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Sentidos basicos de representacao

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Sentidos básicos de representar:
1 – Tornar presente o que está ausente (e, neste sentido, substituir o ausente)
A ausência pode ter um sentido religioso. Quem deve ser substituído é uma potência religiosa, que habita outro mundo ou outro espaço. O representante é um duplo neste mundo de quem habita outro mundo e que guarda em si, por representar, parte da potência extraordinária do ente extramundanos, como a imagem de uma santa que cura e realiza desejos.
A ausência pode ter um sentido secular. De início, espacial. Um indivíduo ausente pode estar em outro lugar, impossibilitado de estar presente. No caso, pode ser substituído por um objeto, como o quadro de princesas usadas para transações de aliança entre reinos. Mas a ausência pode ter um sentido temporal. Em relação ao passado, representar significa tornar novamente presente o que não mais está aí, isto é, propor algo que possa substituir um ente querido que desapareceu, como a foto de alguém já morto ou que se afastou na passagem do tempo. Em relação ao futuro, representar significa tornar presente o que ainda não está aí, como um evento futuro que se calcula; em última instância, fazer com o que vêm após o presente tenha vindo antes, fazer com que, pela antecipação, o futuro coincida com o passado. No sentido temporal, portanto, a atividade de representar é impulsionada pelo desejo de permanência do que nos é dado: que não haja surpresas ou perdas.
2 – Agir em nome do outro, falar em nome do outro.
Sentido de delegação. Um representado delega a um representante a capacidade de agir e de falar em seu nome. O representante, por sua vez, ainda mais se for numa democracia, age em nome do grupo que representa e também em nome de todos.
Falar em nome do outro significa que o outro não pode falar por si mesmo, precisa ser representado. Desse modo, há uma tensão óbvia entre o ideal de autorrepresentação e as ideias de alienação e vanguarda, onde o alienado não sabe que é alienado e, portanto, o que fala sobre si mesmo não representa seus interesses. No que há a exigência de igualdade entre quem representa e quem é representado, imediatamente entra em crise as ideias de alienação e vanguarda e surge, em consequência, a ideia de que o oprimido não está alienado mas, ao contrário, sabe mais sobre o poder do que aquele que oprime ou que pertence aos opressores.
Uma diferença entre alienação e estar desperto? Não é o intelectual ou a vanguarda que revela ao oprimido sua alienação e quais são seus verdadeiros interesses. O oprimido desperto é quem desperta pessoas de seu grupo e denuncia nos opressores o preconceito e a dominação.
3 – Conteúdo de consciência
A representação se torna conteúdo intrapsíquico no mesmo momento em que surge a perspectiva na pintura e na física, isto é, quando a concepção de espaço deixa de ser a de lugar natural, qualificado segundo o corpo, e se torna espaço infinito e sem qualidades recortado pelo ponto de vista do sujeito.
Representação, portanto, é uma imagem mental de algo externo ao sujeito que o afetou através do corpo. É o que do mundo externo ou de seu corpo está presente na consciência e que por ela é analisada através da introspecção.
Representação como conteúdo intrapsíquico está marcada pela predominância do visível e, nesse sentido, pela permanência.

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