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FOLHA 01 – FOLHA DE INTERPOSIÇÃO AO JUÍZO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA Y AUTOS Nº .... SORAIA, já devidamente qualificada nos autos da AÇÃO DE REPARAÇÃO CIVIL POR DANO MORAL E ESTÉTICO, cujo número registrou-se em epígrafe, em que litiga com ELETRÔNICOS S/A, parte já devidamente qualificada, vem, respeitosamente, por meio de seu advogado, assinado ao final, inconformado com a r. sentença que julgou improcedente os pedidos da apelante, interpor, com fundamento no artigo 1.009 e ss do CPC, recurso de APELAÇÃO, razões anexas. Pugna seja a apelada para, caso queira, apresente suas contrarrazões recursais com posterior remessa aos autos do Tribunal de Justiça com os cumprimentos de estilo. Termos em que pugna por deferimento e juntada. Local, data. Advogado (a) / OAB FOLHA 2 – FOLHA DE RAZÕES AO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO ... APELANTE: SORAIA APELADA: ELETRÔNICOS S/A AUTOS DE ORIGEM: ... JUÍZO DE ORIGEM: 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA Y RAZÕES DE APELAÇÃO 1 DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE: Considerando que o recurso busca confrontar a sentença que julgou improcedente os pedidos iniciais da apelante, o recuso cabível é a Apelação, conforme preconiza o art. 1.009, caput, CPC. Não obstante, considerando que a apelante foi intimada da r. sentença no dia 20 de maio de 2020, e que o prazo recurso é de 15 dias úteis conforme prevê o artigo 1003 $ 5º do CPC, tem-se que interposto até 10 de junho de 2020, o presente recurso é tempestivo. Vale ressaltar, que a apelante é representada por advogado devidamente constituído nos autos, não havendo, também, nenhuma causa impeditiva ou extintiva do direito de recorrer. Por fim, o apelante informa a juntada do recolhimento das custas recursais nos termos do art. 1.007 do CPC. Assim, estando preenchidos os seus pressupostos, pugna por sua admissibilidade, passando a analise recursal. 2 SINTESE DA DEMANDA Suprimida. 3 DAS RAZÕES RECURSAIS 3.1 DO MÉRITO A) DA EXISTÊNCIA DA RELAÇÃO DE CONSUMO E RESPONSABILIDADE CIVIL DA RÉ O Código de Defesa do Consumidor aplica-se às relações de consumo, e, conforme previsão do art. 2º do CDC, a pessoa física que utiliza produto como destinatário final é considerada consumidor. A jurisprudência do STJ está consolidada no sentido de que destinatário final deve ser determinado através da Teoria Finalista, que visa proteger aquele destinatário fático e econômico do bem. O CDC ainda estabelece em seu art. 3º que se enquadra na definição de fornecedor a pessoa jurídica que se destina a produção de produtos com habitualidade. Não obstante, o art. 17 do referido diplome legal versa que se equiparam aos consumidores todas as vítimas do evento decorrente do fato do produto. No caso concreto, a apelante, absolutamente incapaz à época do fato, sofreu danos morais e estéticos em razão da perda da visão do olho direito em decorrência de fato do produto que gerou a explosão de aparelho de televisão adquirida da parte apelante, empresa que produz aparelhos televisivos para o mercado de consumo, sendo esta parte objetivamente responsável pelos danos decorrentes do fato do produto conforme o art. 12 do CDC estabelece. Pelo exposto, é evidente que as partes envolvidas na lide se enquadram na definição legal de consumidor por equiparação e fornecedor, estabelecidas pelo ordenamento jurídico, determinando assim, a relação de consumo entre os litigantes, contrariando assim a decisão de primeiro grau que entendeu pela não aplicabilidade da relação de consumo ao caso em comento, razão pela qual a r. sentença deve ser reformada para que seja reconhecida a relação de consumo com a consequente aplicação dos ditames do CDC. B) DA AUSÊNCIA DE PRESCRIÇÃO Uma vez configurada a relação de consumo, o art. 27 do CDC dispõe que prescreve em cinco anos, a partir do conhecimento do dano e de sua autoria, a pretensão para ação de reparação pelos danos causados por fato do produto. Nessa égide, subsidiariamente, o Código Civil em seu art. 198, inciso I, versa que não corre prescrição contra os menores. Na lide em tela, considerando a causa de suspensão da prescrição, verifica-se que o prazo prescricional começa a correr a partir da cessação da condição de menor da apelante. Assim, sendo, é evidente que a Ação de reparação civil outrora apresentada pela apelante não encontra óbice pela prescrição. Portanto, verifica-se a necessidade de considerar as pretensões pleiteadas pela autora uma vez que não está configurada a prescrição. 4 CONCLUSÃO Ante o exposto, requer: a) que seja conhecido o presente recurso, eis que foram preenchidos os seus requisitos legais, bem como que seja provido para reformar a r. sentença e afastar a prescrição reconhecida pelo juízo a quo; b) com base na teoria da causa madura, julgamento pelo Tribunal sem o retorno do processo ao Juízo de primeiro grau na forma do Art. 1.013, § 4º, do CPC/15 no sentido de: b.1) reconhecer a relação de consumo com a consequente responsabilidade civil da ré, imputando a esta o pagamento de indenização de R$ 50.000,00 pelos danos morais e R$ 50.000,00 pelos danos estéticos. c) juntada do comprovante de recolhimento do preparo; d) condenação ao pagamento de honorários e custas processuais Nestes termos, pede deferimento e juntada. Local, data Advogado (a) / OAB
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