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OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Definir o papel histórico e social da mineração no Brasil.
 > Explicar o método de lavra a céu aberto e a relação estéril/minério. 
 > Determinar as operações unitárias básicas no método de mineração a céu 
aberto.
Introdução
A mineração, que consiste na extração de bens minerais para utilização humana, é 
uma das atividades mais antigas que o homem realiza. Desde a época pré-histórica, 
a necessidade de conversão de bens minerais em produtos para uso humano é 
constante na sociedade. Essa demanda exigiu que aprimorássemos os métodos 
de extração e beneficiamento dos materiais. Considerando que o desenvolvimento 
de uma nação e o bem-estar de sua população não existem sem o uso intensivo, 
porém racional, dos bens minerais, o conhecimento desse segmento é essencial 
para qualquer sociedade que busque crescimento.
Neste capítulo, você vai conhecer o papel histórico e social da mineração no 
Brasil e, mais especificamente, o método de lavra a céu aberto, desde o conceito 
de relação estéril/minério (REM) até as principais operações unitárias básicas.
Introdução à 
lavra de minas 
a céu aberto
Sheila Mena Barreto Silveira
A mineração e o desenvolvimento do Brasil
Histórico da mineração no Brasil
Desde os primórdios da humanidade, a extração mineral é uma peça funda-
mental para o desenvolvimento social e econômico das civilizações, o que 
não foi diferente no Brasil. Antes do final do século XVII, a busca por ouro, 
prata e pedras preciosas era constante, porém sem grande êxito, uma vez 
que os locais onde era realizada essa busca não continham jazimentos des-
ses minerais. No entanto, com a queda do valor agregado do açúcar, devido 
à concorrência das Antilhas, a Coroa portuguesa aumentou a procura por 
minerais preciosos (como metais e diamantes) com a criação do movimento 
de interiorização denominado Bandeiras. Esta foi uma política social que 
incentivou a população para exploração mineral, pois o valor agregado do 
açúcar já não era atrativo. Os bandeirantes, pessoas que foram para as regiões 
não povoadas do Brasil, como Sudoeste e Centro-Oeste, buscavam índios e 
metais preciosos para comercialização nas cidades do Nordeste brasileiro 
e, consequentemente, na Europa.
Juntamente a essa expansão territorial, foram descobertas diversas jazi-
das minerais, o que deu início ao ciclo econômico do ouro, intensificando a 
extração mineral de diamante e ouro no atual estado de Minas Gerais. Esses 
bens minerais eram encontrados em aluviões, que são depósitos de areia, 
argila e cascalho, nas margens e nos leitos dos rios, transportados e acumu-
lados por processos erosivos, logo, estando disponíveis para extração sem 
necessidade de escavação ou qualquer técnica além da utilização de bateia 
(espécie de peneira utilizada para separação física do minério e estéril). 
Com a facilidade de acesso e a inexistência de necessidade de especificação 
técnica do trabalhador, o esgotamento desse tipo de depósito mineral deu-se 
de forma consideravelmente rápida.
A mineração por bateia, método de separação por densidade, representa 
muito bem as condições precárias de trabalho encontradas na época. Os 
escravos ficavam diariamente expostos a condições insalubres, como sol 
forte e água até os joelhos por longos períodos de tempo. À medida que rios 
e riachos menores eram exauridos, os proprietários passaram a exercer a ati-
vidade mineira em corpos de água maiores a partir de sistemas de dragagem.
Introdução à lavra de minas a céu aberto12
A Figura 1 ilustra como era feita a exploração do ouro em aluvião.
Figura 1. Extração de ouro em aluvião realizada por escravos.
Fonte: Cotrim (2002 apud FERREIRA, 2013, p. 4).
 A atividade mineira nos primeiros 70 anos do século XVIII foi de grandes 
proporções, alcançando 50% da produção mineral de ouro do mundo, cerca 
de 15 ton/ano de ouro em meados de 1750 (FIGUEIRÔA, 1994). O declínio da 
atividade se deu principalmente pelo exaurimento dos rios e riachos e os 
aumentos dos impostos pela coroa portuguesa. Nessa época surgiram diversas 
revoltas, entre elas pode-se destacar a inconfidência mineira, associada ao 
nome de Joaquim Jose da Silva Xavier, também conhecido como Tiradentes.
