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Parasitoses intestinais No mundo 50% das pessoas são infectadas por parasitos, sendo 25% por ascaridíase, 0,5 a 20% por giardíase, e cerca de 500 milhões por amebíase. No Brasil as parasitoses mais frequentes são por ascaridíase, giardíase e tricuríase. Fatores de risco: • Periferia de grandes cidades • Zona rural • Condições de moradia precárias • Aglomeração de pessoas • Coleta de lixo e saneamento básico inadequados • Má higiene dos alimentos • Água não tratada Helmintíases: ancilostomíase, ascaridíase, enterobíase, estrongiloidíase, tricuríase e teníase. Causada pelo A. duodenale e N. americanos. A transmissão é através do solo, entrada ativa da larva pela pele do hospedeiro. QC: sintomas cutâneos (dermatite pruriginosa), quadro pulmonar (síndrome de Loeffer), pneumonite (tosse seca, febrícula, dispneia leve). No RX tem alteração radiológica. Além de sintomas gerais como cefaleia, irritabilidade, mal-estar, prostração, emagrecimento. Sintomas digestivos (inespecíficos) como dor abdominal, náusea, flatulência, diarreia, anorexia, aumento do apetite, perversão alimentar. Sintomas hematológicos (verme hematófogos) como anemia ferropriva por perda, palidez, tontura, astenia. Sintomas cardiovasculares secundários à anemia, ICC (ritmo galope, hepatoesplenomegalia, cardiomegalia. Síndrome de Loeffer: o verme infecta o intestino -> circulação enteral -> sistêmica -> coração -> pulmão. DX: EPF, detecção de ovos (flutuação). TTO: mebendazol 100 mg - 12/12 horas - 3 dias ou albendazol 10 mg/kg - dose única (máximo - 400 mg). Causado pelo Ascaris lumbricoides. Sobrevivem em media 7 anos, e cerca de 200-300 mil ovos/dia. Acomete intestino delgado, jejuno e íleo. No Brasil a incidência é de até 76,8%. Transmissão pela água e alimentos contaminados. Em ambientes secos que venta muito, pode haver transmissão por aspiração. QC: assintomático. Na fase aguda temos migração larvária com manifestações pulmonares (síndrome de Loeffer) e manifestações hepáticas. Na fase crônica temos desconforto abdominal, bruxismo, cólica, náusea, sono agitado, emagrecimentos, urticaria, diarreia, alteração do apetite. Complicações: migração do verme para o sistema porta, para o fígado, pode causar apendicite (bolo de áscaris), pulmão, pâncreas, vesícula. Além de que o paciente pode eliminar o verme por orifícios (boca, nariz, reto). DX: identificação dos ovos por método de sedimentação (lutz, Hoffman, faust). TTO: mebendazol, albendazol, ivermectina e nitazoxanida. Em caso de semi-obstrução intestinal associa o óleo mineral (10 a 30mL de 3/3 hs até eliminação pelo anus) associado com o medicamento, ou utilizamos piperazina isolada (75- 100mg/Kg em 3 tomadas, por 5 a 7 dias). (oxiuríase) Causada pelo Enterobius vermiculares. Acomete região de ceco e suas mediações. Na mulher pode acometer vagina, útero e bexiga. Coceira/ prurido anal é comum, ou prurido vaginal. Secreção vaginal também é comum. A transmissão é direta anal-oral ou indireta pela enteroinfecção. Eliminação dos ovos pelas fezes, e se contamina. QC: prurido anal, vulvovaginite, cervite, salpingite, cólica, tenesmo, náuseas, diarreia, enurese noturna. DX: EPF (graham). TTO: albendazol, mebendazol ou pamoato de pirvínio (10 mg/kg - dose única). Repetir o tratamento após 2 semanas (15 dias) + cuidados gerais + tratamento dos contatos domiciliares. Trata vermes na fase aguda e vermes na fase ovo. Causada pelo Strongiloides Stercoralis, acomete duodeno e jejuno. A transmissão pode ser por heteroinfecção (paciente caminha descalço pelo solo e a larva entra ativamente pela pele), ou auto- infecção. QC: sintomas cutâneos (lesões urticariformes), sintomas bronco-pulmonares (sind. Loeffer), sintomas digestivos (cólica, dor abdominal/ simula ulcera duodenal, diarreia), sintomas gerais (astenia, urticária, edema anioneurótico, irritabilidade). Em