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1 Júlia Morbeck – @med.morbeck Objetivos 1- Estudar a epidemiologia, etiologia, fatores de risco, fisiopatologia, manifestações clínicas, complicações, diagnóstico e tratamento da lesão renal aguda; 2- Conhecer as características dos acidentes ofídicos. Lesão Renal Aguda Foi proposto o termo Lesão Renal Aguda (LRA) para refletir todo o espectro de Insuficiência Renal Aguda (IRA), reconhecendo que um declínio agudo da função renal é frequentemente secundário a uma lesão que provoca alterações funcionais ou estruturais nos rins (SANTOS; MENDONÇA, 2015). ↠ O termo “lesão renal aguda” descreve um declínio rápido da função renal, que ocorre dentro de poucas horas ou 1 dia. Causa acúmulo de escórias nitrogenadas e distúrbios hidreletrolíticos. Ao contrário da doença renal crônica (DRC) e da insuficiência renal crônica (IRC), a LRA é potencialmente reversível quando os fatores desencadeantes podem ser revertidos ou eliminados antes que tenha ocorrido lesão irreversível do rim (NORRIS, 2021). ↠ A LRA é uma condição em que a taxa de filtração glomerular é reduzida abruptamente, causando uma retenção súbita de metabólitos endógenos e exógenos (ureia, potássio, fosfato, sulfato, creatinina, fármacos administrados), que são normalmente depurados pelos rins. O volume urinário geralmente é baixo (<400 mL/dia) (MCANINCH; LUE, 2014). O indicador mais comum de LRA é azotemia, ou seja, acúmulo de escórias nitrogenadas (ureia, ácido úrico e creatinina) no sangue e redução da taxa de filtração glomerular (TFG) (NORRIS, 2021). EPIDEMIOLOGIA A incidência de IRA é um dado bastante variável devido à ausência de um consenso sobre a definição da condição, situação que dificulta a avaliação de sua magnitude e reforça a necessidade de uma definição padrão para a IRA (SANTOS et al., 2023). ↠ A lesão renal aguda (LRA) representa um problema de saúde pública mundial com altas taxas de morbimortalidade, além de apresentar altos custos para a saúde, com maior tempo de internação e possibilidade de evolução para doença renal crônica em longo prazo (RIELLA, 6ª ed.). ↠ Taxa de mortalidade varia de 15 a 60% (NORRIS, 2021). ↠ A prevalência de lesão renal aguda varia conforme a população estudada e quanto à definição utilizada para a análise, estando presente em cerca de 7% a 18% dos pacientes internados, 50% destes em unidades de terapia intensiva (MAYER et al., 2022). Caracterização clínico-epidemiológica de pacientes com lesão renal aguda dialítica em uma Unidade de Terapia Intensiva de um Hospital Universitário em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. (MAYER et al., 2022). No período de janeiro de 2018 a dezembro de 2019 foram admitidos 423 pacientes na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, sendo que 165 (39%) desenvolveram Lesão Renal Aguda (LRA). Utilizando o Teste de Igualdade das Proporções, tem-se a distribuição da realização de hemodiálise, onde a maioria estatisticamente significante fez sim hemodiálise, ou seja, 80% (132 pacientes) contra 20% que não fizeram (33 pacientes) O fator de risco mais recorrente foi Hipertensão Arterial Sistêmica com 33,3 %, mas não diferente dos 33,3% referentes ao Diabetes Mellitus, seguido por Doença Renal Crônica (22,7%), Insuficiência Cardíaca (7,6%), Cirrose e Glomerulopatias (cada uma representando 2,3% dos casos) ↠ Em comparação aos adultos, crianças com IRA evoluem com necessidade de maior tempo de hospitalização, internação em UTI e uso de suporte ventilatório invasivo. A taxa de mortalidade em pacientes pediátricos de 0 a 12 anos que evoluíram com necessidade de diálise após IRA foi de 53,3%, no Brasil. Pacientes no período neonatal obtiveram taxa de mortalidade ainda maior. O risco de mortalidade aumenta em pacientes com maior tempo de internação, submetidos à ventilação mecânica, diálise e com hipoalbuminemia (SANTOS et al., 2023). ↠ Desde o surgimento da COVID-19, observou-se a ocorrência de IRA em 30% dos pacientes hospitalizados em decorrência da infecção viral, sendo a complicação extrapulmonar mais comum identificada no grupo de pacientes acometidos e relacionada com maior mortalidade. Também foi avaliado que os pacientes em uso de ventilação invasiva obtiveram maior risco de evoluir com IRA. Acredita-se que a patogênese entre as condições seja multifatorial e, apesar de não totalmente esclarecida, existam mecanismos de lesão renal direta e indiretamente, como anormalidades hemodinâmicas, hipoxemia e tempestade de citocinas (SANTOS et al., 2023). FATORES DE RISCO ↠ Os principais fatores de risco para o desenvolvimento da IRA incluem medicações, comorbidades prévias, APG 17 – “FIM DA PICADA” 2 Júlia Morbeck – @med.morbeck mudanças hemodinâmicas