Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
GESTÃO DE PROJETOS NO SETOR PÚBLICO Sumário APRESENTAçãO ....................................................................................................... 5 ORGANIZAçãO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESqUISA ........................................................ 6 UNIDADE I ANTECEDENTES HISTÓRICOS, DEFINIÇÃO DE PROJETO E MATURIDADE EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS ...... 9 CAPÍTULO 1 ANTECEDENTES HISTÓRICOS.............................................................................................9 CAPÍTULO 2 COMO NASCEM OS PROJETOS .......................................................................................... 12 CAPÍTULO 3 O qUE É UM PROJETO ...................................................................................................... 14 CAPÍTULO 4 MATURIDADE EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS ............................................................ 16 UNIDADE II GERENCIAMENTO DE PROJETOS: DEFINIÇÕES, APLICAÇÃO NO SETOR PÚBLICO E CAPITAL HUMANO ........ 22 CAPÍTULO 1 GERENCIAMENTO (GESTÃO) DE PROJETOS ....................................................................... 22 CAPÍTULO 2 PMBOK E O GERENCIAMENTO DE PROJETOS NO SETOR PÚBLICO ....................................... 26 CAPÍTULO 3 GERENCIAMENTO DE PROJETOS E O CAPITAL HUMANO ..................................................... 28 CAPÍTULO 4 O GERENTE DE PROJETOS ................................................................................................ 30 UNIDADE III GESTÃO DE PROJETOS NO BRASIL, DESAFIOS E BENEFÍCIOS DA GESTÃO E CICLO DE VIDA DOS PROJETOS .... 34 CAPÍTULO 1 A GESTÃO DE PROJETOS NO BRASIL E O PARADIGMA DA MUDANÇA ................................... 34 CAPÍTULO 2 DESAFIOS E BENEFÍCIOS DA GESTÃO DE PROJETOS .......................................................... 36 CAPÍTULO 3 CICLO DE VIDA DO PROJETO ............................................................................................ 38 UNIDADE IV ÁREAS DE CONHECIMENTO, GERENCIAMENTO DE PORTFOLIOS, ESCRITÓRIO DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS E FERRAMENTAS DE GESTÃO DE PROJETOS ..................................................................... 43 CAPÍTULO 1 ÁREAS DE CONHECIMENTO DA GESTÃO DE PROJETOS ............................................................ 43 CAPÍTULO 2 GERENCIAMENTO DE PORTFOLIOS ......................................................................................... 48 CAPÍTULO 3 ESCRITÓRIO DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS .................................................................... 50 CAPÍTULO 4 FERRAMENTAS PERT/COM, GRÁFICO DE GANTT E SOFTWARE DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS ........................................................................................................................ 57 PARA NãO FINALIZAR .................................................................................................... 61 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 63 5 Apresentação Caro aluno A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD. Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo. Elaborou-se a presente publicação com a intenção de to rná-la subsídio valioso, de modo a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira. Conselho Editorial 6 Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares. A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos e Pesquisa. Provocação Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor conteudista. Para refletir Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões. Sugestão de estudo complementar Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso. Praticando Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer o processo de aprendizagem do aluno. Atenção Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a síntese/conclusão do assunto abordado. 7 Saiba mais Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões sobre o assunto abordado. Sintetizando Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos. Exercício de fixação Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/ conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não há registro de menção). Avaliação Final Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso, que visam verificar a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber se pode ou não receber a certificação. Para não finalizar Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado. 9 ANTECEDENTES HISTÓRICOS, DEFINIçãO DE PROJETO E MATURIDADE EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS A primeira Unidade tem por propósito apresentar a evolução da gestão de projetos, algumas definições nesse contexto, bem como evidenciar, por meio de relatórios de pesquisa, a evolução da maturidade do gerenciamento de projetos no setor público. CAPÍTULO 1 Antecedentes históricos Projetos vêm sendo realizados desde os primórdios da civilização. A construção das Pirâmides do Egito, depois de 2780 a.C. (VICENTINO, 1997), por exemplo, foi um grande projeto. Projetos têm sido planejados e executados pelas organizações para criar novos produtos/serviços e introduzir mudanças e inovações em seus processos. No entanto, para que um projeto seja realizado de forma eficaz, é necessária a organização do trabalho demandado (MARTINs, 2003). Voltando no tempo temos, na última metade do século XIX, um crescente aumento na complexidade dos novos negócios em escala mundial surgindo assim os princípios da gerência de projetos. A Revolução Industrial alterou profundamente a estrutura econômica do mundo ocidental e teve como uma das suas principais consequências o desenvolvimento do capitalismo industrial. As relaçõesde produção foram drasticamente modificadas e iniciou-se assim uma cadeia de transformações, que tornou cada vez mais exigente a tarefa de gerir as novas organizações econômicas (sIsK, 1998). Consequentemente, a partir daí surgiu uma grande necessidade de sistematizar e orientar a forma de gerir estas organizações (MARTINs, 2003). Os projetos, em grande escala do governo, eram o ímpeto para tomar as decisões importantes que se transformaram em decisões de gerenciamento (sIsK, 1998). Nos EUA, a primeira grande organização a praticar tais conceitos foi a Central Pacific Railroad, que começou suas atividades no início da década de 1870, com a construção da estrada de ferro transcontinental. De repente, os líderes do negócio se depararam com a perigosa tarefa de organizar as atividades de milhares de trabalhadores, a manufatura e a montagem de quantidades não previstas de matéria-prima (sIsK, 1998). Frederick Taylor (1856-1915), no início do século XX, iniciou seus estudos de forma detalhada sobre trabalho. Ele aplicou raciocínio científico para mostrar que o trabalho pode ser analisado e UNIDADE I 10 UNIDADE I │ ANTECEDENTES HISTÓRICOS, DEFINIÇÃO DE PROJETO E MATURIDADE EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS melhorado focando em suas partes elementares. Ele aplicou sua teoria às atividades encontradas na indústria de aço (por exemplo, carregar areia, levantar areia) (sIsK, 1998). Antes de Taylor, a única maneira de melhorar a produtividade era exigir dos trabalhadores mais horas de dedicação ao trabalho. Taylor ocupa um lugar importante na história da gerência de projetos e de acordo com a escritura em seu túmulo ele é “o pai do gerenciamento científico” (sIsK, 1998). O sócio de Taylor, Henry Gantt (1861-1919), estudou detalhadamente a ordem de operações no trabalho. Seus estudos de gerenciamento focaram na construção de um navio durante a II Guerra Mundial. Gantt construiu diagramas com barras de tarefas e marcos, que esboçam a sequência e a duração de todas as tarefas em um processo (sIsK, 1998). Os diagramas de Gantt provaram ser uma ferramenta analítica tão poderosa para gerentes que se mantiveram virtualmente inalterados por quase cem anos. Não foi realizada alteração até antes dos anos 1990, no qual linhas de ligação foram adicionadas às barras de tarefa que descrevem dependências mais precisas entre as tarefas. Taylor e Gantt, e outros estudiosos ajudaram a desenvolver o processo de gerência como uma função distinta de negócio que requer estudo e disciplina (sIsK, 1998). Nas décadas seguintes à II Guerra Mundial, as estratégias de marketing, a psicologia industrial, e as relações humanas começaram a ser partes integrantes do gerenciamento do negócio, da administração das empresas. Desta forma, a complexidade dos projetos demandou novas estruturas organizacionais. Complexos Diagramas de Rede, chamados de Gráficos de PERT (Program Evaluation and Review Technique) e o método de Caminho Crítico (Critical Path Method - CPM) foram introduzidos, oferecendo aos gerentes maior controle sobre os projetos. Rapidamente, essas técnicas foram difundidas entre gerentes que procuravam novas estratégias e ferramentas de gerenciamento, que permitissem o desenvolvimento de projetos em um mundo competitivo e de mudanças rápidas (sIsK, 1998). Em pouco tempo, essas técnicas espalharam-se para todos os tipos de indústria. Logo, líderes de projeto procuraram novas estratégias e ferramentas para gerenciar seu crescimento e o dinamismo das mudanças em um mundo competitivo. As teorias gerais do sistema da ciência então começaram a serem aplicadas