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1 - A Aposta - (Rev PL)

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A APOSTA 
 
THE BET 
 
 
 
RACHEL VAN DIKEN 
 
Envio:Soryu 
Tradução:Lili Costa 
Revisão Inicial: Nathalia, JulianaSchiavini, 
Gardennia, Lidizeenha,Fabiana, Gilmara 
Revisão Final: Ana Almada, Ariane, Ligia, Iris de 
Oliveira 
Leitura Final: Wanessa 
Formatação: Chayra Moom 
SINOPSE 
 
 
 
-Tenho uma proposta para você… 
 
Kacey deveria ter fugido no minuto em que estas palavras saíram 
da boca do milionário de Seattle, Jake Titus. 
 
Em vez disso, ela fez um pacto com o diabo, na esperança de 
colocar o seu passado para trás de uma vez por todas. 
 
Quatro dias. 
 
Ela podia fazer isso por quatro dias! 
 
Mas ela não contava com o irmão mais velho de Jake, Travis estar 
lá para testemunhar a farsa desse compromisso. 
 
Uma coisa é certa. 
 
Um irmão é o certo para ela. 
 
Um quer uma vida. 
 
E um quer uma aliança como o diabo. 
 
Ela deveria ter a assinatura de Jake em sangue por garantia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRÓLOGO 
 
 
1997 Portland, Oregon 
 
– Kacey espere! – Travis correu atrás dela, com lágrimas 
escorrendo pelo rosto de tanto rir. Kacey era sua melhor amiga, mas 
somente em seu coração. Na vida real, ela o odiava, ele só não sabia o 
porquê. Aos oito anos, ele fazia o melhor que podia para mostrar a ela 
que gostava dela, mas ela sempre acabava ficando com seus 
sentimentos feridos. 
 
Meninas eram idiotas. 
 
Seu irmão mais novo, Jake finalmente correu até eles. – Por que 
você fez isso, Travis? – Ele o empurrou de lado. 
 
A língua de Travis, de repente estava grossa na boca. Ele quis 
explicar as razões por trás do tropeço de Kacey, realmente ele queria, 
mas as palavras não saíram. Ele odiava sua gagueira. Era tão difícil 
falar, e isso só acontecia quando ele estava se esforçando muito duro ou 
na frente de Kacey. 
 
– Ugh! – Jake chutou a terra com o pé. – Agora que ela não vai 
mesmo me beijar! 
 
-Beija-lo? - Travis gritou, horrorizado que seu irmão até mesmo 
diria a palavra beijo, muito menos pensar em fazer algo assim com 
Kacey. Além disso, por que seu irmão de seis anos de idade, queria que 
alguém o beijasse? – Ela nem gosta disso mesmo. – Ele cruzou os 
braços. 
 
Travis, pelo menos sabia que as meninas não gostavam de 
meninos. Elas gostavam de homens, e ele estava bem em seu caminho 
para se tornar um homem. Na verdade, ele tinha acabado de encontrar 
um fio de cabelo em seu queixo. Ele provavelmente iria raspar isso até o 
final da semana. Ele estufou o peito e fez uma careta para o seu irmão. 
 
– Ah, é? Bem, ela te odeia. – Jake mostrou a língua. – Ela disse-
me assim, mas... – Ele enfiou as mãos nos bolsos e respirou fundo. – Eu 
vou casar com ela. 
 
– Não vai! 
 
– Vou sim! 
 
– Não vai! – Travis empurrou seu irmão para o chão. -Eu sou mais 
velho. Ela vai se casar comigo. 
 
Jake mostrou a língua depois limpou a sujeira de suas calças. – 
Quer apostar? 
 
– Sim! – Travis zombou. – Eu aposto. Um milhão de dólares! 
 
– Tudo bem! – Jake cuspiu em sua mão e a segurou à sua frente. 
– Aperta. Juramento de sangue. 
 
– Mas não há sangue – Travis apontou. 
 
– Duh! Mamãe iria nos matar se usássemos sangue. É tão bom 
quanto. Kacey disse que é. 
 
– Tudo bem. –Travis cuspiu na mão e bateu contra a mão do seu 
pequeno irmão. 
 
Jake fez uma careta. – Nojento. 
 
– Cresça. – Travis revirou os olhos e procurou no quintal por 
Kacey. Ele não tinha a intenção de derrubá-la. Bem, na verdade ele 
tinha, mas ele tinha uma boa razão para isso. 
 
Ele sabia que de fato Kacey amava histórias de princesa. Ela vivia 
falando sobre como as meninas devem ser tratadas como princesas, e 
os meninos deveriam ser príncipes. 
 
Mas como é que ele deveria ser um príncipe quando não havia 
dragões para matar? 
 
Como ele poderia provar para ela e a si mesmo se não havia 
monstros? 
 
Ainda bem que ele era o garoto mais inteligente da sua classe. Ele 
sabia exatamente o que fazer. Tudo o que ele tinha que fazer era causar 
um problema e, em seguida, salvá-la. 
 
Primeiro, ele colocou sua boneca em chamas, mas não funcionou 
como o planejado. Na verdade, a boneca estava jogada na lata de lixo. 
Como podia ser sua culpa que o extintor de incêndio não funcionou? 
 
Em seguida, ele colocou uma cobra no seu saco de dormir. 
Quando ela acordou gritando, ele correu para o lado dela para pegar a 
cobra, mas depois não conseguiu encontrá-la! Jake o denunciou, e 
Kacey estava com tanta raiva que chorou. 
 
Em sua última tentativa para impressioná-la, ele amarrou seus 
cadarços juntos para que ela pudesse cair, e, em seguida, ajoelhou-se 
para ajudá-la. 
 
Mas ela estava tão furiosa que bateu com as mãos nele, jogou fora 
seus sapatos, e fugiu chorando. 
 
Meninas. 
 
Ele nunca iria entendê-las. 
 
Afinal de contas, ele estava sempre tentando ajudá-la. 
 
E toda vez ela o empurrava para longe. 
 
O que significava apenas uma coisa. Para ganhar a aposta, ele 
teria que se esforçar muito mais. E ele sabia exatamente como fazer 
isso. 
 
– Ei, Jake? Você sabe onde todas as pedras estão? 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPITULO 1 
 
 
Atualmente 
 
Kacey procurou em seus olhos por qualquer indício de diversão. 
Ele não podia estar falando sério, não Jake. Jake nunca levava nada a 
sério. Ela rapidamente levantou a mão para sentir a testa e estremeceu 
interiormente. Por que Deus abençoou um homem tão arrogante com o 
rosto de uma estrela de cinema, era além de sua compreensão. 
 
Mas lá estava ele, um Adonis, olhando para ela como se seus 
olhos não fizessem as mulheres mortais desconfortáveis. 
 
– Você está bêbado? – Ela sussurrou, inclinando-se mais perto, o 
tempo todo xingando o cheiro da loção pós-barba cara que exalava dele. 
 
Jake bateu a mão na mesa. – Não, eu não estou bêbado. Nossa, 
Kacey, você está agindo como se eu estivesse propondo sexo ou algo 
assim. 
 
– Esse é o exemplo que você tem? Sexo? Sério? Porque, para ser 
honesta, Jake, isso é muito pior! –Suas mãos tremiam enquanto tentava 
estabilizar a respiração a um ritmo normal. Nesse ritmo, ela ia ter um 
completo ataque de pânico. 
 
–Como isto é pior? –Sua voz subiu algumas oitavas e outros 
clientes do café olharam em sua direção. 
 
Kacey encostou-se na cadeira de couro e gemeu. 
 
–Eu estou falando sério, Kacey. É a única maneira de convencê-
los. –Jake se inclinou para frente, seus braços musculosos e 
bronzeados flexionaram contra as mangas arregaçadas da camisa 
quando descansou as mãos sobre a mesa. 
 
–Você percebe que seus pais me conhecem desde que eu tinha 
três anos? Além disso, estou convencida de que sua mãe seria capaz de 
ver através de nós. E nem me fale da avó de vocês. 
 
O rosto de pedra de Jake quebrou em um sorriso. 
 
–Não ria! Estou falando sério, Jake! A mulher deveria ter 
trabalhado para o FBI. 
 
–São os olhos dela. –Jake deu de ombros. – Ela sempre me pegava 
aprontando. –Ele estremeceu. – Mas você está fugindo do assunto, 
Kacey. Estou desesperado. 
 
– Oh, uau. Bem, quando você coloca dessa forma, como eu 
poderia negar? Você está desesperado! Homem você não é nada 
romântico. Eu não tenho nenhuma ideia de como você conseguiu se 
tornar o solteiro mais cobiçado da cidade, e aos vinte e um. 
Impressionante. –Ela balançou a cabeça em descrença. 
 
– Realmente, você não sabe? - Ele se inclinou para frente, seus 
bíceps apertados sob a camisa de botão cinza, a camisa parecia estar 
pronta para estourar a qualquer momento. Seu rosto foi recentemente 
barbeado, mas já era possível ver a sombra dela crescendo, e seu cabelo 
escuro caía em ondas sobre a testa. Olhos castanhos olhavam para ela, 
e ela não conseguia encontrar forças para olhar longe de seus lábios 
quando sua língua passou entre eles. 
 
Porcaria. Ela estava realmente suando só de olhar para esse 
rosto. Isso não ajuda em nada que esta era a primeira vez que ela tinha 
ouvido falar dele desde o incidente.Não que este fosse o momento de 
trazer isso à tona. 
 
– Tudo bem. –Kacey disse enquanto seu coração batia tão rápido 
e fechou os olhos novamente. – Jake, nunca vai funcionar. Por que você 
não pega uma de suas namoradas stripper para fazer isso por você? –E, 
por favor, pelo amor de Deus, me deixe em paz. Muitas lembranças 
piscaram para ela através dos olhos dele, e ela não tinha certeza se 
poderia tolerar isso. Não depois de ouvir que o restaurante de seus pais 
abriu em dois novos locais, e um deles era em Seattle. Parecia que a 
ferida estava toda aberta novamente. Ela estremeceu e deixou Jake 
continuar a defender seu caso. 
 
– Hum, pelo o fato de serem strippers? –Jake ergueu as mãos 
para o ar e sacudiu a cabeça. – Você quer que a minha avó morra? 
Porque eu lhe asseguro, que não fará nada mais do que ter outro AVC. 
 
Kacey parou. – Outro AVC? Ela teve outro AVC? –É por isso que 
vovó Nadine não tinha escrito para ela em um mês? 
 
Jake fez uma careta. – Sim, ele foi ficando pior. –Ele passou as 
mãos por seus cabelos grossos. – Você vai me ajudar ou não? Vou 
pagar-lhe 
 
-Você vai me pagar? - Kacey bufou. -Assim como você paga suas 
strippers? Por que eu sinto que não há diferença? 
 
Jake sorriu. –Uau, eu odeio ter que puxar a artilharia pesada, 
mas você me deve. 
 
– Eu lhe devo? –Kacey repetiu. – Oh, por favor, diga como eu devo 
um favor ao grande Jake Titus. Estou morrendo de vontade de saber, de 
verdade. –Ela ergueu as sobrancelhas e bateu com a unha bem cuidada 
contra a xícara de café frio. 
 
– Tudo bem. –Ele se inclinou para trás e cruzou os braços sobre o 
peito. – Quinta série, você queria um cachorro. Seus pais disseram que 
não. Então, eu, sendo o bom amigo que sou, fui à loja e lhe comprei 
um. 
 