e envelhecimento intrínseco do rim (SANTOS et al., 2023). ↠ Em idosos, destaca-se, como fatores de risco, a presença de doenças pré-existentes e intervenções terapêuticas medicamentosas para comorbidades (PACHECO et al., 2022). ↠ Os estados hiper inflamatórios são um importante fator de risco para o desenvolvimento da IRA Diante de uma resposta imunológica exacerbada, ocorre uma desregulação dos mecanismos fisiológicos podendo levar à um aumento na produção de citocinas e mediadores inflamatórios que desencadeiam morte celular e lesão endotelial (SANTOS et al., 2023). ETIOLOGIA ↠ A LRA pode ser causada por vários tipos de distúrbios, inclusive redução do fluxo sanguíneo sem lesão isquêmica, lesão isquêmica, tóxica ou obstrutiva dos túbulos renais e obstrução das vias urinárias distais (NORRIS, 2021). ↠ Em geral, as causas da LRA são classificadas em pré- renais, intrarrenais e pós-renais. Em conjunto, as causas pré-renais e intrarrenais são responsáveis por 80 a 95% dos casos de LRA (NORRIS, 2021). LESÃO PRÉ-RENAL ↠ Tipo mais comum de LRA, caracteriza-se por redução acentuada do fluxo sanguíneo renal. O processo é reversível quando a causa da redução do fluxo sanguíneo renal pode ser detectada e corrigida antes que ocorra lesão dos rins (NORRIS, 2021). As causas de LRA pré-renal incluem depleção grave do volume vascular (p. ex., hemorragia, perdas de volume do líquido extracelular); redução da perfusão renal em consequência de insuficiência cardíaca e choque cardiogênico; e redução do enchimento vascular por ampliação da capacitância vascular (p. ex., anafilaxia ou sepse). Os idosos têm risco especialmente alto em razão de sua predisposição à hipovolemia e à prevalência alta de doenças vasculares renais nesta faixa etária (NORRIS, 2021). Alguns mediadores vasoativos, fármacos e compostos utilizados com finalidade diagnóstica causam vasoconstrição intrarrenal grave e podem induzir hipoperfusão glomerular e LRA pré-renal. Exemplos são endotoxinas, contrastes radiológicos (p. ex., usados em cateterização cardíaca), ciclosporina (agente imunossupressor usado para evitar rejeição dos transplantes) e anti-inflamatórios não esteroides (AINE). Algumas dessas substâncias também causam necrose tubular aguda (NTA). Além disso, várias classes de fármacos usados comumente podem interferir nos mecanismos de adaptação renal e converter um quadro de hipoperfusão renal compensada em insuficiência pré-renal. Os inibidores da enzima conversora da angiotensina (ECA) e os bloqueadores do receptor da angiotensina (BRA) atenuam os efeitos da renina no fluxo sanguíneo renal; quando são combinados com diuréticos, esses fármacos podem causar LRA pré-renal nos pacientes com fluxo sanguíneo reduzido em consequência de doença renal dos vasos de pequeno ou grande calibre. As prostaglandinas têm efeito vasodilatador nos vasos sanguíneos renais. Os AINE podem reduzir a irrigação sanguínea dos rins por inibição da síntese das prostaglandinas. Em alguns indivíduos com perfusão renal reduzida, os AINE podemdesencadear LRA pré-renal (NORRIS, 2021). ↠ A LRA pré-renal evidencia-se por redução aguda do débito urinário e por elevação desproporcional do nível de ureia sanguínea em comparação com a concentração sérica de creatinina. Normalmente, o rim responde à redução da TFG com diminuição do débito urinário. Desse modo, um dos primeiros sinais de LRA pré-renal é redução aguda do débito urinário (NORRIS, 2021). Excreção percentual baixa de sódio (< 1%) sugere que a oligúria seja devida à redução da perfusão renal e que os néfrons estejam reagindo adequadamente à redução progressiva da excreção de sódio filtrado na tentativa de preservar o volume vascular. Os níveis da ureia também dependem da TFG. A TFG baixa oferece mais tempo para que partículas pequenas (como a ureia) sejam reabsorvidas para o sangue. Por ser uma molécula não difusível maior, a creatinina permanece no líquido tubular e a quantidade total de creatinina filtrada, embora seja pequena, é excretada na urina (NORRIS, 2021). 