e Medici- na do Trabalho, de uma norma específica para as atividades em serviços de saúde (NR-32), ela não atendia aos anseios dos profissionais, pois o manejo de OGMs expunha a outros riscos desconhecidos para a classe médica e afins, já que a Biotec- nologia carecia de mais informações sobre suas técnicas e de uma legislação normativa mais contundente para a adoção de práticas seguras no trabalho. Em nossa legislação, a Lei de Biossegurança engloba apenas a tecnologia do DNA ou RNA recombinantes, mas ambas têm como finalidade seu estudo e sua aplicação em vários segmentos, como a industrialização de medicamentos e de alimentos, o aumento da produtividade agrícola e outros experimentos, o que é visto com desconfiança por parte da população. Qual é o papel da sociedade, dos órgãos públicos e das classes médica e acadêmi- ca nesse contexto? Informação e transparência têm papel fundamental nesse processo. Biossegurança e cidadania Cidadania relaciona-se com biossegurança a partir do momento em que se conclui que as atividades de manejo dos OGMs podem influenciar positiva ou negativamente a sociedade em seus diversos segmentos: economia, saúde pública, segurança, trabalho e meio ambiente. A palavra cidadania define o conjunto de direitos e deveres ao qual um indivíduo está sujeito na sociedade em que vive. Muitos dos que discordam do uso da Biotecnologia para a manipulação genética apoiam-se nesse conceito para apresentar prós e contras dessa prática. Os exemplos mais discutidos na mídia são as polêmicas envolvendo os alimentos transgênicos e as experiências com células-tronco. Alimentos transgênicos são produtos de sementes geneticamente alteradas e têm como fina- lidade o suposto aumento da produtividade agrícola, por possuírem uma composição mais resistente a parasitas e agrotóxicos, aumentando a oferta de alimentos e resol- vendo os problemas de desperdício nas lavouras e da fo- me no mundo Segurança alimentar é um requisito obrigatório a ser cumprido pelos produto- res, e sua eficácia de funcionalidade e segurança deve ser pré-comprovada, de acordo com os preceitos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), principalmente no caso de novos alimentos e ingredientes, com os objetivos de proteger a saúde da população e reduzir os riscos no consumo desses produ- tos. Ambientalistas e alguns especialistasque são contra os alimentos trans- gênicos alegam que essa pré-comprovação não pode ser atestada, pois afir- mam, por meio de estudos ambientais, que esse modelo de produção agrícola oferece riscos à biodiversidade, já que as sementes utilizadas são resistentes aos agroquímicos convencionais, e, portanto, a dosagem é aumentada de for- ma imprudente, podendo trazer danos ao solo, às águas subterrâneas, à flora, à fauna e aos consumidores. Os militantes ambientalistas cobram, ainda, dos poderes públicos, a rotulagem dos produtos transgênicos indicando as propriedades gené- ticas alteradas em sua composição, e produtores também contrários a essa tecnologia preocupam-se com os impactos econômicos e am- bientais que a monocultura, própria desse tipo de tecnologia, pode proporcionar no que se refere à concorrência comercial; por terem sementes mais resistentes, em teoria, o volume de produção dos transgênicos seria maior, e, quanto à questão ambiental, a não alter- nância de tipos de plantio poderia desequilibrar o ecossistema e reduzir a vida útil do solo. A cobrança por parte da sociedade em relação às experiên- cias com células-tronco também divide opiniões. Por serem neutras, essas células possuem características que permi- tem a sua utilização para gerar quaisquer órgãos, sendo mais eficientes do que as células provenientes da medula e do cordão umbilical. Esse fato faz milhares de pessoas terem na Biotecnologia um fio de esperança para a cura de vários males, principalmente, as doenças degenerativas. Biossegurança e Saúde Além dos benefícios referentes ao uso de células-tronco, há outros as- pectos importantes a se destacar na Biossegurança em relação à saúde, em que medidas de prevenção devem ser implantadas para a promoção da saúde pública e a segurança dos profissionais que executam essas atividades. No ambiente laboral, os profissionais de Saúde estão sujeitos a uma série de riscos biológicos, que, dependendo do campo de atua- ção, podem variar quanto à exposição e às características dos agentes infecciosos, em razão da precariedade das instalações, da ausência de barreiras de proteção e dos procedimentos inadequados nos processos de trabalho. Há diversas atividades que requerem procedimentos de Biossegurança, a serem rigorosa- mente adequados conforme a especialidade médica ali desenvolvida (laboratórios, clínicas médicas, clínicas veterinárias, consultórios odontológicos, unidades de saúde, enfermagem, experimentos com animais etc.). A Anvisa trabalha no controle de riscos gerados em pes- quisa, no manejo de material biológico e na elaboração de procedimentos de segurança para os processos de trabalho e de instituições, em que a Biotecnologia e os produtos com OGMs são cuidadosamente analisados. Além dos riscos patogênicos, a análise da toxicidade dos alimentos é avaliada por meio de iniciativas como o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA), que tem como objetivo avaliar continuamente os níveis de resíduos de agrotóxicos nos alimentos de origem vegetal. Porém, é importante saber que a implantação de procedimentos laborais não tem como objetivo apenas a prevenção a esses profissionais: unidades de saúde públicas ou privadas devem oferecer condições que favoreçam a prestação dos serviços de saúde com segurança, e seus profissionais devem seguir procedimentos padronizados e trabalhar em um ambiente laboral sem riscos biológicos. Epidemias decorrentes de contaminação por micro-organis- mos são extremamente perigosas, pois, se saírem do controle, podem ocasionar inúmeras vítimas fatais, em razão da difi- culdade de detectar a sua ori-gem, de realizar o isolamento das áreas infectadas e de colocar à disposição os devidos tratamentos, levando em conta que, nesse processo, alguns micro-organismos podem sofrer mutações genéticas e, assim, criar resistência a medicamentos ou vacinas. Para prevenir esse tipo de ocorrência, alguns princípios básicos devem ser adotados na Biossegurança, e, quando da manipulação de organismos infecciosos em labo- ratório, métodos de contenção devem ser adotados, para reduzir ou eliminar a expo- sição da equipe laboratorial ou a dispersão dos agentes biológicos no meio ambien- te: Contenção primária: é a proteção da equipe laboratorial com equipamentos de proteção individual (EPI), como luvas, jalecos e máscaras, além da proteção pessoal com vacinas. Contenção secundária: é a proteção externa do laboratório, ou seja, abrange instalações, técnicas laboratoriais e práticas operacionais adotadas para que os agentes biológicos não sejam dispersos no meio ambiente externo. Práticas e técnicas laboratoriais são os métodos mais importantes, pois o correto manuseio dos agentes biológicos possibilita um controle de riscos seguro, desde que o profis- sional esteja preparado, o que engloba o conhecimento dos riscos e dos procedi- mentos de segurança a serem executados Apesar disso, a possibilidade de risco por falha humana e individual não pode ser descartada; portanto, equipamentos de segurança devem ser implementados para a contenção dos agentes biológicos nos perímetros laboratoriais, por exemplo: Barreiras primárias: recipientes ou controles de Engenharia de Segurança projetados para eliminar ou reduzir a expo- sição aos materiais biológicos perigosos (exemplo: cabines microbioló- gicas). Barreiras secundárias: instalações que permitam a proteção não só da equipe laboratorial, mas também das pessoas que se encontram do lado externo do laboratório (exemplos: dependências de higienização das mãos ou de materiais com o uso de controles de micro-organismos, como água, autoclave etc.) Biossegurança e ética profissional As questões éticas no manejo de OGMs estão em pauta desde a Conferência de Asilomar. Valores morais sempre