às interações do negócio (sIsK, 1998). Os negócios começaram a serem vistos como um organismo humano, com esqueleto, sistema muscular, circulatório, nervoso e por aí em diante. Esta visão de organismo humano implica que para um negócio sobreviver e prosperar todas as suas partes funcionais precisam trabalhar juntas visando metas específicas, ou projetos (sIsK,1998). No início dos anos 1960, o gerenciamento de projetos foi formalizado como ciência (PRADO, 2000). Os negócios e outras organizações começaram a enxergar o benefício do trabalho organizado em torno dos projetos e a entender a necessidade crítica para comunicar e integrar o trabalho por meio de múltiplos departamentos e profissões (sIsK, 1998). Em 1969, no auge dos projetos espaciais da NASA, um grupo de cinco profissionais de gestão de projetos, da Philadelphia, Pensilvania, nos EUA, se reuniu para discutir as melhores práticas e Jim snyder fundou o Project Management Institute - PMI (EUA). O PMI é a maior instituição ANTECEDENTES HISTÓRICOS, DEFINIÇÃO DE PROJETO E MATURIDADE EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS │ UNIDADE I 11 internacional dedicada à disseminação do conhecimento e ao aprimoramento das atividades de gestão profissional de projetos atualmente (PMI, 2004; sIsK, 1998). Nas décadas seguintes, o gerenciamento de projetos, começou a tomar sua forma moderna. Enquanto vários modelos de negócio desenvolveram-se neste período, todos eles compartilharam uma estrutura de suporte comum: projetos são liderados por um gerente de projetos, que põe pessoas juntas em um time e assegura a integração e comunicação de fluxos de trabalho mediante de diferentes departamentos (sIsK, 1998). Hoje, o gerenciamento de projetos vem se fortalecendo cada vez mais. As organizações sabem que precisam gerenciar projetos para obterem sucesso. O PMI estima que aproximadamente 25% do PIB mundial são gastos em projetos e que cerca de 16,5 milhões de profissionais estão envolvidos diretamente com gerência de projetos no mundo. Este volume de projetos e as mudanças no cenário mundial, cada vez mais competitivo, geram a necessidade de resultados mais rápidos, com qualidade maior e custo menor. (DINSMORE; CAVALIERI, 2003). O Project Management Institute (PMI) sistematizou os conhecimentos no Guia dos Conhecimentos sobre a Gestão de Projetos (Guide to the Project Management Body Knowledge – PMBOK). É um guia em que se descreve a somatória de conhecimento e as melhores práticas dentro da área de gerência de projetos. Todo o conhecimento reunido neste guia é comprovado e não se restringe somente a práticas tradicionais, mas também às inovadoras e avançadas. Ele é um material genérico que serve para todas as áreas de conhecimento, ou seja, tanto para construção de edifício ou processo de fabricação industrial como para a produção de software. Um outro objetivo do PMBOK é a padronização de termos utilizados em gerência de projetos. CAPÍTULO 2 12 Como nascem os projetos Diversas são as razões que levam pessoas e organizações a iniciar um projeto. Descrevem-se abaixo algumas das situações mais comuns: » Por necessidades › Pressões do mercado › Problemas recorrentes › Redução de custos › Manutenção e revitalização dos negócios › Novos produtos › Novos canais de comercialização › Campanhas de vendas » Por Oportunidades › Novas possibilidades de negócios › Necessidades de realizar investimentos » Por Riscos › Evitar ameaças ao negócio › Evitar ameaças ao bem-estar da organização › Evitar ameaças à imagem da organização De acordo com o Project Management Body of Knowledge – PMBOK: “Um projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo.” O projeto é temporário, ou seja, possui início e final definido. Ser temporário não significa que tenha curta duração, pois pode durar até anos, e sim que sua duração é finita. O final do projeto ocorre quando os objetivos definidos forem atingidos, quando se tornar evidente que os objetivos não serão ou não poderão ser atingidos ou quando a necessidade do projeto deixar de existir e o mesmo for encerrado. Ressalta-se que temporário é o projeto, pois o produto, serviço ou resultado criado pelo projetonormalmente é duradouro, assim como seus impactos econômicos, social e ambiental podem ter duração bem maior que a do projeto. ANTECEDENTES HISTÓRICOS, DEFINIÇÃO DE PROJETO E MATURIDADE EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS │ UNIDADE I 13 Uma característica importante da entrega do projeto é a singularidade. Um projeto gera entregas exclusivas, que são resultados, serviços ou produtos. Outra característica do projeto é a elaboração progressiva, que integra os conceitos de temporário e exclusivo. Significa que será desenvolvido em etapas e terá sua continuidade por incrementos. Cabe ressaltar que a elaboração progressiva não deve ser confundida tratada, equivocadamente, como aumento de escopo. Frequentemente o projeto é utilizado para atingir o plano estratégico de uma organização, pois é uma forma de organizar atividades impossibilitadas de serem resolvidas dentro dos limites operacionais normais da empresa. Na maioria das vezes são iniciados a partir de uma das situações listada a seguir. » Necessidade organizacional » Demanda de mercado » solicitação de um cliente » Avanço tecnológico » Requisito legal CAPÍTULO 3 14 O que é um projeto Projeto é um termo frequentemente usado, em muitas organizações e instituições, por muitas pessoas e nos mais variados contextos, inclusive significando intenção. Como ocorre com outros termos que são amplamente usados, raramente definidos, os significados podem variar bastante e essas diferenças podem, eventualmente, prejudicar a compreensão e a comunicação. No entanto, existem algumas particularidades comuns aos projetos que permitem chegar à seguinte definição: Projeto é um conjunto de atividades ou medidas planejadas para serem executadas com: a. responsabilidade de execução definida; b. objetivos determinados; c. escopo definido; d. prazo delimitado; e. recursos específicos. Além disso, um projeto é caracterizado por criar algo novo, algo que não havia sido feito antes da mesma maneira. A definição das responsabilidades é importante tanto para poder alocar as pessoas com as suas diversas funções dentro do projeto, quanto para conhecer as relações que o projeto tem com a organização e o comprometimento das instâncias superiores e de outros envolvidos no projeto. A definição de objetivos deve ser a mais óbvia para qualquer projeto. Na prática, porém, pode-se observar que muitas vezes os objetivos, que devem orientar as ações do projeto, não são claros porque carecem de foco, não são realistas ou não consideram os recursos disponíveis para concretizá--los. O escopo do projeto refere-se ao somatório dos produtos e das metas contidos na proposta do projeto, bem como às principais atividades necessárias para garantir a entrega desses produtos e o alcance dessas metas. O escopo deve ser claro para não ultrapassar as limitações que qualquer projeto tem, seja em termos de competência institucional, seja pela complexidade do trabalho ou do objeto ou ainda pelas mudanças que pretende implementar. A correta descrição do escopo é fundamental para o sucesso do projeto, pois favorece a realização de melhores estimativas de prazos, recursos, custos e riscos, e, com isso, previne a ocorrência de mudanças constantes ou que poderiam ser evitadas por meio de planejamento. O prazo delimitado é uma característica básica e essencial do projeto. O fato de ele ter início e fim definidos facilita enormemente o seu planejamento, que deve ser realista. Um projeto depende de recursos, como qualquer atividade. Para realizar um planejamento realista, a dimensão dos recursos precisa ser conhecida para não correr o risco de se fazer um planejamento ANTECEDENTES HISTÓRICOS, DEFINIÇÃO DE PROJETO E MATURIDADE EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS │ UNIDADE I 15 fictício. Os recursos não se restringem apenas aos financeiros. Na maioria das vezes, o fator decisivo são os recursos humanos adequados. De acordo com a definição clássica de projeto já mencionada, adotaremos neste curso o seguinte conceito: trabalho ou empreendimento planejado, com começo e término previamente definidos, visando à solução de problemas específicos, ao aproveitamento de oportunidade ou à oferta de produtos ou serviços singulares. O quadro a seguir serve para esclarecer a diferença entre projeto e operações, dentro de uma Organização: Trabalho nas Organizações Tipo Operações Projetos Similaridade Realizados por pessoas. Limitados aos recursos disponíveis. Planejados, executados e controlados. Diferenças Contínuas e repetitivas Temporários e únicos Em todo tipo de organização governamental, institucional e industrial – existe um reconhecimento crescente de que, embora muitos projetos existam dentro da organização, eles são frequentemente pouco compreendidos e não adequadamente gerenciados (ARCHIBALD, 2003) Vocês acreditam que, em suas respectivas Organizações, a citação de Archibald é pertinente? Caso afirmativo, comente seu pensamento na plataforma do Curso. CAPÍTULO 4 16 Maturidade em gerenciamento de projetos Maturidade e excelência em gerenciamento de projetos não podem ser atingidas rapidamente sem um planejamento estratégico para o gerenciamento dos projetos Dr. Harold Kerzner Segundo Prado (2008) A Maturidade em Gerenciamento de Projetos é um tema