– Não conta, – Kacey interrompeu. – Você nomeou-o com seu 
nome. 
 
– Ele tinha o pelo escuro, –Jake argumentou. – Além disso, você 
dormiu com ele todas as noites. –Seu sorriso era sem vergonha, e Kacey 
queria dar um soco na cara dele por isso. 
 
Ela abriu a boca para dizer isso, mas ele a interrompeu. 
 
– Oitava série. 
 
– Oh, Senhor. 
 
– Oitava série, – ele repetiu com uma piscadela. –Você tinha uma 
queda por Stevenson Merrit. Eu, sendo o amigo que eu sou, disse para 
ele que você era o melhor beijo de toda a escola. Vocês saíram por um 
ano antes de abandoná-lo para percorrer pastos mais verdes. 
 
–Ah, então é assim que você se refere a si mesmo hoje em dia. 
Pastos mais verdes. –Kacey sorriu condescendente. 
 
–Sim, bem, é verdade. 
 
– Não é bom o suficiente –Kacey suspirou. Ele estava tão perto 
que ela podia sentir seu shampoo. Uma mistura masculina picante de 
menta e canela, que provocou seus sentidos com visões de um homem 
que ela jamais teria novamente. Apague isso. Nunca teve, para falar a 
verdade. 
 
– Tudo bem. –Jake balançou a cabeça. – Eu não quero ter que 
fazer isso. 
 
Fingindo tédio, Kacey apenas olhou para trás e esperou. 
 
– Seu primeiro ano da faculdade, você teve um peixe, nomeou 
Stuart. O peixe mais feio que já viveu nesse mundo. 
 
– Ei! –Ela olhou. – Ele era meu melhor amigo. 
 
– Quando você se ausentou da faculdade por duas semanas, 
assumiu que a sua companheira de quarto, Madre Teresa iria cuidar 
dele para você. 
 
– Ela sempre odiou esse peixe, –Kacey resmungou. 
 
– Então, quem levou o seu peixe? 
 
Kacey olhou para suas mãos. 
 
– Quem pegou o peixe, Kacey? 
 
Com um grande suspiro, ela respondeu: -Você pegou o peixe, 
Jake. 
 
– Então eu ganhei. E, novamente, você me deve. Além disso, você 
realmente quer que minha avó morra? A mesma avó que te ajudou a 
ganhar a rainha do baile? A única que realmente usava seus colares de 
macarrão? É realmente muito simples. Basta fazê-lo durante o fim de 
semana e eu vou estar fora de seu alcance. 
 
Recusando-se a responder, Kacey olhou para a mesa do café e 
lambeu os lábios. Talvez se ela parecesse patética o suficiente, ele 
desistiria e a deixaria sozinha. Bastava estar na mesma sala com ele 
para seu coração se apertar. 
 
–Kace, – Jake gemeu. – Você não tem ideia do quão importante a 
minha imagem é para mim. 
 
– Uau, isso não ajuda o seu caso, – Kacey estalou. 
 
–Eu preciso disso. –Jake estendeu a mão sobre a mesa e agarrou 
a mão dela. Suas mãos eram sempre tão grande e quente, como se 
estivesse segurando-os, ele poderia tirar toda a sua dor. Mas ela sabia a 
verdade, essas mesmas mãos a destruiram, a arruinaram, e no final, 
aquelas mãos egoístas nunca lhe devolveram seu coração. – Eu vou 
pagar seus empréstimos estudantis. 
 
– Como você sabe sobre isso? 
 
– Eu sei tudo. –Ele piscou. – É meu trabalho. Vamos lá, você 
precisa terminar o seu último ano de faculdade, Kace. Já se passaram 
três meses desde a graduação. Você realmente quer ser deixada para 
trás, enquanto todo mundo está lá fora fazendo algo fora de si? 
 
O cara nunca deve tentar ser um advogado. Kacey ficaria 
surpresa se ainda tivesse alguma autoconfiança no momento em que 
saísse do café. Como era possível ela estar tentando decidir bater a sua 
cabeça contra a mesa de café forte o suficiente para ganhar uma 
concussão. 
 
– Por favor, –Jake pediu. Suas mãos apertaram com mais força as 
dela. – Faça isso por mim. Faça pela vovó. Inferno, faça isso por você. 
Você tem que terminar a faculdade, Kace, e desde que os seus pais... 
 
– Não se atreva a trazê-los para isso. 
 
Jake engoliu devagar e soltou sua mão. Seus dedos dançaram ao 
longo de sua mandíbula quando ele virou a cabeça para que pudesse 
olhar diretamente em seus olhos. – É apenas durante o fim de semana 
de férias. Quão ruim pode ser? Nós costumávamos ser melhores 
amigos. 
 
Costumávamos é a palavra chave. Ele não tinha lhe enviado 
sequer uma mensagem desde a graduação. 
 
– Bilionário sem coração... –murmurou Kacey. O cara não tinha 
vergonha alguma. O que a pegou era que realmente precisava terminar 
a faculdade, e ela estava prestes a entrar em outro empréstimo. Todo o 
dinheiro de seus pais foi usado na casa e na aposentadoria deles, e 
bem, não era como se a Universidade de Seattle fosse barata. 
 
– Billionário? Ainda não, querida. Sem coração? –Jake estendeu a 
mão e tocou o rosto dela. – Eu acho que nós dois sabemos a resposta 
para isso. 
 
Memórias de seu toque inundaram seus sentidos até Kacey sentir 
como se ela não conseguisse respirar. Ela tinha viajado por essa estrada 
muitas vezes com esse homem. Primeiro na escola e, em seguida, 
novamente na faculdade. Ela não tinha pensado que a vida a colocaria 
no caminho do único homem a quem já tinha dado seu coração. Mas 
Jake mudou, e ela nunca iria perdoá-lo. Kacey olhou para seu colo e 
fechou os olhos. Como é que ele ainda tinha tanto poder sobre ela? Um 
toque e um suborno e ela estava pronta para fazer exatamente o que ele 
disse. 
 
Na verdade, ela sempre teve uma queda por sua avó, não importa 
o quanto assustadora ela era ou não. Além disso, a avó Nadine foi a 
única a ajudar Kacey passar o tempo em sua vida quando ela não se 
importava em morrer durante o sono ou viver. Os anos escuros eram 
apenas isso. Escuros. Kacey estremeceu ao pensar em quão ruim as 
coisas haviam chegado. Se avó Nadine estava doente, e ele estava 
realmente tentando ajudá-la, e se Jake pagaria seus empréstimos, 
então, valeria a pena. 
 
– Só o fim de semana? –Kacey perguntou em voz baixa. – E você 
diz que a vovó está toda sentimental e não está se sentindo bem? 
 
Jake balançou a cabeça. – Ela diz que quer ver você, e eu preciso 
que meus pais parem de falar sobre todo o fiasco na imprensa com a 
stripper. Se eu levá-la para casa com um anel em seu dedo, tudo será 
perdoado. Papai não vai pensar que precisa voltar da aposentadoria, e 
vovó não vai atirar em mim. É um ganha e ganha. Além disso, como eu 
disse, a imagem é tudo e eu ainda quero ter o controle total da empresa 
da minha avó, no final do mês.O conselho não vai votar em mim se eu 
continuar recebendo má a imprensa. Eu preciso de todos a bordo. 
Vamos seguir nossos caminhos separados e eu vou fingir uma 
separação, chorar na TV e bem, pelo menos os membros do conselho 
que me odeiam vão sentir pena de mim. 
 
Ele não esperou por ela concordar. Em vez disso, ele enfiou a mão 
no bolso. – É mais do que apenas eu. É para a vovó, Kace. Ela não está 
indo bem. Esta pode ser a única coisa que a faz querer continuar 
vivendo. 
 
Kacey estreitou os olhos. Bastardo mentiroso. Em seus 21 anos, 
Jake não tinha aprendido a mentir melhor que isso? Seu sorriso era 
tenso, a respiração um pouco irregular. Mas ele mencionou a avó. 
 
Kacey, de repente, se sentiu mal. Ela queria pegar o avião agora, 
mas Jake não sabia que ela e sua avó ainda se falavam. E ela nem 
queria que soubesse. – Tudo bem, mas a vovó não pode saber sobre os 
empréstimos estudantis. Combinado? –Kacey estendeu a mão, 
esperando que Jake não notasse o ligeiro tremor. 
 
Jake sorriu. –Obrigado por fazer isso por mim. 
 
Kacey olhou em seus olhos verdes de cristal. – Para a vovó. Estou 
fazendo isso para a vovó e para mim. –Não por você, nunca mais por 
você, Jake. O resto do pensamento ficou pendurado no ar. De repente, o 
café parecia uma muito, muito pequena arena para desenterrar 
demônios do passado. Kacey deu uma risada trêmula e esfregou as 
mãos suadas na calça jeans. Preocupada que ele fosse tornar isso de 
alguma forma ainda pior, sorrindo ou oferecendo um abraço de piedade, 
ela tomou um grande gole de café. 
 
Jake se afastou da mesa. – Certo, tudo bem. Bem, obrigado por 
ser minha noiva falsa. –Ele tirou um anel de três quilates e com 
confiança deslizou em seu dedo. 
 
– M- mas... – ela gaguejou. – Como você sabia o meu tamanho? 
 
Ele sorriu e se levantou de seu assento. – Um homem nunca 
poderia esquecer essas mãos, Kacey. 
 
– Não importa quantas mãos o prostituto teve? – Kacey perguntou 
docemente. 
 
Jake riu. –Absolutamente. Eu a vejo sexta de manhã, ok? 
 
Kacey suspirou. – Ok. 
 
– Obrigado, Kace... 
 
– Não há de quê. 
 
Kacey assistiu em agonia quando o homem que ainda segurava 
seu coração assobiou, enfiou as mãos nos bolsos e saiu do café. O mais 
famoso bacharel de Seattle tinha acabado de lhe propor casamento. 
Apesar de ser um casamento falso, ainda era uma proposta. Ela deveria 
estar feliz. 
 
Mas era difícil ser feliz quando o amor de sua vida, o menino que 
costumava fazer tortas de lama com ela e beijar os joelhos quando ela 
caia, pensava nela apenas como uma maneira de sair de uma situção 
ruim. 
 
De repente, ela desejou que estívesse em um bar em vez do 
pequeno café. 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPITULO 2 
 
 
Jake Titus enfiou as mãos nos bolsos. Maldição, ela parecia bem. 
Ele não esperava que sua resposta fosse tão forte. Depois de apenas 
alguns meses, ele esperava que tudo fosse normal. 
 
Infelizmente, isso não aconteceu. Parecia malditamente difícil. A 
mulher era o próprio pecado, cheia de curvas, onde caras adoravam. 
Sua roupa só tinha melhorado suas curvas e fez a luxúria correr direto 
para os lugares errados para qualquer homem sentado em uma 
cafeteria. 
 
Os longos cabelos castanhos de Kacey ostentavam uma cor mel, 
com mechas quase loiras, e seus olhos castanhos profundos pareciam 
definir tudo lindamente. Acrescente isso as duas covinhas mais bonitas 
da terra verde de Deus, e ele estava pronto para jogá-la sobre a mesa e 
ter sua maneira com ela. 
 
