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Medicina Legal | Dr. Paulo Colchon Psiquiatria f�ense - Ramo da medicina que trata das aplicações forenses da psiquiatria quando estes conhecimentos servem às ciências jurídicas - O principal nome no BR de psiquiatria forense: Guido Palomba → Perícia psiquiátrica • Avaliação especializada por psiquiatra • Solicitada pelo juiz com finalidade de esclarecer um fato de interesse da justiça • Documento de caráter clínico-psiquiátrico que atesta a condição mental de uma pessoa • Imparcial • Didático e com linguagem acessível • Fonte: periciando e familiares/conviventes • Sigilo médico NÃO será respeitado, pois a justiça precisa da informação → Objetivos da perícia psiquiátrica • Estabelecer diagnóstico médico • Estabelecer o estado mental no momento da ação • Estabelecer o prognóstico social • Quadro transitório? • Reversível ou irreversível? • Incapacidade temporária ou definitiva? • Há Periculosidade? • Há necessidade de tratamento? Internado ou domiciliar? Só tem uma maneira de ter “prisão perpétua” no BR: manicômio judiciário→ sociopata que tem periculosidade (isso impede dele do convívio social normal), e de tempos em tempos temos reavaliação para ver se a pessoa mudou ou não, se mudou a periculosidade → Principais motivos para solicitar perícia psiquiátrica: • Avaliação da interdição civil por razões mentais • Avaliação da inimputabilidade - No código civil tem-se as classificações de incapacidade ou capacidade; - Pacientes com deficiência mental não são classificados como incapaz civilmente → Incapazes de serem avaliados • Ébrios habituais e viciados em tóxicos • Aqueles que por causa transitória ou permanente não puderem exprimir sua vontade • Os pródigos → É aquele que dilapida seus bens de forma compulsiva. É a pessoa que gasta imoderadamente seu dinheiro e seus bens, comprometendo o seu patrimônio. Por esse motivo, os pródigos são considerados relativamente incapazes e, portanto, podem ser interditados judicialmente. De acordo com o artigo 1.782, do Código Civil, "a interdição do pródigo só o privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral, os atos que não sejam de mera administração". → Imputabilidade penal • No Direito Penal, imputabilidade significa a possibilidade de atribuir a autoria ou responsabilidade de um ato criminoso a alguém → ou seja, uma pessoa imputável é uma pessoa que já pode responder por seus atos e ser condenada a alguma pena por causa deles. • Imputável (pode responder pelo crime) vs. Inimputável (não pode responder pelo crime) TÍTULO III → DA IMPUTABILIDADE PENAL Inimputáveis Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei no 7.209, de 11.7.1984) Redução de pena Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei no 7.209, de 11.7.1984) É culpado pelo crime, mas como tinha algum estado mental (ex. estado de mania), ele pode ter a pena reduzida Gabriela de Oliveira | T3 | 8º período 1 Medicina Legal | Dr. Paulo Colchon Menores de dezoito anos Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. (Redação dada pela Lei no 7.209, de 11.7.1984) Emoção e paixão Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela Lei no 7.209, de 11.7.1984) I - a emoção ou a paixão; (Redação dada pela Lei no 7.209, de 11.7.1984) Embriaguez II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. (não tira a culpa, mas pode talvez diminuir a pena) (Redação dada pela Lei no 7.209, de 11.7.1984); § 1o - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei no 7.209, de 11.7.1984) § 2o - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei no 7.209, de 11.7.1984) Deficiências mentais • Desenvolvimento mental incompleto - Menoridade - Surdo-mudo - Silvícola não-aculturado • Apedeutismo • Desenvolvimento mental retardado ou oligofrenia • Demências (adquiridas com a idade) Neuroses • Depressão • Fóbicos-ansiosos • Ansiosos (síndrome do pânico e outros) • TOC • Reativos ao estresse • Somatoformes (somatização, hipocondríaco, Síndrome de Munchausen by proxy) Psicoses • Esquizofrenia • Bipolar em fase de mania • Psicoses orgânicas - Encefalopatias traumáticas, vasculares e infecciosas - Psicose puerperal - Epilepsia • Psicoses