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UC2 - BIOQUÍMICA SP1 . EIXO HHG MASCULINO E FEMININO Hipotálamo, hipófise e a gônadas (testículos, ovários) - Maculino: - Feminino: Espermatogênese: → Ao nascimento as células germinativas são imaturas, na infância o hipotálamo não secreta grandes quantidades de GnRH (hormônio liberador de gonadotrofina) → Na puberdade a secreção de GnRH aumenta e a mitose das células germinativas é retomada. E depois, se diferenciam em espermatogônias (2n). → O que origina os espermatócitos primários (2n) e posteriormente espermatócitos secundários (n) e espermátides (n), cada um com 23 cromossomos originando o espermatozóide (n) Ovogênese: ▪ Antes do nascimento (3 meses) > ovogônias (2n) ativas sofrem alterações metabólicas que as transformam em ovócitos I ( 2n), no folículo primordial (estacionam até a puberdade). → Puberdade > primeiro ciclo menstrual (menarca). 1. O hormônio GnRH é liberado pelo hipotálamo que influencia a hipófise anterior. 2. Hipófise libera os hormônios FSH e LH que influenciarão o ovário (gônada). 3. FSH estimula o desenvolvimento e crescimento dos folículos ovarianos (folículo primário para folículo maduro/Graaf) e a secreção de estrogênios. 4. LH, juntamente ao FSH, estimula a “ovulação” (liberação do ovócito II n pelo folículo maduro/Graaf) e, depois, promove a formação do corpo lúteo (resultante do folículo de Graaf, fechado após a liberação do ovócito). 5. Se o ovócito II não for fertilizado, o corpo lúteo dura apenas duas semanas, após as quais sua atividade secretora declina e ocorre a degeneração, transformando-se em corpo albicante (corpo lúteo “frustado”). → Caso o ovócito II seja fertilizado, gera o óvulo (n) e sucessivamente o zigoto (2n). ESPERMOGRAMA → É o foco central da avaliação laboratorial para o homem com queixa de infertilidade → Fornece informações sobre a atividade germinativa, a atividade dos epidídimos e a atividade das glândulas sexuais acessórias. Orientações ao paciente para coleta: - Abstinência sexual de 5 dias (pode variar de 2 a 7) - Coleta no laboratório - Higiene das mãos e do penis - Amostra deve ser colhida por masturbação, em frascos limpos, de vidro ou plástico, fornecido pelo laboratório - Não utilizar métodos alternativos para a colheita de amostra (relação interrompida) - Evitar a perda do material, e fechar assim que coletar, para não alcalinizar - Não usar preservativo - É indispensável informar o horario da coleta - O jejum não é obrigatório, a menos que seja solicitado a dosagem de frutose.0 ASPECTOS MACROSCÓPICOS Vitalidade: → O teste rotineiramente empregado para a avaliação da vitalidade espermática utiliza o corante EOSINA. → Espermatozóides vivos apresentam membrana plasmática íntegra e não permitem a passagem da eosina para o interior da célula (espermatozóide não corado). → Espermatozóides mortos, cujas membranas não estão intactas (espermatozóide corado de rosa). → Pelo menos duzentos espermatozóides são avaliados utilizando- se microscopia óptica com objetiva de imersão. Motilidade: É fundamental na fecundação. TIPOS: I – Progressiva - movimento rápido com direção específica. II – Não Progressiva - movimento quase ondulante (lento). III –Imóvel. Etapas: (espermatozóides frescos) 1. Após homogenização do líquido seminal, coloca-se uma gota numa lâmina e cobre-se com lamínula; 2. Levar ao microscópio e focalizar primeiramente com a objetiva de 10x e posteriormente passar para objetivas de 40x. 3. Examinar. Fixar um espermatozóide e observar o seu movimento. Morfologia: → A coloração de Papanicolau é recomendada, mas, podem- se utilizar as colorações de GIEMSA, LEISHMAN, SHORR E PANÓTICO. → A análise da morfologia é realizada preparando-se um esfregaço com 10 μl de sêmen liquefeito (coagulado). → A lâmina de microscopia utilizada para a confecção do esfregaço deve ser previamente limpa com álcool 70%, e, após a fixação e coloração, no mínimo duzentos espermatozóides são contados e classificados como normais e anormais. SP2 . MITOSE X MEIOSE Mitose: ✓ Crescimento, desenvolvimento e reparo; Reprodução assexuada (gera duas células idênticas com o mesmo número de cromossomos); ✓ Ocorre nas células somáticas. ✓ Divisão equacional. ✓ Processo permite a proliferação celular, ou seja, aumento do número de células, que é importante durante o desenvolvimento, o reparo de um tecido lesado, assim como durante toda a vida, em que há perdas naturais de