Se alguém pudesse levá-lo para fora do mercado teria sido Kacey, 
não que ele nunca fosse deixá-la. Ele tinha viajado nessa estrada com 
Kacey muitas vezes. Eles namoraram na escola, mas logo perceberam 
que eles eram melhores amigos. Ou talvez fosse porque ele não poderia 
se manter dentro de suas calças? Foi provavelmente uma mistura de 
ambos, mas quem realmente fica com apenas uma pessoa na escola? 
 
O último prego no caixão de seu relacionamento aconteceu depois 
de uma noite de bebedeira na faculdade. Eles tinham dormido juntos. 
Tinha sido uma boa noite, exceto pelo fato de que ele nunca iria se 
perdoar pela dor que lhe causou no dia seguinte. Mas o que ele deveria 
fazer? Dizer "obrigado"? Se enroscar com sua melhor amiga nunca foi a 
mais sábia das escolhas. Infelizmente, ele não percebeu isso até que 
fosse tarde demais. Ele foi seu primeiro. 
 
Deixar Kacey tinha sido uma das coisas mais necessárias e ainda 
mais estúpidas que já tinha feito. Eles ainda foram gentis um com o 
outro, mas a amizade nunca mais foi a mesma, uma vez que eles 
dormiram juntos. O que sempre foi especulado como uma forma de 
aumentar o vínculo entre duas pessoas acabou sendo o catalisador que 
arruinou a vida da amizade. 
 
Eles evitaram um ao outro tanto quanto possível durante os 
próximos anos. Em sua formatura, ele deu-lhe um abraço e nunca mais 
olhou para trás. 
 
Nunca tinha se desculpado. 
 
Não que isso fosse totalmente culpa dele, mas ainda assim. 
 
Só de vê-la novamente o assombrava, mas era um mal necessário. 
 
O conselho de administração tinha insistido que, se ele não 
limpasse a sua imagem, a empresa sofreria. Segundo eles, ela já tinha. 
Mas como ele deveria saber que a garota que ele estava dormindo era 
uma prostituta? Era Seattle, depois de tudo, e ela era linda. Ele não 
tinha pensado que ela iria para a mídia, ou que os fotógrafos estariam 
convenientemente fora do Hotel W no centro, depois de uma noite de 
escapada tarde que ele ainda não conseguia lembrar-se totalmente. O 
verdadeiro chute tinha acontecido quando sua mãe ligou e disse que 
sua avó tinha sofrido um acidente vascular cerebral devido à prostituta 
ao lado de Jake. É claro que não era culpa dele que sua avó tinha um 
coágulo no sangue, mas ainda assim. 
 
Uma semana depois, sua avó o chamou e lhe deu um ultimato. 
Traga Kacey para vê-la antes de morrer - suas palavras, não dele - e 
tudo seria perdoado. Ela foi tão insistente para que Kacey voltasse para 
casa durante o fim de semana do Labor Day1 que Jake não conseguiu 
dizer não. Ele só passou a perceber que um fotógrafo do Times de 
Seattle estaria visitando a família em Portland também. Ele prometeu 
tirar algumas fotos dos dois juntos para seu plano, bem como algumas 
fotos do diamante gigante no dedo de Kacey. 
 
Jake sorriu. Às vezes ele era tão brilhante que se assustava. O 
que poderia dar errado? Ele era o próximo da lista para ser CEO da 
Titus Enterprises. Valeria a pena, e uma vez que ele limpasse sua 
imagem, sua avó não só o apoiaria, mas também daria ao Conselho o 
impulso extra que estavam precisando para fazer dele um dos CEOs 
mais jovens do mundo. 
 
Kacey entenderia. Ela era apenas esse tipo de garota. Tudo o que 
ele precisava fazer era explicar logicamente por que ele estava fazendo 
isso. Afinal de contas, não só o ajudaria nos negócios ser visto com ela, 
mas ele estava praticamente investindo no futuro dela. 
 
De qualquer forma, ela deveria agradecer-lhe! 
 
Seu celular tocou e ele olhou para o relógio. Jake balançou a 
cabeça. Ele passou muito tempo convencendo a garota linda para ser 
sua noiva. Agora, ele teria que ficar no escritório mais do que o 
necessário. 
Com um encolher de ombros, ele caminhou até seu Range Rover e 
pulou dentro. Finalmente, ele poderia parar de se estressar com sua avó 
e o Conselho. 
 
 
1
 Dia do trabalho. 
 
 
–Sinto muito. Você poderia, por favor, repetir o que disse? Parece 
que você disse que estava noiva. – Char sentou em frente à Kacey em 
seu restaurante favorito em Belltown. 
 
– Sim. – Kacey tomou um gole de vinho, embora estivesse 
brevemente contemplado a possibilidade de tomar a garrafa inteira. – 
Foi isso o que eu disse. 
 
– Com Jake? 
 
– Sim. 
 
– Jake Titus? – Char esclareceu, tomando um gole saudável de 
seu vinho. 
 
– Ele mesmo. – Porque Kacey não poderia parar de tremer? Ia ser 
um fim de semana. Ela poderia fazer isso por um fim de semana. Nossa, 
não era como se tivesse que fazer alguma coisa, apenas fingir estar 
apaixonada e atraída por ele, e animada, e... 
 
Então, basicamente, ela não estava indo agir. Ela só tinha que ter 
certeza de que seu coração não se quebrasse em zilhões de pedaços pelo 
próprio bilionário. 
 
– Eu não posso fazer isso. 
 
– Claro que você não pode fazer isso – Char repetiu, sua voz subiu 
algumas oitavas. –Você tem alguma ideia do que esse homem fez com 
você na faculdade? As memórias estão ainda confusas? Porque eu tenho 
certeza que ele dormiu com você e, em seguida, fingiu que não 
aconteceu. 
 
– Eu sei. – A voz de Kacey estava trêmula. – Mas, em sua defesa, 
eu nunca tentei falar com ele ou... 
 
– Não defenda o diabo, Kace. Sério. Vocês eram melhores amigos 
a vida inteira! Lembra-se? Eu era substituta. Eu vi o seu drama em 
disfarçar esse amor muito bem e, em seguida, ser atropelada por um 
caminhão naquela noite. Não faça isso. 
 
Kacey sabia que o que Char estava dizendo fazia sentido, mas ... – 
Eu já lhe disse faria isso. 
 
– Então, saia disso! 
 
Kacey balançou a cabeça e disse em voz baixa: – Eu não posso. 
 
Os olhos de Char estreitaram. Ela levou três respirações 
profundas, em seguida, acenou para a garçonete. 
 
– Sim? – perguntou a garçonete. 
 
– Nós vamos precisar de tequila. 
 
– Char, este não é o momento de tequila – Kacey protestou. 
 
– Sério? Você acabou de ser contratada pelo mais famoso 
bacharel de Seattle, a fim de jogar bonito e fazer-lhe um favor. 
Novamente, Anexo A: ELE DEIXOU VOCÊ! 
 
– Mantenha sua voz baixa! – Kacey silenciou a amiga e ofereceu 
sorrisos apologéticos para as pessoas que estavam olhando para elas 
em sua mesa. – É só durante o fim de semana. – Além disso, Char não 
tinha idéia de que Kacey ainda estava com tantas dívidas da faculdade. 
Ela tinha encoberto os olhos de todos sobre sua formatura alegando 
que ela era apenas uma aula curta, e não sete. 
 
– Certo. – Char bufou. – Se eu conheço Jake, e eu acho que 
conheço, isso não é apenas para o fim de semana. Ele tem algo na 
manga. Quanto mais bonitos eles são, mais manipuladores. Acredite em 
mim. 
 
A tequila foi colocada sobre a mesa, e Char levou um tiro antes de 
dizer mais. – Além disso, só porque você concordou com esta farsa de 
um compromisso, ele vai ficar pensando que ele pode colocar as mãos 
por todo o seu corpo quente. 
 
Kacey revirou os olhos. – Ele anda com modelos e, 
aparentemente, strippers. Olhe para mim, Char. Pareço uma? Eu não 
sou uma prostituta. Eu não vou deixar ele se aproveitar de mim. 
 
Char resmungou. – Humpf! Não deixei ninguém tirar vantagem de 
você desde aquela noite e você sabe disso. Você ainda está presa a ele e 
levou uma eternidade na faculdade para superar isso! E agora você 
estará de volta à estaca zero. 
 
Ignorando Char da sua óbvia incapacidade para prender um 
homem, Kacey desviou os olhos e bufou. Seus dedos tocaram a borda 
da garrafa de tequila, e pensou em Jake quebrando o próprio acordo. 
 
– Que diabos eu estou fazendo? 
 
– Agora que ela diz isso. – Char balançou a cabeça e tomou outro 
shot de tequila. 
 
– Quero dizer... – Kacey olhou para suas mãos. – Eu terei que 
ficar a sós com ele por mais de três dias, e mesmo assim eu terei que 
mentir para toda a sua família! 
 
– E vamos ser honestas – Char interrompeu, ela falava um pouco 
mais alto do que o normal. – Você é a pior mentirosa do planeta. 
 
– Não sou. – Travis, irmão de Jake era. Mas Kacey recusou-se a 
pensar sobre Travis. A última vez que o viu, ele gritou com ela por 
atropelar sua caixa de correio durante as férias de Natal. Ela chorou, 
gritou mais um pouco, e depois se recusou a falar com ele o resto do 
tempo que ela estava visitando. Isso foi há três anos atrás. 
 
– Você é! – Char enfiou o dedo bem cuidado sobre a mesa. – 
Lembra-se que uma vez que tentou fugir de casa e ir para a festa de 
aniversário de Jake na escola? 
 
– Não, – Kacey mentiu, tentando desesperadamente engolir o 
caroço gigante de culpa em sua garganta. 
 
– Sério? De todas às vezes durante o dia de hoje que você poderia 
dizer não, você escolhe agora? Sério? O que aconteceu com você quando 
estava falando com Jake? Ou quando ele lhe fez a proposta, por que 
você... 
 
– Totalmente diferente e você sabe disso. Além disso, eu gostaria 
de salientar que eu não contei a minha mãe uma terrível mentira. Se o 
cão parou de latir, então... 
 
Char jogou a cabeça para trás e riu. – Não vamos culpar o cão. 
Mesmo que o cão tenha parado de latir, você usou isso como uma 
desculpa para admitir tudo para sua mãe. E depois me disse que era 
um sinal de Deus que estava pecando. 
 
Kacey desviou o olhar. Só porque sua amiga estava totalmente 
certa não significava que ela tinha que realmente reconhecer o fato. 
Então o quê? Sim, ela era um pouco como uma puritana, mas há um 
tempo, a única vez que ela decidiu deixar sua vida ir, ela foi até ele... 
 
Ela estava com parafusos faltando. 
 
Em mais de um sentido. 
 
Kacey deixou escapar um grande suspiro e acenou para Char a 
tomar outra dose. –Independentemente disso, eu disse que sim, e você 
sabe como eu sou com meus compromissos. 
 
Char suspirou. – Você é mais leal do que o meu cachorro, e ele é 
cego, ou seja, ele depende de mim para tudo, inclusive quando e onde 
fazer xixi. 
 
– Seu incentivo é surpreendente. – Kacey sorriu docemente e 
tomou sua dose com um grande gole de água. Ela precisava de uma 
cabeça clara se fosse planejar adequadamente como o fim de semana 
aconteceria. Uma coisa era certa. Jake não podia tocá-la, ele não 
poderia colocar uma de suas mãos sobre ela. Se ele fizesse, ela não 
tinha certeza se seria capaz de dizer não. 
 
