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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA
Nº 4753/2016 - PGGB
RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO Nº 965.027/SP
AGTE.(S) : OSCAR GOZZI
ADV.(A/S) : EDSON FERNANDO PICOLO DE OLIVEIRA
AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE
 SÃO PAULO
RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO
Recurso extraordinário com agravo. Ex-Prefeito
Municipal. Contratação de servidora sem prévio concurso
público. Condenação por ato de improbidade
administrativa. Alegada afronta a dispositivos
constitucionais que não se positiva. Parecer pelo
desprovimento do recurso.
O Ministério Público de São Paulo propôs ação civil pública contra
o ex-Prefeito do Município de Tarumã, ora agravante, impugnando a contratação
de servidora sem prévio concurso público. O Tribunal de Justiça local reformou
parcialmente a sentença condenatória, mantendo a pena de multa civil por ato de
improbidade administrativa. Este é o resumo do acórdão:
Ação civil pública. Contratação, por prefeito, de servidora sem
concurso público, por dois anos. Nulidade por improbidade
administrativa. Inexistência de irregularidade processual.
Constitucionalidade da Lei n. 8429/92. Adequação da
penalidade de multa, com redução do valor. Desnecessidade, no
caso, de punição acumulada de ressarcimento, ante a prestação
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de serviço, e de suspensão de direitos políticos, considerada a
baixa gravidade da infração. Apelação provida em parte. 
O recurso extraordinário apontou ofensa aos arts. 93, IX, da CF, por
ausência de fundamentação quanto à aplicação da sanção pecuniária. Alegou
violação dos arts. 5º, LV, e 97 da CF, argumentando que o órgão fracionário, ao não
observar a cláusula de reserva de plenário, cerceou o direito de defesa do
recorrente. Arguiu a inconstitucionalidade da Lei de Improbidade Administrativa,
por descumprimento do processo legislativo previsto no art. 65 da CF e por ampliar
as espécies de sanção estipuladas no art. 37, § 4º, da Carta da República. Advogou
que o acórdão ofendeu o princípio da legalidade (art. 5º, II, da CF), ao deixar “de
aplicar um dispositivo do direito federal específico (inciso I do art. 23 da Lei
8.429/92 e artigo 1º do Decreto 20.910/32), (…) para, em seu lugar, fazer incidir
dispositivo estranho e inaplicável ao fato certo e ao caso concreto dos autos”. 
O recurso extraordinário não foi admitido, por ausência de ofensa
direta à Constituição Federal e por falta de maltrato a normas constitucionais. 
O agravo insiste na existência de afronta imediata à Carta da
República.
- II -
No que tange à alegada ofensa ao art. 93, IX, da CF, observa-se que os
pontos centrais da controvérsia foram abordados pela Turma Julgadora, que os
resolveu de forma suficientemente fundamentada, a partir das premissas que lhe
pareceram adequadas. Esse modo de proceder não merece crítica, como já definiu o
STF no julgamento do AI-QO-RG 791.292 (rel. o Ministro Gilmar Mendes, DJe
13.8.2010), sob o regime da repercussão geral:
Questão de ordem. Agravo de Instrumento. Conversão em recurso
extraordinário (CPC, art. 544, §§ 3° e 4°). 2. Alegação de ofensa
aos incisos XXXV e LX do art. 5º e ao inciso IX do art. 93 da
Constituição Federal. Inocorrência. 3. O art. 93, IX, da
Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam
fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo,
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o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas,
nem que sejam corretos os fundamentos da decisão. 4. Questão de
ordem acolhida para reconhecer a repercussão geral, reafirmar a
jurisprudência do Tribunal, negar provimento ao recurso e
autorizar a adoção dos procedimentos relacionados à repercussão
geral. (AI 791292 QO-RG, Relator(a): Min. Gilmar Mendes, DJe
13-08-2010).
 O Tribunal de Justiça não declarou a inconstitucionalidade da Lei de
Improbidade Administrativa, nem afastou a sua aplicação sob fundamento de
contrariedade à Constituição Federal. Não há falar, assim, em ofensa à cláusula de
reserva de plenário, nem em decorrente cerceamento de defesa. A propósito, essa
Corte já ensinou, em diversas ocasiões, que não viola o art. 97 da Constituição a
decisão de órgão fracionário dando por constitucional lei arguida de inválida (v.g.
ARE n. 916727-AgR/DF, Rel. Ministro Dias Toffoli, DJe 2.5.2016).
A tese de inconstitucionalidade formal da Lei de Improbidade
Administrativa, por sua vez, foi rejeitada pelo Supremo Tribunal Federal na ADI n.
2182/DF. Este é o resumo oficial do acórdão:
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. 1.
QUESTÃO DE ORDEM: PEDIDO ÚNICO DE DECLARAÇÃO
DE INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL DE LEI.
IMPOSSIBILIDADE DE EXAMINAR A
CONSTITUCIONALIDADE MATERIAL. 2. MÉRITO: ART. 65
DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA.
INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL DA LEI 8.429/1992
(LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA):
INEXISTÊNCIA. 1. Questão de ordem resolvida no sentido da
impossibilidade de se examinar a constitucionalidade material dos
dispositivos da Lei 8.429/1992 dada a circunstância de o pedido da
ação direta de inconstitucionalidade se limitar única e
exclusivamente à declaração de inconstitucionalidade formal da
lei, sem qualquer argumentação relativa a eventuais vícios
materiais de constitucionalidade da norma. 2. Iniciado o projeto de
lei na Câmara de Deputados, cabia a esta o encaminhamento à
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sanção do Presidente da República depois de examinada a emenda
apresentada pelo Senado da República. O substitutivo aprovado no
Senado da República, atuando como Casa revisora, não
caracterizou novo projeto de lei a exigir uma segunda revisão. 3.
Ação direta de inconstitucionalidade improcedente (ADI n.
2182/DF, Relatora p/ o acórdão a Ministra Cármen Lúcia, DJe
10.9.2010).
A inconstitucionalidade material da Lei de Improbidade Administrativa
e a afronta ao princípio da legalidade não foram objeto de debate no acórdão
recorrido, sem motivar oposição de embargos de declaração. A circunstânciaatrai o
óbice das Súmulas 282 e 356. 
Por fim, a alegada afronta ao art. 5º, II, da CF, se apoia na negativa de
vigência de dispositivos da Lei n. 8.429/92 e do Decreto n. 20.910/32. A análise da
arguida hostilidade ao dispositivo constitucional, assim, encontra óbice na Súmula
636.
O parecer é pelo desprovimento do recurso extraordinário.
Brasília, 29 de novembro de 2016.
Paulo Gustavo Gonet Branco
Subprocurador-Geral da República
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