foram colocados em discussão não ape- nas nas atividades da Biotecnologia, mas também de ciências como a Medici- na e a Biologia, pois são áreas que, apesar de distintas, agrega seus conheci- mentos para o avanço da Engenharia Genética. Questões polêmicas como o uso de células-tronco, o direito dos embriões à vida, os direitos dos animais e a clonagem de seres humanos colocam em situação de reflexão os profissio- nais envolvidos, que devem analisar os objetivos de seus trabalhos para uma avaliação de seus próprios valores humanos e acadêmicos, e, com isso, traçar um limite que atenda aos valores morais envolvidos em suas atividades e contribua para o desenvolvimento científico. Os limites da investigação e da aplicação dos avanços científicos na Medicina tradicional, na Biologia ou na Biotecnologia têm como suporte a Bioética, que é “o estudo sistemático das dimensões morais – incluindo visão, decisão e normas morais – das ciências da vida e do cuidado com a saúde, utilizando uma variedade de metodologias éticas num contex- to multidisciplinar” (PESSINI; BARCHIFONTAINE, 2007, p. 62), fundamentada em cinco princípios: Princípio da Autonomia: trata do respeito que o profissional deve ter à vontade, à crença e aos valores morais do paciente ou sujeito, reconhecendo o seu domínio sobre suas próprias vida e intimidade. Princípio da Beneficência: assegura o bem-estar das pessoas, evitando danos, e garante que sejam atendidos os seus interesses. Princípio da Não Maleficência: assegura que sejam minorados ou evitados danos físicos aos sujeitos da pesquisa ou aos pacientes. Princípio da Justiça: exige equidade na distribuição de bens e benefícios em qualquer setor da ciência. Princípio da Proporcionalidade: procura o equilíbrio entre riscos e benefícios, visando ao menor mal e ao maior benefício às pesso- as. Refletindo sobre a aula 1.Qual é a sua opinião a respeito da clonagem de seres humanos? Explique os motivos a favor ou contra. 2. O que tratava a Cúpula da Terra, realizada em 1992, no Rio de Janeiro? 3. O que significa Bioética? 4. Considerando os preceitos de biossegurança e da ética profissional, o queo princípio da beneficência assegura? AMBIENTE LABORATORIAL E SEUS RISCOS Imagine um ambiente em que há fungos, bactérias e vírus que transmitem doenças, entre elas, as fatais. Como se defender daquilo que muitas vezes não se vê? Microrganismos tão pequenos que só podem ser vistos com o auxílio de um micros- cópio. Onde esses seres estão presentes? Em todos os lugares, em todos os ambientes, seja no solo, na terra ou no ar. Em todos os ambientes naturais há a presença desses “terríveis” seres. O ambiente laboratorial é o espaço físico destinado a realização de experimentos, pesquisas, prestação de serviços e ensino. Conta com uma estrutura adequada para a atividade que será desenvolvida: bancadas, instrumentos de medida, amostras, livros, pessoas etc. Trata-se de um ambiente hostil, visto que são manipu- lados microrganismos que podem comprometer o resultado e a confiabilidade de uma pesquisa. Laboratórios de saúde são complexos e, ao mesmo tempo, precisam ser dinâmicos, por terem de ser adaptados a diversas situações e a novos desafios. Tipos de Laboratório Laboratório químico Tem por finalidade a realização de experimentos. Nesse ambiente, o químico realizará testes, experimentos e análises envolvendo reações químicas. Nesse tipo de laboratório costumam ser encontrados produtos perigosos à vida, como ácidos corrosivos, produtos tóxicos etc. Laboratório de ensino Tem finalidade pedagógica, ou seja, é um ambiente destinado a realizar experiências práticas, como complemento ao aprendizado teórico. Nesse ambiente, o aluno poderá praticar experimentos, evidentemente, sempre acompanhado por um professor ou monitor. Nesse ambiente costuma-se encontrar suporte universal, tubos de ensaio etc. Laboratório clínico Tem por finalidade diagnosticar, prevenir, tratar e avaliar a saúde dos pacientes por meio de exames biológicos, patológicos, microbiológicos, entre outros. Nesse ambiente costumam ser encontrados microscópios biológicos, tubos de ensaio etc. Cuidados básicos no ambiente laboratorial Antes de iniciar a atividade no laboratório, é importante saber o que você vai fazer lá, com o que vai trabalhar, se já recebeu o treinamento adequado (ou se vai receber) e quais equipamentos manejar. Durante a permanência no laboratório ou durante a prestação de serviços, alguns cuidados básicos devem ser tomados: usar EPI adequado para cada atividade; lembrar que a utilização de jaleco deve ser restrita ao laboratório; manter as unhas cortadas; evitar adornos, como anéis, pulseiras e relógios; se tiver cabelos longos, mantê-los presos; usar sapatos fechados; jamais aplicar cosméticos na área laboratorial; não comer nem beber dentro do laboratório; utilizar os equipamentos do laboratório apenas para a finalidade a que se destinam; não pipetar com a boca; descartar infectantes perfurocortantes em recipientes rígidos, impermeáveis, resistentes a perfurações, com tampa e identificados; observar regras de Higiene e Segurança no Trabalho etc. Cuidados com materiais perfurocortantes Deve-se dar atenção especial aos materiais perfurocortantes, por exporem a um potencial risco de ferimentos e, consequentemente, de transmissão de doenças. Em ambientes laboratoriais, são facilmente encontrados materiais perfurocortantes, ou seja, aqueles utilizados na assistência à saúde e que têm ponta ou gume, ou que possam perfurar ou cortar. São cuidados essenciais a serem tomados com esses materiais: dar especial atenção durante o manuseio de materiais perfurocortantes; ser atento e cauteloso; nunca utilizar os dedos como anteparo durante o manuseio de perfurocortantes; lavar as mãos antes e depois da aplicação de uma injeção; jamais brincar com materiais perfurocortantes, como utilizar agulhas para fixar papéis; ser profissional com responsabilidade humana, bem como seguir todas as normas de segurança etc. Cabines de segurança biológica Um importante item de biossegurança, a Cabine de Segurança Biológica (CSB), tem como objetivo a proteção dos profissionais envolvidos na área laborato- rial, das amostras manipuladas e de possíveis evasões de micro-organismos para o meio externo. O controle do ar interno da cabine é essencial para o alcance desses objetivos e os riscos devem ser sempre de baixa e moderada potencialidade. A utilização da cabine sempre será necessária na manipulação de material patogênico, principalmente quando houver intensa e constante criação de aerossóis dos seus componentes, como por meio de centrifugação, trituração, homogeneização, agitação, entre outros, além do manuseio de tecidos infectados e ovos embrionados. Porém, só a utilização da cabine de segurança não é o suficiente para a prevenção dos riscos. Assim, alguns procedimentos precisam ser adotados quando na execução das atividades laboratoriais. São eles: fechar as portas do laboratório; evitar circulação de pessoas no labo- ratório; descontaminar a superfície interior da cabine; lavar e secar as mãos e antebraços com produtos específicos e descartáveis; usar os equipamentos de proteção individual, como jaleco de manga longa, luvas, máscara etc; organizar e limpar todos os objetos e materiais antes de introduzi-los na cabine; não misturar os materiais limpos e contaminados. Os procedimentos citados são apenas alguns exemplos simples de prevenção na área laboratorial, na qual devem ser observar outros aspectos importantes para a sua eficácia, como normas relacionadas à segurança do trabalho, saúde e meio ambiente, além dos sistemas de filtração estarem sempre de acordo com o tipo de micro-organismo ou pro- duto manipulado, tendo em vista que as CSB são classificadas em três tipos: Classe I : faz o ar circular no interior da cabine, evitando que aeróis e agentes infectantes permaneçam na cabine. Classe II: protege o interior da cabine de contaminações externas, e são indicados para a prevenção de agentes dos grupos de risco 2 e 3. Classe III: oferece maior proteção, sendo indicado para uso com agentes biológicos do grupo de risco 4 