– ...E outra coisa... 
 
Oh Deus! Char ainda estava falando sobre seu maldito cachorro? 
 
– Se você deixar ele te tocar ou beijar você... – Ela bateu com o 
punho na mesa, os olhos ligeiramente vidrados a partir da tequila. – Se 
uma das suas mãos bem cuidadas, mesmo roçar em toda a sua carne 
nua, eu vou castrá-lo. 
 
Kacey franziu os lábios e balançou a cabeça. – Obrigado, Char. 
Eu não sei o que eu faria sem você. 
 
– Nem eu... – Char soluçou e Kacey fez sinal concordando. 
Verdadeiramente, não é todo dia que um amigo fica perdido em seu 
nome. Mas Kacey sabia muito mais. Char era o tipo de amiga 
verdadeira. Quando Kacey chorou, Char chorou. Quando Kacey 
ameaçou matar Jake, Char se ofereceu para pagar um assassino, e 
quando Kacey finalmente seguiu em frente e só mencionou Jake como o 
homem que não devia ser nomeado, Char foi em frente e o apelidaram 
de bastardo. 
 
De qualquer maneira, Char estava apenas tentando ajudar, 
embora seus métodos fossem um pouco extremos. 
 
Kacey pagou a conta com um cheque e ajudou sua amiga ir para 
fora, o tempo todo imaginando como ia passar a próxima semana sem 
morrer. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPITULO 3 
 
 
– Você está maluco? – Travis gritou. – Você foi chantageado e 
depois contratou Kacey? A mesma Kacey com que você costumava 
tomar banhos? Essa Kacey? 
 
Jake não estava com vontade de defender-se de seu irmão. Sério, 
por que isso era uma grande coisa? Então, ele tinha pedido “um favor”. 
– Desculpe cara, eu tenho um monte de trabalho esta noite. Podemos 
fazer isso depois? 
 
Travis ficou em silêncio por um tempo, o que realmente não era 
um bom sinal. Isso significava que ele estava pensando, o que 
significava que ele, provavelmente, ia ter uma dor de cabeça e depois 
culpar Jake na parte da manhã. Ele e Travis não tinham se falado 
muito nos últimos anos. Isto é, até sua avó começar a se intrometer em 
suas vidas no ano passado. Pobre Travis tinha sido deixado de fora a 
maior parte do tempo, mas seu número estava quase lá. 
 
Travis, era dos dois irmãos dafamília, o protetor, aquele que 
sempre cumpria as regras. Enquanto que Jake e Kacey iriam detonar 
fogos de artifício às 2:00 da manhã, Travis sempre se comportou. Ele 
nunca gostou de ver Jake em apuros, ou Kacey. 
 
É por isso que, quando Jake fez uma asneira tão horrível na 
faculdade com sua melhor amiga, Travis tinha jurado que nunca iria 
perdoá-lo por ser tão burro com uma menina, que parecia ter tudo. 
Embora Jake não dissesse a Travis as verdadeiras razões de porque 
tinham se desentendido, ele assumiu que seu irmão provavelmente 
concluiria o pior. Se Jake não tivesse tanta certeza dos sentimentos de 
Travis em relação à Kacey, ele teria pensado que seu irmão mais velho 
tinha algo como uma queda por ela. 
 
Mas isso era impossível. De qualquer maneira, Travis torturou 
Kacey mais do que Jake fez, o que realmente queria dizer muito sobre 
isso, porque ele tinha puxado o seu quinhão de brincadeiras quando ele 
era pequeno. 
 
Travis, no entanto, levou o bolo. Um dia não pode mais ficar 
puxando o cabelo de Kacey, atirando pedras, ou iniciar um clube 
‘meninas são feias e estúpidas’, e depois eleger Kacey como sua 
mascote. 
 
O silêncio sobre a outra extremidade do telefone quebrou. – Eu 
apenas não estou certo de que essa é a melhor ideia, cara. Quero dizer, 
essa é a menina que viu você nu antes de bater a puberdade. Mamãe 
vai saber que algo está acontecendo. 
 
– Não. – Jake amaldiçoou e passou os dedos pelo cabelo. – Ela 
não vai saber porque não vamos ser os únicos a dizer a ela, vamos, 
Travis? 
 
– Você percebe que, de todos em nossa família, eu sou o pior 
mentiroso? – perguntou Travis. 
 
– Não, não, você não é. Kacey é... 
 
– Oh, bem, nesse caso... – Travis amaldiçoou do outro lado da 
linha. 
 
– Isso não importa. Isso significa muito para Kacey neste 
momento. Além disso, você realmente quer ver a vovó morrer? 
 
– Hum, ela vai fazer mais do que morrer se ela descobrir que você 
está mentindo. Dez dólares que ela diz que tem um acidente vascular 
cerebral, em seguida, pede a Deus para deixá-la voltar para matá-lo 
sozinha. Confie em mim, se alguém tem algo com Deus, é a vovó. Nossa, 
ele provavelmente iria ajudá-la a planejar sua morte... 
 
– Acabou? Eu não estava brincando sobre o trabalho. Se é 
suposto eu estar em Portland até sexta-feira, eu tenho que terminar 
toda essa papelada. 
 
Travis suspirou do outro lado novamente, provavelmente 
xingando Jake para o inferno por fazê-lo jurar sua lealdade e silêncio. – 
Tudo bem, mas quando isto explodir em seu rosto, e vai, eu vou fingir 
ignorância. 
 
Jake bufou. – Confie em mim, ninguém vai acreditar que você era 
parte de um plano tão brilhante. 
 
– Certo, bem, boa sorte. Você vai precisar dela. – A linha ficou 
muda, deixando Jake sozinho com seus pensamentos. 
 
Talvez fosse melhor não dizer a Kacey que seu inimigo de infância 
estaria presente no retiro de fim de semana com sua família. Afinal de 
contas, se ela soubesse que Satanás (palavras dela, não dele) iria fazer 
uma aparição, ela voltava no mesmo minuto. 
 
O computador cantarolava em cima da mesa bagunçada. Ele 
estava sozinho em seu escritório com um monte de papelada. Papelada 
que ele não estava muito inclinado a terminar uma vez que viu Kacey 
naquele dia. 
 
Quando ela tinha crescido tanto? E preenchido tantas curvas? Ele 
soltou um gemido. Talvez ele estivesse apenas exausto. Ele tinha muitas 
outras mulheres batendo em sua porta. 
 
Muitas mulheres, mas uma única lhe escapou. Mas que diabos? 
Será que ele realmente achava que ele a deixou ir embora? Ele balançou 
a cabeça. 
 
Não importava mais. Era melhor assim. Ele sabia que depois do 
que aconteceu, não era bom para ela, que ela sempre estaria olhando 
para ele como algo que não era. Kacey sempre tivera expectativas tão 
altas. Ele era um cara, e desde que ela não tinha irmãos, ele pensava 
que isso era algo do tipo herói. 
 
Até que ela deu a ele o olhar. 
 
Ele foi feito para isso. O momento único em sua vida que ele tinha 
arruinado completamente sua melhor amiga foi à mesma noite em que 
ele perdeu a única garota que jamais poderia ter visto com outro. 
 
Ele xingou e empurrou os papéis para fora de sua mesa. 
 
Ele teria matado seu espírito. Ela teria morrido lentamente ao 
lado dele, e ele teria se ressentido. Eles teriam magoado um ao outro 
por não serem o que cada um deles necessitava. 
 
Então, por que, em todo o seu esplendor, ele decidiu pedir um 
favor dela? Ele poderia facilmente ter levado Kacey para a casa da avó, 
sem esta farsa de compromisso. Claro, os pais dele não teriam sido tão 
felizes, mas ainda estariam bem. Talvez ele estivesse inconscientemente 
tentando corrigir um erro. Estar com ela só poderia aumentar sua 
simpatia, mas ele poderia ter pago alguém para passar o fim de semana 
com ele. Inferno, ele provavelmente não teria mesmo que pagar. 
 
A papelada de Jake olhou para ele. Ele deixou-a na mesa e 
apagou as luzes, fechando seu escritório andou em direção aos 
elevadores. 
 
– Por que eu a chamei? – Jake esfregou a parte de trás do 
pescoço. 
 
Ele apertou o botão para o lobby e suspirou, respondendo à sua 
própria pergunta. –Porque ela é a única por quem minha família 
acreditaria que estivesse loucamente e profundamente apaixonado. 
 
 
 
– Pronto! – Kacey abriu a porta de seu apartamento, vestindo uma 
calça apertada de elastano, uma camiseta gigante que caiu muito bem 
por cima do ombro, e um coque bagunçado. 
 
Pior pesadelo de qualquer homem. Uma garota que realmente se 
parece bem, sem nem tentar. – E não se preocupe, eu realmente tenho 
pouca bagagem! – Ela deu um sorriso brilhante e pegou dois pequenos 
sacos. 
 
Jake balançou sua aprovação. – Devo dizer que estou 
impressionado. 
 
Kacey fez uma pequena reverência. – Eu vivo para a sua 
aprovação. 
 
–Como você deve. – Jake riu. 
 
–Agora, traga as minhas coisas para o carro, escravo. Eu sou sua 
noiva cansada, então o apaixonado deve começar. 
 
–Apaixonado? 
 
–Sim.– Ela puxou a porta e trancou-a. –Você sabe, tem que me 
tratar como se realmente me achasse atraente, sexy, a melhor coisa 
para pular em sua cama desde que... 
 
Kacey congelou no meio da frase, um olhar de puro horror 
cruzando seu rosto. Jake não sabia o que fazer, não tinha certeza se 
deveria abraçá-la, ignorá-la, ou apenas pedir desculpas por ser um 
completo idiota sobre tudo o que aconteceu entre eles. 
 
–Hum, Kace... 
 
–Então, nós devemos começar!– Ela bateu-lhe no ombro e correu 
na frente dele, deixando-o a tediosa tarefa de levar sua bagagem por 
três lances de escadas. 
 
Honestamente era como uma punição por seus muitos pecados. 
Realmente, ele preferia ser esfaqueado a ter que ver aquele olhar de dor 
nos olhos de Kacey. Era como se alguém tivesse acabado de lhe dizer 
que a Disneylandia não era real. 
 
No momento em que ele chegou ao carro, Kacey já estava 
esperando ao lado dele. –Bonito carro. 
 
–Eu, uh...–Por que, de repente, estava se sentindo desconfortável 
com seu sucesso? –É bom, eu acho. 
 
Ele abriu a porta do novo SUV e a ajudou a entrar. Todos os 
indícios de que estava perturbada deixaram seu rosto. Kacey já estava 
tagarelando sobre o quanto ela gostava de SUVs e por que ele tinha feito 
uma boa escolha, mas tudo o que podia realmente se concentrar era em 
seus lábios e em como eles se moviam, rápido e, de repente, 
eroticamente lento. 
 
–Você conseguiu seus lábios cirurgicamente ou algo assim?– Jake 
interrompeu. À medida que as palavras saíram de sua boca, ele 
seriamente queria voltar no tempo para que pudesse se bater. 
 
–Meus lábios? Feitos? – Kacey riu. – Não, Jake, você está apenas 
confuso porque você namora tantas mulheres que tem lábios falsos, 
seios e quadris que você esquece como uma mulher de verdade se 
parece. 
 
Com a garganta subitamente seca, Jake se virou. –Certo, bem. 
Ok. 
 