A partir desse ciclo econômico, percebeu-se o potencial mineral do terri-
tório brasileiro, o que deu início a diversas pesquisas por parte de empresas 
privadas e pelo próprio governo. Cabe ressaltar que a importância social e 
econômica da mineração durante os séculos XVII e XVIII foi diminuindo devido 
à migração dos trabalhadores para os grandes centros urbanos em busca 
de oportunidades no recém iniciado processo de industrialização. Embora 
a atividade mineira tenha esfriado, permaneceu desempenhando um papel 
de destaque na economia, principalmente nos arredores de sua instalação.
No período industrial, tardio no Brasil quando comparado às nações 
europeias, a necessidade de matérias-primas para a construção civil e para 
as indústrias reaqueceu o segmento da mineração. Desde então, uma par-
cela significativa do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro é oriunda dessa 
atividade. De acordo com dados do Ministério de Minas e Energia, em 2019, o 
setor mineral correspondia a 4% do PIB do país e a 22,6% da balança comercial 
(importações e exportações) (BRASIL, 2020).
Introdução à lavra de minas a céu aberto 13
Mineração e impacto social na sociedade brasileira
Quando se trata do viés social, é preciso destacar que a mineração contribuiu 
de forma significativa para a distribuição locacional das cidades e de seus 
habitantes. Quando foram “descobertas” as jazidas de metais na região em 
que hoje estão Minas Gerais e Goiás, houve uma migração mais acelerada 
para esses locais, com o desenvolvimento de sítios urbanos no entorno das 
áreas que estavam sendo lavradas. O mesmo ocorreu na região Norte, com 
a abertura dos complexos Serra Pelada e Carajás, ambos localizados no 
estado do Pará.
O ciclo da implantação de um empreendimento mineiro, em áreas com 
pouco desenvolvimento urbano, consiste basicamente na criação de vilarejos 
para comportar os novos moradores, atraindo comerciantes e prestadores de 
serviços. Essa cadeia gera necessidade por novos insumos, como material de 
construção e itens básicos de alimentação e higiene, criando novos postos 
de trabalho e atraindo mais pessoas. Ao aumentar o porte do centro urbano 
e, consequentemente, a quantidade de pessoas na região, há demanda de 
implantação de serviços básicos (como maternidade, posto de saúde, sane-
amento básico, eletricidade, etc.), expandindo ainda mais a rede de pessoas 
e serviços necessários. Com o tempo e com o aumento da densidade popula-
cional, os antigos vilarejos se consolidam como municípios, e suas atividades 
primárias deixam de ser oriundas exclusivamente da mineração, já que ocorre 
uma diversificação nas atividades desenvolvidas pela população.
Sendo assim, a implantação de empreendimentos de mineração acarreta 
desenvolvimento urbano no seu entorno. No entanto, se as atividades mineiras 
não forem bem conduzidas, os impactos ambientais podem sobrepor-se aos 
benefícios do empreendimento, o que ocasiona desconforto na população 
lindeira. 
A satisfação e o bem-estar da vizinhança de uma mineração são fatores 
essenciais para a manutenção do empreendimento, uma vez que a pressão 
popular pode inviabilizar, mesmo que de forma temporária, a implantação 
e/ou a operação da mineração. Um exemplo é a Mina Guaíba, complexo de 
extração mineral de carvão e areia no Rio Grande do Sul cujo projeto prevê 
torná-la a maior mina a céu aberto do Brasil. Apesar de demonstrar ser alta-
mente tecnológica e lucrativa, devido às fragilidades ambientais elencadas 
no sítio e no próprio projeto, em 2020, foi suspensa a análise, por parte do 
órgão ambiental, dos estudos técnicos apresentados pelo empreendedor.
