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FASES PROCESSUAIS

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FASES PROCESSUAIS 
A fim de se alcançar um direito material, é necessário ingressar com um devido processo. 
Principio do devido processo legal, processo com regras preestabelecidas. 
 
PETIÇÃO INICIAL (Art.319 CPC) 
Para ajuizar uma petição inicial, a parte precisa ter capacidade civil plena, ou seja, ser 
maior de 18 anos. 
- Na maioria dos casos (dependendo da ação proposta, é necessário a presença 
de um advogado. 
Relativamente incapazes (maiores de 16 anos e menores de 18 anos; dependentes de 
álcool ou químicos; capacidade cognitiva reduzida; pródigos) deverão ser assistidos. 
Já os plenamente incapazes (menores de 16 anos) deverão ser representados. 
 
• Matérias da inicial: 
1-) Preliminares (Art. 337 CPC) 
São as matérias que precisam ser alegadas antes do mérito em um processo judicial. 
Geralmente levantadas durante a contestação. São os vícios da petição. 
São as principais preliminares: 
- Perempção, coisa julgada e litispendência 
- Inexistência ou nulidade de citação 
- Convenção de arbitragem. 
- Ilegitimidade da parte ou falta de interesse processual. Incompetência relativa/absoluta 
- Inépcia da inicial. Valor da causa improprio (não razoável/proporcional com o dano) 
 
 
Perempção X Dilatório X Litispendência 
- Na Perempção, extingue o processo com resolução do mérito, ex. Causo julgada 
- Litispendência: A lide ainda está sendo julgado. 
- Dilatório: Não extingue o processo, ele “dilata”, ou seja, é transferido para outro juízo 
(remessa dos autos) ex. incompetência 
 
2-) Questões prejudiciais de mérito 
- Prescrição: Extinção da prescrição. De exigir um determinado comportamento. 
- Decadência: Atinge o Direito em si. Perda do prazo para pleitear um direito que ainda 
não foi pedido. 
Se acolhido as questões prejudiciais, a ação será extinta com a resolução de mérito. Tem 
efeito falsa de coisa julgada. 
 
3-) Mérito 
- São os pedidos em si. 
 
 
• REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL 
I - O juízo a que é dirigida; 
- Trata-se da competência. 
- Primeiramente é necessário direcionar o ente competente na inicial, seja ele Juízo ou 
Tribunal (hipóteses no qual se inicia no tribunal quando se trata de deputados, senadores e 
presidentes) 
II - Os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, 
o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa 
Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; 
- Qualificação das partes 
- Momento em que as partes são qualificadas, ou seja, as informações como nome, 
endereço eletrônico etc. 
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; 
- Demonstrar que os fatos geram responsabilidade/consequência jurídica 
- Não é uma simples ação, como jogar uma caneta em alguém, mas sim quando gera uma 
consequência jurídica. 
IV - O pedido com as suas especificações; 
- Mesmo que todos os fatos foram narrados no tópico acima, é necessário especificar os 
pedidos. Caso não peça, independentemente de comentados nos fundamentos, não será concedido 
pelo juízo. 
V - O valor da causa; 
- O valor da causa é estimativo. 
 - Os pedidos devem ter pedidos razoáveis e proporcionais ao dano. 
- Será estipulado na liquidação de sentença. 
VI - As provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; 
- Podendo a parte ser condenada por litigância de má fé 
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de 
mediação. 
- No novo CPC, foi determinado que toda a ação deverá ter primeiramente uma audiência 
de conciliação e mediação. A fim de estipular um acordo antes da instrução. 
- Caso as partes não queiram a conciliação, deverá ser determinado por expresso por 
ambas as partes. Se uma não quer, mas a outra sim, terá a audiência. 
§ 1º Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na 
petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias à sua obtenção. 
- Na qualificação das partes, não souber as informações de uma delas. 
- No caso de desconhecimento da parte, pode ser solicitado ao juiz uma pesquisa para 
individualizar a parte. 
§ 2º A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que 
se refere o inciso II, for possível a citação do réu. 
- Na qualificação, mesmo faltando informações da parte, será aceita a petição desde que 
os dados sejam suficientes para a citação. 
§ 3º A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso 
II deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente 
oneroso o acesso à justiça. 
 
Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à 
propositura da ação. 
- Todos os documentos necessários (como RG, procuração etc) deverão ser juntados nos 
autos junto com a petição. 
 