Idiota,idiota, idiota. – Então, tem certeza de que pode lidar com o 
vôo de 45 minutos? 
 
Jake pensou ter ouvido Kacey murmurar "bastardo" baixinho, 
mas não podia ter certeza. 
 
–Eu quero que você saiba que eu voei muito desde o pequeno 
incidente.– Ela cruzou os braços sobre o peito. –Eu acredito que você 
está se referindo ao tempo em que salvei a vida de um homem velho? 
 
–Salvou sua vida?– Jake soltou uma gargalhada. –Kace, você 
quase o matou! Ele tinha um coração fraco, e você continuou a bater-
lhe no peito por causa da turbulência. Você parecia uma louca tentando 
fazer a massagem! Estou surpreso que ele não lhe processou! 
 
–Ele me agradeceu.– Kacey ergueu o queixo e olhou para fora da 
janela. 
 
–Hum, ele não fez nada do tipo. Ele me agradeceu, e não a você. E 
a única razão pela qual ele disse "obrigado" foi porque eu coloquei 
Benadryl no seu refrigerante para que parasse de espalhar pânico a 
todos. 
 
– Eu sabia que não poderia estar tão cansada! – Kacey quase 
gritou. 
 
Ao olhar condescendente de Jake ela trancou seus olhos na 
estrada na frente deles e murmurou: –Eu cresci desde a última vez que 
me viu. Para a sua informação, Jake. 
 
Oh ele sabia, tudo bem ele não estava disposto a admiti-lo - ou 
qualquer outra coisa. A garota tinha feito uma enorme evolução 
recentemente. 
 
–Enfim...– Kacey bufou. –Eu não tenho medo de voar mais. 
 
–Jura? 
 
–Juro. - Ela cruzou os braços sobre o coração e piscou. 
 
 
 
Kacey agarrou o assento com tanta força que seus dedos estavam 
dormentes. O que diabos? Por que eles estavam demorando tanto se o 
avião está pronto? Sua testa estava tão pressionada contra a janela, que 
o vidro podia quebrar. 
 
–Então, não tem mais medo de voar, hmm?– A respiração de Jake 
fez cócegas em seu ouvido enquanto ele empurrou o seu corpo junto ao 
dela. – Mentirosa. – Sua voz profunda fez vibrar algo em seu estômago. 
Ela se recusou a virar e olhar para o seu rosto perfeitamente esculpido. 
Maldito. 
 
–Como sabemos que eles estão realmente fazendo seu trabalho? 
Quer dizer, se a verificação do avião é tão importante, por que eles estão 
todos sorrindo? 
 
A mão quente de Jake segurou-lhe o queixo com força, puxando-a 
para longe de sua tocaia. –As pessoas estão felizes, Kacey, e um 
trabalhador feliz é um bom trabalhador. Talvez eles estejam realmente 
animados sobre o trabalho. 
 
– Ou sobre a nossa morte... – Kacey murmurou para si mesma. 
Sério! Seus olhos percorreram o resto dos passageiros. Todos eles lendo 
ou conversando. Por que eles não estavam à procura? Quero dizer, 
como um americano, é seu trabalho - ou melhor, o seu dever - olhar 
para os personagens suspeitos. Seus olhos corriam ao redor do pequeno 
avião, pousando finalmente em um grande homem que parecia estar 
falando em sua jaqueta. 
 
–Inferno Santo. –Kacey agarrou a mão de Jake. –Aquele homem 
está falando em sua jaqueta. Sabe o que isso significa? 
 
–Ele é louco?– Jake perguntou. –Como minha noiva falsa? Sério, 
Kace, se você não pode se acalmar eu vou lhe drogar de novo, e não vai 
ser Benadryl... 
 
–Tudo bem, – Kacey se inclinou para trás e tentou relaxar, mas no 
minuto em que ela fechou os olhos, ela lembrou que ainda estava 
segurando a mão de Jake, e ele estava segurando a dela de volta. 
 
Oh merda. Era como no 6º ano, na noite de skate, de novo. 
 
Só que pior, porque desta vez a canção não terminou. Eram 
quarenta e cinco minutos de viagem de avião, e ela começou a coisa 
toda segurando a mão dele. O que ele poderia pensar dela? 
 
O polegar de Jake esfregou em seus dedos delicadamente. 
 
Outro tremor involuntário percorreu-lhe a espinha. Não é real, 
Kacey. Basta lembrar que não é real. Ele realmente não gosta de você 
dessa maneira. Faz isso pela avó! 
 
O avião começou a taxiar e a pressão da mão de Jake aumentou, 
assim apertou ainda mais a mão dele. Se o homem tivesse qualquer 
sentimento debaixo de seu peito, ela ficaria chocada. 
 
–Kacey?– Ele sussurrou perigosamente, perto de seu rosto. 
 
–Hmm?– Ela se recusou a abrir os olhos. 
 
–Vamos curtir. 
 
–O quê!– Os olhos de Kacey se abriram para ver o sorriso 
zombeteiro no rosto de Jake. –Você não pode estar falando sério. 
 
–Eu estou falando sério. Da maneira que eu vejo, nós precisamos 
ter uma química antes de chegarmos a Portland. Além disso, se você 
continuar assim, eles terão que serrar meu braço por causa da perda de 
sangue. Então, realmente, você estará me fazendo um favor deixando 
meu braço no lugar. 
 
Os olhos de Kacey piscaram. – Continuará sendo bom olhar para 
você. 
 
–Uau, boa mudança de assunto. Obrigado, mas não era onde eu 
estava indo com isso. 
 
Kacey fechou os olhos novamente e amaldiçoou sua melhor amiga 
inteligente, que tinha avisado a ela que essas coisas aconteceriam. É 
claro que Jake tinha outra coisa na manga, ela só achou que não 
tentaria fazer isso em um avião. 
 
Não que isso soasse completamente horrível, nem nada. 
 
–Nós fizemos em LA, –– disse ainda segurando a mão dela. 
 
– Oh, seu pequeno mentiroso sujo! – Kacey riu e empurrou a mão 
dele. – Você fez comigo, e depois de um tempo eu participei. 
 
–Sua língua na minha garganta a cada minuto não estava 
participando? 
 
–Não, era um experimento. 
 
–Você percebe que explica tudo como se fosse uma desculpa, 
certo, Kacey? Que tal isso? Eu te desafio. 
 
Kacey bufou. –Para fazer o quê? 
 
–Finja que estamos no ensino médio. 
 
–Eu não curto. 
 
Jake riu, suas covinhas dançando em seu rosto. – Nem eu, 
querida. Nem eu. 
 
Seus lábios esmagaram os dela com tanta força que ela só poderia 
ceder e permitir que ele a empurrasse, de volta, para seu assento. 
Quente e com fome, com a cabeça inclinada até ela com uma 
necessidade inebriante. Tudo era a mesma coisa. Desde o gosto de seus 
lábios como a pressão de sua língua, quando tocou a sua. 
 
E então, quando ela estava se preparando para esfregar as mãos 
por seu cabelo, e tinha tomado a decisão de permitir que sua língua se 
desse ao luxo de encostar na dele, ele puxou de volta. 
 
–Veja. – Ele afagou-lhe a mão. –Você não se sente melhor agora? 
 
–Eu tive melhor.– Ela encolheu os ombros e fechou os olhos, 
fingindo dormir, sabendo que seria um tiro no escuro, se ele acreditasse 
que ela era capaz de dormir, voando em um instrumento da morte 
através do céu. 
 
–Eu sei que você não está dormindo. – O timbre profundo de Jake 
provocou um nervo dentro dela, fazendo com que arrepios surgissem 
em torno de seus braços. 
 
–Deixe-me sozinha, prostituto. Estou tentando esquecer o homem 
assustador falando com seu terno, a maneira muito alegre do 
verificador de pessoas, e o fato de que estou indo voluntariamente na 
cova dos leões com um homem que paga por strippers. Acho que 
mereço algum olho fechado, não é? 
 
O silêncio se seguiu, fazendo Kacey achar que tinha ganho... até 
que ela sentiu Jake escovar a mão sobre o braço dela. – Por que dormir 
quando poderíamos conversar? 
 
–Sim, –– Kacey disse forçando os olhos para ficar fechado. Eu não 
vou olhar em seus olhos hipnóticos. Eu não vou olhar em seus olhos 
hipnóticos. 
 
– Vamos falar sobre o fato de que você está me manipulando, 
assim como me pedindo para convencer toda a sua família que eu amo 
você. Como se isso fosse possível. E sério, como é que eles vão cair 
nessa? Você não vai para casa, sempre? Como é que eles não vão 
suspeitar de você simplesmente aparecer lá comigo? 
 
Jake pigarreou. – Não é verdade. Diga, você precisa de algo para 
beber? Água? Scotch? 
 
Hmm, mudança deliberada de assunto. Que diabos estava 
escondido sob a manga de Jake? –Jake?– Kacey usou sua voz doce. –O 
que faz você pensar que eles vão acreditar? Realmente, eu acho que 
mereço saber. 
 
Kacey abriu os olhos para ver Jake olhando para frente, sem 
movimentos, apenas olhando. Honestamente, ela perguntou se ele 
estava respirando, eleparecia tão tenso. A aeromoça apareceu a tempo 
para Jake pedir uma bebida. 
 
Ele bebeu duas doses de uísque, mas continuou olhando para 
frente, e o avião ainda não tinha decolado. 
 
–Jake? 
 
–Merda...– Ele olhou para o chão. –Eles não sabem... sobre nós. 
 
–O que você quer dizer?– Kacey estava realmente preocupada que 
ele estivesse bêbado neste momento. O que diabos ele estava falando? 
 
Jake amaldiçoou novamente. – Kace, eles não sabem que tivemos 
um pouco de desentendimento. Ok? 
 
–Tudo bem?– Kacey repetiu uma maldição através de sua 
respiração. -Então me diga, o que eles sabem? 
 
Jake exalou. –Tudo o que sei é que nós ficamos um tempo 
separados, mas ainda conseguimos ficar em contato ao longo dos 
últimos anos de escola, certo? É possível que eu já os levei a supor que 
ainda via você uma vez por semana. Eu os atualizava sobre a sua vida e 
o trabalho no café, e é basicamente isso. 
 
Kacey riu. –Mas como eles sabem disso? Quero dizer, você nem 
sequer sa... 
 
Jake deu a ela um olhar de culpa e mexia com as mãos. 
 
–Jake? Como eles sabem de tudo isso? 
 
Vovó Nadine sempre jurou que não iria atualizar a família sobre a 
vida de Kacey. Era inconcebível que ela iria quebrar essa promessa. 
 
–Eu disse a eles, certo?–Jake quase gritou. –Nossa, Kace, pare 
com o terceiro grau, ok? Então o quê? Eu mantive o controle sobre você. 
Eu sei tudo sobre você. Basta deixá-lo. Eles teriam me matado se 
soubessem que eu ferrei tudo com... 
 
–Sua melhor amiga, –Kacey terminou. 
 
Jake se recusou a fazer contato com os olhos dela, apenas 
continuou a olhar para frente. Ele não disse nada, não que isso fosse 
surpreendente. Ele era bom nisso. Não dizer nada, quando ela precisava 
dele para dizer alguma coisa - qualquer coisa para fazê-la se sentir 
melhor. 
 
– Este é o seu capitão, estamos prontos para a decolagem, por 
isso, sentem-se e relaxem, vamos pousar em Portland em uma hora. 
 
