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TRABALHO DE SOCIOLOGIA

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TRABALHO DE SOCIOLOGIA – 2ª Série B
Professora: Emília Limeira
Grupo: Valéria Moisés, Geila Guimarães, Tamires Rodrigues e Iara Suielle
Resumo do capítulo 14 – O Brasil sob o olhar dos sociólogos
O pensamento social brasileiro é um ramo das ciências sociais que tem como principal objeto de análise os intérpretes e as interpretações da sociedade brasileira. Conforme essa análise prossegue, o caráter da miscigenação, bem como o passado escravagista do país e suas consequências são tópicos fundamentais para o compreendimento da formação étnica, cultural e política da sociedade brasileira. Nesse sentido, o capítulo 14 expõe os pensamentos de diferentes sociólogos no que tange à questão da formação brasileira. 
Antes mesmo do desenvolvimento da Sociologia como disciplina autônoma no Brasil, uma série de autores procuraram compreender a realidade social do país, dentre eles Joaquim Nabuco e Euclides da Cunha. Nesse sentido, Joaquim Nabuco, em sua obra “O abolicionismo”, defende suas teses contra a escravidão, dentre elas, a de que o fim da escravidão deveria ocorrer porque a raça negra era parte integrante da identidade nacional, assim como a indígena. No entanto, Joaquim Nabuco enfatizava que a abolição da escravatura não deveria vir de forma militar, mas de forma política, a fim de evitar uma guerra civil, tal como aconteceu nos Estados Unidos. Já o escritor e jornalista brasileiro Euclides da Cunha, sob outra perspectiva, percebe a importância do sertanejo mestiço na formação da denominada identidade nacional em sua obra “Os sertões”, que narra os acontecimentos da sangrenta Guerra de Canudos, liderada por Antônio Conselheiro no interior da Bahia.
A partir da década de 1930, as obras de sociologia brasileira se caracterizam por buscar novos métodos de investigação no estudo da sociedade brasileira, métodos esses importados dos centros criadores de teorias à época. Assim, como visto, Sérgio Buarque adaptou os métodos de Max Weber para compreender a realidade brasileira, enquanto Gilberto Freyre utilizou os métodos antropológicos desenvolvidos por Franz Boas. O antropólogo alemão Franz Boas defendia que a cultura de um povo deveria ser estudada não em comparação à própria cultura do antropólogo, mas com uma imersão desse profissional naquela cultura como se fizesse parte dela. Nesse sentido, nos textos de Gilberto Freyre sobre a formação histórica brasileira é notório o destaque concedido à miscigenação. Considerada até então como fato prejudicial ao desenvolvimento da sociedade brasileira, a miscigenação é vislumbrada de forma positiva por Freyre. Já Sérgio Buarque, em sua obra mais famosa, “Raízes do Brasil”, analisa a colonização brasileira com base nos conceitos weberianos e defende que o legado personalista da experiência colonial constituía um obstáculo a ser vencido, para o estabelecimento da democracia política no Brasil. Por outro lado, esse mesmo contexto cultural possui dados positivos, uma vez que essa repulsa à hierarquia racional permitiria uma assimilação mais fácil de novas influências, além de possibilitar uma sociedade com menos desigualdades.
Em última análise, considera-se a percepção dos pensadores Florestan Fernandes e Darcy Ribeiro sobre a formação do Brasil. Desse modo, Florestan Fernandes, em sua obra “Integração do Negro da Sociedade de Classes”, vai usar categorias marxistas para explicar o lugar do negro na luta de classes na sociedade brasileira, além de apontar que, apesar da sociedade brasileira ser miscigenada, ainda há uma segregação racial e a permanência de um racismo estrutural. Sob outra perspectiva, Darcy Ribeiro, em sua obra “O povo brasileiro”, procura traçar os pilares fundamentais dos povos formadores do país e as relações que se estabelecem entre eles, dividindo o Brasil em regiões e explicando a especificidade de cada povo regional para, conclusivamente, apresentar o fundamento dessa relação, que ocorre de forma conflituosa. Assim, o Brasil não é pacificado pela miscigenação, visto que ela não é um elemento de paz e harmonização, mas um elemento resultado da violência sexual e do domínio que os colonizadores impuseram aos nativos e, mais tarde, aos negros, embora fizesse parte da identidade nacional.

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