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PARASITOSES INTESTINAIS TENÍASE: Agente etiológico: Taenia saginata (vaca) e Taenia solium (porcum) Vermes achatados em forma de fita. Solium mede ate 4m, saginata mede ate 12m Vivem na luz do intestino delgado. Normalmente o paciente só tem um dos tipos Infecção: ocorre ao consumir carne crua ou pouco cozida Manifestações Clinicas: -Frequentemente assintomática (paciente descobre que tem depois que ele caga os proglotes) -Quando tiver sintomas: dor abdominal, náusea, fadiga, perda de peso, mudança de hábitos alimentares, cefaleia, diarreia, constipação, vertigem, irritabilidade -Pode causar retardo no crescimento e desenvolvimento de crianças -Pode causar baixa produtividade em adultos Diagnóstico: Clínico + Epidemiológico + Laboratorial -Observação de proglotes nas fezes (EPF)+ Pesquisa de ovos nas fezes e região perianal Tratamento: -Albendazol 400mg/dia VO por 3 dias -Mebendazol -Praziquantel -Niclosamida 2g para adultos e 1g para crianças VO em dose única Ocasionalmente, os segmentos podem entrar no apêndice, colédoco e ducto pancreático ou ocorrer crescimento exagerado do parasita, requerendo intervenção cirúrgica CISTICERCOSE: É uma infecção extraintestinal causada pelo estagio larval da Taenia solium -Ocorre quando os ovos de Taenia solium são ingeridos pelos hospedeiros intermediarios -Humano previamente infectado caga os ovos embrionados e ele mesmo consome Larvas eclodes, penetram no intestino e chegam na musculatura Cisticercos podem se desenvolver em qualquer órgão, sendo mais comum nos tecidos subcutâneos e também cérebro e olhos Como ocorre (isso tudo acontece no homem): os embriões (oncosferas) se libertam do ovo no intestino delgado pela ação dos sucos digestivos Penetram na parede intestinal Cai na circulação sanguínea Se disseminam pelo organismo Ciclo de vida: Formas: -Disseminada: em vísceras, pele e músculos -Oftalmocisticercosa: olhos e órbita -Neurocisticercose: SNC, divida em espinhal e cerebral (80% dos casos) -Mista: em mais de uma das localizações *Neurocisticercose: O paciente com neurocisticercose pode apresentar déficit neurológico focal, convulsões, hidrocefalia, meningismo e demência Se houver comprometimento da coluna vertebral: radiculopatia e mielopatia -Marcadores de gravidade: déficit neurológico focal, convulsões, meningismo, aumenta da PIC (cefaleia, alteração visual, vomito e ataxia) -Diagnostico: Clinica + Achados anormais em neuroimagem (RM ou TC) + Sorologia Tratamento: -Ambulatorial: Albendazol 400mg/dia VO por 3 dias, ou Mebendazol 200mg VO 12/12 por 3 dias, ou Praziquantel 5-10mg/kg VO em dose única -Hospitalar: Hidratação venosa + ATB (associar Albendazol + Praziquantel se >2 cistos) + Corticoterapia + Anticolvulsivantes + Proteção gástrica AMEBÍASE: Agente Etiológico: Entamoeba histolytica Ciclo: Eliminação de cistos nas fezes Contaminação de alimentos e água Ingestão dos alimentos contaminados Liberação das amebas no intestino Eliminação nas fezes Como ocorre: A doença surge quando os trofozoítos da Entamoeba histolytica invadem o epitélio intestinal e formam ulceras discretas, com uma região central e bordas elevadas, pelas quais o muco, células necróticas e as amebas podem passar. Os trofozoítos se multiplicam e se acumulam acima da mucosa muscular, causando dano por necrose lítica Ocasionalmente há penetração da serosa, causando perfuração na cavidade peritoneal Uma inflamação amebiana ou massa granulomatosa pode se formar na parede intestinal e crescer o suficiente para obstruir a luz intestinal -Fatores que determinam a invasão de amebas: N de amebas ingeridas, patogenicidade da cepa e fatores do hospedeiro (motilidade intestinal e competência imunológica) -A infecção