considerado recente no Brasil, ou seja, um terreno de vanguarda e complexo. Para Silveira (2008) a evolução da Maturidade em Gestão de Projetos consiste no desenvolvimento de sistemas, processos, estruturas e competências que aumentem a probabilidade de que cada um dos projetos seja bem sucedido. Assim, torna-se relevante a necessidade de conhecer, investigar e compreender tal maturidade, principalmente quando vemos os níveis existentes no nosso País e as demandas das empresas que geram, por intermédio dos seus projetos, produtos e resultados imprescindíveis aos seus negócios. Fica evidente, então, a necessidade de melhorar o desempenho organizacional e buscar o diferencial competitivo por meio da aplicação da metodologia de gerenciamento de projetos. A grande contribuição dos modelos de maturidade está na formação de um alicerce por onde o Gerenciamento de Projetos, em função de seu domínio e escopo de atuação, busca alinhar-se à estratégia organizacional da organização. Independentemente do seu domínio de atuação, os modelos de maturidade em Gerenciamento de Projetos procuram identificar o nível de maturidade atual da organização e estruturar um caminho pelo qual ela possa se desenvolver adquirindo novas capacidades, aumentando assim a chance de sucesso dos projetos que possui. segundo santos e Martins (2008) esses modelos podem ser utilizados como guia para a evolução em direção a excelência na implantação desses tipos de esforços organizacionais. A partir de 2005, um consultor do Instituto de Desenvolvimento Gerencial (INDG), Darci Prado, em parceria com Russell Archibald, realizou pesquisas independentes para avaliar a Maturidade em Gerenciamento de Projetos no Brasil. Essa primeira pesquisa contou com 261 participantes das mais diversas organizações, cujos principais resultados estão descritos a seguir. A pesquisa em 2005 mostrou que a maturidade média das organizações brasileiras participantes é de 2,44, com a seguinte distribuição: 17 TIPO DE ORGANIZAÇÃO 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 PRIVADAS 2,51 GOV. ADM. 2,28 INDIRETA GOV. ADM. 1,97 Média DIRETA TIPO DE ORGANIZAÇÃO 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 PRIVADAS 2,51 GOV. ADM. INDIRETA 2,28 GOV. ADM. DIRETA 1,97 Média Figura 1: Distribuição Percentual da Maturidade Fonte: Relatório sobre Pesquisa de Maturidade, Ano 2005 Nível 1: 17% Ainda não iniciaram a evolução (ad hoc). Nível2: 45% Investiram em conhecimentos. Nível 3: 28% Implantaram padrões, métodos, estruturas e sistemas. Nível 4: 8% Dominam o processo. Nível 5: 2% Atingiram o nível otimizado. Dentre as inúmeras estratificações obtidas no Relatório Final, pode-se observar, por exemplo, pela Figura 2, que existe uma sensível diferença de maturidade entre os três grandes tipos de organizações brasileiras. Figura 2: Maturidade por Tipo de Organização Fonte: Relatório sobre Pesquisa de Maturidade, Ano 2005 MATURIDADE: DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL 50% 40% 30% 20% 10% 0% UNIDADE I │ ANTECEDENTES HISTÓRICOS, DEFINIÇÃO DE PROJETO E MATURIDADE EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS 18 Os resultados permitem concluir que, para 62% (níveis 1 e 2) das organizações participantes desta pesquisa, o gerenciamento de projetos ainda não possibilita trazer resultados aos seus negócios tal como seria desejado (níveis 4 e 5). Apenas 10% das organizações estão em níveis que permitem domínio e otimização do trabalho (níveis 4 e 5). Ou seja, ainda se tem muito a fazer em Gerenciamento de Projetos para que as organizações brasileiras estejam em um patamar realmente competitivo em gerenciamento de projetos. A leitura do relatório permite visualizar a situação embrionária do Gerenciamento de Projetos no setor Público. Enumeram-se agora alguns aspectos que caracterizam o cenário de Projetos no Governo Brasileiro: » Descontinuidade administrativa » Descontinuidade dos projetos » Mudança de prioridades » Falta do hábito de planejamento e de seu desdobramento em projetos. » Falta de mecanismos de gestão de projetos, tais como: › metodologia; › instrumentos de gestão; › uso de indicadores de desempenho e de resultados. Após uma rápida reflexão e análise torna-se fácil identificar como o conhecimento e a conscientização dos servidores públicos, no que tange a gestão de projetos, torna-se relevante para um melhor uso do recurso público. A continuidade dessas pesquisas demonstra um quadro preocupante a partir de 2009, conforme pode ser observado na Figura 03, a seguir: Figura 3: Brasil: Evolução do Nível de Maturidade Fonte: Relatório sobre Pesquisa de Maturidade, Ano 2010 ANTECEDENTES HISTÓRICOS, DEFINIÇÃO DE PROJETO E MATURIDADE EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS │ UNIDADE I 19 A grande maioria das organizações ao tentar implementar o planejamento estratégico esbarram em problemas para definir os outros atores envolvidos e os possíveis movimentos destes atores, ou simplesmente ignoram a capacidade destes atores de alterarem o cenário. A decorrência desses problemas se expande para o gerenciamento de projetos. As organizações em sua maioria realizam planejamentos estratégicos visando apenas atingir resultados, por diversas vezes inatingíveis, sem considerar movimentos e ameaças exteriores, e esses planos são por vezes elaborados por administradores de nível gerencial, e sem colaboração dos profissionais envolvidos na implementação, que não conhecem os fundamentos para elaborar um plano estratégico que contemplem não apenas os objetivos a atingir, mas também as ameaças e percalços que podem ocorrer. Na gestão de projetos não é diferente. No contexto atual da globalização econômica, as organizações estão cada vez mais interligadas com o ambiente externo. Assim, a Teoria do Caos tende a ser incorporada pelas organizações no que se relaciona à competitividade, à sobrevivência, à incerteza e à turbulência, dando origem a uma nova abordagem da Administração: a Gestão do Caos. A Teoria vem tentar quebrar paradigmas da visão burocrática das organizações, pois esses temem às mudanças corporativas, e estão despreparados para as novas tendências da economia mundial no mundo globalizado. É exatamente essa visão, no que tange ao gerenciamento de projetos que a curva de maturidade vem demonstrar. Vejamos agora como esses fatores externos afetam os índices de maturidade em gerenciamento de projetos. Figura 4: resultado da pesquisa sobre maturidade por tipos de organizações – ano 2010 Fonte: Relatório sobre Pesquisa de Maturidade, Ano 2010 » O Brasil está se recuperando da crise de 2008/2009: esta foi a principal conclusão da pesquisa 2010, conforme disposto na Figura 3. Em 2010, a maturidade média das organizações brasileiras participantes foi de 2,61, medida pelo modelo Prado-MMGP em uma escala de 1 a 5. O valor é praticamente igual ao de 2008. UNIDADE I │ ANTECEDENTES HISTÓRICOS, DEFINIÇÃO DE PROJETO E MATURIDADE EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS 20 Figura 5: Maturidade por Tipo de Organização Fonte: Relatório sobre Pesquisa de Maturidade , Ano 2010 Conforme pode ser observado na figura 5, o ambiente de gerenciamento de projetos é sujeito a oscilações, em consonância com a própria definição de projeto pelo PMI: “um esforço temporário para entregar um produto, serviço ou resultado único”. Esse conceito firmado e a forte ligação entre projetos e negócios são, provavelmente, as principais causas dessas oscilações. Outros fatores que levam a essas oscilações e a perenização de alguns projetos, segundo o relatório de maturidade 2010, são as crises econômicas mundiais, as mudanças de estratégias ou encerramento de um ciclo estratégico nas organizações. Acrescenta também que esses fatores podem se constituir em ameaças e oportunidades, dependendo da organização e da sua capacidade de adaptação e reação as circunstâncias. A partir desse quadro comparativo e das oscilações observadas o coordenador da pesquisa 2010 emitiu interpretações e comentários, de autoria própria, mas que merecem reflexão para melhor entender a situação da gestão de projetos no setor público, bem como as prováveis razões de sua baixa maturidade, no Brasil. Esses comentários e interpretações visam estimular um debate sobre os mesmos no ambiente de estudo, especialmente sobre os seguintes tópicos: » Ameaças que vêm de fora » Mudanças nas Estratégias » Encerramento de um ciclo estratégico » Oportunidades » Ameaças que afetam as Organizações ANTECEDENTES HISTÓRICOS, DEFINIÇÃO DE PROJETO E MATURIDADE EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS │ UNIDADE I 21 Dessa forma, descreva seu pensamento sobre cada um desses fatores e seus impactos no Gerenciamento de Projetos no Setor Público. Leia mais sobre este assunto acessando a Análise dos Resultados 2010, disponível em: <http://www.maturityresearch.com/novosite/index_br.html>. http://www.maturityresearch.com/novosite/index_br.html http://www.maturityresearch.com/novosite/index_br.html 22 GERENCIAMENTO DE PROJETOS: DEFINIçÕES, APLICAçãO NO SETOR PÚBLICO E CAPITAL HUMANO A segunda Unidade tem por propósito descrever o processo do Gerenciamento de Projetos e sua definição, bem como tecer considerações sobre a sua aplicação no setor público e alguns aspectos humanos pertinentes ao gerente e a equipe de projetos. CAPÍTULO 1 Gerenciamento (gestão) de projetos O gerenciamento de projetos é a aplicação de conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto