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Prof. Eustáquio Paiva FISIOPATOLOGIA E CLÍNICA NEUROLÓGICA ATAXIA "O cerebelo coordena o movimento e o controle postural ao comparar a estimulação motora efetiva ao movimento pretendido e, depois, ajustar o movimento quando necessário." Função primária: detectar a diferença ou o “erro motor” entre o movimento intencional e o movimento real (reduzir o erro). VerDcalmente, o cerebelo pode ser dividido em seções: • Verme na linha média. • Hemisfério paravérmico. • Hemisfério lateral Cada uma das seções verticais se associa a uma classe específica de movimentos. Cada seção vertical faz projeção para núcleos cerebelares profundos específicos ou para núcleos vestibulares. Os núcleos cerebelares profundos, de medial para lateral, são os núcleos fastigial, interpósito e denteado. "As fibras que ligam o cerebelo ao tronco encefálico formam três pedúnculos cerebelares de cada lado do tronco encefálico." As fibras provenientes do córtex cerebral fazem sinapse na ponte, e as informações seguem, então, por axônios no pedúnculo médio até o cerebelo. O pedúnculo inferior traz informações aferentes do tronco encefálico e da medula espinal para o cerebelo. O pedúnculo cerebelar superior se fixa ao mesencéfalo e contém a maior parte das fibras eferentes cerebelares. Os movimentos humanos podem ser classificados em três grandes classes: • Equilíbrio. • Movimentos grosseiros dos membros. • Movimentos voluntários finos, distais. O cerebelo tem 3 regiões especializadas para o controle de cada uma dessas classes de movimentos. Cerebrocerebelo (aferências do córtex cerebral) = regulação de movimentos que exigem grande habilidade; Ves5bulocerebelo (núcleos vesDbulares) = regulação de movimentos relacionados com a manutenção da postura e do equilíbrio; Espinocerebelo (diretamente da medula espinhal) = relacionado com movimentos grosseiros dos membros ao caminhar (marcha). Ataxia é a incoordenação de movimentos que não resulta de fraqueza muscular. Pode ser causada por distúrbios ves;bulares, cerebelares ou sensoriais (propriocep;vos). A ataxia pode afetar o movimento ocular, a fala (produzindo disartria), membros individuais, o tronco, a postura ou a marcha. As lesões que envolvem o vestíbulo cerebelo causam nistagmo (movimentos oculares anormais), desequilíbrio e dificuldade para manter o equilíbrio nas posições sentada e de pé (ataxia do tronco) As lesões no verme acarretam disartria (fala pastosa, mal articulada). A disfunção do espinocerebelo acarreta marcha atáxica (uma marcha cambaleante de base ampla). Obs.: No ALCOOLISMO crônico, a seção do lobo anterior do espinocerebelo é frequentemente lesada devido à desnutrição, ocasionando a característica marcha atáxica. Erros de execução motora Marcha instável, cambaleante e oscilante Ataxia LESÂO LESÂO ataxia (incoordenação motora da fala e das extremidades) dismetria (erros na força) decomposição motora, disdiadococinesia (dificuldade de realizar movimentos rápidos e alternados); rechaço (dificuldade de controlar voluntariamente os músculos extensores); tremor intencional Nistagmo patológico As lesões cerebrocerebelares acarretam ataxia dos membros, com as seguintes manifestações: Disdiadococinesia Dismetria (incapacidade de se mover com precisão por uma distância pretendida). Tremor de ação (tremor de membro durante um movimento voluntário) Decomposição: Consiste em manter uma posição fixa de uma arDculação enquanto outra arDculação esta se movendo. SCA3 é a mais prevalente na população brasileira Denominada doença de Machado-Joseph Esclerose Múltipla (marcha atáxica) BIBLIOGRAFIA BÁSICA DANGELO, JG, FATTINI, CA. Anatomia humana básica. São Paulo: Atheneu, 2. ed. 2008. MOORE, KL, DALLEY, AF, AGUR, AMR. Anatomia Orientada para Clínica. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. MACHADO, A. Neuroanatomia funcional. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2003. KANDEL, Princípios de neurociências. 5. Ed. São Paulo: Mcgraw-Hill, 2014. PURVES, D. Neurociências. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. LENT, R. Cem Bilhões de Neurônios? Conceitos Fundamentais de Neurociência - 2ª edição. Atheneu, 2010. BERNE e LEVY. Fisiologia. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.