Destaca-se, nesse sentido, o que o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) 
(2014, p. 8) afirma:
Introdução à lavra de minas a céu aberto14
[...] a mineraçãoreflete positivamente na qualidade de vida dos cidadãos. É pouco 
percebido pela população, por exemplo, que o Índice de Desenvolvimento Huma-
no – IDH dos municípios onde ocorre a mineração é maior do que a média do IDH 
dos Estados onde se localizam e superior, também, ao dos municípios onde não 
há essa atividade econômica. Outro aspecto a observar é que, mesmo em pontos 
distantes dos grandes centros urbanos ou em áreas onde se concentram bolsões de 
pobreza, a presença de um empreendimento mineral é fator concreto de estímulo 
ao desenvolvimento sustentável dessas localidades.
Logo, o desenvolvimento do setor mineral está diretamente associado ao 
desenvolvimento social e econômico do Brasil, devendo ser expandido, de 
forma sustentável, para o fortalecimento da nação brasileira.
O carvão mineral é um bem mineral controverso, uma vez que sua 
exploração é vista pela sociedade como altamente poluidora e gera-
dora de impactos ambientais diversos. No entanto, sua participação na matriz 
energética brasileira é significativa, consistindo em 26,9%, de acordo com a 
Agência Internacional de Energia, e consolidada, já que as termoelétricas são 
acionadas quando há déficit hídrico para geração de energia elétrica no setor 
de hidroeletricidade (EPE, 2020).
Lavra a céu aberto: conceitos básicos
A extração mineral pode ocorrer a céu aberto (na superfície terrestre) ou de 
forma subterrânea (abaixo da superfície). A seleção do método de lavra a 
ser utilizado depende da disposição espacial do depósito mineral. Opta-se 
pelas operações a céu aberto sempre que o depósito estiver próximo da 
superfície ou quando a relação de custo-benefício for favorável. Destaca-se 
que, usualmente, os custos de implantação e operacional são mais baixos 
em minas a céu aberto do que em minerações subterrâneas.
De acordo com De Carli (2013, p. 7-8),
a lavra a céu aberto tem aplicação muito mais frequente do que a lavra subterrâ-
nea, devido a diversas vantagens atribuídas a este método. Dentre as principais 
vantagens encontram-se o custo de lavra, a capacidade de produção, menor 
diluição, versatilidade para qualquer tipo de mineralização, grande recuperação 
de depósito e ambiente menos agressivo do que nas operações subterrâneas. 
Contudo, este método também tem suas desvantagens, como a limitação pela 
profundidade, necessidade de investimento inicial elevado, recuperação da área 
após as atividades, disponibilidade de terreno para locação de pilhas de material 
estéril e barragens de rejeito, entre outras.
Introdução à lavra de minas a céu aberto 15
Existem inúmeros métodos de lavra a céu aberto, que podem ser classi-
ficados de distintas formas. Os métodos utilizados mais usuais são a lavra 
por bancadas simples ou múltipla (open-pit mining), a lavra em tiras ou fatias 
(stripmining ou open-cast mining) e a lavra de pedreiras (quarry mining ou 
dimension stone mining).
De acordo com Curi (2017), os principais métodos podem ser definidos da 
seguinte maneira:
 � Método de lavra por bancadas: trata-se do principal método de lavra a 
céu aberto e o mais utilizado nas minerações brasileiras, bastante pre-
sente na lavra de minerais metálicos. As bancadas podem ser simples 
ou múltiplas, dependendo da profundidade final do corpo mineral. São 
desenvolvidas, consecutivamente, de cima para baixo e devem apresen-
tar um ângulo de repouso que garanta sua estabilidade. Geralmente, 
são utilizadas quando o corpo de minério se encontra recoberto por 
espessa camada de solo. Após a extração mineral, o estéril é deposi-
tado nas proximidades da cava para uma futura recuperação da área. 
 � Método de lavra em tiras: conhecido pela alta produtividade e menor 
custo operacional, é utilizado principalmente em depósitos tabulares 
e camadas horizontais com pouco capeamento. Entre os minérios que 
são lavrados dessa forma, destacam-se a bauxita, o carvão e o xisto 
betuminoso. Esse método costuma utilizar equipamentos de grande 
porte, tais como shovels e draglines ou mineradores contínuos (bucket 
wheel excavator — BWE).