Além dos procedimentos de segurança, a cabine de segurança biológica, assim como os serviços de laboratório de modo geral, devem seguir dire- trizes e possuir equipamentos que possibilitem ações de emergência em casos de acidentes em seus perímetros, com o intuito de amenizar os da- nos que possam causar aos profissionais, materiais e arredores envol- vidos nas atividades, como por exemplo: chuveiros de emergência para eliminação ou redução de danos em qualquer parte do corpo; lava olhos para eliminação ou redução de danos nos olhos e/ou face; sinalização de identificação de riscos por meio de simbologia normatizadas; caixas pró- prias, com tampas e identificadas para o transporte de amostras bioló- gicas. Conceitos de perigo e risco Para os leigos, é natural confundir risco com perigo, afinal são termos comumente usados no cotidiano das pessoas. Porém, quando falamos em Biossegurança, é necessário defini-los de forma mais técnica, tendo em vista a finalidade do tema, qual seja, a preservação da integridade física dos profissionais que trabalham em ambiente laboratorial. Não há consenso a respeito das definições de risco e perigo: há estudiosos defendendo que esses termos são sinônimos, e outros (a maioria) preconizando que são termos completamente diferentes, tanto na nomenclatura quanto no conceito técnico propriamente dito. Por isso, veremos a seguir as definições aceitas pela doutrina dominante da área de Segurança do Trabalho. Definição de perigo Perigo é uma palavra de origem latina, periculum (contingência iminente ou não de perder alguma coisa ou de que suceda um mal). É a concretização de um dano indesejado, de um evento prejudicial à integridade física, à psíquica ou ao patrimônio. Veja, a seguir, dois exemplos práticos: Perigo de quedas de objeto: em uma obra de construção civil, os trabalhadores estão constantemente sujeitos aos perigos de quedas de ferramentas de trabalho, blocosde cimento, madeira ferragem etc. sobre suas cabeças, podendo ocorrer, em uma dessas eventuais quedas, apenas um incidente ou um acidente leve, um grave ou até mesmo um fatal. Perigos de acidentes de trânsito: durante o percurso de um motociclista em uma via de trânsito rápido, ele está cercado de perigos de acidentes envolvendo a motocicleta e outros veículos, colisões entre veículos, até mesmo a queda de partes de um viaduto sobre a moto naquele instante, por exemplo. Definição de risco Risco, ao contrário de perigo, denota incerteza em relação a um evento futuro, podendo ser definido como a probabilidade de ocorrer, de concretizar-se esse evento indesejado (perigo). O Glossário da NR-10, define risco como a “capacidade de uma grandeza com potencial para causar lesões ou danos à saúde das pessoas” (BRASIL, 1978, p. 9). Há um exemplo, muito simples e conhecido, que esclarece a dúvida. Imagine duas pessoas atravessando o oceano: uma delas está em um navio de grande porte, e a outra, em um barco a remo. O principal perigo que há nos oceanos (águas profundas e grandes ondas – afogamento) é o mesmo em ambos os casos, porém o risco (ou seja, a probabilidade de acontecer algum dano) é muito maior para a pessoa que está no barco a remo. Dessa definição, podemos estabelecer a seguinte fórmula: R = P • E Em que: R = Risco P = Perigo E = Exposição Por exemplo, consideremos uma obra de construção civil em que o perigo (P) de quedas de objetos (ferramentas, blocos, madeiras etc.) sobre a cabeça dos trabalhadores seja constante. Porém, é domingo, e todos os funcionários estão de folga, ou seja, nesse dia, não há nenhum trabalhador exposto (E) a esse perigo. Portanto, apesar de existir o perigo de quedas de objetos sobre a cabeça dos trabalhadores, no domingo o risco é nulo. R = P • E → R = 100% 0 = 0 → Logo, Risco (R) = 0 Diante do exposto, podemos perceber que, quanto maior é a exposição (E) a determinado perigo, maior é o risco ® Riscos ocupacionais Atualmente, os tipos de riscos presentes nos ambientes de trabalho de forma geral estão regulamentados pela Portaria MTE no 25, de 29 de dezembro de 1994 (Anexo IV – NR 5 – CIPA), que os classifica em cinco grupos (BRASIL, 1994b): Grupo 1: representam os riscos físicos, como ruído, vibrações, radiações ionizantes e não ionizantes, frio e calor, as pressões anormais e umidade; são sinalizados pela cor verde no mapa de riscos. Grupo 2: representam os riscos químicos, como poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases, vapores, bem como substâncias, compostos ou produtos químicos em geral; são sinalizados pela cor vermelha no mapa de riscos. Grupo 3: representam os riscos biológicos, como vírus, bactérias, protozoários, fungos, parasitas e bacilos; são sinalizados pela cor marrom no mapa de riscos. Grupo 4: representam os riscos ergonômicos, como esforço físico intenso, levantamento e transporte manual de peso, exigência de postura inadequada, controle rígido de produtividade, imposição de ritmos excessivos, trabalho em turno e noturno, jornadas de trabalho prolongadas, monotonia e repetitividade e outras situações causadoras de estresse físico e/ou psíquico; são sinalizados pela cor amarela no mapa de riscos. Grupo 5: representam os riscos de acidentes, como arranjo físico inadequado, máquinas e equipamentos sem proteção, as ferramentas inadequadas ou defeituosas, iluminação inadequada, eletricidade, probabilidade de incêndio ou explosão, armazenamento inadequado, animais peçonhentos e outras situações de risco que poderão contribuir para a ocorrência de acidentes; são sinalizados pela cor azul no mapa de riscos. Biossegurança em laboratórios Prevenir a transmissão de agentes infecciosos, dentre outros produtos nocivos à saúde humana, é o grande problema de segurança laboratorial. A Biossegurança é um conjunto de ações voltadas para prevenção, minimização e eliminação de riscos para a saúde, ajuda na proteção do meio ambiente contra resíduos e na conscien- tização do profissional da saúde. Para isso, estabelecem as condições seguras para a manipulação e a contenção de agentes biológicos, incluindo: os equipamentos de segurança, as técnicas e práticas de laboratório, a estrutura física dos laboratórios, além da gestão administrativa. A biossegurança é um conjunto de medidas voltadas para a prevenção, o controle, a minimização ou a eliminação dos riscos presentes nas atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, além da preservação do meio ambiente e/ou da qualidade dos trabalhos desenvolvidos. A biossegurança tem papel fundamental na promoção da saúde, uma vez que aborda medidas de controle de infecção para a proteção dos funcionários que atuam na rede laboratorial, além de colaborar para a preservação do meio am- biente, no que se refere ao descarte de resíduos proveniente desse ambiente, contribuindo para a redução de riscos à saúde. Os procedimentos de biossegurança visam diminuir os riscos, melhorando,dessa forma, as condições de trabalho com o intuito de prevenir os acidentes. O cumpri- mento das boas práticas no ambiente de trabalho, o empenho da equipe de seguran- ça, associado às instalações adequadas, é essencial para a redução de eventos inde- sejáveis nos ambientes de trabalho. O comportamento dos usuários de um labora- tório é determinante para o sucesso dos procedimentos nele desenvolvidos. As boas práticas em laboratório são apresentadas como forma de minimizar os riscos e aumentar a segurança dos colaboradores, dos professores e dos alunos que utilizam os laboratórios e devem ser observadas e seguidas por todos. Vejamos algumas: - Permanecer no laboratório somente com uso de avental branco devidamente abotoado, sapatos fechados e calça comprida. - Não levar nada à boca, nariz ou olhos. - Não inspirar (cheirar) nenhuma substância ou material exposto. - Ter um comportamento adequado para evitar danos e/ou acidentes dentro do laboratório. - Manter os cabelos longos presos durante os trabalhos. - Manter as unhas limpas e curtas, não ultrapassando a ponta dos dedos. - Usar o mínimo possível de jóias e adereços. Não são usados anéis que contenham reentrâncias, incrustações de pedras, assim como não se usa