imunossuprimidos pode ter estrongiloidíase dissemiada que é grave e pode levar a óbito, por isso antes de começar um tratamento imunossupressor, trata-se empiricamente para estrongiloidíase. DX: EPF (baerman-moraes). TTO: ivermectina 1º escolha (100-200μg/Kg por 2 dias), tiabendazol 50 mg/kg (dose única), 20-30 mg/kg - 3dias, albendazol. (tricocefalíase) Causada pelo Trichuris trichiura (tricocephalus trichiura). Acomete cólon (ceco e sigmoide). A transmissão geralmente é pela ingestão de ovos em água ou alimentos contaminados. QC: assintomática ou sintomas gerais leves. Sonolência, apatia, adinamia, urticaria. Cólica abdominal, diarreia, prolapso retal. DX: EPF. TTO: mebendazol, albendazol por 3 dias. Ou ivermectina (200μg/Kg em dose única) + albendazol (400μg/Kg em dose única). Causada pela Taenia solium e Taenia saginata. Acomete o intestino delgado. Transmissão: • Tsol. -> ingestão de carne de porco mal cozida • Tsag -> ingestão de carne de boi mal cozida. Cisticercose cerebral: causada pela Taenia solium (através da ingestão dos ovos férteis deste parasita ou pelo refluxo de ovos do intestino delgado ao estômago). Ovos presentes em alimentos contaminados, água. DX: EPF, tamização. TC ou RNM para neurocistercicose). TTO: praziquantel 10-20 mg/kg - 4 dias (p/ neurocisticercose 14 a 21 dias), albendazol 400 mg por 3 dias, mebendazol dose dobrada por 3 dias. Protozoários: amebíase e giardíase. Causada pela entamoeba hystolitica (única patogênica). A transmissão é feita pela ingestão de cistos em água e alimentos contaminados. Acomete ceco e cólon. Forma sintomática: • Colite não disentérica: diarreia leve, constipação, cólicas, náuseas, distenção abdominal. • Colite disentérica (amebíase aguda): evacuações muco-sanguinolentes abundantes, vomito, tenesmo, anorexia, febre baixa, enterorragia grave. Pode complicar com peritonite e estenoses. • Ameboma (massa em FID dolorosa em região de ceco e cólon ascendente). Parasita se prolifera e isso leva a uma tumoração. Dx diferencial com apendicite. • Amebíase extra-intestinal causa abcesso hepático. DX: EPF com MIF, exames de imagem para abcesso hepático, biopsia (fecha diagnostico para abcesso hepático). TTO: metronidazol 30 mg/kg por 7-10 dias, tinidazol 50 mg/Kg por 2-5 dias, secnidazol 30 mg/Kg - dose única. Para abcesso hepático metronidazol EV + drenagem do abcesso guiado por USG. Causada pela Giardia Lamblia, com alta prevalência em criança. A transmissão é por água e alimentos contaminados. Os cistos são eliminados pelas fezes. QC: a maioria é assintomática. O principal sintoma é a má absorção intestinal (diarreia com restos de alimentos). Além de dor abdominal (epigástrica ou periumbilical), vômitos, deficiência de lactase, deficiência de ferro e zinco, distensão abdominal desnutrição. DX: EPF. TTO: metronidazol 1º escolha 20 mg/Kg - 7 dias. Secnidazol, albendazol por 5 dias. Na pratica: albendazol 400mg apresentação de 40mg/ml dar 10ml (1 frasco) 1x/dia por 3 ou 5 dias e após 2 semanas dar novamente 10ml. Melbendazol 100mg, 20mg/ml, dar 5ml 1x/dia por 3 dias, ou 2,5ml de 12/12h por 3 dias. Annita (nitazoxanida) 20mg/ml. Dose 7,5mg/kg de 12/12h por 3 dias. Ou 0,375ml/kg 12/12h por 3 dias. Ivermectina crianças a partir de 15kg ou > 2 anos. <1 ano, mebendazol. O Brasil, a partir de 2016, saiu da situação endêmica de HTS, não necessitando mais de administração em massa de medicações anti-helminticos. Suboclusão/ Infestação: Ascaris lumbricoides Prurido anal: Enterobius vermicularis Prolapso retal: Trichuris trichiura Síndromes disabsortivas/ diarreia com resto alimentar: Giardia lamblia Diarréia paciente HIV +: Cryptosporidium, Cycloisospora Síndrome de Loeffler: Necator, Ascaris, Strongyloides e Ancylostoma (NASA) (Neuro)Cisticercose: Tenia solium Abscesso hepático: Entamoeba histolytica
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