a fim de atender aos seus requisitos. O gerenciamento de projetos é realizado por meio da aplicação e da integração dos seguintes processos de gerenciamento de projetos: iniciação, planejamento, execução, monitoramento e controle, e encerramento. O gerente de projetos é a pessoa responsável pela realização dos objetivos do projeto. Gerenciar um projeto inclui: » Identificação das necessidades » Estabelecimento de objetivos claros e alcançáveis » Balanceamento das demandas conflitantes de qualidade, escopo, tempo e custo » Adaptação das especificações, dos planos e da abordagem às diferentes preocupações e expectativas das diversas partes interessadas. Os gerentes de projetos frequentemente falam de uma restrição tripla — escopo,tempo e custo do projeto — no gerenciamento de necessidades conflitantes do projeto. A qualidade do projeto é afetada pelo balanceamento desses três fatores. Projetos de alta qualidade entregam o produto, serviço ou resultado solicitado dentro do escopo, no prazo e dentro do orçamento. A relação entre esses fatores ocorre de tal forma que se algum dos três fatores mudar, pelo menos um do outros dois fatores provavelmente será afetado. Os gerentes de projetos também gerenciam projetos em resposta a incertezas. Um risco do projeto é um evento ou condição incerta que, se ocorrer, terá um efeito positivo ou negativo em pelo menos um objetivo do projeto. A equipe de gerenciamento de projetos possui uma responsabilidade profissional com suas partes interessadas, inclusive clientes, a organização executora e o público. UNIDADE II 23 GERENCIAMENTO DE PROJETOS: DEFINIÇÕES, APLICAÇÃO NO SETOR PÚBLICO E CAPITAL HUMANO │ UNIDADE II É importante observar que muitos processos dentro do gerenciamento de projetos são iterativos devido à existência, e necessidade, de uma elaboração progressiva em um projeto durante todo o ciclo de vida do projeto. O termo gerenciamento de projetos, às vezes, é usado para descrever uma abordagem organizacional ou gerencial do gerenciamento de projetos e de algumas operações já em andamento, que podem ser redefinidas como projetos, o que também é chamado gerenciamento por projetos. Gestão de projetos, de acordo com Kerzner (2002), um dos grandes autores da disciplina, representa o planejamento, a programação e o controle de uma série de tarefas integradas de forma a atingir seu objetivo com êxito, para benefício dos participantes do projeto. De acordo com Vargas (2000, p.1), “o gerenciamento de projetos se refere à aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto a fim de satisfazer seus requisitos, e é realizado com o uso de processos tais como iniciar, planejar, executar, controlar e encerrar”. O Project Management Institute define o gerenciamento de projetos como o processo por meio do qual se aplicam conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto a fim de atender aos seus requisitos. O gerenciamento de projetos é considerado uma área distinta da prática gerencial, pois é relativamente novo e até pouco tempo não era conhecido por grande parte do nível gerencial das Organizações. Ressalta-se que a gestão de projetos está, também, baseada em vários princípios da administração geral, e envolve negociação, solução de problemas, comunicação, liderança, política e estudos de estrutura organizacional. O profissional responsável pela realização do escopo do projeto é o gerente de projetos. O gerenciamento de projetos é realizado por meio do emprego e da integração dos seguintes processos: iniciação, planejamento, execução, monitoramento e controle, e encerramento. Esses processos são executados de forma inter-relacionada, de acordo com a figura seguir: Figura 6 – Grupos de Processos de Gerenciamento de Projetos Fonte: PMBOK 2004 24 UNIDADE II │ GERENCIAMENTO DE PROJETOS: DEFINIÇÕES, APLICAÇÃO NO SETOR PÚBLICO E CAPITAL HUMANO Os processos de iniciação consomem a maior parte dos recursos na fase inicial do projeto. Posteriormente são os processos de planejamento, a seguir os de execução e para finalizar, os de encerramento, que consomem mais recursos. Os processos de monitoramento e controle têm, durante todo o período do projeto, uma atuação uniforme. Os processos de gerenciamento de projetos se desdobram em diversas áreas de conhecimento que são interligadas e interdependentes. Cada área é controlada visando o alcance dos objetivos, assim, tem planos separados e por isso é necessário uma gestão específica para coordenar o trabalho: a gestão da integração. Um projeto pode ser entendido como um mecanismo de rompimento de obstáculos de uma organização. Gerenciar um projeto significa organizar, definir, estruturar, mensurar e controlar um projeto, de forma a possibilitar conduzir o andamento deste, em direção ao sucesso. Por intermédio do gerenciamento de projetos é possível reduzir a probabilidade de fracasso de um projeto, desde que as técnicas de gerenciamento sejam corretamente aplicadas. As técnicas de gerência de projetos fornecem ao gerente de projetos uma visão e também, o entendimento do que se passa dentro do ambiente do projeto, dessa forma, possibilitando detectar falhas que possam vir a comprometer o projeto caso ocorram. Ao gerenciar um projeto, o gerente de projetos deverá colocar em prática a metodologia descrita nas técnicas de gerenciamento de projetos, em especial as recomendações do PMI descritas no PMBoK. Assim, a qualidade e o sucesso de um projeto dependerão de cinco fatores essenciais: » Acordo entre a equipe do projeto, o cliente e a gerência com relação aos objetivos do projeto. » Um plano que mostre um caminho geral e responsabilidades claras e que será usado para medir o progresso durante o projeto. » Comunicação constante e efetiva entre todos os envolvidos no projeto. » Escopo controlado. » Apoio ao gerenciamento. GERENCIAMENTO DE PROJETOS: DEFINIÇÕES, APLICAÇÃO NO SETOR PÚBLICO E CAPITAL HUMANO │ UNIDADE II 25 Figura 7: Áreas de especialização necessárias à equipe de gerenciamento de projetos Fonte: PMBOK 2004 CAPÍTULO 2 26 Pmbok e o gerenciamento de projetos no setor público Hoje, o gerenciamento de projetos é utilizado por organizações dos mais diversos ramos de atividade, inclusive na área pública, e tem sido de fundamental importância para transformar o planejamento em resultados, otimizar a alocação de recursos, diminuir as surpresas, trazendo maior eficiência à gestão de projetos. A utilização de boas práticas em gerenciamento de projetos no setor público é bem recente. Todavia, a exigência crescente dos cidadãos por serviços públicos de qualidade reforçam a importância desta prática em todas as esferas do poder público. Foi publicada, em 2006, a Extensão para Governo do Guia PMBOK – Terceira Edição que define os princípios norteadores para projetos de governo e fornece uma estrutura para garantir a eficácia, eficiência e responsabilidade. Esse novo padrão oferece uma visão geral dos principais processos utilizados na maioria dos setores públicos, define termos-chave, descreve de que forma os projetos governamentais operam, assim como a forma como governo vê ciclos do programa. As extensões de área de aplicação do Guia PMBOK são necessárias quando, para uma determinada área, existem conhecimentos e práticas comuns que não se aplicam a todas as categorias de projetos. É importante ressaltar que a extensão aplica-se somente a projetos governamentais conduzidos por governos eleitos, e custeados por taxas e impostos de natureza compulsória. Essa extensão ao Guia PMBOK apresenta uma visão geral dos fundamentos da gestão de projetos aplicáveis à maioria das organizações de governo e que são normalmente reconhecidos como boas práticas. Não deve ser entendido como substituto do Guia PMBOK, mas uma extensão que indica como transportar e adaptar os conceitos desse guia para o cenário dos projetos de governo. É importante esclarecer que não deve ser lido isoladamente, bem como não introduz conceitos novos ou de uso geral em seu texto. Entende-se que sua maior utilidade é permitir o mapeamento entre o Guia PMBOK e as práticas aplicáveis aos projetos de governo, sendo que muitos dos mapeamentos são efetuados simplesmente referenciando algum item específico do citado guia e sua alteração aplicável. Os projetos de governo apresentam, em complemento aos stakeholders listados no Guia PMBOK, diversas outras partes interessadas, conforme relacionado abaixo: » O público, incluindo eleitores e contribuintes.» Os reguladores, que são indivíduos ou organizações que aprovam certos aspectos do projeto, bem como fazem cumprir as regras, leis e regulamentos, nas três esferas de governo, nacional, regional ou local. Como exemplo, as agências reguladoras e órgãos federais (ANA e ANTAQ), estaduais (INEA), e municipais (SMAM). » O stakeholder de oposição, ou seja, uma parte interessada que se sente prejudicada se o projeto for bem sucedido. GERENCIAMENTO DE PROJETOS: DEFINIÇÕES, APLICAÇÃO NO SETOR PÚBLICO E CAPITAL HUMANO │ UNIDADE II 27 » A imprensa, com o dever de tratar o projeto de forma objetiva, noticiando tanto os sucessos quanto os fracassos. » Os fornecedores, muitas vezes de grande importância nos processos de aquisições. » As gerações futuras, para as quais os governos têm responsabilidade em longo prazo, com respeito a dívidas contraídas, infraestrutura e meio-ambiente. » O setor privado, com recursos de contrapartida em parcerias público-privadas. As principais