 � Pedreiras: método direcionado à lavra de materiais de uso direto na 
construção civil, como pedras para revestimentos, pisos e britas. Entre 
as rochas extraídas por esse método, destacam-se os gnaisses, granitos 
e calcários. As pedreiras são conhecidas pela produção de granulados, 
e seu método segue a sequência desmonte e britagem, separando o 
material através de uma série de peneiras em dimensões distintas.
Destaca-se que o tipo de lavra conhecido por lavra ornamental ou quarry 
mining está englobado na classificação de pedreiras, uma vez que é consi-
derado um material para uso na construção civil, apesar de não passar pelo 
processo de britagem.
As Figuras 2, 3 e 4 ilustram os métodos de lavra a céu aberto por bancadas, 
em tiras e pedreira, respectivamente. Nota-se a similaridade da geometria 
Introdução à lavra de minas a céu aberto16
das cavas, sempre em patamares, cujas operações ocorrem de forma des-
cendente (de cima para baixo).
Figura 2. Método de lavra a céu aberto — bancadas.
Fonte: Rodovalho (2019, documento on-line).
Figura 3. Método de lavra a céu aberto — em tiras.
Fonte: De Carli (2013, p. 11).
Introdução à lavra de minas a céu aberto 17
Figura 4. Método de lavra a céu aberto — pedreira.
Fonte: Investimento... (2020, documento on-line).
Com o conhecimento dos tipos de métodos de lavra a céu aberto definidos, 
é possível imaginar que, ao retirar o material de interesse (minério), será 
necessário extrair material sem valor agregado, que é denominado estéril. 
Portanto, ao lavrar um depósito mineral, extrai-se o minério, que vai ser 
aproveitado economicamente, e o estéril, que deve ser depositado em local 
próprio definido, chamado de pilha de estéril.
O parâmetro que correlaciona a quantidade de estéril a ser removida 
para a extração do minério é chamado de relação estéril/minério (REM) e 
usualmente é expresso em m³/m³ para material agregado de construção civil, 
em t/t para minerais metálicos, e em m³/t para carvão (DE CARLI, 2013). Esse 
parâmetro é essencial para a viabilidade econômica do empreendimento, 
uma vez que, durante o planejamento mineiro, a REM determina, juntamente 
a critérios operacionais, a geometria da cava final.
A maior mina a céu aberto em operação no Brasil, denominada 
Carajás, está localizada no sudeste do Pará e foi “descoberta” de 
forma inusitada. Em 31 de julho de 1967, o geólogo Breno Augusto dos Santos, 
que buscava jazidas de manganês na região, desceu do helicóptero em que se 
encontrava, durante o seu abastecimento, e começou a examinar algumas rochas 
no local. O que ele notou foi que, em vez de manganês, a região possuía ferro, 
ocasionando o início dos estudos geológicos para esse mineral na região. Foi uma 
feliz coincidência para todos os envolvidos na área de mineração (CONHEÇA..., 
2018, documento on-line).
Introdução à lavra de minas a céu aberto18
Lavra a céu aberto: principais operações 
unitárias
As principais operações unitárias em mineração a céu aberto consistem no 
decapeamento (ou descobertura), na perfuração e no desmonte do maciço 
rochoso, no carregamento e no transporte do material detonado para o 
beneficiamento. Algumas dessas etapas podem ser mais longas que o usual 
ou mesmo suprimidas, dependendo das condições geológicas, locacionais e 
operacionais do empreendimento. As etapas de recomposição topográfica 
e/ou recuperação de mina estão sendo inseridas, aos poucos, como uma 
operação unitária, visto que, no passado, ao se exaurir uma mina, não havia 
exigência legal de recuperação da área degradada.
As atividades ligadas diretamente às etapas de extração do bem mineral, 
relacionadas às operações unitárias básicas, são denominadas operações 
de produção, enquanto as demais atividades que têm por finalidade apoiar 
esse processo são definidas como operações auxiliares.
A etapa de decapeamento consiste na remoção da cobertura vegetal e de 
solo presentes acima do minério. Essa etapa pode ser curta,se não houver 
muita cobertura, ou longa, se houver solo espesso ou densa vegetação. 
Normalmente, são utilizados equipamentos de carregamento para remover 
o solo, como carregadeiras ou retroescavadeiras. Usualmente, os órgãos 
ambientais exigem que, nos projetos mineiros, o solo vegetal seja guardado 
para a recuperação da área impactada; logo, deve-se prever local para estoque 
durante a fase de planejamento mineiro.