pulseiras e colares que possam tocar as superfícies de trabalho, vidrarias ou pacientes. - Não fumar, não comer e não beber no local de trabalho onde há qualquer agente patogênico. - Não estocar comida ou bebida no laboratório. - Ao sair do laboratório, verificar se tudo está em ordem. - Caso for o último a sair, desligar os equipamentos e as luzes, exceto quando indicado pelas normas do laboratório. - Retirar o jaleco ou avental antes de sair do laboratório. Aventais devem ter seu uso restrito ao laboratório. - Usar óculos de segurança, visores ou outros equipamen- tos de proteção facial sempre que houver risco de espir- rar material infectante ou de contusão com algum objeto. - As luvas devem ser usadas em todos os procedimentos que envolverem o contato direto da pele com toxinas, sangue, materiais infecciosos ou animais infectados. - As luvas devem ser removidas com cuidado para evitar a formação de aerossóis: - trocar de luvas ao trocar de material; - não tocar o rosto com as luvas de trabalho; - não tocar com as luvas de trabalho em nada que possa ser manipulado sem proteção, tais como maçanetas, interruptores, etc.; - não descartar luvas em lixeiras de áreas administrativas, banheiros, etc Higienização das mãos O método de higienização das mãos também pode ser chamado de antissepsia, a qual, por meio de agentes antimicrobianos, visa eliminar microrganismos. O ato de lavar as mãos com água e sabão, pela técnica adequada, objetiva remover mecanicamente a sujidade e a maioria da flora transitória da pele, além de prevenir contra a infecção cruzada, que é desencadeadapela vinculação de microrganismos de um paciente para outro, de paciente para profissional e também de utensílios e objetos para o profissional ou cliente. Quando lavar as mãos: 1. Ao iniciar o turno de trabalho; 2. Sempre depois de ir ao banheiro; . 3. Antes e após o uso de luvas; 4. Antes de beber e comer; 5. Após a manipulação de material biológico e químico; 6. Ao final das atividades, antes de deixar o laboratório É importante ressaltar que o uso das luvas não dispensa a lavagem das mãos antes e depois de realizar procedimentos. Após a lavagem das mãos utiliza-se o álcool a 70% ( Gerenciamento de resíduos O gerenciamento de resíduos, de acordo com a RDC 306, constitui-se por ser um conjunto de normas, condutas e técnicas com o intuito de minimizar a produção de resí- duos, proporcionando um encaminhamento seguro, com isso, protegendo a saúde pública, dos trabalhadores e do meio ambiente. Tipos de resíduos Grupo A – Infectantes De acordo com a Resolução no 306, de 07 de dezembro de 2004, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e a Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) no 358, de 29 de abril de 2005, que dispõe sobre o tratamento e a disposição final de resíduos de serviços de saúde e dá outras providências, o Grupo A é classificado como: resíduo biológico – infectante, que são “resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características de maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de infec- ção”. Os resíduos devem ser acondicionados em sacos bran- cos, contendo o símbolo universal de risco biológico de ta- manho compatível com a quantidade. Há um lacre próprio para o fechamento, sendo terminantemente proibido esvazi- ar ou reaproveitar os sacos. Exemplos de resíduos tipo A: luvas, toucas, algodão, gases, lençóis descartáveis contami- nados com material biológico. Grupo B – Químicos Resíduos químicos são aqueles que contêm substâncias químicas que po- dem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicida- de. Enquadram-se nessa categoria os seguintes grupos de compostos: ácidos esfoliantes e suas respectivas embalagens, acetona. Resíduos químicos líquidos não perigosos e soluções aquosas de sais inorgânicos de metais alcalinos e alcalinos terrosos: NaCl, KCl, CaCl2 Na2SO4 , MgCl2 , MgSO4 e tampões PO4 , 3-, não contaminados com outros produtos, podem ser descartados diretamente na rede de esgoto, respei- tando-se os limites estabelecidos nos decretos estaduais no 8.468/1976 e no 10.755/1997. Resíduos químicos líquidos perigosos são materiais que não foram misturados com outras substâncias e devem ser mantidos nas embalagens originais. Na impossibilidade da utilização da embalagem original e para acondicionar misturas, deverão ser usados galões e bombonas de plástico rígido, resistentes e estanques, com tampa rosqueada e vedante fornecidos aos laboratórios. Grupo C – Radioativos São os resíduos resultante de atividades humanas que contenham radio- nuclídeos em quantidades superiores ao estabelecido pelo CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear). Estes resíduos devem ser se- gregados de acordo com a natureza física do material e do radionuclí- deos e o tempo necessário para atingir o limite de eliminação conforme a norma do CNEN. Os rejeitos radioativos sólidos devem ser acondiciona- dos em recipientes de material rígido, formado internamente com saco plástico resistente e identificados com o símbolo internacional de pre- sença de radiação ionizante com demais especificações conforme regu- lamento. Enquanto os rejeitos radioativos líquidos devem ser acondicio- nados em frascos de até 2 litros ou em bombonas de material compatível com o líquido armazenado sempre que possível de plástico, resistente, rígidos e estanques com tampa rosqueada, vedante acomodada em bandejas de material inquebrável e com profundidade suficiente para conter, com margem de segurança o volume do total do rejeito. Devem ser identificados como rejeito radioativo e conter as demais identificações conforme o regula- mento. Exemplos de resíduos tipo C: rejeitos radioativos ou con- taminados com radionuclídeos, provenientes de laboratórios de análises clínicas, serviço de medicina nuclear e radioterapia. Grupo D – Comuns Resíduos comuns são aqueles que não apresentam risco biológi- co, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. Exemplos: plásticos, papel, papelão e metais que não contenham sujidade biológica. O lixo comum, como o das copas, dos escritórios e também dos la- boratórios, desde que não estejam contaminados por produtos químicos, radioativos ou materiais infectantes, devem ser acon- dicionados em sacos pretos, identificados com etiqueta para resí- duo comum. Grupo E – Perfurocortantes São materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: lâminas de barbear, agulhas, seringas com agulhas, ampolas de vidro, pontas dia- mantadas, lâminas de bisturi e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório. Todos os materiais, limpos ou contaminados por resíduo infectante, deverão ser acondicionados em recipientes com tampa, rígidos e resistentes à punctura, ruptura e vazamento. Em geral, são utilizadas caixas tipo descartex e descarpack. Conforme orientação da ANVISA, RDC n° 306, de 07 de dezembro de 2004, não é recomendado reencapar nem desacoplar agulhas da seringa para descarte. Estrutura física do laboratório O laboratório deve ser amplo para permitir o trabalho com segurança e para facilitar a limpeza e a manutenção. - Paredes, tetos e chão devem ser fáceis de limpar, impermeáveis a lí-quidos e resistentes aos agentes químicos propostos para sua limpeza e desinfecção. � - Cada laboratório deverá conter uma pia para lavagem das mãos que fun-cione automaticamente ou que seja acionada com o pé ou com o joelho. - É recomendável que a superfície das bancadas seja impermeável à água e resistente ao calor moderado. - Os móveis do laboratório deverão ser capazes de suportar cargas e usos previstos. - As cadeiras e os outros móveis utilizados devem ser cobertos com material que não seja tecido e que possa ser facilmente descontaminado. - Mesa auxiliar (carrinho) com superfície lisa e lavável para acomodar bandeja forrada com papel toalha para os materiais de uso. - Macas com superfície lisa ou lavável, forrada de lençol TNT ou papel branco (resistente). Todos os materiais descartáveis devem ser trocados a cada cliente. - Iluminação deve ser adequada para todas as atividades. - As áreas do ambiente de laboratório devem ser