extraintestinal pode ocasionar Hepatite amebiana e abscesso no fígado -Qualquer órgão ou tecido em contato com os trofozoítos ativos pode se tornar um local de invasão e abscesso Sintomas da Amebíase Aguda: Os sintomas variam dependendo do local da lesão causada e da intensidade dessa lesão -Diarreia -Dor abdominal -Cãibras -Nausea -Vomito -Desejo urgente de defecar Sintomas da Amebíase Cronica: -Extrema sensibilidade abdominal -Disenteria fulminante -Desidratação -Incapacitação Tratamento: -Dieta e hidratação -ATB: Metronidazol 7,5mg/kg VO por 7-10 dias -Sintomaticos OXIUROSE / ENTEROBIOSE: Agente etiológico: Oxyurus vermiculares / Enterobius vermiculares São filiformes. Femeas chegam a 1cm e machos a 0,5cm com cauda recurvada Transmissão: Fecal-oral Ocorre principalmente em crianças em idade escolar Formas de Contaminação: -Autoinfecçao externa ou direta: Cara coça o cu com ovos e poe o dedo na boca -Autoinfecçao indireta: ovos presentes na poeira ou alimentos que contaminam o mesmo hospedeiro que eliminou esses ovos -Heteroinfecção: Ovos presentes na poeira ou em algum alimento atingem um novo hospedeiro -Retroinfecção: Migração de larvas da região anal para o intestino grosso, chegando até o ceco, onde se tornam adultas -Autoinfecção interna: As larvas eclodem ainda dentro do reto e depois migram até o ceco, se tornando adultas. Processo raro Manifestações Clinicas: -Pode ser assintomatica -Prurido perianal: principalmente noturno, que causa coceira no cu Os arranhões causados quando o indivudo coça o cu pdem gerar infecções secundarias em volta do cu, congestão na região anal e inflamação -Sintomas inespecíficos: vômitos, dor abdominal, tenesmo -Manifestações raras: vulvovaginites, salpingites, ooforite e granulomas pelvianos Diagnóstico: Clinico (prurido característico) -Achado de parasita e ovos na região anal através de swabe anal ou fita gomada -Só é visualizado no EPF quando há parasitismo muito intenso Tratamento: -Pamoato de Pirvínio 10mg/Kg VO dose única -Pamoato de Pirantel, 10mg/kg/VO, dose única - Mebendazol, 100mg, VO, 2 vezes ao dia, durante 3 dias consecutivos - Albendazol, 10mg/kg, VO, dose única, até o máximo de 400mg Todas essas drogas são contra-indicadas em gestantes -Medidas para melhora da higiene -Controle em todos membros da família GIARDÍASE: Agente etiológico: Giardia lamblia É um dos causadores da diarreia do viajante em regiões endêmicas Transmissão: Oral-fecal ou através de água e alimentos contaminados Ser humano e animais domésticos podem ser reservatório Manifetações Clinicas: GIARDÍASE AGUDA: -Diarreia aquosa, explosiva e com odor fétido -Dor e distensão abdominal -Mal estar -Nausea GIARDIASE CRONICA: -Fezes amolecidas com aspecto gorduroso -Fadiga -Anorexia, associada a ma absorção pode causar também perda de peso e anemia -Flatulencia -Distensao abdominal Diagnóstico: -EPF: Identificação de cistos ou trofozoítos. São necessárias 3 amostras com intervalo de 7 dias entre elas -Sorologia de IgG total e IgG TGT porque pode ser confundida histologicamente com Doença Celiaca Tratamento: -Metronidazol -Tinidazol -Secnidazol Medidas farmacológicas são contra indicadas em gestantes ESTRONGILOIDÍASE: Agente etiológico: Strongyloides stercoralis Presente predominantemente em regiões tropicais e subtropicais Transmissão: Através da penetração pela pele Comum em imunodeprimidos Animais domésticos e primatas também podem ser reservatórios Manifestações Clínicas: -Prurido e aspecto urticante no local de penetração do parasita -Manifestações pulmonares: tosse seca, dispneia, broncoespasmo e edema pulmonar (Sindrome de Loefler) -Manifestações intestinais: diarreia, dor abdominal, flatulência, anorexia, náusea, vomito, dor epigástrica (parecido com o quadro de ulcera