diferenças observadas nos processos de gerenciamento de projetos de governo, em relação ao setor privado, são as seguintes: » Critérios de seleção: grande parte dos projetos de governo são iniciados principalmente para atender a necessidades das áreas de saúde, segurança, bem- estar, socioeconômicas e ambientais, caracterizados, em sua grande maioria, como não lucrativos e de viés predominantemente social. » São pautados pelo ciclo anual do orçamento, o que constitui uma restrição significativa no gerenciamento de projetos de governo. Os orçamentos são tipicamente alocados para um ano fiscal, obrigando a divisão de projetos e programas em módulos de um ano. Atrasos em projetos podem fazer com que recursos sejam perdidos, caso o trabalho seja prolongado de um ano para o seguinte. » Sofrem grande influência do ciclo eleitoral, não só pela possibilidade de reversão de políticas em caso de mudança da administração, como por restrições legais estabelecidas pelo princípio da neutralidade, em período eleitoral. » São objeto de regulamentação intensa e pesada nas aquisições do governo, pela necessidade de assegurar igualdade de oportunidade para os licitantes de obras e serviços públicos, bem como probidade por parte do órgão adquirente. O gerente de projetos de governo deve estar, portanto, plenamente a par de tais peculiaridades, de forma a garantir o êxito do seu projeto. CAPÍTULO 3 28 Gerenciamento de projetos e o capital humano segundo Conceição (2007) qualquer organização realiza projetos diariamente, seja um lançamento de um carro, a implementação de um novo software, a pesquisa de um novo produto, um empreendimento imobiliário, uma campanha de vendas etc. Para se obter êxito com essas ações é preciso que elas sejam planejadas, que os recursos necessários sejam identificados e que prazos sejam estabelecidos e atendidos. Para tal, existe a necessidade de um gerenciamento de projetos que viabilize essas realizações. No entanto, o principal fator responsável por esses resultados são os recursos humanos que integram o projeto. Os projetos são feitos por pessoas, cujas experiências precisam ser combinadas com um conjunto de técnicas e ferramentas para o pleno conhecimento do universo que permeia um projeto e que proporcionará o sucesso do mesmo, tanto no seu planejamento, quanto na sua realização. Projetos são liderados por pessoa responsáveis em guiar, orientar, ensinar, delegar, motivar e extrair o melhor das outras pessoas que eles lideram. À exceção de projetos muito pequenos, é necessário o uso de sistemas para conduzir os projetos ao término, dentro do orçamento, no prazo e dentro dos parâmetros e qualidade. Quer sejam manuais, mecânicos ou informatizados, os sistemas fornecem tanto bases de procedimentos como bases organizacionais para gerenciar as atividades diárias. Os sistemas apoiam o pessoal do projeto no planejamento, na integração e no monitoramento das bases do projeto, tais como dinheiro (utilizando sistemas de controle de custos ou prognosticando de fluxo de caixa), prazo (utilizando técnicas de planejamento e programação Gantt1 ou PERT2) e qualidade (usando procedimentos de acompanhamento, controle e garantia). Os sistemas serão eficazes desde que haja envolvimento adequado das pessoas que fazem o trabalho (DINSMORE, 2005, p. 146). Esse autor acrescenta que conseguir as coisas feitas por meio de pessoas é a meta principal de gerenciamento de projetos. Para um projeto ser bem-sucedido as pessoas devem trabalhar juntas. Formação de equipe, gerenciamento de conflito e técnicas de comunicação são habilidades relacionadas a pessoas, sendo necessárias para fazer funcionar as atividades do projeto. Tudo em projeto começa com pessoas. E um projeto progride como resultado da interação humana. Todo projeto representa uma mudança. Os projetos sempre trazem situações novas e, como tal, interferem na vida das pessoas. Por isso, são necessários cuidados especiais com os aspectos humanos tanto na elaboração quanto na implantação de projetos. Independentemente da origem do projeto, seu sucesso está basicamente condicionado a sua capacidade de gerar vantagens para todos os interessados, essa capacidade emerge mais facilmente quando o projeto surge de sugestões das pessoas diretamente envolvidas. São inúmeros os exemplos de projetos bem-sucedidos formulados com base nos que executam o trabalho (CLEMENTE, 1998). 1 O diagrama de Gantt é um gráfico usado para ilustrar o avanço das diferentes etapas de um projeto 2 (project evaluation and review technique) ou técnica de avaliação e revisão do projeto. GERENCIAMENTO DE PROJETOS: DEFINIÇÕES, APLICAÇÃO NO SETOR PÚBLICO E CAPITAL HUMANO │ UNIDADE II 29 Vargas (2003) ressalta que os projetos podem ser aplicados em praticamente todas as áreas do conhecimento humano, incluindo os trabalhos administrativos, estratégicos e operacionais, bem como a vida pessoal de cada um. Por isso, durante a execução do projeto o gerente estará atuando com pessoas, e o grande desafio será manter todos integrados e focados no objetivo do projeto e consequentemente no seu sucesso. segundo Vargas (2003) as principais características dos projetos são a temporariedade, a individualidade do produto ou serviço a ser desenvolvido pelo projeto, a complexidade e a incerteza. Todo projeto pode ser subdividido em determinadas fases de desenvolvimento. O entendimento dessas fases permite ao time do projeto um melhor controle do total de recursos gastos para atingir as metas estabelecidas. Esse conjunto de fases é conhecido como ciclo de vida e possibilita que seja avaliada uma série de similaridades que podem ser encontradas em todos os projetos, independentemente do seu contexto, aplicabilidade ou área de atuação. A principal consideração a ser analisada no ciclo de vida do projeto é o nível de esforço. O nível de esforço destinado ao projeto inicia-se em praticamente zero e vai crescendo até atingir um máximo e, logo após esse ponto, reduz-se bruscamente do término do projeto. Entende-se por esforço a quantidade de pessoas envolvidas no projeto, o dispêndio de trabalho e dinheiro com o projeto, as preocupações, as complicações, as horas extras, etc (VARGAS, 2003). Apesar de dificilmente ser colocada em primeiro lugar, a atenção aos aspectos humanos é fundamental para o desenvolvimento de um bom trabalho em qualquer assunto que envolva pessoas. Assim, não é diferente no gerenciamento de projetos. Muitas vezes as dificuldades em projetos são causadas por omissão, problemas na comunicação, incompetência, erros no gerenciamento, planejamento deficiente, estimativas ruins e equipes mal montadas. Muitos destes problemas têm origem no comportamento humano e a sua solução deverá estar, portanto, nas próprias pessoas. CAPÍTULO 4 30 O gerente de projetos Para Clelande Ireland (2002), os gerentes de projeto devem tanto liderar como gerenciar um projeto. Para desempenhar tais papéis, deve-se ter as seguintes competências: » ter compreensão geral da tecnologia envolvida no projeto; » ter habilidades interpessoais que promovam um ambiente cultural para a equipe e para os stakeholders do projeto, de modo a refletir confiança, lealdade, comprometimento e respeito; » compreender os processos gerenciais e suas aplicações ao projeto; » ter visão do contexto “sistêmico” do projeto; » ser capaz de tomar e implementar decisões acerca do projeto; » ser capaz de produzir os resultados desejados no projeto. Kerzner (2002) cita um provérbio que diz: “quando um pesquisador fala com um pesquisador, o entendimento é de 100 por cento. Quando um pesquisador conversa com a produção, o entendimento é de 50 por cento. Quando o pesquisador fala com o pessoal de vendas, o entendimento é zero. O gerente de projetos, no entanto, se entende com todos eles”. De forma geral, o gerente de projeto é colocado na literatura como o grande responsável pelos resultados do projeto e, em última análise, pelo seu sucesso. É ele (ou ela) o(a) responsável pela integração das pessoas e de todos os processos que acontecem dentro do projeto. sua competência em atuar tanto como líder quanto como gerente de projeto depende do seu conhecimento, suas habilidades e suas atitudes pessoais. No entanto, algumas experiências e observações práticas indicam que atribuir a uma pessoa, no caso o gerente de projetos, a maior responsabilidade quanto aos resultados e sucesso dos projetos, pode não ser a estratégia mais adequada em muitas organizações e situações específicas. A incerteza e a capacidade cada vez menor de fazer previsões, devido às mudanças inesperadas que emergem nas situações de projeto, fazem com que o papel do gerente de projetos seja revisto e novos conceitos e estruturas sejam necessários para conviver e lidar com tais mudanças. O gerente de projetos é reconhecido como um administrador de um grande número de diferentes interfaces, com um relacionamento bastante dinâmico entre si. Para lidar com estas interfaces e com a elevada responsabilidade inerentes ao cargo, espera-se que este profissional possua um alto grau de flexibilidade face à limitada autoridade formal de que pode fazer uso (SBRAGIa; MAXIMIANO; KRUGLIANSKAS, 1986). O gerente de projetos deve ter especialização técnica e ainda responsabilidade administrativa; balancear a orientação e responsabilidade técnicas com supervisão e responsabilidade organizacional; GERENCIAMENTO DE PROJETOS: DEFINIÇÕES, APLICAÇÃO NO SETOR PÚBLICO E CAPITAL