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Introdução ➢ Sistema Nervoso Simpático: acelera os batimentos cardíacos, inibe a contração da bexiga, ejaculação; ➢ Sistema Nervoso Parassimpático: reduz os batimentos cardíacos, contrai a bexiga, promove ereção. Lesão Medular Diminuição ou perda da função motora e/ ou sensorial, devido a lesões dos elementos neurais dentro do canal medular, comprometendo a função da medula espinal em graus variados de extensão. As raízes nervosas recebem o nome da vértebra que está acima. O crescimento da medula não acompanha a medula, por isso na região sacral (cauda equina) só existem as raízes. Afeta a funcionalidade do indivíduo e pode reduzir drasticamente: independência, nível de atividade e qualidade de vida. A lesão medular interrompe as vias axonais e os circuitos segmentares da medula espinal produzindo abaixo do nível da lesão comprometimentos: motores, sensoriais e autonômicos. ➢ Não traumática: infecciosa, vascular, tumoral, degenerativa, distúrbios do tubo neural; ➢ Traumática: fraturas, luxações, compressões decorrentes de quedas, acidentes automobilísticos e motociclísticos, FAF, FAB, mergulho em água rasa. ➢ Choque Espinhal: disfunção do tecido nervoso da medula espinhal, baseado em uma interrupção fisiológica ao invés de estrutural, recupera-se em horas ou dias, caracteriza-se por perda dos reflexos e flacidez; ➢ Choque Neurogênico: definido por hipotensão bom bradicardia, por interrupção traumática de eferência simpática T1-L2, e ao tônus vagal sem oposição. Fisiopatologia ➢ Lesão Primária: destruição neuronal, hematomas, hemorragias (ruptura de vasos sanguíneos), transecção total ou parcial; ➢ Lesão Secundária: redução do fluxo sanguíneo por alteração do canal vertebral, edema e/ou resposta inflamatória; ➢ Completas: manifestação com perda sensitiva e motora completa abaixo do nível da lesão; ➢ Incompletas: existe alguma função sensitiva ou motora preservada distalmente à lesão (bom prognóstico). Quadro Clínico Após a lesão medular ocorre o choque medular, assim como no AVC, em que pode ou não ocorrer o retorno da atividade reflexa. RETORNO DA ATIVIDADE REFLEXA: ➢ Lesão motoneurônio superior: hipertonia, espasticidade, Sinal de Babinski, hiperreflexia; ➢ Lesão motoneurônio inferior: paralisia flácida – hipotonia, arreflexia e atrofia muscular. ➢ Tetraplegia: o Nível neurológico: cervical completa ou incompleta; o Lesão até o nível de T1, pois ainda apresenta função para MMSS (abdução dos dedos). ➢ Paraplegia: o Nível neurológico: torácica, lombar e sacral completa ou incompleta. Complicações Diretas Complicações que acontecem imediatamente após a lesão e que não podem ser evitadas. ➢ Motoras: o Atividades inervadas pelos músculos comprometidos; o Alterações de tônus; o Alterações de trofismo. ➢ Sensoriais: o Alteração da sensibilidade superficial e profunda; o Alteração na sensação de temperatura; o Alteração na propriocepção; o Alterações nociceptivas. ➢ Autonômicas: o Termorregulação: Lesão Medular • Comunicação entre receptores periféricos e hipotálamo; • LM acima de T6: disfunção térmica grave; • LM abaixo de T6: disfunção térmica leve/moderada; • Hiperidrose X hiporidrose/ anidrose. o T1 a L2; o Cardiovascular: • Controle da PA; • Aumento da FC: níveis T1-T5; • Vasoconstrição: MMSS (T1-T5) e MMII (T5-L2); • Disreflexia autonômica: resposta autonômica exagerada à estímulo incômodo abaixo do nível da lesão, resultando no aumento excessivo da PA. Aumento de 20mmHg na PAS acompanhado ou não de bradicardia; • Hipotensão postural: diminuição de 20mmHg na PAS ou 10mmHg na PAD, 3 min após a mudança de decúbito. o Bexiga e intestino; o Sexual; ➢ Lesões acima de L1 => Espástica: o Motoneurônio superior (SNC); o Hiperreflexia, hipertonia, Clônus e espasmos; o Espasticidade: desordem motora que ocorre devido a lesão de MNS, caracterizada pelo aumento dos reflexos de estiramento tônico, dependente da velocidade devido a hiperexcitabilidade do reflexo de estiramento. ➢ Lesões abaixo de L1 => Flácida: o Motoneurônio inferior (SNP); o Hiporreflexia, arreflexia e hipotonia. ➢ Síndrome da Cauda Equina: o Lesão no motoneurônio inferior; o Característica flácida; o Sem atividade reflexa medular; o Nível vertebral L1 e abaixo dele. ➢ Dor Neuropática: o Lesões das vias aferentes; o Caracterizada por dor no nível ou abaixo da lesão; o Choque, fisgada, pontadas, formigamento e etc. Complicações Indiretas ➢ Musculoesqueléticas e dérmicas: o Encurtamentos e deformidades; • Transição de tipo de fibra 1 => 3a => 2b: os músculos apresentam menor resistência à fadiga. o Ossificação heterotópica: • Alta incidência na LM; • Calcificação patológica; • Etiologia: baixa mobilidade x microlesões; • Grandes articulações • Sintomas iniciais: inflamação; • Sintomas tardios: restrição de ADM; • Tratamento: medicamentoso, radioterapia, cirúrgico. o Osteoporose - risco de fraturas: • Redução da descarga de peso dinâmica; • Redução da mobilidade; • Redução da atividade muscular; • Redução da absorção de Ca2+; • Redução da densidade óssea. o Úlceras por pressão: • Alteração da sensibilidade; • Alteração na vascularização; • Redução de massa muscular; • Redução da mobilidade; • Aumento da área de pressão. ➢ Cardiovasculares e metabólicas: o Sobrepeso; o Diabetes; o Edemas, TVP e embolias. ➢ Psicossociais: o Depressão; o Redução na participação; o Redução na QV. ➢ Dor no ombro na LM: o Causas: instabilidade articular, transferências e posicionamento inadequados, overuse e propulsão da cadeira de rodas e desequilíbrio muscular; o Preditores: idade avançada, muito tempo de lesão, IMC elevado, nível de lesão, fraqueza muscular, alteração de ADM, funcionalidade e transferências; o Desequilíbrios musculares: adutores e abdutores => elevação da cabeça do úmero levando a síndrome do impacto. Rotadores externos e internos => lesão do ligamento capsular anterior; o Dor em ombro pode estar associada a síndrome do túnel do carpo. ASIA Testar os grupos musculares abaixo a partir do teste de função muscular (0-5): ➢ Raiz C5: flexores de cotovelo; ➢ Raiz C6: extensores de punho; ➢ Raiz C7: extensores de cotovelo; ➢ Raiz C8: flexores de dedos; ➢ Raiz T1: músculos abdutores de dedos; ➢ Raiz L2: flexor de quadril; ➢ Raiz L3: extensores de joelho; ➢ Raiz L4: dorsiflexores do tornozelo; ➢ Raiz L5: extensores do halux; ➢ Raiz S1: flexores plantares. d Sensorialmente, cada dermatómo será pontuado com: ➢ 0: sensibilidade ausente; ➢ 1: sensibilidade alterada; ➢ 2: sensibilidade normal. Teste de função motora e sensorial superficial e profunda do último segmento da medula (S4-S5 => esfíncter anal): busca saber se o paciente sente e/ou controla quando vai ou quer evacuar. PASSO A PASSO PARA A CLASSIFICAÇÃO: 1. Determinar os níveis sensoriais dos lados direito e esquerdo: usa o nível mais caudal intacto com o dermatómo que pontua 2 para o teste de sensibilidade superficial e profunda; 2. Determinar o nível motor: considerado a partir da pontuação de grau de força 3; 3. Determinar o nível neurológico da lesão: classificado como último nível de função motora e sensorial normal em ambos os lados do corpo; 4. Determinar se a lesão é completa ou incompleta: a partir do teste de sensibilidade e função motora do segmento sacral, se não existe função voluntária motora do segmento e todas as sensibilidades estão pontuadas como 0 => completa, ou se apresenta alguma pontuação positiva => incompleta; 5. Níveis de lesão incompleta: A. Lesão completa: nenhuma função no segmento sacral; B. Função no segmento sacral, mas sem preservação motora abaixo do nível da lesão:pontua positivo para algum item, mas sem preservação motora, seja de contração voluntária ou função motora em 3 níveis ou mais abaixo da lesão; C. Menos da metade dos músculos chave abaixo do nível da lesão com grau de força < 3; D. Mais da metade dos músculos chave abaixo do nível da lesão com grau de força > 3; E. Presença de função motora e sensorial normal em todos os segmentos: pessoa que recuperou completamente os déficits da lesão. 