tóxicas • Álcool, opióides, cocaína, anfetaminas e outros alucinógenos e estimulantes Gabriela de Oliveira | T3 | 8º período 2 Medicina Legal | Dr. Paulo Colchon Transtornos da personalidade - Grupo A - estranhos e excêntricos • Paranóia - desconfiança e suspeita • Esquizóide - desinteresse em outras pessoas • Esquizotípico - ideias e comportamentos excêntricos - Grupo C - aparenta ser ansioso e apreensivo • Esquivo - evitar contato interpessoal por sensibilidade à rejeição • Dependente - submissão e necessidade de ser cuidado • Obsessivo-compulsivo: perfeccionismo, rigidez e obstinação - Grupo B - caracterizado por parecer dramático, emocional ou errático • Antissocial *** • Borderline - intolerância em estar sozinho e desregulação emocional • Histriônico - busca atenção • Narcisista - autoestima desregulada e frágil, grandiosidade aparente Transtorno de Personalidade Antissocial → “Sociopata” ou “Psicopata" • Condutopata- é outro nome dado pelos psiquiatras forenses • Padrão generalizado de descaso com as consequências e direitos dos outros - eles não tem remorso, nem culpa • Fatores genéticos (parentes de 1o grau) • Fatores ambientais → Abuso durante infância (psicológico e físico) • Homens 6:1 mulher • Sociopatia não está relacionado com a inteligência; a diferença é que o mais “burro” vai ser preso mais facilmente; o sociopata é um dos “Tops” dos transtornos de personalidade Diagnóstico DSM 5 → EVIDÊNCIAS DESTE COMPORTAMENTO ANTES DOS 15 ANOS DE IDADE. • Ter: Desprezo persistente pelos direitos dos outros • + 3 ou mais dos seguintes fatores: • Desprezar a lei, ex. Crimes, fraudes, detenções repetidas... • Ser enganador, mentiroso compulsivo, uso de nomes falsos, pequenos ou grandes golpes • Agir impulsivamente, não planejar com antecedência • Ser facilmente irritado ou agressivo, indicado por brigas e agressões, danos materiais • Despreza sua segurança e a dos outros • Agir consistentemente se forma irresponsável, não pagar contas, não ficar em nenhum emprego... • Não sentir remorso. 13 sinais para identificar um sociopata 1. Fique atentos a um Charme superficial e descontraído, galanteador, agradável, simpático, fala o que quer ouvir 2. Fique atento a uma auto-percepção grandiosa, auto-estima inabalável, pensam que são melhores que todos em tudo, mais espertos, mais poderosos 3. Preste atenção na necessidade constante de estimulação; não tem paciência para quietude, calma e reflexão, precisam estar em ação constante 4. Analise mentirosos patológicos, uma mentira para encobrir outra, muitas vezes se contradizem 5. Avalie o grau de manipulação; são astutos e capazes de levar pessoas a fazer o que normalmente não fariam, usando a culpa, força, chantagem, qualquer coisa para tirar proveito da situação,como criar intrigas, transferir culpa... 6. Perceba a ausência de culpa ou remorso. 7. Note a ausência de responsabilidade emocional e afeição; não se abalam commortes, desastres... 8. Procure pela falta de empatia; são insensíveis ao extremo, sabem disso, usam o sentimento do outro para manipular, mas jamais sofrem juntos. 9. Cheque o estilo de vida, tendem a ser parasitas, dependem de outros manipulados para viver 10. Acompanhe os comportamentos, tende a não se controlar (explosivo), tem promiscuidade sexual e apresenta problemas comportamentais desde cedo 11. Metas irreais. Se acham tão poderosos que a meta é inatingível mesmo a longo prazo, e a curto prazo não tem planos lógicos para começar 12. Veja se a pessoa é impulsiva ou irresponsável, brigas de trânsito, altas velocidades, álcool e drogas, jogos de azar... 13. Verifique se a pessoa corresponde à responsabilidade que recebeu; falhará com prazos, usará subterfúgios, nunca admitirá estar errado ou cometer erros de julgamento, jogará a culpa em algo ou alguém. É mestre em jogos psicológicos. Exemplos de psicopatas do cotidiano • Prostitutas • Policiais agressivos além do necessário • Advogados criminalistas sem remorso • Médicos irresponsáveis com seus pacientes • Aborteiros, falsos curandeiros por dinheiro • Ditadores • Serial-killers • Matadores de aluguel Gabriela de Oliveira | T3 | 8º período 3
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