células, com a renovação ocorrendo através da mitose. Meiose: ✓ Reprodução sexuada (células com metade do número de cromossomos); Ocorre em células reprodutivas; ✓ Origina os gametas. ✓ Divisão Reducional (reduz a quantidade de cromossomos) ✓ Ex: 23 cromossomos por gameta – espécie humana. ✓ Embaralhamento dos genes (variabilidade genética); ANOTAÇÕES: ✓ Quando uma menina nasce, as células germinativas dela já são criadas e permanecem em prófase I até a primeira menstruação, em cada menstruação é liberada apenas uma célula. por este motivo que quanto mais idade a mulher resolve engravidar, há mais chances de anomalias, as células envelhecem também. ✓ Quando ocorre algum machucado na pele, por exemplo, ocorre uma inflamação, que é necessária para garantir o reparo. PRÁTICA: ✓ Visualização de leucócitos em amadurecimento celular em lâminas de esfregaço sanguíneo/extensão sanguínea com coloração rápida Panótico ( tipo de corante utilizado em análises laboratoriais com a finalidade de se obter resultados de forma mais rápida) ✓ Visualização realizada em microscópio em objetiva de imersão (necessário uso de óleo de imersão). VISUALIZAÇÃO DE LEUCÓCITOS EM AMADURECIMENTO CELULAR SP3 . GENÉTICA MÉDICA ⛤ Lida com doenças que têm prevalência de 31 a 75 casos em cada 1000 indivíduos. ⛤ Resultado de reações cromossômicas ou gênicas, que codificam a produção, estrutura e/ou função de determinada proteína, culminando em disfunções metabólicas. ⛤ Hereditárias ou congênitas (não hereditárias). ⛤ As condições hereditárias podem piorar com os hábitos de vida do indivíduo. OBS: Aproximadamente 94% das anomalias genéticas ocorrem em países de baixa renda, acredita-se que pode estar relacionado à dieta inapropriada das gestantes, maior exposição a infecções e/ou álcool, ou acesso precário a cuidados de saúde, como falta a consultas de pré-natal, ou realização do mesmo de maneira inadequada. ÁCIDOS NUCLÉICOS Tipos: ⛤ ADN/DNA: ácido desoxirribonucleico (material genético dos cromossomos) ⛤ ARN/RNA: ácido ribonucléico (só é formado quando há necessidade de síntese de proteína). RNAm (mensageiro): traz o código para a proteína, uma trinca de bases nitrogenadas (adenina, citosina e uracila), estão de três em três, porque cada uma delas expressa um código genético, que traduz: ribossomos. RNAt (transportador): traz o aminoácido necessário para determinado código, e assim ocorre a síntese de proteínas. UNIDADE BÁSICA DOS ÁCIDOS NUCLEICOS: ⛤ Nucleotídeos - molécula formada por: - Açúcar com 5 átomos de carbono (pentoses) - Radical fosfato - Base nitrogenada ⛤ O RNA não é uma cópia de uma das partes do DNA, pois no lugar de timina, vai uracila DNA RNA BASES PÚRICAS ADENINA (A) GUANINA (G) ADENINA (A) GUANINA (G) BASES PIRIMÍDICAS CITOSINA (C ) TIMINA (T) CITOSINA (C ) URACILA (U) PENTOSE DESOXIRRIBOSE RIBOSE ⛤ Os genes formam uma proteína (proteínas são mais de 150 aminoácidos) ⛤ Se um dos códons no DNA estiver errado, pode ocasionar uma mutação genética. ⛤ ANEMIA FALCIFORME: o DNA sofre uma uma mutação na sequência de bases, uma das bases foi substituída por outra, gerando uma proteína diferente, e quando aconteceu a transcrição pelo RNA, também veio alterada, formando um código genético diferente, desencadeando em uma hemácia com formato de foice, trazendo um problema na oxigenação, inviabilizando-a de fazer seu papel (transportar oxigênio): DISTROFIA MUSCULAR DUCHENNE: ⛤ degenerativa, alteração deleção do gene (deleção de parte da camada peptídica), tal qual, codifica a proteína distrofina, formando uma proteína curta e inativa, causando enfraquecimento progressivo do tecido muscular.ORIGEM DAS BASES NITROGENADAS: SÍNTESE ⛤ SÍNTESE DAS PURINAS: Todas derivadas da hipoxantina (6-oxipurina) ⛤ SÍNTESE DAS PIRIMIDINAS: Resultam da transformação do OMP ( orotidina monofosfato ou orotidilato) DESTINO DAS BASES NITROGENADAS: DEGRADAÇÃO ⛤ DEGRADAÇÃO DAS PURINAS: As bases púricas sofrem degradação por ação da enzima xantina oxidase, presente na mucosa intestinal, e são transformadas em ácido úrico (composto nitrogenado não protéico) ⛤ DEGRADAÇÃO DAS PIRIMIDINAS: Pirimidinas são degradadas formando NH4+ (íon amônio), e consequentemente a síntese de uréia (composto nitrogenado não protéico) SP4 . CROMOSSOMOS → 23 pares de cromossomos (46 cromossomos) maculino: 46 XY, feminino: 46 XX → Cariótipo: quantidade de estrutura dos cromossomos em uma célula. (p - pequeno e q - cauda) → Tipos de