 
 
CAPITULO 4 
 
 
Ele era um bastardo podre. 
O fotógrafo que ele havia contratado para espioná-los tinha feito 
alguns cliques antes de voltar. 
Não deveria ter sido assim tão fácil fazer que Kacey o beijasse, e 
agora ele se sentia como o maior bundão do planeta. Mas eles tiveram 
que parecer que estavam apaixonados! Tinha que parecer sério! Mãos 
dadas não eram o suficiente. 
Então ele entrou nessa para morrer. 
E, em seguida, abriu a boca grande e gorda novamente. Que 
diabos ele estava pensando? Sua história passada criou um abismo 
gigante entre eles, um que ele não tinha certeza se poderia resolver. 
O silêncio iria matá-lo. Ele precisava pensar rápido, mas as 
únicas palavras que pareciam vir à mente eram “Me desculpe, eu sou 
um idiota”.” Todos os homens deveriam morrer.”- E a verdade era que 
isso parecia que ele era traidor da população masculina como um todo. 
Além disso, Kacey teve muitas oportunidades de falar com ele 
também. O telefone funciona em ambos os sentidos. Então, e se ele 
mantivesse o controle sobre ela? Não era como se ela não tivesse 
mantido o controle sobre ele. 
Ele sorriu e deu-lhe um olhar frio. 
-Diga-me que você não fez exatamente a mesma coisa comigo, e 
eu vou deixar você voar de volta para Seattle.- Kacey balançou a cabeça 
e olhou para suas mãos. 
-O quê?- Ele cutucou. -Não responde? 
Ela balançou a cabeça mais uma vez e enviou-lhe um olhar 
fervendo. 
-Maldito seja, Jake Titus. Amaldiçoo o seu carro de luxo, seu 
apartamento, e seu cachorrinho! 
-Hum, Kace, se você for incluir todas as minhas posses em seu 
pequeno feitiço para fazer você se sentir melhor e tudo, bem, talvez você 
deva incluir o meu iate, três casas de verão, vinte e sete carros, e um 
peixinho dourado Sid.- Ele deu uma piscada presunçosa e cruzou os 
braços sobre o peito. 
-Que di... 
A mulher estava tentando matá-lo! Kacey beliscou a parte inferior 
de seu braço com tanta força que pensou que ele ia perder a visão no 
olho esquerdo. 
-Não!- Kacey torceu a carne e liberou. 
Sim, uma contusão desagradável iria, definivamente, aparecer em 
breve. 
-Não jogue seu dinheiro na minha cara assim. Não é educado, não 
é legal, e eu me lembro de você antes de você ter tudo isso!- Jake 
balançou a cabeça. -Kace, eu sempre tive dinheiro. 
O avião começou a taxiar e Kacey pegou sua mão. 
-Não tanto dinheiro quanto você tem agora. Admita. Eu já o 
conhecia quando você tinha espinhas. 
Ele sentiu seu rosto queimar carmesim. 
-Eu nunca tive espinhas. 
-Não minta, Jake. Também me lembro de quando você costumava 
sonhar em possuir uma fazenda de galinhas. 
-Eu tinha sete anos! 
-Você era adorável.- Ela sorriu estendendo a mão livre e batendo 
na cabeça dele, ainda mantendo a outra mão na sua. Ele não tinha 
certeza se ela sabia que ela estava apertando tão forte, mas era óbvio 
que o medo dela ainda estava ridiculamente fora de controle. 
-Além disso...- Sua boca deliciosa explodiu em um sorriso. -Eu fui 
o seu primeiro beijo. 
Jake fechou os olhos contra o ataque de memórias que a 
admissão dela criou. 
-Ok, sim, então eu fui o seu primeiro beijo... 
-Antes de todas as strippers. 
-Mantenha sua voz baixa, Kace. - Ele a fez calar. 
-Antes que você soubesse o que era beijo francês.- Ela riu. -Kacey, 
Kacey, o que eu faço com a minha língua?- ela zombou. 
-Divertido. -Ele se mexeu na cadeira e estalou o pescoço. 
-Era para ser engraçado?- Ela continuou zombando dele e 
começou a rir. 
 
 
 
 
 
 
CAPITULO 5 
 
A mulher era obviamente louca e procurando por problemas. 
Quem joga algo assim na cara de alguém? Claro, ele não sabia o que 
fazer com a língua! Ele tinha doze anos! Qualquer homem ficaria 
perturbado, especialmente com Kacey como a parceira do beijo! 
Foram suas tranças. Senhor, mas ela tinha as tranças mais 
longas que qualquer menininha que ele tinha visto. Naturalmente, ele 
puxou-as sempre que a oportunidade se apresentou e, em seguida, em 
um ato de desespero, atirou pedras contra ela quando ela não procurou 
mais por ele. 
Obviamente com necessidade de atenção, ele foi para um beijo e 
ficou agradavelmente surpreso quando sua boca se abriu em um grito 
para ele parar, e sua língua escorregou para dentro. 
Ele gostava de pensar que era puramente instintivo, mas Kacey 
arruinou aquele pensamento no momento em que ela começou zombar 
dele. 
Como se ela pudesse apontar o dedo, a menina foi literalmente 
cortando toda a circulação do braço esquerdo. 
-Kacey, você acha que você pode fazer isso?- ele perguntou, 
tentando arrancar o aperto de morte longe do seu braço. Ele ainda 
segurava a outra mão e sabia que seria estúpido soltá-la. 
Principalmente, porque segurando a mão dela se sentia bem. 
E ele não estava mentindo sobre ela ter mãos bonitas. 
Ele seria um tolo por deixá-la ir. 
Novamente. 
Porra, ele precisava transar. No ritmo que estava indo eles iriam 
se casar até o final do fim de semana. O Jake sentimental precisava 
levar um soco no rosto. 
-Quarenta e cinco minutos, -Kacey gritava. -Apenas 45 minutos!- 
Risadas maníacas vieram de seus lábios. -Quero dizer, eu posso fazer 
qualquer coisa, por 45 minutos, certo? Certo? 
Aparentemente não era uma pergunta retórica. 
-Errr..., certo. Tenho certeza que você pode lidar com isso, Kace. 
-Se ele pedir uma bebida eu vou me acalmar.- Ela assentiu com a 
cabeça quando o avião começou a decolar. 
Dizendo adeus não apenas a sua sanidade, mas a todo o sangue 
que Kacey estava drenando de seu braço, Jake estremeceu e tentou 
reunir o absurdo que ela estava jorrando desta vez. 
-Se quem pedir uma bebida? 
-O cara falando dentro da jaqueta. Se ele pedir uma bebida, ele 
não é um terrorista, e se ele não o fizer, você tem que salvar o avião, se 
ele cair. 
-Há muitas coisas erradas com essa frase. Primeiro, como o 
consumo de álcool prova alguma coisa? Em segundo lugar, porque eu 
teria que salvar o avião? 
Kacey revirou os olhos, finalmente abandonando o aperto em seubraço. Graças a Deus. 
-Pelo o que eu vejo, ele vai querer a cabeça limpa se ele tiver que 
mostrar uma arma por aí.- Oh ótimo, Kacey não tinha dito apenas 
‘terrorista’ em um avião, mas a palavra ‘arma’. Porcaria. Se houvesse 
marechais do ar no avião, ele estaria jogando-a abaixo. Sem hesitação. 
-E quanto a mim, tenho que salvar todos?- Jake rezou para a 
aeromoça se apressar com o serviço de bebidas. No ritmo que estava 
indo, ele estaria totalmente perdido no momento em que pousassem. 
Kacey deu-lhe um olhar de pura estupidez. 
-Você é um cara. É o que vocês fazem. 
-Salvar completos estranhos?- Ele acenou para a aeromoça. Sério, 
por que diabos ela estava levando tanto tempo? 
-Sim, bem, não. Quero dizer...- Kacey soltou o braço 
completamente. -...É o que você faz. Você conserta as coisas. 
-Nem todas as coisas.- A frase ficou no ar fazendo Jake se sentir 
mais tenso, se isso fosse possível. 
Depois de alguns minutos de silêncio, em que Jake contemplou se 
assumisse o avião ele mesmo faria Kacey falar mais uma vez, a 
comissária de bordo trouxe o carrinho pelo corredor. 
-O que vocês dois gostariam?- Ela entregou guardanapos a Jake e 
deu a cada um deles um pacote de pretzels. 
Kacey abriu a boca para falar, mas Jake colocou a mão sobre ela 
antes que ela tivesse uma palavra dita. 
-Gostaríamos de duas mini garrafas de vodka.- Kacey mordeu sua 
mão. 
-Traga quatro, obrigado.-Kacey revirou os olhos depois que ele 
colocou o copo de gelo na frente dela e serviu-lhe as duas garrafas. 
-Beba isso. 
-Eu não preciso de álcool. Eu estou bem! 
-Fala a garota que só acusou um sacerdote de ser um terrorista.- 
Jake apontou para o homem que ela tinha acabado de acusar. Casaco 
agora removido, um colarinho clerical muito visível apareceu, 
mostrando sua profissão. 
Kacey amaldiçoou. 
-Ei, agora!- Jake deu uma cotovelada nela. -Estamos na presença 
de Deus. Agora beba. 
-Você percebe que você usou Deus e beber na mesma frase, 
certo?- Kacey resmungou, jogando para trás o líquido claro. -Macacos 
me mordam! Que tem gosto de me... 
-Mel!- Jake interrompeu com uma risada e tosse. O clérigo virou-
se e deu-lhes um olhar peculiar antes de voltar o olhar para sua revista. 
-Eu acho que não acredito mais em você. - Jake bebeu a vodka 
tão rápido quanto humanamente possível. 
-O que você quer dizer?- Kacey resmungou. 
-Você não pode fazer nada por 45 minutos. Já são dez e eu estou 
pronto para pular fora dessa coisa. 
-Basta estar grato que você não é realmente meu noivo.- Kacey 
piscou e colocou a cabeça para trás contra o assento. 
-Oh, acredite em mim, eu sou. - O tom de Jake era um pouco 
desagradável, mas era a única maneira de manter as ideias fora da 
cabeça dela. Ele precisava ficar tão longe de Kacey quanto possível, e a 
única maneira que ele poderia fazer isso era sendo um completo idiota. 
Pelo menos, o seu coração não estaria em perigo de se perder, pela 
segunda vez, e ele poderia manter o dela intacto. 
 
