Buscar

APELAÇÃO SORAIA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

AO JUIZO DA 1° VARA DA COMARCA Y 
SORAIA, já devidamente qualificada nos autos do processo, vem, por meio de seu procurador jurídico interpor o presente recurso de apelação com base no artigo 1009, CPC, em desfavor da sentença proferida por este juízo em processo que litiga contra a empresa ELETRONICOS S.A. de acordo com a fundamentação a seguir exposta.
Desta feita requer a Vossa Excelência que intime a parte ex adversa para, querendo, apresentar contrarrazões no prazo legal e, ato continuo, seja remetido o processo ao E. Tribunal de Justiça independentemente de juízo de admissibilidade.
Termos que espera deferimento.
Local, data.
Advogado / OAB
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO ______________
APELANTE: Soraia
APELADO: Eletrônicos S.A. 
1. PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE 
A apelante esta interpondo o seguinte recurso para reformar sentença ora proferida pelo juízo a quo. De acordo com o artigo 1009/CPC, o recurso cabível da sentença é a apelação, tendo-se, portanto, cabível este apelo.
Ademais, o prazo para interposição deste recurso é de 15 dias uteis, mostrando-se, portanto, tempestiva a presente apelação.
Tem-se, ainda, que está devidamente recolhido o preparo recursal, com o pagamento das custas judiciais cabíveis.
2. RESUMO FÁTICO 
A apelante ingressou com a ação de danos morais e estéticos contra a apelada pelo fato de produto. Apresentada a documentação cabível, o juiz intimou-a para contestar e, ato continuo, julgou antecipadamente o mérito do processo, não deferindo os pedidos autorais. Contra a sentença interpõe-se a presente apelação.
3. RAZÕES DA APELAÇÃO
3.1 CONFIGURAÇÃO DA RELAÇÃO DE CONSUMO – PREVISÃO DO ARTIGO 2°, CDC.
A apelante enquanto usuária final do produto, é considerada consumidora, de acordo com o artigo 2°, do CDC, in verbis.
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
Este dispositivo legal adota a chamada “teoria finalista” de consumidor, entendendo enquadrar-se como consumidor não só aquele que adquire o produto, mas aquele que utiliza, enquanto usuário “final”. Dessa forma, apesar de não ter comprado o produto diretamente, é inegável que a usa enquanto usuária e, desta forma, é tratada como consumidora para todos os fins legais.
3.2 CONFIGURAÇÃO DO FATO DO PRODUTO.
De acordo com o artigo 12, § 1°, inciso II, do CDC, in verbis:
 	Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
        § 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
        II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
Ademais, não se espera que um aparelho de televisão exploda, com isso se caracteriza o fato do produto, que também corre quando houver danos corporais, estéticos ou morais ao consumidor. Há, portanto, uma “projeção externa” de produto/serviço, causando danos diretos ao usuário final.
No presente caso, o televisor explodiu, causando a perda da visão à consumidora, caracterizando por tanto, o fato do produto.
3.3 INEXISTÊNCIA DA PRESCRIÇÃO – FATO IMPEDITIVO – PRESCRIÇÃO QUINQUENAL.
O Código Civil dispõe em seu artigo 198, inciso I, que não corre prescrição contra absolutamente incapazes, in verbis:
Art. 198. Também não corre a prescrição:
I - contra os incapazes de que trata o art. 3 o ;
No caso concreto, na data do ocorrido a apelante tinha apenas 11 (onze) anos de idade, sendo, portanto, considerada incapaz pelo Código Civil. Dessa forma, só se começa a contar o prazo prescricional no momento em que a apelante completa seus 16 (dezesseis) anos de idade, alcançando com isso sua capacidade relativa, ou seja, 5 (cinco) anos após o ocorrido. Assim, entre a data descrita e o ajuizamento, se passaram apenas 2 (dois) anos, não correndo, portanto, a prescrição.
Ademais, de acordo com a teoria do dialogo das fontes e da aplicação da lei especial, tem-se que o prazo prescricional é aquele previsto no CDC, por tanto são de 5 (cinco) anos, e não a regra geral do Código Civil.		
3.4 APLICAÇÕES DA TEORIA DA CAUSA MADURA – NECESSÁRIA A REFORMA DA SENTENÇA – INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA.
De acordo com o disposto no artigo 1013, § 3° do CPC, in verbis:
Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.
§ 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando:
I - reformar sentença fundada no art. 485 ;
O tribunal poderá julgar imediatamente a apelação que estiver pronta para ser julgada, não necessitando de maiores provas. No presente caso, a apelante comprovou suficientemente o fato do produto e os danos causados, enquanto a fornecedora dispensou a produção probatória. Assim incide a presunção de veracidade dos fatos alegados, ante a inversão do ônus probatório, considerado direito subjetivo do consumidor pelo CDC.
Postula, portanto, que seja reformada a sentença, julgando procedentes os pedidos autorais.
3.5 POSSIBILIDADE DE CUMULAÇÃO DOS DANOS MORAIS E DANOS ESTÉTICOS.
De acordo com a jurisprudência do Tribunal de Justiça do Mato Grosso TJ-MT - Apelação: APL 0002453-55.2009.8.11.0006 MT, Processo APL 0002453-55.2009.8.11.0006 MT; Órgão Julgador: PRIMEIRA CÂMARA DE DIREITO PRIVADO; Publicação: 25/11/2015; Julgamento: 17 de Novembro de 2015; Relator: SEBASTIÃO BARBOSA FARIAS, são cumuláveis os danos morais e estéticos decorrentes do mesmo fato, não havendo, por tanto, discussão acerca da matéria.
Tem-se que danos morais são aqueles que atentam contra a dignidade e/ou personalidade do indivíduo. Considerando que o fato produto, ora sujeito a recurso, causou perda da visão da apelante, tem-se o dano moral em re ipsa, não necessitando, portanto, da comprovação de “extrema dor, angustia ou humilhação” da vítima.
Ademais, a perda do olho da apelante causou uma deformidade em seu rosto, um aleijão que causa repulsa a quem o ver, caracterizando, portanto, dano estético a apelante.
4. PEDIDOS. 
Ante o exposto, requer:
4.1 Admitida a apelação, uma vez que estão presentes os pressupostos de admissibilidade;
4.2 Que seja reformada a sentença ora proferida pelo juízo a quo e que seja julgado imediatamente o mérito, por estarem presente os requisitos legais para tanto, dando provimento à apelação e aos pedidos autorais;
4.3 Que seja condenada a parte ex adversa ao pagamento de honorários sucumbenciais nos limites legais.
Termos em que espera deferimento.
Local, Data
Advogado / OAB

Continue navegando