cromossomos: → Cariotipagem: Representação do conjunto cromossômico, homólogos emparelhados (juntar os pares) Mutações cromossômicas: → alterações cromossômicas (número ou estrutura) ESTRUTURAIS: 1. Deleção: perda total ou parcial de um segmento do cromossomo, ocorre na meiose. Requer duas quebras para remover um segmento. O efeito (consequência) depende do tamanho da deleção. - Deleção intragênica: pequena, pode inativar o gene. - Multigênica: alguns ou muitos genes estão faltando, há consequências mais graves. EX: Monossomia parcial do cromossomo 5 (Síndrome do Cri-du-chat) → Incidência de 1 para cada 50.000 nascidos vivos, morrem geralmente na infância ou adolescência. → Cariotipo: 46, XX, 5p- ou 46, xy 5p- 2. Duplicação: mutação metabólica que gera uma cópia extra de uma parte do cromossomo. → Podem estar em tandem (início da repetição ocorre imediatamente adjacente ao final de outra) → Pode resultar em um segmento extra, repetindo a parte anterior. → Uma célula diplóide contendo uma duplicação terá três cópias da região cromossômica em questão: 2 em um conjunto cromossômico e uma no outro → A cópia extra também pode estar situada em outra parte do genoma – duplicação insercional. → Possível de ocorrência ser durante a meiose → As síndromes de microdeleções e microduplicações são doenças causadas por deleções ou duplicações submicroscópicas dos genes contíguos em partes específicas dos cromossomos > está associada à síndrome de Smith Magenis 3. Inversão: → Neste processo uma parte do cromossomo desintegra-se da outra parte. → Após a desintegração, sofre um processo de rotação, integra-se novamente ao cromossomo, porém em posição invertida. 2 tipos: • Pericêntrica: acontece quando a região que sofre a inversão envolve o centrômero. • Paracêntrica: acontece quando a região invertida não envolve o centrômero. → Como as inversões são rearranjos balanceados, elas não alteram a quantidade geral de material genético. → Os indivíduos com inversões em geral são normais, se não ocorrerem quebras dentro dos genes. Uma quebra que perturbe um gene produz uma mutação que pode ser detectável como um fenótipo anormal. 4. Translocação: → Uma parte do cromossomo é integrada a uma parte de um cromossomo não homólogo, que não é seu “par” cromossômico. → 3 tipos: → Translocação recíproca: há trocas entre os cromossomos envolvidos. • A translocação pode ocorrer nos pares 13, 14, 15, 21 e 22. • Translocação não recíproca: ocorre quando um cromossomo transfere um fragmento, mas não recebe outro de volta; • Translocação Robertsoniana: acontece entre cromossomos acrocêntricos. Nesse caso, um cromossomo perde seu braço curto, e outro, seu braço longo. Após ocorrer a troca, dá-se origem a um cromossomo formado por braços longos e a outro formado por braços curtos. Ex.: Síndrome de Down SÍNDROME DE DOWN: Cariótipo 2n=46, XX ou XY, (14q21q)+21 NUMÉRICAS: • Possuímos 46 cromossomos • 22 pares de autossômicos (não ligados ao sexo) • 1 par de heterossômicos (sexual) • Mutações alteram o número total de cromossomos. • 2 tipos: Aneuploidias e Euploidias → É importante lembrar que este evento ocorre durante a ovogênese/espermatogênese parental, e não no indíviduo sindrômico em si. → Um dado particularmente interessante é de que a maioria (~90%) dos casos de trissomia tem o erro na origem materna (a maioria durante a meiose I), enquanto os outros 10% resultantes de erros de origem paterna ocorrem mais frequentemente durante a meiose II. → Possíveis explicações seriam de que a seleção contra números aberrantes de cromossomos ocorre de maneira mais eficiente nos espermatozóides, além do fato de que o ovócito permanece com a meiose I interrompida durante muitos anos até a fecundação, o que poderia comprometer sua habilidade de completá-la corretamente. 