 
 
 
CAPITULO 6 
 
 
-Mentiroso, -Kacey murmurou uma hora e meia mais tarde. 
-Desculpe-me?- Jake olhou por cima de seu laptop e a olhou. O 
idiota tinha gastado todo o vôo usando o Wi-Fi no avião, enviando e-
mails comerciais como se estivessem saindo de moda. 
Enquanto isso, Kacey estava verificando cada personagem 
sombrio no avião e estudando o diagrama na frente dela apenas no caso 
de ela ter que fazer uma rota de fuga. 
Bem, a piada seria com Jake quando o avião caisse. Ela sabia 
pelo menos sete maneiras diferentes de sair do avião, bem como a 
maneira mais rápida para chegar a qualquer porta, enquanto ele 
provavelmente salvava seu laptop e todas as outras posses mundanas 
que possuía. 
Talvez ela tivesse fandasiado sobre ele demais em sua mente? 
Como um amigo que tinha sido legal. E sim, todos os outros beijos eram 
sem graça em comparação com o dele. Mas se as coisas fossem 
diferentes, se tivessem ficado amigos, ou até mesmo se casado, sua vida 
teria sido tão maravilhosa? 
Ou ela estaria voando com ele, observando, enquanto ele prestava 
mais atenção ao seu laptop do que para o fato de que ela estava tendo 
um grande ataque de pânico? 
-Quinze minutos, -murmurou para si mesma, esquecendo que ela 
tinha na verdade acusado Jake de mentir. 
-Primeiro você me acusa de mentir, e agora você está me dando 
uma contagem regressiva? Você está bem, Kace? 
-Tudo bem.- Ela cerrou os dentes ao vê-lo dar de ombros e olhar 
de volta para o seu computador. 
A tentação de esmagar o computador com suas mãos era forte, 
mas não iria conseguir nada além de estragar as unhas, o que ela tinha 
trabalhado duro para aperfeiçoar horas antes. Não que Jake notasse. 
-São só quinze minutos a mais, -ela cantou mais para si mesma 
do que para o idiota ao lado. -Além disso? Não é como se as coisas 
fossem ficar piores, né? Quero dizer, não é como se Travis fosse estar 
lá.- Kacey de repente se sentiu muito melhor. 
O irmão de Jake, Travis, tinha sido a ruína de sua existência. 
Enquanto Jake perseguiu e jogou com ela, Travis não lhe dava 
nenhuma atenção. Bem, isso não é inteiramente verdade. Quando ela 
era pequena, ele era implacável. E então ele parou de repente. Foi 
simplesmente como se ela não existisse. E ela não tinha certeza por que 
isso a incomodava tanto, mas ele sempre parecia estar irritado com ela 
quando ela era jovem. Kacey era a melhor amiga do seu irmãozinho. Ela 
poderia contar em uma mão o número de vezes que ele tinha realmente 
falado com ela, e toda vez que ela acabou chorando e fugindo, enquanto 
Travis continuava a provocá-la. 
Exteriormente estremecendo, Kacey conseguiu permanecer em 
silêncio o resto do vôo. 
 
Ele sabia que estava sendo rude, mas ele tinha negócios para 
terminar, e bem, Kacey precisava entender que algumas coisas eram 
mais importantes. Não era como se ele não se importava que ela 
estivesse ofegando ao lado dele, mas ele não podia simplesmente deixar 
tudo de lado com a intenção de atender a cada medo. 
Nossa, ele esteve atendendo a ela a noite toda, e ele tinha 
algumas coisas que precisava terminar. Porque ela parecia tão bem no 
que estava usando, estava levando três vezes mais tempo para terminar 
seus e-mails, sem contar como montar frases que faziam sentido para 
os seus colegas. 
Jake nunca tinha estado tão feliz em um avião ao pousar. Ele 
tirou o celular para enviar uma mensagem a sua mãe dizendo que tinha 
chegado. 
Seu telefone tocou imediatamente, olhou para baixo e sentiu o 
sangue drenar de seu rosto. 
-Merda. 
-O quê? O que houve? É a vovó? Oh meu Deus, Jake, eu tenho 
que vê-la. Ela está bem? - Kacey estava segurando o mesmo braço que 
ela tinha beliscado antes. Ele ia ter que fazer uma cirurgia plástica para 
remover as marcas dos dedos em seu braço. 
-Não, não é a vovó.- Querendo nada mais do que bater o telefone 
contra o banco ou esmagá-lo em sua mão, ele conseguiu dar um sorriso 
apertado. -Mamãe não pode nos pegar. Seu horário com a manicure 
atrasou e ela teve que correr para casa para servir o jantar, então outra 
pessoa vai nos levar. 
-Oh.- Kacey encolheu os ombros e pegou sua bolsa. 
Oh, Deus. Ele olhou para o céu e enviou uma oração. -Então, sim, 
hum, e meu pai está ajudando na mercearia e, provavelmente, vovó está 
dormindo, então um, Travis vem nos pegar. 
Kacey congelou. -Seu irmão, Travis?- As pessoas começaram a 
embaralhar no corredor. Talvez ele pudesse encontrar uma saída. Ou 
saltar do avião e quebrar alguma coisa para que ela sentisse pena dele. 
Ele olhou para o rosto dela, nem mesmo a sugestão de um sorriso. 
-Vamos lá, Kace, não é tão ruim assim. Travis é um homem 
crescido. Supere isso.- Oh nossa, isso foi sensível. 
Aparentemente Kacey também pensava assim. Suas narinas 
inflaram. Ela esbarrou nele, quase derrubando um homem velho de 
joelhos. Ótimo, talvez Kacey o processasse por agressão. 
-Desculpe,- Jake murmurou enquanto Kacey continuou a se 
mover em direçãoà saída. Felizmente não era um voo muito cheio, por 
isso ela foi capaz de fazer isso sem causar qualquer dano físico maior 
para os outros passageiros. 
Ele amaldiçoou e agarrou sua bagagem de mão, em seguida, a 
seguiu para fora. 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPITULO 7 
 
 
Ela não podia acreditar! Mas que diabos? Travis teve que buscá-
los? Jake não era rico o suficiente para conseguir um carro ou algo 
assim? Amaldiçoou sua família e sua proximidade. Sr. Titus não 
permitiria isso, até onde ela sabia. Tão certo quanto o dinheiro que eles 
tinham, eles com certeza lembravam de ‘Father Knows Best’. Rangendo 
os dentes, ela caminhou até a esteira de bagagens e encolheu-se 
quando ouviu a voz que ainda assombrava cada pesadelo. 
-Bem, bem, bem. Veja o que temos aqui.- A voz suave de Travis 
parecia retumbar em seu peito. 
Homem estúpido. 
Querido Deus, por favor, tenha misericórdia e que ele seja careca 
e gordo. 
Lentamente, ela se virou e encarou seu inimigo. 
Inferno. 
Teria sido demais pedir, pelo menos, que ele não tivesse crescido 
com seu nariz perfeito? 
-Kacey.- Ele acenou com a cabeça. 
-Satanás! 
-Seu cabelo está diferente. 
Kacey se encolheu. -Você cresceu com seu nariz. 
Jake aproximou-se e pôs-se entre eles. -Vocês podem pelo menos 
fingir jogar limpo? 
-Não, -disseram em uníssono. 
-Olha...- Jake olhou para o telefone. -Este é trabalho. Eu tenho 
que atender. Travis, você pode me deixar no escritório de Portland e em 
seguida, levar Kacey para casa? 
-Tenho certeza que mamãe vai ficar chateada se você não estiver 
em casa para o jantar. Não que eu esteja com medo de ficar sozinho 
com essa aqui.- Ele apontou para Kacey. -Mas a última vez que 
estivemos sozinhos no carro, ela quase me matou. 
-Não seja uma rainha do drama, -Kacey bufou. 
-Rainha do drama?- Travis levantou uma sobrancelha. -Havia um 
penhasco, neve, e eu tenho certeza que Benadryl estava envolvido. 
-Sempre está.- Jake balançou a cabeça. 
-De qualquer forma, ela está realmente ansiosa para vê-lo, e a 
vovó se recusa a tirar um cochilo até que ela ponha os olhos em você. 
Jake deu de ombros. -Eu não vou demorar. Agora vamos pegar 
nossas coisas, para que possamos ir. 
De repente, exausta, Kacey deixou de lutar. Ela resmungou 
bastardo sob sua respiração, realmente não se importando com quem 
se ofenderia, considerando que os dois irmãos Titus mereciam o título, e 
puxou sua bolsa por cima do ombro. 
Eles não tinham verificado nenhuma mala, então ela seguiu os 
homens para o carro que os esperavam. A limusine! Isso tinha mais a 
ver! Visões de água com gás e bancos de couro dançando em sua 
cabeça. Isto é, até Travis passar pela limusine e ir para o banco do 
motorista de uma caminhonete Ford tunada. 
Ela teria que se ancorar para cima, a fim de chegar até a porta. 
-Ei, Travis, você pode ajudar a Kacey? Eu tenho outro email que 
eu preciso responder muito rápido.- Sem sequer olhar em sua direção, 
Jake arrastou-se para a caminhonete e bateu a porta, deixando Kacey 
muito incomodada. 
-Nós somos tão apaixonados.- Kacey suspirou para si mesma 
enquanto Travis deu a volta na caminhonete para ajudá-la a entrar. 
Deus vivo, ele era ridiculamente lindo. Desde quando sua 
aparência superou a de seu irmão? Sem dúvida, ele era o solteiro mais 
cobiçado em Portland. Com seu cabelo castanho dourado encaracolado 
e olhos castanhos, ele parecia perigoso e taciturno. Sem mencionar a 
forma como o seu cabelo caia sobre a testa ou os bíceps que inchavam 
sua camisa. Tenho. Que. Parar. De. Olhar. 
-Kace?- Travis inclinou-se, sua respiração quente no pescoço 
dela. Que diabos ele estava fazendo? -Não se mova, Kace. 
Não se mova? Que tal parar de respirar? Ela não podia pensar, 
não podia responder conforme Travis chegava e pegou alguma coisa nas 
suas costas e jogou no chão. -Nada demais. Apenas uma aranha. 
-Era enorme!- Kacey suspirou e agarrou o que estava à sua 
frente, o que aconteceu de ser o bíceps de Travis. 
-Hmm. -Seus cílios se espalharam nas suas maçãs do rosto, suas 
maçãs do rosto bem esculpidas, amaldiçoadas maçãs do rosto. -Se eu 
soubesse que você iria reagir dessa maneira, eu teria colocado aranhas 
em sua cama. 
-Você e suas aranhas não são bem vindos na minha cama. 
Nunca. 
-Eu não estava me oferecendo, apenas oferecendo as aranhas.- 
Ele piscou. -Além do mais o que te faz pensar que eu acho você 
atraente? Eu vi você nua, duas vezes. 
-Eu tinha dez anos e você era um menino mau com uma 
gagueira!- Kacey passou por ele então percebeu que ela ainda tinha que 
ser levantada na caminhonete gigante. -Seria demais pedir para que 
você possa, pelo menos, dirigir um carro normal na cidade? 
-Eu não moro na cidade.- Ele ardia. Espere, caras ardem? Ela 
olhou novamente. Aparentemente eles ardiam. 
-Onde você mora? 
-No meu rancho.- Misericordioso Senhor acima. Isso explicava o 
bíceps e jeans apertados e caminhonete e... onde estava o Benadryl, 
quando ela precisava dele? 
-Então você é um rancheiro? 
Travis deu uma risadinha. -Claro, eu sou um rancheiro. Agora 
entre. - Seu toque foi rápido, muito rápido, enquanto ele a ajudava com 
a caminhonete. -Não se esqueça de apertar o cinto, Princesa. Eu 
conduzo como eu monto. 
Nojento. 
Kacey forçou seu rosto ficar pálido em vez de queimado vermelho. 
Ela pegou o telefone celular quado a porta da caminhonete bateu. Logo 
Travis estava no banco do motorista e eles estavam partindo. 
Jake se virou. -Então, eu sei que nós fomos mais específicos no 
avião, e eu acho que um beijo realmente ajudaria a definir o humor, não 
é?- Ele piscou. 
O caminhão desviou. 
Jake praguejou. -Dirigindo há muito tempo? 
-Desculpe, - Travis murmurou. 
-Então o que eu acho que nós precisamos fazer é ficar no mesmo 
quarto. Você sabe, realmente, vender a coisa toda. Ideias? 
Memórias da noite deles juntos vieram à tona. Ele estava 
realmente tentando fazer o que era melhor ou estava seduzindo-a? Ela 
não tinha ideia. Além disso, por que era tão importante para ele mostrar 
a seus pais que ele poderia estar em um relacionamento sério? Não é 
como se eles vivessem em uma caverna. Eles lêem os jornais. Sua mãe 
provavelmente iria rir na cara deles no minuto em que visse o anel. 
Travis limpou a garganta. -Na verdade, mamãe nunca faria isso. 
Ela é realmente protetora com Kacey. Você sabe disso, Jake. Ela vai ter 
que ficar no meu antigo quarto. Vou ficar na parte nova da casa. 
-Oh. -Jake deu de ombros. -Ok. Agora, lembre-se, Kacey, estamos 
apaixonados, nós vamos nos casar, e você tem que fazer que seja crível. 
Acha que pode fazer isso? 
Por que ele estava falando com ela como se ela fosse uma criança 
de cinco anos? -Sim, eu acho que posso agir como um ser humano 
normal na frente da sua família. Eles não vão suspeitar de nada. 
Jake virou-se e deu-lhe um sorriso brilhante quando ele pegou a 
mão dela. Ela sentiu seu beijo demorado e de repente foi repelida por 
sua atitude arrogante. Ela realmente se sentia como uma stripper e 
prostituta mal paga. 
 