adequadamente sinalizadas de forma a facilitar a orientação dos usuários, advertir quanto aos riscos existentes e restringir o acesso de pessoas não autorizadas. Segurança com produtos químicos: - Antes de manusear um produto químico, é necessário conhecer suas propriedades e o grau de risco a que se está exposto. � Ler o rótulo no recipiente ou na embalagem, observando a classificação quanto ao tipo de risco que oferece. - Nunca deixar frascos contendo solventes orgânicos próximos à chama, como, por exemplo, álcool, acetona, éter, etc. - Evitar contato de qualquer substância com a pele. - Ser cuidadoso ao manusear as substâncias corrosivas. - Não jogar nas pias os materiais sólidos ou os líquidos que possam contaminar o meio ambiente. Usar o sistema de gerenciamento de resíduos químicos. - Realizar o manuseio e o transporte de vidrarias e de outros materiais de forma segura. - Manipular as substâncias inflamáveis com extremo cuidado, evitando--se a proximidade de equipamentos e fontes geradoras de calor. O uso de equipa- mentos de proteção individual, como óculos de proteção, máscara facial, luvas, aventais e outros durante o manuseio de produtos químicos, é obrigatório. - Nunca cheirardiretamente e nem provar qualquer substância utilizada ou produzida nos tubos de ensaios. Procedimento de higienização de materiais: Limpeza – processo em que a remoção das sujidades das superfícies e dos objetos é realizada com aplicação de água, detergente e ação mecânica, realiza- da obrigatoriamente antes da desinfecção e esterilização a fim de se obter me- lhor eficácia dos processos. � Desinfecção – processo pelo qual a maioria dos microrganismos são destruí- dos, com exceção dos esporos bacterianos, sendo realizada após a limpeza. Para essa etapa, podem ser utilizados o hipoclorito, o álcool 70%, o formaldeído e os fenóis pro meio da fricção deste na superfície. Esterilização – processo de destruição de todas as formas de vida microbiana diante da aplicação de agentes químicos ou físicos. Um método bastante utili- zado e de grande eficácia na destruição dos microrganismos é a esterilização por temperatura realizada em autoclave. São princípios que norteiam qualquer procedimento de higienização eficaz: - limpar no sentido da área mais limpa para a mais suja; - limpar da área menos contaminada para a mais conta- minada; - limpar de cima para baixo (ação da gravidade); - remover as sujidades sempre no mesmo sentido e direção. O Ministério da Saúde classifica como artigos críticos os instrumentos de natureza perfurocortante (alicates de cutículas, brincos, agulhas de tatuagem, piercing, navalhas, entre outros) que podem ocasionar a penetração por meio da pele e das mucosas e, portanto, necessitam de esterilização após o uso para se tornarem livres de quaisquer microrga- nismos capazes de transmitir doença. Os artigos não críticos de uso permanente, como tigelas de vidro, plástico ou de aço inox, usadas para colocar água destinada ao amolecimento de cutículas das unhas das mãos ou pés, devem ser lavadas com água e sabão a cada atendimento e fazer uso de protetores plásticos, descartáveis, para cada cliente. Caso não utilize o protetor plástico descartável, esses utensílios devem ser desinfetados. Cuidados básicos: Antes de atender novo cliente, a esteticista deve realizar a assepsia dos equipamentos e acessórios, conforme orientação do fabricante. Para instrumentos que tenham contato com sangue ou secreções, como cureta ou pinça, é preciso fazer a descontaminação. Para os procedimentos denominados não invasivos, como limpeza de pele, drenagem linfática, estimulação russa e bronzeamento artificial a jato, é imprescindível: - Ser realizado por esteticista, devendo estar afixado em local visível no estabelecimento o certificado de qualificação. - Utilizar produtos que contenham no rótulo: nome do produto; marca; no do lote; prazo de validade; conteúdo; país de origem; fabricante/ importador; composição; finalidade de uso; e no de registro no órgão competente do Ministério da Saúde. - Utilizar produtos manipulados em farmácias somente quando for devidamente prescrito por médico. - Possuir manual de instrução dos aparelhos, notificação de isen- ção de registro no órgão competente do Ministério da Saúde e registro de manutenção preventiva e corretiva do aparelho, con- forme orientação do fabricante. Equipamentos Todos os equipamentos devem possuir registro no ór- gão competente do Ministério da Saúde, sendo observa- das suas restrições de uso. Além disso, é preciso dispor de programa de manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos, mantendo os registros atualizados. A hi- gienização dos equipamentos de ventilação artificial de- ve atender às orientações do fabricante. Atividade de Fixação: 1. Gerenciar resíduos significa adotar efetiva e sistematicamente um conjunto de ações nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento, destinação final e disposição final ambientalmente adequada. Todo estabelecimento de saúde deve preparar um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde, conforme as características dos resíduos gerados, assim é necessário conhecer a classificação dos resíduos, que podem ser divididos em: a) Grupo A – são substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. b) Grupo D – resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características de maior virulência ou concentração, possam apresentar risco de infecção. c) Grupo E – resíduos perfurocortantes ou escarificantes: lâminas de barbear, agulhas, seringas com agulhas, ampolas de vidro. d) Grupo C – são aqueles que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. e) Grupo B – são os resíduos resultantes de atividade humanas que contenham radionuclídeos em quantidades superiores ao estabelecido pelo CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear). 2. O primeiro passo antes de abrir um centro ou clínica de estética é estar atento às exigências da legislação. São diversas as leis e regulamentações que deve-se conhecer sobre o enquadramento do estabelecimento, regras de vigilância sanitária, legislações do código de defesa do consumidor e infraestrutura e regulamentações de exercício profissional. Em relação à estrutura física de um estabelecimento vinculado a saúde é correto afirmar que: a) a altura mínima é de 1 metro entre as divisórias. b) cada laboratório deverá conter no mínimo duas pias para lavagem das mãos. c) as paredes devem ser claras, lisas e impermeáveis. d) as cadeiras podem ser cobertas com material de tecido. e) sendo a maca de superfície lisa ou lavável não é necessário colocar lençol TNT ou papel branco para o cliente. 3. As práticas seguras no laboratório são um conjunto de procedimentos que visam reduzir a exposição de trabalhadores a riscos no ambiente de trabalho. Sobre as normas básicas de biossegurança, analise as assertivas a seguir e assinale a alternativa incorreta: a) Cabelos longos devem ser mantidos presos durante o trabalho. b) Anéis e pulseiras devem ser retirados antes da lavagem das mãos. c) O Ministério da Saúde classifica como artigos não críticos os instrumentos de natureza perfuro cortante. d) Os resíduos perfurocortantes devem ser descartados em recipientes de paredes rígidas, com tampa e resistentes à autoclavação; estes recipientes devem estar localizados o próximo possível da área de uso dos materiais. e) As unhas devem estar limpas e curtas, não ultrapassando a ponta dos dedos. 4. A lavagem das mãos é, sem dúvida, a rotina mais simples, mais eficaz, e de maior importância na prevenção e controle da disseminação de infecções, devendo ser praticada por toda equipe. Mesmo que seja amplamente conhecido que as mãos devem estar sempre limpas, não é qualquer lavagem que garante a prevenção de doenças. Sobre a higienização correta das mãos, é correto afirmar que: a) deve ser realizada apenas antes de iniciar o turno de trabalho e quando o mesmo chega ao fim. b) se o trabalho exigir o uso de luvas não é obrigatório a higienização das mãos antes do procedimento uma vez que as mãos já foram lavadas. c) previne contra a infecção cruzada, que é desencadeada pela vinculação de microrganismos de um paciente para outro. d) o enxugue das mãos poderá ser realizado com toalha de tecido desde que possua identificação. e) A lavagem das mãos pode ser realizada na mesma pia usada para a lavagem do instrumental, vidrarias ou materiais de laboratório. 