Uma operação auxiliar é o desenvolvimento de vias que permitem o 
acesso ao minério e às áreas de depósito de estéril e solo. Os acessos são 
normalmente planejados pelo profissional responsável pelas operações 
de infraestrutura da mina. O objetivo é maximizar a extração de minério e 
minimizar a remoção do estéril, sempre buscando o menor deslocamento dos 
equipamentos presentes no empreendimento, o que representa uma economia 
significativa de combustível e desgaste do maquinário. Parâmetros como 
largura, raio de curvatura e declividade da rampa são alguns dos pontos que 
devem ser observados na construção dos acessos. Além disso, deve-se levar 
em consideração as dimensões dos equipamento utilizados nas operações 
unitárias, como caminhões e escavadeiras (SOUSA et al., 2012).
Os processos de perfuração e desmonte ocorrem quando o maciço ro-
choso não é friável, ou seja, necessita de força externa para ser removido. A 
perfuração consiste na confecção de furos no maciço rochoso para inserção 
de material que possa realizar a fragmentação, como argilas expansivas 
Introdução à lavra de minas a céu aberto 19
ou explosivos. Para a realização da perfuração,utiliza-se o equipamento 
denominado perfuratriz, que pode ser simples ou altamente tecnológico. O 
desmonte de rochas é o processo realizado após a perfuração do maciço e 
consiste no carregamento do material (argila expansiva ou explosivo) nos 
furos até a fragmentação da bancada do maciço.
A perfuração e o desmonte de rochas são etapas vitais para o êxito da 
lavra, uma vez que é a partir delas que o minério será carregado e transpor-
tado, assim como o estéril. Logo, uma correta locação dos furos e um plano 
de fogo adequado são essenciais para que a fragmentação seja a planejada 
e condizente com o esperado para as etapas posteriores (carregamento, 
transporte e beneficiamento).
Em ambientes nos quais o minério e o estéril não necessitam de uso de 
explosivos para a sua fragmentação, a etapa de perfuração e desmonte é 
suprimida, passando diretamente para o carregamento e para o transporte. 
Quando se utiliza apenas o equipamento de carregamento para remoção 
do material, trata-se de desmonte mecânico, que pode ser utilizado apenas 
em matérias pouco consolidados — em algumas situações, é necessário 
antecedê-lo por etapas que provocam de maneira artificial essa friabilidade. 
Entre os métodos conhecidos para esse formato de lavra, pode-se destacar 
a dragagem e o desmonte hidráulico. 
Quando o material já está fragmentado, a próxima etapa é o carregamento, 
que consiste na retirada da bancada e na alocação na caçamba dos caminhões. 
O carregamento do material é realizado por equipamentos como carregadeiras, 
retroescavadeiras, pás carregadeiras ou até mesmo dragline — esta última 
utilizada em maior escala no método de lavra em tiras. 
Por mais que pareça simples,a tarefa de carregamento é primordial para 
o desenvolvimento mineiro. A correta locação do equipamento de carrega-
mento e do caminhão permite a otimização da operação, não gerando filas 
de caminhões para serem carregados. Souza (2001 apud ROCHA, 2017, p. 31), 
nesse sentido, afirma que:
a seleção do melhor equipamento é determinada por diversos fatores, sendo o 
principal deles a escavabilidade do solo, que por sua vez depende da dureza do solo 
intacto, resistência mecânica, propriedades abrasivas dos minerais constituintes, 
densidade in situ e empolado, grau de preparação do solo, fragmentação, etc.
Introdução à lavra de minas a céu aberto20
O transporte do material fragmentado usualmente é realizado por cami-
nhões, mas também pode ser feito por correias transportadoras, dependendo 
do layout da mineração. O importante é que esse transporte, desde a frente 
da lavra até o beneficiamento, seja realizado por equipamento adequado 
ao porte do empreendimento e seguindo as regras de segurança de direção 
defensiva. 