 
 
 
 
 
CAPITULO 8 
 
 
Travis não conseguia se lembrar de uma época em que ele tinha 
ficado tão frustrado. Nada parecia melhor do que subir na caminhonete 
e dar ao seu irmão mais novo um pedaço de sua mente, ou o punho. 
Que diabos ele estava pensando? Para beijar Kacey? Depois de 
tudo que esse bastardo a fez passar? O que era mais revoltante é que 
Kacey parecia bem com todo o calvário. Era como se ela estivesse 
vendendo sua alma ao diabo. 
Mas, em sua defesa, ela sempre olhou para Jake através de 
óculos cor de rosa; e que Travis com sua gagueira era o irmão mais 
velho pronto para arruinar o mundo, um puxão no rabo de cavalo a 
qualquer momento. 
Como é que um olhar da garota poderia colocá-lo de volta na 
escola quando ela escolheu seu irmão ao invés ele? Não que ela saiba de 
sua paixão ridícula. E sua gagueira não tinha ajudado. De tudo, isso 
era o pior. Ela tomou seu silêncio comoódio, quando ao invés disso ele 
estava com medo de abrir a boca, pois sua gagueira piora quando ele 
coloca pressão sobre si mesmo para falar sem problemas. 
Tinha sido muito mais fácil perseguir a menina e provocá-la do 
que dizer-lhe as palavras bonitas que Jake tantas vezes dizia. 
Mas isso não significa que seu coração não estava envolvido. 
Sufocando uma maldição, ele direcionou para o centro. 
Felizmente, o escritório estava apenas alguns minutos da casa de seus 
pais. 
O alto arranha-céu brilhava através da chuva monótona, o nome 
da expansão de ‘Titus Enterprises’ retumbando acima da paisagem 
urbana. Lutando contra a carranca para a representação óbvia de 
dinheiro do edifício, ele balançou a cabeça ligeiramente. Ele não queria 
uma parte no negócio da família. Não, esse trabalho tinha ido para seu 
irmão mais novo, e ele podia ficar com ele. 
Travis tinha usado o fundo fiduciário em seu nome para abrir sua 
própria fazenda e cavalos de raça. Ele também funciona como um bed 
and breakfast (pousada). Belos vinte hectares com vista para o rio 
Columbia. Ele estava vivendo, ao passo que estar na cidade era 
sufocante. Ele puxou a camisa. 
Travis dirigiu a caminhonete para uma parada e Jake saiu. -Eu 
vou ligar para um carro quando eu terminar. Não deve ser mais do que 
uma hora. Até mais, e Kacey, não tente matar Travis enquanto eu 
estiver fora, ok? 
-Não posso fazer promessas!- Kacey acenou para ele e virou os 
olhos cheios de ódio em direção a Travis. -Então, você tem planos 
imediatos de me matar e enterrar o corpo? 
-Sob uma árvore, eu acho.- Travis colocou a caminhonete em 
marcha e se moveu no tráfego. -Ou talvez sob o balanço. Eles nunca 
procurariam por você lá. 
-Ha, ha, você é hilário. 
-Eu gostaria de pensar que sim. Agora o que é isso que eu ouvi 
sobre Jake beijar você? Quer dizer, eu sei que não é da minha conta, 
mas você não deveria estar mantendo isto estritamente profissional? 
Afinal de contas, ele está pagando você... 
-...como uma de suas prostitutas, eu sei, -Kacey terminou. -Mas, 
tecnicamente ele não está me pagando. Quero dizer, ele está pagando 
meus empréstimos escolares. Além disso, eu estou fazendo isso pela 
vovó. E de alguma forma eu descobri que dentro do meu peito bate um 
coração muito grande. Eu meio que devo ao Jake. Ou pelo menos ele 
me fez sentir como se eu devesse. 
-Eu não ia dizer que era uma prostituta.- Travis tossiu. -Então ele 
realmente tem prostitutas como namoradas?- Travis sacudiu a cabeça 
em desaprovação. -Talvez devêssemos deixar este pequeno petisco fora 
deste fim de semana. Pela saúde da minha avó e tudo. 
-Concordo.- Kacey bufou. -Ela teria um ataque se ela soubesse o 
quão egoísta nosso pequeno jovem Jake ficou. Mas eu o amo de 
qualquer maneira.- Kacey suspirou. 
-Aparentemente, caso contrário você não estaria aqui. Mas, 
novamente... as coisas nem sempre são o que parecem, elas são, Kace?- 
Travis limpou a garganta. 
-Só dirige a caminhonete, Travis. Estou com fome e meu 
estômago está dando nós por causa daquela viagem de avião estúpida. 
Travis colocou a piccape em marcha. -Ainda tem medo de voar? 
-Eu pensei que tivesse superado, mas então eu acusei um 
sacerdote de ser um terrorista. 
Travis riu. -Em voz alta? Maldita mulher, talvez você deva pegar o 
trem de volta. 
Os olhos de Kacey se iluminaram. -Plano brilhante, mas leva três 
horas. 
-Eles têm um bar. 
-Onde você compra ingressos? 
Travis riu quando ele entrou no tráfego. -Eu vou cuidar disso, 
certo? Só para de dizer terrorista em aviões pela sua própria sanidade e 
segurança, menina. 
-Eu não sou uma menina, - Kacey estalou. 
O caminhão parou no sinal vermelho. Travis virou-se para olhar 
para Kacey, cada pedaço de mulher que ela era. Dos seus lábios 
carnudos para o seu pequeno corpo apertado. -Sim, eu sei Kace. Eu 
teria que estar morto para não notar.- O corpo dele explodia para a vida 
quanto mais olhava para ela. Bem, isso foi desconfortável. 
-Uau, um elogio do menino que costumava fazer xixi nas calças 
quando via palhaços. Estou tocada, realmente.- Kacey agitou seus cílios 
e inclinou a cabeça. 
-Foi só uma v-vez!- O sinal ficou verde e Travis apertou o 
acelerador com ferocidade. -E o palhaço sabia o meu nome, Kace. 
Vamos lá, qualquer menino ficaria um pouco assustado. Obrigado por 
isso, aliás. 
-O que quer dizer, Travis? 
-Você disse ao palhaço o meu nome. Admita. Admita ou eu vou 
deixar você na pista de patinação no gelo. 
-Você não faria isso! 
-Eu faria, e vou. Diga quantas mortes acidentais há em um ano 
na patinação no gelo? 
-Você é um diabo! 
Travis sorriu. -Então o que você disse. 
-Tudo bem, eu disse ao palhaço o seu nome, mas só depois que 
você me desarmou. 
-Ah, a vitória no fim.- Travis suspirou, roubando uma olhada no 
espelho retrovisor para ver a carranca de Kacey e cruzar os braços. -
Kace, nós não podemos, pelo menos, tentar nos dar bem enquanto você 
está aqui? Afinal de contas, de acordo com toda a minha família, você 
está prestes ser a nova nora. Eu odiaria dar a impressão de que eu vou 
matar você em seu sono. 
Kacey gemeu. -Você está certo. E não se atreva a se vangloriar! 
Isto é para a vovó, certo? Estou fazendo isso para a vovó.- Ela cantou 
vovó cinco vezes antes de parar. -Trav? 
Foi a primeira vez que ela realmente disse que o seu nome em vez 
de um palavrão ou seu apelido favorito do diabo. -Sim, Kace? 
-Será que ela vai ficar bem? 
-Quem? Vovó?- Ele riu quando entrou na grande propriedade 
também conhecido como Titus Abbey. -Kace, acho que a vovó poderia 
sair de um holocausto nuclear e continuar bem. Não se preocupe muito, 
certo? Além disso, vejo que você vai fazer toda diferença. Ela está 
ficando toda sentimental na velhice. 
-Mas...- Kacey suspirou. 
Travis encostou na calçada, desligou o carro, e se virou para ver 
Kacey mastigando suas unhas. 
-Mas o quê?- Ele perguntou. 
Com unhas ainda em sua boca, ela respondeu: -E se ela 
descobrir? Quer dizer, eu duvido que Jake contasse a vovó que isso não 
é real. Então, ela vai pensar que estamos juntos, e... 
Travis engoliu o nó crescendo em sua garganta. Naturalmente, 
isso tinha sido uma das suas primeiras preocupações também. Se a 
vovó descobrisse... bem, Travis de bom grado apontaria para Jake e 
sacudiria a cabeça, jogando-o sob o ônibus. Mas o ponto era que a sua 
avó adorava Kacey. Se ela soubesse que eles estavam enganando-a e 
fazendo com que se sentisse melhor e fazendo-a acreditar que Jake era 
mais responsável do que o crédito que ela lhe deu... 
Então, bem, ele não tinha certeza de que seria uma vista bonita. 
Afinal de contas, a avó tinha uma vez feito uma temporada na CIA, 
embora ele fosse o único membro da família que tinha realmente 
arrancado a informação do velho morcego. 
-Ela não vai descobrir, -Travis confirmou. Porque se ela 
descobrisse, eu odiaria ser meu irmão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPITULO 9 
 
 
Kacey pulou para fora da caminhonete e olhou para a casa 
gigante. Era exatamente como ela se lembrava. A casa em estilo colonial 
se posicionava muito elegantemente em alguns hectares com vista para 
o rio Columbia. Nada tinha mudado, além da pintura, que parecia mais 
fresca do que ela se lembrava. Um azul escuro delineando as janelas, e 
um branco imaculado brilhando na maior parte da casa. No anexo, uma 
garagem para sete carros, casa com piscina, e um teatro que era maior 
do que todo o apartamento de Kacey. 
-Pronta?- perguntou Travis, aproximando-se do lado dela. 
Respirando fundo, ela olhou para a casa mais uma vez antes de 
concordar. -Pronta para a guerra. 
-Mantenha sua arma em suas calças, -Travis murmurou, levando 
Kacey ao riso assim que a porta se abriu. 
-Enquanto eu viver e respirar! Kacey! Oh doce garota, você tira 
meu fôlego!- Wescott Titus envolveu-a em seus braços gigantes e beijou-
a na testa. Em seu imponete um metro e noventa centímetros,

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