1. ANEUPLOIDIAS: →Ganho ou perda de um ou mais cromossomos • Monossomia do X: apenas 1% dos que a possuem sobrevivem. A proporção estatística é de 1 para 8000 nascimentos > Síndrome de Turner (- 2n=45, X) 1 a cada 3500 nascidos vivos. Fenótipo: 2. EUPLOIDIAS: →Ganho ou perda será no “lote” cromossômico SP5 . MUTAÇÕES • Durante o ciclo celular, existem mecanismos que garantem a manutenção e a transmissão fiel da informação genética de geração em geração. • Contudo, podem ocorrer falhas nesse sistema de transmissão, originando modificações no material genético denominada de mutações gênicas. • Alterações no gene, nem sempre são visíveis, pois depende do tamanho, da parte que foi modificada. • Síndromes genéticas podem ou não serem hereditárias, para determinar se vai passar para a próxima geração, é necessário identificar qual a célula que foi modificada, exemplo: se for na células gaméticas é hereditário, se for células somáticas, não são. • A replicação do DNA não é perfeita e erros bioquímicos ocorrem. A maioria dos erros de replicação são corrigidos por enzimas de reparo, mas aqueles que não são reparados tornam-se mutações novas. • Uma mutação é uma alteração genética hereditária transmitida de uma célula para outra. • Mecanismos bioquímicos de correção que atuam em paralelo com a replicação são importantes para a continuidade biológica. Infelizmente, os próprios sistemas de reparo podem sofrer mutações, como o que ocorre em pacientes com xeroderma pigmentoso. - Esses pacientes possuem uma taxa de mutação aumentada, como no aumento das taxas de câncer de pele, por causa de uma incapacidade para reparar danos genéticos causados pela radiação ultravioleta. • A diversidade genética criada pelas mutações pode ser fundamentalmente boa – pelo menos para a sobrevivência da espécie a longo prazo. A exposição a novos agentes patogênicos de doenças é apenas um exemplo óbvio. Mas em geral o foco médico é nas consequências prejudiciais das mutações para um paciente. •Mutações. benéficas: variabilidade genética prejudiciais: doenças genéticas, neutras: indiferentes MUTAÇÕES GENÉTICAS • Mutações ocorrem no genoma nuclear e no DNA de organelas como as mitocôndrias. Um dos tipos de mutações são as PONTUAIS. Apenas uma base é alterada: substituição, adição (inserção), deleção. 1. PONTO / PONTUAL: Transição: • Uma mutação de ponto do tipo transição ocorre quando uma purina é substituída por outra purina (A ↔ G), ou uma pirimidina é substituída por outra pirimidina (T ↔ C). • Supondo uma dada sequência de DNA (que trocam C por T – pirimidina por outra pirimidina), vamos verificar se o DNA alterado causará uma mudança na sequência de aminoácidos da proteína produzida e entender o efeito: Transversão: • Em uma mutação de ponto do tipo transversão, por outro lado, uma purina é substituída por uma pirimidina, ou vice-versa. • Transição “pode” não ter nenhum efeito no aminoácido que é incorporado na proteína final. • Uma mutação assim pode ser chamada demutação silenciosa (uma base é alterada, mas não há alteração de aminoácido – mutações sinônimas). • Em contraste, transversões geralmente causam uma alteração no aminoácido. • Como qualquer alteração tem maior probabilidade de ser desfavorável do que benéfica, as transversões têm menos chance de permanecer por um longo período na população. • Uma alteração de base que se traduz em uma alteração de aminoácido é chamada de mutaçãode sentido trocado (missense) > aminoácido da proteína é alterado e produz uma proteína diferente – Mutações não-sinônimas. • Uma alteração de base que resulta em um códon de parada (UAA, UAG ou UGA > sinalizam a finalização da proteína) é chamada de mutação sem sentido (nonsense) > levarão a um término prematuro da tradução. • Assim, elas podem ter um efeito considerável no funcionamento da proteína. • Sendo assim as MUTAÇÕES PONTUAIS POR SUBSTITUIÇÃO podem ser classificadas em silenciosas (não altera a proteína) , missense (altera proteína) e nonsense (proteína mais curta). MUTAÇÃO PONTUAL POR ADIÇÃO OU DELEÇÃO • Envolve o ganho ou a perda, respectivamente, de um ou mais nucleotídeos. Se o número de nucleotídeos afetados não for múltiplo de três (em outras palavras, se não envolver um ou mais códons completos), o quadro de leitura de trios será alterado para o restante da tradução do gene. • Essa mutação de alteração de quadro de leitura (frameshift) pode alterar dramaticamente a composição de aminoácidos da proteína. • Coletivamente, elas são chamadas de mutações indel. • Adições ou deleções de vários pares de bases são a causa de algumas doenças genéticas. Mutações espontâneas: são as mutações de ocorrência natural e surgem em todas as células. Mutações induzida: surgem pela ação de alguns agentes mutagênicos. A mutação é um processo aleatório. Qualquer célula pode mutar a qualquer momento. O QUE É GENOTIPAGEM? • É a identificação das alterações genéticas que causam determinada doença em indivíduos de uma família. • Quando a doença é de causa cromossômica, o cariótipo é o exame indicado para detecção de alterações cromossômicas.