5. O procedimento de higienização de materiais o qual ocorre o processo de destruição de todas as formas de vida microbiana diante da aplicação de agentes químicos ou físicos, sendo geralmente realizado por temperatura elevada realizada em autoclave é chamado de: a) limpeza. b) esterilização. c) assepsia. d) desinfecção. e) lavagem Aspectos regulamentares sobre biossegurança Princípios gerais de biossegurança aplicados a laboratórios EquipamentosGeladeiras do laboratório devem ser usadas apenas para armazenar amostras, soluções e reagentes, nunca para alimentos; Uso de EPIs como luvas, jaleco, calçado fechado, óculos, máscara, touca, entre outros, adequados a cada procedimento; Equipamentos devem ser configurados regularmente e estar em locais apropriados. Profissionais envolvidos - É proibido o preparo e o consumo de alimentos no ambiente laboratorial; - Profissionais não devem usar maquiagem; � Pipetar com a boca é imperiosamente proibido; - Profissionais devem ter atenção especial à lavagem das mãos, cuidados com as unhas, cabelos, barba e roupas, a fim de evitar contaminações cruzadas; - Devem ser utilizadas roupas adequadas às substâncias manuseadas no laboratório; - Mãos enluvadas não devem tocar áreas limpas, tais como teclados, telefones e maçanetas; - Acidentes ocorridos devem ser documentados e avaliados para correções e prevenções; - Os trabalhadores devem ser devidamente treinados e informados. Material Os frascos devem conter rótulos com as informações principais do seu conteúdo; O descarte do material perfurocortante deve ser realizado em recipiente de paredes rígidas, com tampa e devidamente identificado; No descarte, as agulhas usadas não devem ser dobradas, quebradas, reutilizadas, recapeadas, removidas das seringas ou manipuladas antes de descartadas. Seu descarte deve ser feito em recipiente adequado a material perfurocortante. Ambiente Visitas ao ambiente laboratorial devem ser reduzidas e é desaconselhável a presença de crianças; Não é recomendado que haja plantas no interior do laboratório; Os procedimentos de limpezas dos laboratórios devem ser os mais rigorosos possíveis, sendo realizadas técnicas de desinfecção; O descarte de resíduos deve ser feito de maneira que não comprometa a saúde dos profissionais do meio ambiente; O ambiente deve ser devidamente sinalizado de forma clara e objetiva; A bancada de trabalho deve ser descontaminada ao final de cada turno de trabalho e sempre que ocorrer derramamento de agente biológico; Deve ser mantida uma rotina de controle de artrópode e roedores. Classificação dos laboratórios segundo o nível de biossegurança A biossegurança em laboratórios também é abordada na RDC no 50, por meio de um conjunto de práticas, equipamentos e instalações voltados para a prevenção, a minimização ou a eliminação de riscos inerentes às atividades de prestação de serviços, pesquisas, produção e ensino, visando à saúde dos homens, à preser- vação do ambiente e à qualidade dos resultados. Existem quatro níveis de bios- segurança: NB-1, NB-2, NB-3 e NB-4. A fim de atender às exigências reunidas nas resoluções e instruções normativas estabelecidas pela CTNBio, e com base na Lei Nacional de Biossegurança (BRASIL, 2005), as dependências e as caracterís- ticas dos laboratórios deverão estar de acordo com os níveis de biossegurança, conforme o Quadro 2 (BRASIL, 2008). Assim, para que as ações de biossegu- rança sejam efetivas, é necessário que todos os envolvidos em atividades de risco estejam devidamente informados acerca das diretrizes atuais, bem como aptos a colocá-las em prática de maneira correta. NB-1: Agentes biológicos :Menor potencial patogênico para adultos sadios, incluindo os não zoonóticos Procedimentos:Boas práticas laboratoriais (BPL) básicas são requeridas; Usar EPIs conforme a atividade a ser desenvolvida; Bancada aberta NB-2 : Agentes biológicos:Infecções no homem, existindo o risco de ingestão e inoculação percutânea e mucosa em laboratoristas; Procedimentos: BPLs básicas, o acesso ao recinto deve ser limitado; sinalizar as áreas de risco biológico; descontaminar o lixo e resíduos; instituir protocolos para primeiros socorros; Cabines de segurança biológica (CSB) de classe I e II para manipular os vírus e tudo que produzir aerossóis e derramamentos; usar jalecos, luvas, proteção facial, dependendo da atividade; bancada aberta e autoclave NB-3 : Agentes biológicos: Exóticos ou selvagens com potencial de transmis- são por aerossóis e de provocar enfermidade severa e/ou fatal:Todas as BPLs adotadas no NB-2 e o acesso ao recinto deve ser controlado; descontaminar o lixo e resíduos, bem como as roupas usadas no laboratório antes da lavagem; coletar periodicamente o soro dos profissionais e utilizar os imunoprofiláticos disponíveis. Procedimento: CSB de classes II e III para manipular os vírus e tudo que pro- duzir aerossóis e derramamentos; trajar roupas específicas para uso restrito no laboratório; EPIs de acordo com a atividade a ser desempenhada, assim como uso de proteção respiratória; NB-2 e separação física dos corredores e das áreas de circulação, portas duplas com fechamento automatizado, fluxo de ar direcional e pressão negativa nos recintos, sistema para filtrar ar HEPA (High Effi-ciency Particulate Air). NB-4 : Agente biológico: Altamente perigosos ou exóticos, transmitidos por aerossóis, apresentando grande risco de causar morte. Ainda não completamente caracterizados: BPL empregadas no NB-3 e: trocar de roupas antes de entrar nas áreas de risco biológico; banho antes da saída do laboratório; todo material deve ser descontaminado antes da remoção. Procedimentos: Todos os equipamentos do NB-3, e: CSB III e/ ou ves- timentas (macacão) com pressão positiva em associação com CSB II; NB-3 e prédio separado ou área isolada com entrada e saída de ar con- trolada, sistema de filtros HEPA, pressão negativa, sistema de descon- taminação controlado, autoclaves com dupla abertura e os resíduos depositados em containers específicos. Atividade de Fixação 1. Assinale a alternativa correta. a) A CTNBio não pode definir o nível de biossegurança de uma área laboratorial. b) As instruções de biossegurança contemplam normas e condutas de segurança biológica, química, física, ocupacional e ambiental. c) Em um laboratório de microbiologia, a emissão de certificados de qualidade em biossegurança deve ser feita pela chefia do laboratório. d) Em laboratórios clínicos e postos de coleta laboratorial, não é necessário haver instruções escritas sobre biossegurança aos funcionários. e) Organismos geneticamente modificados não fazem parte do escopo de legislações sobre biossegurança. 2. Sobre legislação de biossegurança aplicada a OGMs, assinale a alternativa correta. a) Não há legislação brasileira em vigor sobre biossegurança aplicada a OGM. b) A legislação atual de biossegurança aplicada a OGM é a Lei no 8.974. c) A Lei no 11.105, de 24 de março de 2005, estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização sobre a manipulação e a pesquisa de OGM e seus derivados. d) A atual legislação de biossegurança aplicada a OGM não engloba os mecanismos de fiscalização destes. e) O cultivo e a produção de OGM não fazem parte do escopo da lei de biossegurança atual voltada a OGM. 3. Em relação à classificação das capelas de segurança biológica, assinale a alternativa correta. a) Não são permitidas, em hipótese alguma, pesquisas que usem células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro. b) Todo laboratório que realizar pesquisas com OGM e seus derivados deverá ter sua própria Comissão Interna de Biossegurança. c) Não há legislação mencionando a clonagem humana no Brasil. d) A Política Nacional de Biossegurança criou o Conselho Nacional de Biossegurança. e) Liberar e descartar OGM no meio ambiente não constitui crime, conforme a legislação atual. 