HUMANO │ UNIDADE II 31 fazer considerações técnicas, e científicas, respeitando as limitações de tempo e de orçamento; conviver com interesses da organização, com os interesses pessoais de cada integrante do projeto e com os interesses do próprio projeto, objetivando que tais interesses se somem, no sentido de atingir aos objetivos do projeto (O’KEEFE, 1977). A preocupação com a definição de um perfil para o gerente de projetos dentro da organização é bastante antiga, tendo Gaddis (1959) observado as seguintes qualificações necessárias para exercer esta função: a. Sua formação e experiência devem ter sido obtidas em um ambiente em que se utiliza uma avançada tecnologia. b. Deve possuir conhecimento técnico em diversas especialidades, e que, se necessário, tenha capacidade de aumentar seu conhecimento em uma especialidade específica. c. Deve ter um bom conhecimento sobre os problemas administrativos, e que o conceito de lucratividade deve lhe ser familiar. d. Deve possuir um forte, ativo e contínuo interesse em ensinar, treinar e desenvolver supervisores. e. Deve enfatizar a função de integração, apresentando condições de analisar, entender cada uma das partes e uni-las, a fim de formar um todo coerente. A diversidade desse cargo é influenciada pela estrutura organizacional na qual o projeto está inserido e pelas disciplinas envolvidas no projeto. Para cada situação específica exigir-se-á do gerente estilos de trabalhos e habilidades diferenciadas, como pré-requisitos determinantes de seu sucesso. Independente da configuração do cargo, o gerente de projetos sempre faz parte de um contexto, no qual estão envolvidos os representantes da própria organização e também das diferentes organizações que contribuem para a realização do projeto (SBRAGIA; MAXIMIANO; KRUGLIANSKAS, 1986). A principal precaução que o gerente de projetos deve tomar é providenciar para que a adequada atenção seja dada a todos os elementos do sistema do projeto. Muitos elementos do projeto podem ter pouco relacionamento direto com o sistema que está sendo trabalhado, porém podem ser críticos para o seu sucesso do projeto. A maioria dos projetos envolve um número diferente de unidades organizacionais, sendo elas vinculadas a serviços ou suporte de capacitação, e um grande número de pessoas pode estar interessado em vários aspectos do projeto (STUCKENBRUCK, 1978). Os altos índices de fracassos verificados na administração de projetos foram retratados em pesquisa realizada pela STANDISH GROUP (1999), empresa norte-americana de pesquisa em mercados de tecnologia de informação, que envolveu cerca de 8.300 projetos de 365 empresas. Os resultados da pesquisa revelaram: » 31% dos projetos foram cancelados antes de serem concluídos, gerando prejuízo da ordem de 81 bilhões de dólares. » 53% tiveram algum tipo de problema, como custos elevados, acarretando prejuízos de aproximadamente 59 bilhões de dólares. 32 UNIDADE II │ GERENCIAMENTO DE PROJETOS: DEFINIÇÕES, APLICAÇÃO NO SETOR PÚBLICO E CAPITAL HUMANO » 16% dos projetos foram considerados bem sucedidos (prazo e custo cumpriram as metas estabelecidas no início dos mesmos). As responsabilidades do gerente de projetos representam suas obrigações em relação a resultados, atividades, recursos ou padrão de conduta (MAXIMIANO, 2002). Pode-se afirmar, portanto, que a sua responsabilidade é assegurar a realização do projeto dentro dos padrões de desempenho relacionados às metas, prazos e custos, exigindo a integração de todos os fatores concorrentes, como: administração da comunicação, recursos humanos, contratos, materiais e riscos. Em seu papel dentro da organização, existe uma série de princípios entendidos como regras fundamentais que os gerentes de projetos devem seguir: liderança e motivação, autoridade, conhecimentos técnicos, habilidade de comunicação, resolução de conflitos e trabalho em equipe. Figura 8: A relação entre as partes interessadas e o projeto Fonte: PMBOK 2004 O Papel Evolutivo do Gerente de Projetos (Extrato do artigo – Autores Carlos Eduardo Yamasaki Sato e Dario Eduardo Amaral Dergint – 2005 – Salvador) Projeto é “um empreendimento temporário realizado para criar um produto ou serviço único” (PMBOK, 2000). “Temporário”, significa que todo projeto tem um início e um fim definidos. “Único”, significa que o produto ou serviço é diferente, em alguma forma distinta, de todos os outros produtos ou serviços. A gestão de projetos, por sua vez, é a aplicação de conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto para atender aos requisitos do projeto (PMBOK, 2000). A gestão de projetos é descrita pelo PMBOK como constituída por nove áreas de conhecimento: integração, escopo, tempo, custo, qualidade, recursos humanos, comunicações, riscos e aquisições/ contratos. As áreas de tempo, custo, qualidade e escopo são as mais visíveis e controladas no projeto; são o que se pode chamar de “ponta do iceberg”. As áreas de comunicações e riscos são as que vêm 33 GERENCIAMENTO DE PROJETOS: DEFINIÇÕES, APLICAÇÃO NO SETOR PÚBLICO E CAPITAL HUMANO │ UNIDADE II recebendo maior atenção ultimamente,por estarem, cada vez mais, intimamente ligadas ao sucesso dos projetos. A abordagem formal de gestão de projetos é relativamente nova, embora projetos existam desde a história antiga, com os egípcios e suas pirâmides e outras construções, os romanos com seus aquedutos e estradas e os gregos com os seus monumentos. Mais recentemente, as áreas de projetos de defesa militar e de construção pesada foram e são, ainda, um terreno fértil para a aplicação das técnicas de gestão de projetos. Modernamente, percebeu-se que a gestão de projetos é útil, não somente nos projetos de grande porte, mas para gerenciar todo o conjunto de projetos de uma organização, seja de P&D, marketing, logística, tecnologia da informação, instalações em campo, etc. Assim, surge a moderna gestão de projetos e a gestão de projetos corporativos aplicados nas mais diversas áreas da organização. Pesquise sobre o papel do Gerente de Projetos no Setor Público e registre qual o estilo de liderança que deve ser adotado, pautado nas afirmações abaixo, extraídas do livro de Antônio César Amarú Maximiano. a. “A Liderança é a capacidade pessoal de aglutinar e influenciar pessoas para a realização de objetivos”. b. “A Liderança é um complexo interpessoal e social, resultante de inúmeras forças. Algumas dessas forças são as habilidades do gerente e o significado do projeto que ele dirige”. 34 GESTãO DE PROJETOS NO BRASIL, DESAFIOS E BENEFÍCIOS DA GESTãO E CICLO DE VIDA DOS PROJETOS A Terceira Unidade tem por propósito descrever o paradigma da mudança, bem como os desafios e benefícios dos projetos e o ciclo de vida dos mesmos. CAPÍTULO 1 A gestão de projetos no brasil e o paradigma da mudança No Brasil, o período entre 1950 e 1992, ficou conhecido como o período da substituição das importações pela produção interna. Várias leis protecionistas permitiram o crescimento do Brasil em algumas áreas, porém, em outras aconteceram retrocessos, devido à fraca competição, como nos setores da siderurgia, construção pesada, automobilismo, computação, telecomunicações etc. A partir da abertura de mercado em 1992, as empresas brasileiras tiveram que se movimentar rapidamente em direção a novos padrões de produtividade e qualidade. A competição e o ambiente mais dinâmico estão exigindo das empresas brasileiras uma maior atuação frente às mudanças mais frequentes e profundas. Assim, a partir de 1997, as empresas brasileiras passaram a demonstrar maior sensibilidade para a gestão de projetos para a sua sobrevivência e progresso (PRADO, 2003). Para ilustrar a questão da mudança, Handy (2003) cita David Grayson, do Britain´s Business in the Community, que fez um ótimo resumo do ritmo das mudanças. O equivalente a todas as transações comerciais ocorridas no mundo em 1949 acontece, hoje, num único dia; todas as operações de câmbio efetuadas em 1979 acontecem, hoje, num único dia; da mesma forma todas as ligações telefônicas feitas ao redor do mundo em 1984 acontecem, hoje, também, em um único dia. Às vezes, a sensação é exatamente essa: que um ano acontece em um dia. A mudança já vem sendo evidenciada há muito tempo. Heráclito, há cerca de 2.500 anos, já dizia que “nada existe de permanente a não ser a mudança” e também “É mudando que as coisas permanecem as mesmas”, o que parece bastante atual. Também na filosofia budista, já se falava em “impermanência”, outro nome para mudança, há também cerca de 2.500 anos atrás. O fato é que a mudança existe desde o início dos tempos, porém a grande diferença dos dias atuais é a percepção da mudança. A globalização e a revolução nas comunicações fizeram com que a percepção da mudança se torne muita mais aguçada e impactante no dia a dia. UNIDADE III GESTÃO DE PROJETOS NO BRASIL, DESAFIOS E BENEFÍCIOS DA GESTÃO E CICLO DE VIDA DOS PROJETOS │ UNIDADE III 35 A gestão de projetos fornece os conceitos, ferramentas e técnicas para lidar com tais mudanças por meio de projetos. E o agente destas mudanças é o chamado gerente de projetos. Considerando o disposto nos textos abaixo (ambos com cópia na biblioteca do curso), como você descreveria a gestão de projetos no Setor Público nesse contexto de mudança e que contribuições você vislumbra poder agregar para o alcance da Administração Pública Gerencial? Textos: » Novo paradigma para o Gerenciamento de Projetos – Extraído do PMI_RS » A reforma