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Transportes no Brasil

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No Brasil, o principal modal é o rodoviário. O país tem uma das maiores redes de rodovias
do mundo. De acordo com a Confederação Nacional do Transporte (CNT), mais de 60% das
cargas que aqui circulam seguem por estradas. As rodovias começaram a ganhar destaque
a partir da década de 1950. Nessa época, o processo de industrialização do país estava
acelerado e as estradas foram o meio escolhido para integrar áreas produtoras,
matérias-primas e mercados consumidores.
O governo Juscelino Kubitschek (1956-1961) tornou-se símbolo desse momento
de desenvolvimento industrial e da opção pelas rodovias. O transporte rodoviário é
caracterizado por ter baixa capacidade de carga se comparado com os modais
ferroviário e hidroviário. Contudo, é ágil e tem grande flexibilidade. Os caminhões, por
exemplo, podem circular por estradas retas ou sinuosas, pavimentadas ou não, em
áreas de relevo plano ou íngreme. Outros modais não oferecem essa adaptabilidade a
diferentes condições.
O modal ferroviário começou a ser empregado no século XVIII e até os dias atuais é
amplamente utilizado em diversos países. Tem grande capacidade de carga e consome
pouco combustível em relação à quantidade de carga que pode transportar e à distância
que pode percorrer. Além disso, apresenta menor risco de acidentes em relação ao
transporte rodoviário.
O modal ferroviário é considerado o mais adequado para o transporte de cargas em um
território extenso como o do Brasil, pois a ampla capacidade de carga dos trens atende
melhor à demanda de grandes produtores rurais e de mineradoras, que transportam
milhões de toneladas anualmente. Ainda assim, as ferrovias brasileiras são responsáveis
por transportar apenas cerca de 25% das cargas do país, estando concentradas no litoral e
nas regiões Sul e Sudeste. Para um país exportador e com grande número de portos
marítimos como o Brasil, trata-se, portanto, de um modal subaproveitado.
No Brasil, 14% das cargas são transportadas em embarcações. No litoral, é realizada a
navegação de cabotagem, que consiste na navegação de porto em porto (dispomos de 7
367 quilômetros de litoral). Considerando que, no Brasil, as grandes concentrações urbanas
estão no litoral, esse tipo de navegação atende aos principais mercados do país; apesar do
baixo aproveitamento do potencial hidroviário, a utilização da cabotagem vem crescendo de
maneira vertiginosa. Em relação à navegação em rios, no Brasil há cerca de 50 mil
quilômetros de rios navegáveis, ou seja, que apresentam boas condições para a
implantação do transporte hidroviário. Lembre-se de que o relevo planáltico dificulta a
implantação de hidrovias. De maneira efetiva, apenas cerca de 8 600 quilômetros são
utilizados, o que demonstra o baixo aproveitamento do potencial hidroviário do país. A
região Norte é a que apresenta a maior extensão de rios navegáveis, uma vez que
nela predomina o relevo de planície. Contudo, o baixo desenvolvimento econômico da
região torna o uso das hidrovias limitado, pois há poucos mercados consumidores ou áreas
produtoras nessa região.
Nas regiões Sul e Sudeste, áreas de grande dinamismo econômico brasileiro, há maior
utilização de hidrovias para o transporte de cargas. Entretanto, diferentemente da região
Norte, essas regiões têm relevo mais acidentado, o que dificulta e encarece a implantação
de hidrovias, já que são necessárias grandes obras de engenharia.