péptica)Se houver hiperinfecção: febre, dor abdominal, anorexia, náusea, vomito, diarreias profusas, manifestações pulmonares, infecções secundarias Diagnóstico: -EPF -Em casos mais graves podem ser feitos testes imunologicos, de outros fluidos e de imagem Tratamento: Cambendazol, 5mg/kg dose única VO - Albendazol, 40mg/ dia, durante 3 dias - Ivermectina, dose única, VO, obedecendo a escala de peso corporal Não são indicados para gestantes Tratamento sanitário adequado das fezes e uso de calçados Tratar animais domésticos infectados -Controle de cura: 3 exames parasitológicos de fezes em 7,14 e 21 dias negativos após o tratamento ANCILOSTOMÍASE: Amarelão / Doença do Jeca Tatu Agente etiológico: Ancylostoma duodenale Mais comum em crianças e idosos (anda de pé no chão) Transmissão: transcutânea (contato com solo contaminado), larvas filarioides penetram ativamente através da pele; Via oral (ingesta de larvas) Ciclo biológico: 2 etapas – meio ambiente e no homem Ovos depositados pela femea no intestino delgado e eliminados pelas fezes Os ovos amadurecem no ambiente, formando a larva filariode (infectante) Larvas penetram na pele Pele Pulmao Intestino delgado Manifestações Clinicas: FASE AGUDA: -Casos leves podem ser assintomáticos -TGI: Nausea, vomito, diarreia, dor abdominal e flatulência -Dermatite e prurido no local da penetração -Sindrome de Loeffler: Tosse e dispeneia FASE CRONICA: -Anemia ferropriva marcante (o parasita se fixa na mucosa intestinal e suga sangue) Adultos: Palidez, mucosas descoradas, palpitações, cansaço e mialgia Crianças: Comprometimento do crescimento, apatia e hipoporteinemia Diagnóstico: Clínico (prurido característico) -EPF: Ovos nematoides Tratamento: -Albendazol (dose única de 400mg) e Mebendazol (100mg x2/dia, por 3 dias) -Suplementação com ferro em caso de anemia ESQUISTOSSOMOSE: Agente etiológico: Schistosoma mansoni No brasil é endêmica no nordeste Enfermidade crônica e debilitante que acomete jovens e adultos em fase produtiva Ciclo Biológico: Ovos eliminados nas fezes do individuo contaminado eclodem na água Caramujo é infectado e após algumas semanas a larva abandona o caramujo na forma de cercaria Humano se infecta pelo contato com a água contaminada Habitat: veias mesentéricas Manifestações Clinicas: Depende da fase de evolução Apresenta ciclo pulmonar obrigatório FASE AGUDA: -Até 5 dias após a infecção: Dermatite esquistossomica, micropapulas pruriginosas no local da penetração -3 a 7 semanas após a exposição: febre de Katayama – febre, anorexia, dor abdominal, cefaleia, diarreia, vômitos, hepatomegalia, eosinofilia importante e característica FASE CRONICA: Após 6 meses de infecção - Forma Hepatointestinal (crônica leve): diarreia, epigastralgia, plenitude, náusea, alteração no habito intestinal e sangue nfaz fezes -Forma Hepatoesplenica (crônica grave): Compensada: hipertensão portal e seus colaterais, sintomas inespecíficos Descompensada: queda do estado geral, ascite, icterícia ou encefalopatia. Geralmente ocorre após sangramento digestivo por ruptura de varizes esofagogástricas e consequente isquemia hepática Maior causa de morte: HDA por ruptura de variz esofagica Diagnóstico: Sinais e sintomas + Hx contato com água contaminada + EPF -EPF: método quantitativo Kato-katz -US hepática: diagnostico de fibrose de Symers e hepatoesplenomegalia -Biópsia da válvula retal ou do fígado é padrão ouro (US - hiperecogenicidade periportal com espessamento fibroso) RM é o exame de escolhe para avaliar fibrose hepática da Esquistossomose Tratamento: -Praziquantel em dose única 50mg/kg para adultos e 60mg/kg para crianças Contraindicações: Gestantes, mulheres em fases de amamentação, IH descompensada
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