Segundo Souza (2001 apud ROCHA, 2017, p. 31),
as unidades de transporte pertencem quase que totalmente aos ramos convencio-
nais (rodoviário, ferroviário e hidroviário), podendo, também, ser os não convencio-
nais, como oleodutos, gasodutos, minerodutos e transportador por correias, sendo 
a seleção do tipo definida por três fatores básicos: caraterísticas do jazimento 
(determinam o método de acesso e sistema de explotação, comprimento das vias, 
inclinações etc.), tamanho da explotação (determina a capacidade necessária dos 
meios de transporte), e intensidade de condução dos trabalhos.
Cabe destacar que a seleção de equipamentos das etapas de carregamento 
e transporte deve ser realizada de forma criteriosa, considerando os tamanhos 
de fragmentos, os ciclos esperados e, especialmente, a frota disponível.
As Figuras 5 e 6 mostram as principais operações unitárias para empre-
endimentos com desmonte mecânico e com desmonte de rochas com uso 
de explosivos.
Figura 5. Operações unitárias de transporte e carregamento com desmonte mecânico.
Fonte: Ferreira (2013, p. 92).
Introdução à lavra de minas a céu aberto 21
Figura 6. Operações unitárias de transporte e carregamento com desmonte com uso de 
explosivos.
Fonte: Rocha (2017, p. 28).
Então, com essa breve exposição sobre o contexto histórico da mineração 
no Brasil, foi possível verificar a relevância do setor mineral para o desen-
volvimento da sociedade brasileira. 
O conhecimento dos métodos de lavra a céu aberto e das suas princi-
pais operações unitárias é essencial para qualquer profissional atuante em 
mineração, já que o bom entendimento desses conceitos permite otimizar 
processos, assim como aumentar o retorno financeiro, social e ambiental 
dos empreendimentos mineiros.
Na etapa de planejamento mineiro, normalmente, são montadas 
equipes com diversos profissionais para que estudem as diversas 
áreas de interesse relacionadas à implantação de um empreendimento mineiro, 
como geologia, meio ambiente e engenharia. 
Nesse cenário, o engenheiro de minas necessita ter pleno conhecimento dos 
critérios técnicos para determinação do método de lavra, do sequenciamento 
de mina e da seleção de equipamentos de lavra e beneficiamento. Quando o 
engenheiro se depara com as informações oriundas da equipe de geologia, a 
primeira tomada de decisão é sobre o tipo de método de lavra mais adequado 
para ser aplicado no sítio. Critérios econômicos e operacionais devem estar 
presentes, associados aos dados geológicos. 
Então, quando você estiver nessa situação, avalie com clareza os prós e 
contras de implantar uma mineração a céu aberto e subterrânea, considere 
diversos cenários, busque referências bibliográficas de áreas e situações si-
milares, e converse com profissionais da área com mais experiência — ou seja, 
Introdução à lavra de minas a céu aberto22
estude antes de qualquer tomada de decisão, pois essa premissa influencia 
todo o projeto. Lembre-se: a reavaliação do método de lavra exige alteração 
de todo o projeto.
Portanto, se praticamente tudo o que é utilizado na sociedade moderna 
contém ou provém de minérios e de outras substâncias minerais, estimular 
a produção mineral é um componente fundamental das políticas públicas 
(IBRAM, 2014). Logo, a contextualização da necessidade de minerações sus-
tentáveis advém de embasamento teórico e conhecimento técnico adequado 
dos profissionais que atuam nesse segmento. 
Referências
BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Boletim do setor mineral 2019. 2. ed. Brasília: 
MME, 2020. Disponível em: http://antigo.mme.gov.br/documents/36108/1006289/
Boletim+do+Setor+Mineral+-+fevereiro+2020/8c0e9fca-1f80-7fcb-15e7-f32779f6ca60?version=1.0. Acesso em: 8 fev. 2021.
COTRIM, G. História global: Brasil e geral. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.
CURI, A. Lavra de minas. São Paulo: Oficina de Textos, 2017.
DE CARLI, C. Análise de projetos limite: lavra a céu aberto vs lavra subterrânea. 2013. 
110 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia) — Universidade Federal do Rio Grande 
do Sul, Porto Alegre, 2013. Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/han-
dle/10183/77760/000893362.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 8 fev. 2021.
EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA (EPE). Matriz energética e elétrica. Empresa de 
Pesquisa Energética, 2020. Disponível em: https://www.epe.gov.br/pt/abcdenergia/
matriz-energetica-e-eletrica. Acesso em: 8 fev. 2021.
FERREIRA, L. A. Escavação e exploração de minas a céu aberto. 2013. 118 f. Trabalho 
Final de Conclusão de Curso (Curso de Engenharia Civil) — Universidade Federal de 
Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2013. Disponível em: https://www.ufjf.br/engenhariacivil/
files/2012/10/ESCAVA%c3%87%c3%83O-E-EXPLORA%c3%87%c3%83O-DE-MINAS-A-
-C%c3%89U-ABERTO.pdf. Acesso em: 8 fev. 2021.
FIGUEIRÔA, M. F. M. Mineração no Brasil: aspectos técnicos e científicos de suas histórias 
na Colônia e no Império (séculos XVIII-XIX). América Latina en la Historia Econômica, 
v. 1, n. 1, 1994, p. 41–55.
INSTITUTO BRASILEIRO DE MINERAÇÃO (IBRAM). A indústria da mineração para o de-
senvolvimento do brasil e a promoção da qualidade de vida do brasileiro. Brasília: 
Ibram, 2014. Disponível em: http://portaldamineracao.com.br/wp-content/uplo-
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INVESTIMENTO em tecnologia é diferencial importante para a produção de agregados. 
Conexão Mineral, 2020. Disponível em: http://www.conexaomineral.com.br/noticia/1643/
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ROCHA, S. S. Análise comparativa dos benefícios econômicos, operacionais e ambientais 
do método terrace mining na mineração de gipsita do polo gesseiro do Araripe. 2017. 133 
f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mineral) — Universidade Federal de Pernam-
Introdução à lavra de minas a céu aberto 23
http://antigo.mme.gov.br/documents/36108/1006289/Boletim+do+Setor+Mineral+-+fevereiro+2020/8c0e9fca-1f80-7fcb-15e7-f32779f6ca60?
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https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/han�dle/10183/77760/000893362.pdf?sequence=1&isAllowed=y
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https://www.epe.gov.br/pt/abcdenergia/matriz-energetica-e-eletrica
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https://www.ufjf.br/engenhariacivil/files/2012/10/ESCAVA%c3%87%c3%83O-E-EXPLORA%c3%87%c3%83O-DE-MINAS-A�-C%c3%89U-ABERTO.pdf
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http://portaldamineracao.com.br/wp-content/uplo�ads/2017/06/00005649.pdf?x73853
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http://www.conexaomineral.com.br/noticia/1643/investimento-em-tecnologia-e-diferencial-importante-para-a-producao-de-agrega�dos.html
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DISSERTA%C3%87%C3%83O%20Suellen%20Silva%20Rocha.pdf. Acesso em: 8 fev. 2021.
RODOVALHO, E. 4 dicas para a melhor elaboração de planos de lavra de longo prazo. 
Brasil Mining Site, 2019. Disponível em: https://brasilminingsite.com.br/4-dicas-para-
-a-melhor-elaboracao-de-planos-de-lavra-de-longo-prazo/. Acesso em: 8 fev. 2021.
SOUSA, L. M. L. S; OLIVEIRA FILHO, W. L; LIMA, H. M. Dimensionamento estrutural de 
estradas de mina a céu aberto. Revista Escola de Minas. Ouro Preto, v. 65, n. 2, 2012, 
p. 279–284.
SOUZA, J. C. Métodos de lavra a céu aberto. Recife: UFPE, 2001. (Apostila do Curso de 
Métodos de Lavra a Céu Aberto, Departamento de Engenharia de Minas, Universidade 
Federal de Pernambuco — UFPE).
Leitura recomendada
CONHEÇA mais sobre a história de Carajás, a maior mina de minério de ferro do mundo. 
Vale, 2018. Disponível em: http://www.vale.com/hotsite/PT/Paginas/conheca-mais-
-sobre-historia-carajas-maior-mina-minerio-ferro-mundo.aspx. Acesso em: 8 fev. 2021.
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Introdução à lavra de minas a céu aberto24
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