6. Determinar as zonas de preservação parcial - ZPP: a zona de preservação parcial é usada quando há ausência de função motora e/ou sensorial no segmento sacral, refere-se aos segmentos abaixo do nível neurológico da lesão, onde há alguma preservação da função motora (se ausente função motora sacral) ou sensorial (se ausente função sensorial sacral). O fator determinante mais importante do prognóstico a longo prazo é se uma lesão é classificada clinicamente como: ➢ Completa: completa ausência de sensibilidade e função motora nos segmentos sacrais S4-S5; ➢ Incompleta: há presença parcial da função sensorial e/ou motora em S4-S5. Avaliação Clínica ➢ Informações do mecanismo de lesão e do local do acidente; ➢ Prevenção de lesões adicionais; ➢ Pacientes inconscientes e etilizados; ➢ Exame físico geral; ➢ Exame neurológico (ASIA): motor, sensibilidade e reflexos tendinosos e superficiais. Avaliação Fisioterapêutica ➢ FM: músculos chaves para C5, C6, C7, C8, T1, L1-2, L3, L4, L5, S1; ➢ Reflexos: sinal de Babinski, osteotendíneos (bicipital, tricipital, estilorradial, adutor, patelar e aquileu); ➢ Tônus muscular: escala de Ashworth modificada para espasticidade; ➢ Sensibilidade: tátil, térmica, proprioceptiva; ➢ ADM, dor; ➢ Nível de independência funcional: cuidados pessoais, controle de esfíncter, mobilidade, locomoção, comunicação, cognição social; ➢ Sinais de bom prognóstico: presença de movimentos voluntários e sensibilidade perineal. Estabelecimento de Metas Funcionais 1. Qual o nível neurológico, sensitivo e motor? 2. O que o paciente faz e o que ele deveria fazer com seus músculos íntegros? 3. O que o paciente quer? 4. A lesão é completa ou incompleta? E qual seu potencial subclínico? Objetivos Fisioterapêuticos Metas funcionais a curto e a longo prazo: ➢ Evitar e prevenir complicações; ➢ Manter e melhorar função respiratória; ➢ Manter ADM; ➢ Manter e fortalecer a FM; ➢ Melhorar nível de independência funcional; ➢ Envolver e instruir paciente e familiares no processo terapêutico. Conduta Fisioterapêutica PREVENÇÃO DE CONTRATURAS E DEFORMIDADES: ➢ Alongamento seletivo: mm peitoral maior, flexores do quadril e joelho e flexor plantar; ➢ Encurtamento seletivo: tenodese (flexores dos dedos) e mm paravertebrais. PREVENÇÃO E COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS: ➢ MM do diafragma (C3 a C5), acessórios e abdominais; ➢ Conduta: uso de bandagens e coletes abdominais, treinamento dos músculos inspiratórios, higiene brônquica e drenagens posturais. FORTALECIMENTO E TREINAMENTO CARDIORRESPIRATÓRIO: ➢ Padrão de substituição muscular, músculos inativos. MOBILIDADE: ➢ Rolamento, decúbito ventral e dorsal sobre os cotovelos e mãos; ➢ Postura sentada, quadrúpede e equilíbrio; ➢ Posição ajoelhada e equilíbrio vertical; ➢ Postura vertical (ortostatismo) e deambulação. INDICAÇÃO DE ORTOSTATISMO E POTENCIAL DE DEAMBULAÇÃO: ➢ Nível de lesão, ADM livre, peso corpóreo e fenótipo, alinhamento postural, pele intacta, função cardiovascular estável e situação socioeconômica. TRANSFERÊNCIAS: Tipos: ➢ Determinado pelo nível da lesão, auxílio necessário, e pela preferência e segurança do paciente; ➢ Meios mecânicos, auxílio de terceiros ou acessórios; ➢ Sequência: tatame, cama, banheiro, banho, carro, chão, outras superfícies. FUNÇÃO MANUAL (TETRAPLÉGICOS): ➢ Atividades uni e bimanuais, tenodese, órteses, punho universal, acessórios e atividades preparatórias. Estimulação Elétrica Neuromuscular na SCI Objetivos: ➢ Ganho e manutenção do trofismo e ADM, fortalecimento; ➢ Fortalecimento de músculos paréticos; ➢ Diminuição da espasticidade; ➢ Treino de marcha e ortostatismo; ➢ Treino de alcance e preensão. Indicação: ➢ Ganho e manutenção do trofismo e ADM; ➢ Diminuição da espasticidade. Marcha: ➢ Fortalecimento de músculos paréticos; ➢ Treino de marcha e ortostatismo; ➢ Redução da osteoporose; ➢ Melhora cardiorrespiratória; ➢ Combate a hipotensão postural. Treino de Marcha com Suporte Parcial de Peso na SCI ➢ Redução da osteoporose; ➢ Melhora cardiorrespiratória; ➢ Associada a EENM.
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