4. Sobre os requisitos de biossegurança aplicados a laboratórios, é correto afirmar que: a) as cabines de segurança biológica devem ser empregadas sempre que houver risco de contaminação por aerossóis. b) o trabalhador do laboratório pode optar ou não pelo uso de EPI. c) as normas de biossegurança só se aplicam aos laboratórios de microbiologia e de pesquisa. d) a descontaminação e o descarte de resíduos não fazem parte da biossegurançalaboratorial. e e) todo laboratório deve entregar aos clientes as normas de biossegurança do laboratório. 5. Assinale a alternativa correta. a) Em laboratórios, a contaminação por produtos químicos não é escopo da área de biossegurança. b) Em laboratórios, normas e condutas de segurança ocupacional e ambiental não são escopo da área de biossegurança. c) O responsável técnico pelo laboratório clínico deve documentar o nível de biossegurança dos ambientes do laboratório. d) Não há nenhum tipo de regulamentação legal que estabeleça medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde. e) A classificação de risco de agentes biológicos estabelece apenas o risco para o trabalhador da saúde, mas não para a coletividade Riscos ambientais existentes no ambiente de trabalho Os profissionais de saúde, em seu ambiente de trabalho, estão expostos a inú-meros riscos. Entre os ambientes tipicamente insalubres, podemos destacar os que abrangem a área da saúde, em geral, à medida que propicia a exposição de seus trabalhadores a riscos físicos, químicos, fisiológicos, psíquicos, mecânicos e biológicos inerentes ao desenvolvimento de suas atividades.Destacamos alguns profissionais e os principais riscos a eles associados, segundo Silva et al. (2009): - Enfermagem: contato com substâncias, compostos ou produtos quími-cos em geral, risco biológico permanente, esforço físico, levantamento e transporte manual de peso, postura inadequada, trabalho noturno, situações causadoras de estresse psíquico, na maioria das vezes arranjo físico inadequado, materiais inapropriados ou defeituosos, além de iluminação indevida. - Auxiliares de limpeza: contato com substâncias, compostos ou pro- dutos químicos em geral, risco biológico permanente, esforço físico, levantamento e transporte manual de peso, postura inadequada, tra- balho noturno, situações causadoras de estresse psíquico, na maioria das vezes arranjo físico inadequado, materiais inapropriados ou defei- tuosos, iluminação indevida e contato com lixo hospitalar. - - Auxiliares de lavanderia: contato com substâncias, compostos ou produtos químicos em geral, risco biológico permanente, esforço físico, levantamento e transporte manual de peso, postura inadequada, trabalho noturno, situações causadoras de estresse psíquico, na maioria das vezes arranjo físico inadequado, materiais inapropriados ou defeituosos, além de iluminação indevida. Técnicos de radiologia e outros profissionais, como os odontólogos: exposição à radiação. Odontólogos: esses profissionais são vulneráveis aos riscos decor- rentes do ruído excessivo a que estão expostos e também a posturas incorretas e forçadas durante os atendimentos. Os riscos biológicos, entendidos como a exposição aos agentes biológicos, como bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros, geralmente são os mais estudados nos casos dos profissionais de saúde, pois estes estão diretamente associados às suas práticas Riscos aos quais o profissional de saúde e as demais pessoas estão expostos Entre os maiores fatores de riscos ocupacionais, destacam-se os relacionados ao manuseio de material perfuro cortante, que coloca os profissionais em situações de riscos devido ao manuseio deste em pacientes que possam estar contaminados. As infecções mais preocupantes causadas por esse tipo de acidente são aquelas causadas pelos vírus da AIDS (síndrome da imunodeficiência adquirida, do inglês acquired immunodeficiency virus) – HIV (do inglês human immunodeficiency virus) – e das hepatites B e C (SILVA et al., 2009).- Investigações de acidentes ocupacionais com material biológico entre profissionais da área de saúde mostraram que os que cuidam direta- mente de pacientes são os mais expostos. Outros profissionais de cate- gorias não envolvidas diretamente com os cuidados aos pacientes, ou seus fluidos corporais, também podem ser vítimas de acidentes bioló- gicos, tais como os trabalhadores da limpeza, da lavanderia, da manu- tenção e da coleta de lixo. Acidentes com materiais perfurocortantes ocorreram com técnicos e auxiliares de enfermagem, enfermeiras, cirur- giões-dentistas e médicos durante os procedimentos de punção venosa, teste de glicemia, administração de medicamentos, realização de cura- tivos e suturas, procedimentos odontológicos, descarte de material e administração de vacinas (CÂMARA et al., 2011). Os fatores ergonômicos representam um expressivo proble- ma para esse grupo de profissionais devido ao transporte e à movimentação de pacientes, no caso dos enfermeiros, à pos- tura inadequada e estática, como, por exemplo, no trabalho odontológico, e a inadequação do mobiliário e dos equipa- mentos, postura inadequada. Flexões de coluna vertebral em atividades de organiza-ção e assistência podem causar pro- blemas à saúde do trabalhador, tais como fraturas, lombal- gias e varizes (Figura 2) (SILVA; PINTO, 2012). Os riscos químicos são aqueles gerados pelo manuseio de uma grande variedade de substâncias químicas e também pela administração de medicamentos. Atividades envolvendo essas substâncias são amplamente desenvolvidas dentro dos ambientes hospitalares pelos diversos profissionais de saúde. Entre os riscos associados às substâncias químicas, encontra-se, principalmente, o contato com anestésicos, detergentes, esterilizantes, desinfetantes, solventes, agentes de limpeza, antissépticos, detergentes e medicamentos (CIVIDINI; BARRETO, [2012?]). O trabalho noturno também é um fator de risco, pois pode causar um impacto negativo na saúde dos trabalhadores, alterando os períodos de sono e vigília, transgredindo as regras do funciona- mento fisiológico humano. Desencadeiam–se, nesses casos, as sensações de mal-estar, fadiga, flutuações no humor, reduções no desempenho devido ao déficit de atenção e concentração. Além disso, destacamos também a sobrecarga de horário e funções, que levam à insegurança no trabalho, aumentando a responsa- bilidade profissional, muitas vezes com recursos inadequados, o que prejudica o bom andamento de suas funções (SILVA; PINTO, 2012). As profissões associadas à saúde estão também apresentam risco de stress laboral, muitas vezes devido à elevada carga de trabalho, à falta de controle/autonomia, à falta de apoio da instituição e dos colegas, às relações laborais conflituosas/bullying, à má adaptação à mudança, aos pacientes/ familiares abusivos ou violentos, aos turnos prolongados/ rotativos e à responsabilidade do cargo. Questões envolvendo temperatura ambiental desconfortável, nível de ruído incômodo e irritante, exposição à iluminação precária e falta de arejamento nos consultórios também são considerados riscos a esses trabalhadores e estão associados ao aumento do risco de acidentes de trabalho. Entre as consequências da exposição a esses riscos, destacamos a Síndrome de Burnout, que é um processo que se desenvolve na interação de caracte- rísticas do ambiente de trabalho e das características pessoais. Este é um problema que atinge profissionais de serviço, principalmente aqueles voltados para atividades de cuidado com outros, no qual a oferta do cuidado ou do ser- viço frequentemente ocorre em situações de mudanças emocionais (CARVALHO; MAGALHÃES, 2011). O uso inadequado ou a resistência ao uso de equipamentos de proteção individual (EPI), a sobrecarga de trabalho, a autoconfiança, o descuido próprio, a falta de capacitação e as medidas de prevenção insuficientes são fatores que podem influenciar no índice de acidentes nos estabelecimentos de saúde. Dessa forma, entre as medidas de precauções, ou seja, para evitar a ocorrência desses acidentes, recomenda-se: - O uso de EPIs, tais como: luvas, máscaras, protetores