do Estado no Brasil: estratégias e resultados. <http://unpan1. un.org/intradoc/groups/public/documents/clad/clad0043328.pdf> http://unpan1/ CAPÍTULO 2 36 Desafios e benefícios da gestão de projetos Cada projeto gera um produto ou serviço singular. Possui características próprias, portanto, possuindo necessidades específicas para seu sucesso. Dentre os desafios a serem enfrentados pelo gerente de projetos, podemos destacar: a. Pessoal › Cada projeto necessitará de pessoas com capacitações específicas durante o andamento do projeto. › O que fazer com o pessoal após o término do projeto? › Decidir o momento de contratação de profissionais. A contratação em momento impróprio poderá gerar ônus insuportável ao orçamento de uma organização. b. Estimativa › O projeto pode conter mais suposições do que fatos. › O resultado desejado pode nunca ter sido obtido antes. › Podem surgir necessidades que não foram previstas no escopo do projeto. c. Orçamento › É muito difícil precisar o orçamento de um projeto. › Dificilmente o projeto iniciará e terminará dentro do ano orçamentário. d. Autoridades › O gerente de projetos poderá enfrentar problemas dentro do ambiente da organização. › surgem manobras políticas e impasses. › É importante que o gerente de projetos consiga o apoio dos gerentes funcionais. e. Comunicações › A falta de comunicação ou mesmo sistemas falhos, podem ocasionar atrasos, deficiências e até mesmo fracasso do projeto. › Um bom plano de comunicação significa um maior controle sobre as etapas do projeto. › A comunicação deve ser direcionada às pessoas competentes. GESTÃO DE PROJETOS NO BRASIL, DESAFIOS E BENEFÍCIOS DA GESTÃO E CICLO DE VIDA DOS PROJETOS │ UNIDADE III 37 Em contrapartida Cleland e Ireland (2002) apontam os seguintes benefícios da gestão de projetos, entre outros: » melhora da produtividade, fornecendo o caminho mais direto para a solução de problemas; » aumento dos lucros pela redução do desperdício de tempo e de energia em soluções erradas; » melhora no estado de ânimo dos funcionários, mediante maior satisfação no emprego; » melhores tomadas de decisões, na continuação e no término dos esforços de trabalho; » melhor posição de competitividade dentro da indústria com a apresentação de resultados mais rápidos para as situações; » apresentação mais rápida de produtos que satisfaçam às exigências dos clientes; » menor esforço (horas de trabalho) com melhores resultados; e » confiança na capacidade de completar o trabalho. Kerzner (2001) faz, também, um paralelismo entre a visão antiga e a moderna, no que tange aos benefícios da implantação da gestão de projetos nas organizações em geral, conforme descrito na tabela a seguir: Benefícios da Gestão de Projetos Visão do Passado Visão do Presente A gestão de projetos vai requerer mais pessoas e vai adicionar mais custos indiretos. A gestão de projetos permite realizar mais trabalho em menos tempo e com menos pessoas. A lucratividade vai diminuir. A lucratividade vai aumentar. A gestão de projetos aumentará a quantidade de mudanças de escopo. A gestão de projetos possibilitará maior controle das mudanças de escopo. A gestão de projetos cria instabilidade organizacional e aumenta conflitos. A gestão de projetos torna a organização mais eficiente e efetiva, por intermédio de melhores princípios de comportamentoorganizacionais. A gestão de projetos criará problemas. A gestão de projetos fornece um meio de resolver problemas. Somente grandes projetos precisam de gestão de projetos. Todos os projetos se beneficiarão de gestão de projetos. A gestão de projetos aumentará os problemas de qualidade. A gestão de projetos aumenta a qualidade. A gestão de projetos criará problemas de poder e autoridade. A gestão de projetos reduzirá conflitos de poder. A gestão de projetos foca em sub otimização apenas olhando para o projeto específico. A gestão de projetos permite que as pessoas tomem boas decisões . A gestão de projetos entrega produtos ao cliente. A gestão de projetos entrega soluções. O custo da gestão de projetos pode tornar-nos não competitivos. A gestão de projetos aumentará o nosso negócio. Fonte: Kerzner (2001) CAPÍTULO 3 38 Ciclo de vida do projeto A gestão de projetos refere-se à gestão individual de cada projeto. É a combinação de pessoas, técnicas e sistemas necessários à administração dos recursos indispensáveis para atingir com êxito o final do projeto. Significa fazer o necessário para completar o projeto dentro dos objetivos estabelecidos. A gestão de projeto é também a aplicação de conhecimentos, ferramentas e técnicas para planejar atividades com o objetivo de suprir necessidades e atingir ou exceder as expectativas definidas ou solicitadas para o projeto. Dessa forma, como os projetos possuem um caráter único, a eles está associado certo grau de incerteza. As organizações que desenvolvem projetos usualmente dividem-nos em várias fases, visando um melhor controle gerencial e uma ligação mais aceitável de cada projeto aos seus processos operacionais contínuos. O conjunto das fases de um projeto é conhecido como ciclo de vida do projeto. A gestão de projetos se desenvolve por intermédio do uso de processos em cada uma das fases, formando cinco grupo de processos: iniciação, planejamento, execução, monitoramento e controle e encerramento. Estes grupos de processos contêm um ou mais processos. GESTÃO DE PROJETOS NO BRASIL, DESAFIOS E BENEFÍCIOS DA GESTÃO E CICLO DE VIDA DOS PROJETOS │ UNIDADE III 39 Figura 9: Interações entre os grupos de processos Fonte: PMBOK 2004 Os processos do grupo de iniciação são os responsáveis por reconhecer, por meio de autorização, que um projeto ou fase deve começar e se comprometer para que seja feita a sua execução. Eles reconhecem formalmente a existência de um projeto ou de início de uma fase e comprometem-se com a sua execução. Os processos do grupo de planejamento são os responsáveis por definir e refinar os objetivos e selecionar as melhores alternativas de ação para alcançar os objetivos que o projeto se comprometeu UNIDADE III │ GESTÃO DE PROJETOS NO BRASIL, DESAFIOS E BENEFÍCIOS DA GESTÃO E CICLO DE VIDA DOS PROJETOS 40 a atender. Eles planejam e mantém um esquema de trabalho viável para o alcance dos objetivos que determinaram a existência do projeto. Os processos do grupo de execução são os responsáveis pela coordenação das pessoas e demais recursos, implementando o plano do projeto elaborado. Os processos do grupo de monitoramento e controle são os responsáveis por assegurar que os objetivos do projeto estão sendo atingidos, por meio da monitoração e avaliação regular do seu progresso, tomando ações corretivas e planejando novamente o projeto, quando necessário. Os processos do grupo de encerramento são os responsáveis por formalizar a aceitação formal do projeto ou fase e fazer o encerramento de forma organizada. O ciclo de vida do projeto serve para definir o início e o fim de um projeto. Quando uma organização identifica uma oportunidade dentro de sua linha de atuação, normalmente, ela solicita um estudo de viabilidade para decidir se deve criar um projeto. O ciclo de vida do projeto determina se o estudo de viabilidade constituirá a primeira fase do projeto ou se deve ser tratado como um projeto à parte. A definição do ciclo de vida do projeto também determina se os procedimentos de transição para o ambiente de operação serão incluídos ao final do projeto, distinguindo-os dos que não serão. Desta forma, o ciclo de vida do projeto pode ser usado para ligar o projeto as operações contínuas da organização executora. Os grupos de processos do ciclo de vida do projeto se ligam pelos resultados que produzem. O resultado ou saída de um grupo torna-se entrada para outro. Entre grupos de processos centrais, as ligações são iterativas, ou seja, o planejamento alimenta a execução, no início, com um plano do projeto documentado, fornecendo, a seguir, atualizações ao plano, na medida em que o projeto progride. Os grupos de processos da gerência de projetos não são separados ou descontínuos, nem acontecem de uma única vez, durante todo o projeto. Eles são formados por atividades que se sobrepõem, ocorrendo em intensidades variáveis ao longo de cada fase do projeto. Os grupos de processos se interagem e se relacionam ligados por suas entradas e saídas. Cada processo possui 3 itens: entradas, ferramentas e técnicas, e saídas. As entradas são documentos ou itens documentáveis que influenciarão o processo. As ferramentas e técnicas são mecanismos aplicados às entradas para criar as saídas. As saídas são documentos ou itens documentáveis resultantes do processo. Para melhor exemplificar o que foi acima descrito, vamos observar a figura a seguir: Figura 10: Limites do projeto Fonte: PMBOK 2004 GESTÃO DE PROJETOS NO BRASIL, DESAFIOS E BENEFÍCIOS DA GESTÃO E CICLO DE VIDA DOS PROJETOS │ UNIDADE III 41 Objetivando oferecer melhor controle gerencial, a organização pode dividir os projetos em fases, conhecidas como ciclo de vida do projeto. É comum que as organizações especifiquem um conjunto de ciclos de vida a serem utilizados em todos os seus projetos. O ciclo de vida do projeto é o conjunto de fases que ligam o início ao fim do projeto. Normalmente, a mudança de uma fase para outra dentro do ciclo de vida de um projeto é definida por transferência técnica ou entrega. Antes do início do trabalho na próxima fase, geralmente, as entregas da fase anterior são