 
• ESPÉCIES DOS PEDIDOS 
1-) Pedido Certo 
- É necessário falar aquilo pleiteado 
2-) Pedido Determinado 
- Determinar e o seu quantum do pedido pleiteado (certo) 
3-) Pedido Genérico 
- Dependendo da situação, quando não é possível determinar o quantum, seja pela falta 
de informações ou pela incapacidade de se determinar o valor devido em razão do 
desconhecimento da extensão do dano (sofre um acidente e não se sabe quanto custará os 
remédios e tratamento). 
- Propõem um pedido genérico que posteriormente será mensurado na liquidação de 
sentença. 
4-) Pedido Alternativo 
- Dois ou mais pedidos. Um ou o outro. 
- Não há um pedido principal 
Art. 325. O pedido será alternativo quando, pela natureza da obrigação, o devedor puder 
cumprir a prestação de mais de um modo. 
5-) Pedido Subsidiário 
- Há um pedido principal (mais importante), na qual, caso não seja concedido, terá um 
subsidiário. 
Art. 326. É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim de que o juiz 
conheça do posterior, quando não acolher o anterior. 
6-) Pedido Cumulativo 
- São pedidos acumulados, no sentido de que, poderiam ser propostos em ações 
autônomas. 
- Todos os pedidos precisam ser compatíveis entre si. 
 - Julgamento parcial do mérito: Quando o juízo antecipa a decisão de 
um dos pedidos. No novo CPC este pedido já pode ser tratado na fase de 
execução ao mesmo tempo que os demais ainda estejam na fase cognitiva. 
Tem natureza de sentença, mas é uma decisão, haja vista que, a definição de 
sentença é o pronunciamento do fim da fase de execução. Já indo para o 
cumprimento total. 
 
• EMENDA DA INICIAL 
- Complementar e corrigir os vícios da petição antes do indeferimento. 
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos art. 319 
e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, 
determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com 
precisão o que deve ser corrigido ou completado. 
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição 
inicial. 
 
Sequencias de atos (processo) para alcançar o mérito (direito material) 
 
 
 
• FASE POSTULATÓRIA 
 
 
1-) Fase Postulatória 
- A fase postulatória ocorre inicialmente por meio da petição inicial. 
- Ato que inicia o processo. 
- Elementos da inicial (requisitos citados acima) 
- Pode ocorrer o indeferimento da inicial, ou seja, o juiz não aceita devido a um vício 
(sanável ou insanável). Art. 330. A petição inicial será indeferida quando: 
I – For inepta (Não preenche os requisitos legais de uma petição – Falta de pedido ou 
falta de pedir – pedido indeterminado, salvo em hipóteses genéricas – fatos não correspondem 
com a conclusão – pedidos incompatíveis entre si) 
II – A parte for manifestamente ilegítima (Erro na classificação da ação. O sujeito não 
participou/sofreu o dano) 
III – o autor carecer de interesse processual (Não houve a negativa, ex. O cheque não 
venceu ainda para que o autor postule seu direito);IV – Não atendidas as prescrições dos art. 106 e 321 (O advogado em petição deve 
informar sua OAB e seu endereço / Não respeitar os Art.319 (requisitos da inicial) e Art.320 
(Documentos indispensáveis para a juntada da petição)). 
- Nessa fase, também pode ocorrer a improcedência da liminar. Isso é, o juiz, ao analisar 
os pedidos, pode averiguar a improcedência dele, antes mesmo da citação do réu. 
- Nesse caso, há uma possibilidade de existir um entendimento 
majoritário e jurisprudência sobre um determinado pedido dos 
tribunais superiores, assim, não será necessário leva-lo a juízo. 
- Caso a ação seja exclusiva deste pedido, ela será extinta com 
resolução de mérito, provocando coisa julgada. 
 
- É importante lembrar que não existe a procedência liminar, haja vista que, se o pedido 
é valido, este será levado a juízo e assim julgado junto com as demais provas. Respeitando o 
princípio da ampla defesa e contraditório. 
- O réu é citado, caso não se manifeste, será considerado revel. 
- Revelia se presume a veracidade dos fatos, mas isso não significa que os pedidos do 
autor serão procedentes, haja vista que, os fatos podem ser verdadeiros, mas o juiz entende que 
ele não possui direito (os fatos não geram efeitos jurídicos/direitos). 
- A contestação é o meio pelo qual o réu exerce seu direito de defesa. 
- Em contestação pode (e deve) ocorrer a concentração da defesa. Nela, não será 
discutido somente um pedido da inicial, é necessário se manifestar sobre todos. Concentrando sua 
defesa em todas as possibilidades possível e não perder um direito em razão da falta de prudência 
e estratégia. 
 - Deve se levar em conta todas as hipóteses 
 - Utilizar defesas subsidiárias. 
- O PRAZO para a contestação varia: Sendo seu prazo de 15 dias contados após a 
realização da audiência de conciliação e mediação OU caso não tenha a audiência, 15 dias após a 
juntada do AR (Aviso de Recebimento) ou mandado 
Art. 335- O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, 
cujo termo inicial será a data: 
I – Da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, 
quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição 
Após isso, o prazo de 15 dias será contado a partir da homologação do juiz sobre a 
desistência da audiência. 
Obs.: Fazenda Pública, em geral, possuem prazos processuais em dobro - 
Art. 183, caput: A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas 
respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em 
dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início 
a partir da intimação pessoal (Ao invés de 15, serão 30 dias). 
- Antes de terminar esta fase e ter a contestação do réu juntada nos autos, será designada 
uma audiência de conciliação e mediação. 
 