de olhos, nariz e boca e jaleco/avental quando o profissional estiver em contato direto com sangue ou fluidos corporais. - A manipulação cuidadosa de objetos perfurocortantes por meio de açõescomo: evitar reencapar agulhas ou desconectá-las de seringas antes do descarte e descartar esses materiais em recipientes apropriados. - Cuidado na utilização de desinfetantes, como o hipoclorito de sódio, na limpeza de áreas com respingos de sangue ou outros materiais biológicos. - Transporte de materiais contaminados em embalagens impermeáveis e resistentes e marcação, com rótulos e etiquetas, de artigos médico--hospitalares, identificando-os como material proveniente de pacientes com HIV/AIDS. - Vacina para prevenção de infecções por patógenos provenientes do sangue ou de outros fluidos corporais. Medidas de biossegurança para a diminuição do risco de acidentes e contaminação no ambiente Entre as estratégias para um trabalho mais seguro na área da saúde, destaca-se a realização de ações de educação permanente visando à capacitação e à conscientização dos profissionais. Treinamentos, seminários temáticos e reuniões clínicas devem ocorrer de modo periódico. A ginástica laboral entra como uma estratégia para a prevenção da fadiga e das lesões decorrentes dos fatores de riscos ergonômicos. É importante aproveitar as pausas regulares durante a jornada de trabalho para exercitar os músculos correspondentes e relaxar os grupos musculares que estão em contração (SANTOS et al., 2012). Outras medidas que contribuem para a diminuição do risco de acidentes e/ou contaminação no ambiente incluem: - Manter o local de trabalho limpo e arrumado, devendo evitar o armazenamento de materiais não pertinentes ao trabalho. � - Limitar o acesso às áreas de risco e contaminadas. - Esclarecer, quanto aos riscos biológicos, as mulheres grávidas ou os indivíduos imunocomprometidos que trabalham ou entram nesses locais. - Usar óculos de segurança, visores ou outros equipamentos de proteção facial sempre que houver risco de espirrar material infectante ou de ocorrer contusão com algum objeto. - Usar luvas sempre que houver manuseio de material biológico, trocá-las ao trocar de material, não tocar o rosto com as luvas de trabalho, não tocar com as luvas de trabalho em nada que possa ser manipulado sem proteção, tais como maçanetas, interruptores, etc., e não descartar luvas em lixeiras de áreas administrativas, banheiros, entre outros. - Não usar sapatos abertos. - Cabelos compridos devem estar presos durante o trabalho. - O uso de joias ou bijuterias deve ser evitado. - Não transitar nos corredores com material patogênico, a não ser que este esteja acondicionado conforme as normas de biossegurança. - Não fumar, não comer e não beber no local de trabalho onde há qualquer agente patogênico. - Colocar todo o material com contaminação biológica em recipientes com tampa e à prova de vazamento antes de removê-los de uma seção para outra. - Saber a localização do lava olhos, do chuveiro de segurança e do extintor de incêndio mais próximos e saber como usá-los. - Higienização correta das mãos . O método de higienização das mãos tam- bém pode ser chamado de antissepsia, a qual, por meio de agentes antimi- crobianos, visa a eliminar microrganismos. O ato de lavar as mãos com água e sabão, com a técnica adequada, objetiva remover mecanicamente a suji- dade e a maioria da flora transitória da pele, além de prevenir contra a infec- ção cruzada, que é desencadeada pela veiculação de microrganismos de um paciente para outro, de paciente para profissional e também de utensílios e objetos para o profissional ou cliente (CHAVES, 2016). Quanto à lavagem das mãos, é recomendado que esta seja feita: a) ao iniciar o turno de trabalho; b) sempre depois de ir ao banheiro; c) antes e após o uso de luvas; d) antes de beber e comer; e) após a manipulação de material biológico e químico; f) ao final das atividades. É importante ressaltar que o uso das luvas não dispensa a lavagem das mãos antes e após a realização dos procedimentos. Após a lavagem das mãos, é importante a utilização de álcool a 70%. Sobre a segurança com produtos químicos, é recomendável: - Antes de manusear um produto químico, é necessário conhecer suas propriedades e o grau de risco a que se está exposto. - Ler o rótulo no recipiente ou na embalagem, observando a classificação quanto ao tipo de risco que esse produto oferece. - Nunca deixar frascos contendo solventes orgânicos próximos à chama, como, por exemplo, álcool, acetona, éter, entre outros. - Evitar contato de qualquer substância com a pele. � Ser cuidadoso ao manusear substâncias corrosivas. - Não jogar, nas pias, os materiais sólidos ou líquidos que possam contaminar o meio ambiente. É importante usar o sistema de gerenciamento de resíduos químicos. - O manuseio e o transporte de vidrarias e de outros materiais deve ser feito de forma segura. - As substâncias inflamáveis precisam ser manipuladas com extremo cuidado, evitando-se a proximidade de equipamentos e fontes geradoras de calor. O uso de EPIs, como óculos de proteção, máscara facial, luvas, aventais e outros, durante o manuseio de produtos químicos, é obrigatório. - Nunca cheirar diretamente ou provar qualquer substância utilizada ou produzida nos ensaios. Atividade de fixação 1. A fim de consolidar práticas no ambiente de trabalho pautadas na biossegurança, o profissional de saúde deve conhecer esse ambiente, bem como planejar e instituir ações que minimizem riscos e ofereçam proteção individual e coletiva. Frente ao exposto, pode-se afirmar que: a) A responsabilidade pela manutenção da biossegurança no ambiente é dever de cada profissional. Desse modo, o profissional deve apenas cuidar de si e, com isso, colaborará com a diminuição dos riscos. b) A sinalização dos riscos é suficiente para a segurança no ambiente de trabalho. c) O profissional de saúde deve instituir a biossegurança a partir de negociação junto à equipe de trabalho, o que facilitará a conformidade das rotinas, seguindo a orientação normativa de biossegurança para o ambiente de trabalho. d) Por terem sido capacitados quanto à biossegurança, determinados profissionais de saúde não sofrem acidentes nem estão expostos a riscos, uma vez que conhecem as práticas seguras do ambiente de trabalho. e) Devido às constantes capacitações e reuniões de equipe abordando a biossegurança, não há necessidade de extremos cuidados no ambiente, pois todos os profissionais têm o conhecimento e evitarão situações de acidentes e contaminação 2. Quanto à identificação da importância da biossegurança no ambiente de trabalho, esta é uma ação dos: a) engenheiros que projetaram as instalações. b) profissionais que utilizam EPIs e EPCs. c) profissionais responsáveis pela higienização. d) profissionais de todas as áreas e demais pessoas que utilizam o ambiente de trabalho. e) somente os profissionais de saúde com formação universitária. 3. O descarte de material perfurocortante é realizado em caixa coletora específica. No entanto, um profissional de saúde se distrai, descartando o material em lixo comum. Frente a isso, pode-se afirmar que a providência adequada a ser seguida é: a) Não há nada a fazer, uma vez que uma agulha no lixo comum não acarretará em acidentes e contaminações. b) Não há nada a fazer no momento. Posteriormente, pode-se discutir sobre os fatos. c) Gritar e alertar a todos que o colega está descartando material no local errado, discutindo a situação em equipe d) Ignorar os fatos, pois eles são irrelevantes. e) No momento dos fatos, recolher o objeto perfurocortante e dar o destino correto a ele, orientando o profissional sobre as condutas adequadas de descarte de materiais. 4. Qual a definição de precaução padrão em biossegurança? a) Elementos que podem prejudicar os trabalhadores a nível físico e/ou psicológico por meio de doenças ou desconforto. b) O conjunto de normas e procedimentos considerados seguros e adequados à manutenção da saúde do trabalhador, durante atividades de risco de aquisição de doenças profissionais.
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