revisadas, visando à garantia de que estejam exatas e completas. Porém, caso os riscos da não verificação e aprovação das entregas da fase anterior sejam considerados aceitáveis, a nova fase pode ser iniciada antes da aprovação. Esta prática de sobreposição de fases é denominada paralelismo. Em geral os ciclos de vida do projeto definem: » trabalho técnico a ser realizado em cada fase; » quando as entregas devem ser geradas em cada fase; » como cada entrega é revisada, verificada e validada; » quais funções estão envolvidas em cada fase; » qual o controle e aprovação de cada fase. Os ciclos de vida do projeto costumam compartilhar várias características comuns, conforme descrito a seguir: » As fases normalmente são sequenciais e definidas por algum formulário de transferência de informações técnicas ou de entrega de componentes técnicos. » No início os níveis de custos e de pessoal são baixos, tem o valor máximo atingido nas fases intermediárias e reduzem conforme o projeto é finalizado. » O risco de não ter os objetivos atingidos é maior no período inicial do projeto, conforme o projeto continua a certeza do término torna-se cada vez maior. » No início do projeto a capacidade das partes interessadas de intervir nas características finais do produto e no custo final do projeto é maior e reduz de acordo com a continuidade do projeto. No projeto as fases podem ser subdivididas em subfases, em consequência de complexidade, restrição de tamanho, fluxo de caixa e nível de risco. Objetivando monitoramento e controle, cada uma destas subfases é associada a um ou mais produtos específicos. O término formal de uma fase nãosignifica autorização da fase seguinte. UNIDADE III │ GESTÃO DE PROJETOS NO BRASIL, DESAFIOS E BENEFÍCIOS DA GESTÃO E CICLO DE VIDA DOS PROJETOS 42 Figura 11 - Sequência típica de fases no ciclo de vida de um projeto Fonte: PMI 2004 É comum que algumas organizações aprovem um projeto formalmente apenas quando é finalizado um estudo de viabilidade, um plano preliminar ou outra forma de análise. É importante distinguir muito claramente o ciclo de vida do projeto do ciclo de vida do produto. Até ser criado o produto, o ciclo de vida do projeto passa por uma série de fases. As organizações, em algumas áreas de aplicação, tais como desenvolvimento de software e de novos produtos, consideram o ciclo de vida do projeto parte do ciclo de vida do produto. 43 ÁREAS DE CONHECIMENTO, GERENCIAMENTO DE PORTFOLIOS, ESCRITÓRIO DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS E FERRAMENTAS DE GESTãO DE PROJETOS A Quarta Unidade tem por propósito descrever as áreas de conhecimento da Gestão de Projetos, bem como tecer considerações sobre Gerenciamento de Portfolios, Escritório de Gerenciamento de Projetos e uso das ferramentas PERT/COM e de software de Gerenciamento de Projetos. CAPÍTULO 1 Áreas de conhecimento da gestão de projetos Em cada etapa do ciclo de vida do projeto ocorrem processos que podem abranger até nove áreas de conhecimento. Essas áreas descrevem o gerenciamento de projeto em termos de seus processos componentes. Cada uma delas possui detalhamento específico e abrangência própria e, ao mesmo tempo, integram-se com as atividades das demais áreas, formando um todo único e organizado. Na gestão de projetos existe uma característica forte de interação. Uma ação, ou a falta de ação em determinada área, geralmente afeta também outras áreas e essas interações exigem frequentemente balanceamento entre os objetivos do projeto. A gestão de projetos, na visão do PMBOK, identifica e descreve as principais áreas de conhecimento e práticas. Cada uma destas áreas é descrita por meio de processos, e se refere a um aspecto a ser considerado dentro da gestão de projetos. As áreas de conhecimento são: » Gestão de Integração do Projeto, » Gestão de Escopo do Projeto, » Gestão do Tempo do Projeto, » Gestão do Custo do Projeto, » Gestão da Qualidade do Projeto, » Gestão de Recursos Humanos do Projeto, UNIDADE IV 44 UNIDADE IV │ ÁREAS DE CONHECIMENTO, GERENCIAMENTO DE PORTFOLIOS, ESCRITÓRIO DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS E FERRAMENTAS DE GESTÃO DE PROJETOS » Gestão de Comunicação do Projeto, » Gestão do Risco do Projeto, » Gestão de Aquisições do Projeto. A não execução de processos de uma área afeta negativamente o projeto, pois o projeto é um esforço integrado. Por exemplo, uma mudança de escopo quase sempre afeta o custo do projeto. Entretanto, ela pode ou não afetar a moral da equipe e a qualidade do produto. A Gestão da Integração do Projeto descreve os processos necessários para assegurar que os diversos elementos do projeto sejam adequadamente coordenados. A integração envolve tomada de decisão e escolhas diretamente ligadas aos objetivos do projeto e aos processos das etapas de desenvolvimento e execução do plano do projeto, assim como ao processo de controle de alterações. A gestão da integração é composta pelos processos: desenvolvimento do Termo de Abertura, desenvolvimento da declaração de escopo, desenvolvimento do plano do projeto, orientação e gestão da execução do projeto e monitoramento e controle do trabalho do projeto. Inclui as atividades requeridas para assegurar que os diversos elementos do projeto estejam adequadamente coordenados. A gestão da integração envolve fazer compensações entre objetivos e alternativas eventualmente concorrentes, a fim de atingir ou superar as necessidades e expectativas. Processo Grupos de Processos Desenvolvimento do Termo de Abertura Iniciação Desenvolvimento da Declaração de Escopo Iniciação Desenvolvimento do Plano do Projeto Planejamento Orientação e Gerenciamento da Execução do Projeto Execução Monitoramento e Controle do Trabalho do Projeto Monitoramento e Controle Controle Integrado de Mudanças Monitoramento e Controle Encerramento do Projeto Encerramento A Gestão do Escopo do Projeto descreve os processos necessários para assegurar que o projeto contemple todo o trabalho requerido, e nada mais que o trabalho requerido, para completar o projeto com sucesso. A preocupação fundamental nesta gestão compreende definir e controlar o que está ou não, incluído no projeto. Ela é composta pelos processos: iniciação, planejamento do escopo, definição do escopo, criação da estrutura analítica do projeto, verificação do escopo e controle de mudanças do escopo. Inclui as atividades requeridas para assegurar que o projeto inclua todo o trabalho necessário, e tão somente o trabalho necessário, para complementar de forma bem sucedida o projeto. A preocupação fundamental é definir e controlar o que está, ou não, incluído no projeto. Processo Grupos de Processos Planejamento do Escopo Planejamento Definição do Escopo Planejamento Criação da EAP Planejamento Verificação do Escopo Monitoramento e Controle Controle do Escopo Monitoramento e Controle ÁREAS DE CONHECIMENTO, GERENCIAMENTO DE PORTFOLIOS, ESCRITÓRIO DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS E FERRAMENTAS DE GESTÃO DE PROJETOS │ UNIDADE IV 45 A Gestão do Tempo do Projeto descreve os processos necessários para assegurar que o projeto termine dentro do prazo previsto. Ele é composto pelos processos: definição das atividades, sequenciamento das atividades, estimativa da duração das atividades, estimativa de recursos das atividades, desenvolvimento do cronograma e controle do cronograma. Kerzner (2001) cita que o ambiente de gestão do tempo é extremamente turbulento, sendo composto de várias reuniões, elaboração de relatórios, resolução de conflitos, planejamento e replanejamento contínuo, comunicação com o cliente e gestão de crises. O tempo gasto é tempo perdido impossível de ser recuperado. A correta gestão do tempo é de vital importância para o sucesso do projeto (DINSMORE; CAVALIERI, 2003; PMI, 2000). Inclui as atividades necessárias para assegurar que o projeto seja implementado no prazo previsto. Processo Grupos de Processos Definição de Atividades Planejamento Sequenciamento de Atividades Planejamento Estimativa de Duração das Atividades Planejamento Estimativa de Recursos das Atividades Planejamento Desenvolvimento do Cronograma Planejamento Controle do Cronograma Monitoramento e Controle A Gestão do Custo do Projeto descreve os processos necessários para assegurar que o projeto termine dentro do orçamento aprovado. Ela é composta pelos processos: estimativa dos custos, elaboração de orçamento dos custos e controle dos custos. No projeto, várias atividades afetam os custos do projeto e desta forma, o planejamento e controle dos custos são fundamentais (DINSMORE; CAVALIERI, 2003; PMI, 2000). Inclui as atividades necessárias para assegurar que o projeto aconteça dentro do orçamento previsto. Processo Grupos de Processos Estimativa de Custos Planejamento Elaboração de Orçamento de Custos Planejamento Controle de Custos Monitoramento e Controle A Gestão da Qualidade do Projeto descreve os processos necessários para assegurar que as necessidades que originaram o desenvolvimento do projeto serão satisfeitas. O projeto tem qualidade quando é concluído em conformidade com os requisitos, especificações (o projeto deve produzir o que foi definido) e adequação ao uso (deve satisfazer às reais necessidades dos clientes). A gestão da qualidade é composta pelos processos: planejamento da qualidade, garantia da qualidade e controle da qualidade (DINSMORE; CAVALIERI, 2003; PMI, 2000). Inclui as atividades requeridas para
Compartilhar