O modal dutoviário pode transportar grande quantidade de produtos, apresenta baixo custo
de implantação e manutenção, além de baixo gasto com energia. Isso ocorre porque o
transporte é feito pela ação da gravidade ou por pressão. Porém, assim como no modal
ferroviário, as dutovias apresentam baixa flexibilidade. Afinal, que produtos poderiam ser
transportados em uma tubulação? Há diferentes tipos de dutovia: gasodutos (gás
natural), minerodutos (minério de ferro, carvão, sal-gema), aquedutos (água), oleodutos
(petróleo, combustível de aviação e outros derivados do petróleo), além de dutos para o
transporte de grãos, como a soja. No Brasil, apenas cerca de 4% das cargas são
transportadas por dutos, e, assim como ferrovias e hidrovias, esse modal é utilizado de
forma limitada. A ampliação do uso desse modal pode colaborar significativamente para
melhorar a economia e a capacidade produtiva do país
O desenvolvimento da aviação comercial após a Segunda Guerra Mundial representou uma
grande mudança na economia e no turismo globais, uma vez que aviões se deslocam a
centenas de quilômetros por hora, ligando países e continentes em pouco tempo. Além
disso, esse modal é um dos mais seguros que existem. Contudo, o modal aeroviário
também é o mais caro, pois o combustível, a manutenção das aeronaves, a construção de
aeroportos e o controle de tráfego aéreo têm alto custo. Os aviões transportam apenas
cerca de 5% das cargas pelo mundo. Mesmo sendo uma pequena porcentagem, devemos
considerar que são cargas de alto valor, como obras de arte, microchips, computadores,
bens de consumo duráveis e produtos perecíveis. O crescimento do comércio eletrônico
também tem colaborado para o aumento do uso dos aviões de carga. No território brasileiro,
a aviação de carga é responsável por menos de 0,5% da circulação de bens. Mesmo
considerando o custo elevado, esse modal poderia ser mais utilizado no país
Mais de 60% da população brasileira utiliza o transporte público coletivo (ônibus, trem,
metrô e embarcações). Os ônibus são responsáveis por transportar 25% da população, ou
seja, um em cada quatro brasileiros utiliza esse modal diariamente. Assim como no
transporte de cargas, o modal rodoviário também passou a se destacar no transporte de
passageiros a partir da década de 1950.Antes dos ônibus, os bondes eram, em algumas
cidades, o principal meio de transporte coletivo.
Apenas 2,5% dos municípios brasileiros contam com trens e somente 0,3% dos municípios
conta com metrô. Ao todo, há pouco mais de mil quilômetros de malha metroferroviária no
Brasil e, desse total, apenas cerca de trezentos quilômetros são de metrô. Observe, na
página seguinte, as linhas do metrô no Rio de Janeiro, em Salvador e em São Paulo
interligadas ao modal rodoviário. É importante lembrar que esses modais têm alto custo de
instalação e a implantação deles só se justifica em cidades com grande número de
habitantes e que utilizem o transporte coletivo. Em São Paulo, estão concentrados 70% dos
usuários de trem e metrô de todo o país. As embarcações (barcos, barcas, catamarãs, etc.)
também são utilizadas no transporte coletivo em 11% dos municípios brasileiros. A
implantação desse modal depende da presença de corpos de água navegáveis. Assim
como no transporte de cargas, a região Norte se destaca na utilização desse modal,
concentrando 55% dos municípios que utilizam hidrovias. Os rios têm destaque na
integração da região amazônica por causa da limitação de outros modais.
Cerca de 36% dos brasileiros se deslocam exclusivamente a pé diariamente nas cidades,
segundo dados de 2019 da Associação Nacional de Transporte Público (ANTP). Muitos
buscam evitar o gasto com a passagem ou vivem em áreas que não contam
com transporte coletivo eficiente. Brasileiros com maior poder aquisitivo optam pelo uso do
automóvel particular – cerca de 20% da população A preocupação com a eficiência dos
meios de transporte urbanos está relacionada ao que chamamos mobilidade urbana. Em
2012, uma lei federal determinou que cidades com mais de 20 mil habitantes elaborassem
um plano de mobilidade urbana cujo foco fosse possibilitar acesso universal à cidade, isto é,
que seus habtantes pudessem se deslocar por toda a cidade sem restrições ou
limitações, de maneira inclusiva.
O “não transporte” pode ser a solução para a mobilidade das médias e grandes
cidades (bicicletas)

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