 
2-) Fase Providencias Preliminares 
Verificação de alguns fatos. Exemplo, se o réu contestou (caso contrário revelia), tem 
algum vicio para extinguir o processo ou julgar antecipadamente. 
Providencias que irá tomar após verificar a inicial e defesa (narrativa de ambas as partes). 
Se o mérito se trata de matéria de direito, se depende ou não depende de outras provas. 
- Nessa fase, pode ocorrer o Julgamento Antecipado do mérito, ou seja, o juiz antecipa 
a sentença, pois, acredita que já houve provas (matérias) suficientes para julgar o mérito; Gera a 
sentença (põe fim a fase de conhecimento). 
Há também o julgamento Antecipado parcial do mérito: Quando possui cumulação de 
pedido. O juiz determina que já há provas/elementos o suficiente para julgar um dos pedidos, 
decisão permanente (como uma sentença), podendo iniciar a fase de execução enquanto os demais 
continuam na fase de conhecimento. 
- Cabe recurso de agravo de instrumento 
Não é uma sentença, mas sim uma decisão, haja vista que ainda existem pedidos para 
serem analisados, não pondo o fim na fase cognitiva (de conhecimento). 
O juiz realizará um saneamento, ou seja, “purificar” o processo (retirar os vícios). Se as 
partes estão representadas, as legitimidades, se todas as custas foram recolhidas, se há 
preliminares etc. É o momento em que o juiz determinará quais as providencias ele irá tomar 
referente ao processo. 
Verificar se o processo está regular. Se consegue corrigir os vícios ou extingue. 
Em réplica é o momento em que o autor novamente se pronuncia sobre a contestação. 
Não é obrigatória. 
 
• Defesa DIRETA e Defesa INDIRETA 
- Direta: Não utiliza fatos novos. Utilizada em geralmente em contestação, alegando que 
não realizou os atos narradas em inicial. Nega os fatos. 
 
- Indireta: Utilização de fatos novos. Utilizado geralmente em réplica. Concorda com um 
certo fato narrado em inicial, porém, traz novas provas a fim de esclarecer como de fato ocorreu 
a ação. Não aconteceu conforme narrado. 
- Fato Impeditivo, modificativo e extintivo do direito do autor (leva ao não 
reconhecimento do direito) 
 
- A reconvenção é utilizando junto com a contestação. Na qual o réu contra-ataca o autor. 
Nela o réu faz determinado pedido. No final da ação o autor pode acabar condenado. 
 
3-) Instrução Probatória 
- Criar demais provas (pericia, depoimento, buscar confissão, testemunhal). 
 - As provas são destinadas ao juiz com objetivo de ajudar e auxiliar em seu 
entendimento sobre os fatos narrados. 
- Elementos para o juiz julgar 
- Teoria estática do ônus da prova. Em regra, o ônus pra prova é da parte autora. 
 - No novo CPC é possível inverter o ônus da prova, ou seja, 
quem deveria provar determinado fato era o autor, contudo, por falta de acesso 
(por exemplo) o ônus pode ser invertido para o réu. 
- O juiz pode alegar extinção da ação por falta de provas 
 
 
• Audiência de conciliação e mediação: 
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de 
improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com 
antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias 
de antecedência. 
- Autocomposição. 
- No novo CPC toda ação (na teoria) terá (obrigatoriamente) uma audiência de mediação 
e conciliação 
 
- Caso as partes não queiram, deverão se manifestar expressamente. Na qual, ambas 
precisam rejeitar. Se uma parte rejeitar e a outra não se manifestar, será realizada a audiência. 
Art. 334, § 4º: A audiência não será realizada: 
I – Se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição 
consensual

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