3 Júlia Morbeck – @med.morbeck LESÃO INTRARRENAL ↠ A LRA renal é causada por fatores intrínsecos ao rim, sendo classificada de acordo com o principal local afetado: glomérulo; túbulos; interstício; e vasos (RIELLA, 6ª ed.). ↠ Sua etiologia mais comum é a lesão tubular, principalmente de origem isquêmica ou tóxica. No entanto, a principal e mais frequente causa de necrose tubular aguda (NTA) é isquêmica e o seu principal fator causal tem origem pré-renal, como consequência da redução do fluxo sanguíneo não revertida, especialmente se houver comprometimento suficiente para provocar a morte das células tubulares. Eventos isquêmicos mais graves (como nas complicações obstétricas e síndrome hemolítico-urêmica), sobretudo se ocorrer coagulação microvascular, podem resultar em necrose cortical irreversível (RIELLA, 6ª ed.). ↠ Depois das isquêmicas, as causas nefrotóxicas são as mais frequentes na LRA renal. Os agentes nefrotóxicos incluem principalmente antibióticos aminoglicosídios, contrastes radiológicos e quimioterápicos, além de pigmentos (p. ex., mioglobina) e venenos ofídicos. De modo geral, os medicamentos e as drogas podem causar diversos tipos de danos por: (RIELLA, 6ª ed.). • Modificações hemodinâmicas • Dano tubular direto • Reação alérgica, causando a nefrite intersticial aguda • Obstrução intratubular • Desenvolvimento da síndrome hemolítico-urêmica. ↠ Outras causas de LRA renal incluem, ainda, as glomerulonefrites, as doenças sistêmicas (como vasculites e lúpus eritematoso sistêmico) e infecções (RIELLA, 6ª ed.). Lesão ou necrose tubular aguda A lesão ou necrose tubular aguda caracteriza-se pela destruição das células do epitélio tubular com supressão súbita da função renal. Essa lesão aguda pode ser causada por isquemia, sepse, efeitos nefrotóxicos dos fármacos, obstrução tubular e toxinas liberadas a partir de uma infecção maciça. As células epiteliais tubulares são especialmente sensíveis à isquemia e também são suscetíveis às toxinas. A lesão tubular subsequente geralmente é reversível (NORRIS, 2021). A NTA (ou lesão tubular aguda) isquêmica ocorre mais comumente nos pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos de grande porte, hipovolemia grave ou sepse, traumatismo ou queimaduras extensivas. A sepse causa isquemia porque desencadeia uma combinação de vasodilatação sistêmica e hipoperfusão intrarrenal. Além disso, a sepse acarreta a formação de toxinas que sensibilizam as células tubulares renais aos efeitos deletérios da isquemia (NORRIS, 2021). A NTA, que complica os casos de traumatismo e queimadura, comumente é multifatorial, resultando dos efeitos combinados de hipovolemia, mioglobinúria e outras toxinas liberadas dos tecidos lesados. A lesão tubular aguda é uma complicação da hemólise intravascular associada a muitas enfermidades hemolíticas, como anemia falciforme e traumatismo mecânico de próteses valvares cardíacas. Ao contrário da LRA pré-renal, a TFG não aumenta com a recuperação do fluxo sanguíneo renal dos pacientes com LRA causada por NTA isquêmica (ou lesão tubular aguda) (NORRIS, 2021). A causa mais comum de NTA secundária à obstrução intratubular é mioglobina, hemoglobina, ácido úrico, cadeias leves do mieloma ou excesso de uratos na urina. A hemoglobinúria é causada por reações às transfusões de sangue e outros distúrbios hemolíticos agudos. Os músculos cardíaco e esquelético contêm mioglobina, que corresponde à hemoglobina em sua função de servir como reservatório de oxigênio das fibras musculares. Normalmente, não há mioglobina no soro nem na urina. Na maioria dos casos, a mioglobinúria é causada por traumatismo muscular, mas também pode ser devida a esforços extremos, hipertermia, sepse, convulsões prolongadas, déficit de fosfato ou potássio e alcoolismo ou uso abusivo de drogas ilícitas. A mioglobina e a hemoglobina conferem tonalidade anormal à urina, a qual pode variar da cor de chá ao vermelho, marrom ou preto. Cilindros granulares de coloração marrom e células epiteliais na urina estão relacionados com lesão tubular aguda; cilindros hemáticos e proteínas na urina indicam glomerulonefrite; e cilindros leucocitários e piúria sugerem nefrite túbulo intersticial aguda (NORRIS, 2021). LESÃO PÓS-RENAL ↠ Ocorre na vigência de obstrução das vias urinárias, que pode ser observada em qualquer nível do trato urinário, porém, no acometimento de ureteres, depende da presença de obstrução bilateral (RIELLA, 6ª ed.). Patogênese da lesão renal aguda causada por necrose tubular aguda. Descamação e necrose das células do epitélio tubular causam obstrução e aumento da pressão intraluminal, que reduzem a filtração glomerular. A vasoconstrição das arteríolas aferentes, causada em parte pelos mecanismos de feedback tubuloglomerulares, diminui a pressão de filtração dos capilares glomerulares. A lesão tubular e o aumento da pressão intraluminal são responsáveis pela transferência dos líquidos do lúmen tubular para o interstício (extravasamento retrógrado). 4 Júlia Morbeck – @med.morbeck ↠ A obstrução pode ocorrer no ureter (i. e., cálculos e estenoses), na bexiga (i. e., tumor ou bexiga neurogênica) ou na uretra (i. e., hiperplasia da próstata) (NORRIS, 2021). ↠ Como o volume maior de urina não pode ser excretado em consequência da obstrução, a pressão é transmitida em sentido inverso aos túbulos e aos néfrons, que por fim são lesados. Hiperplasia prostática é a causa primária mais comum (NORRIS, 2021). ↠ Como os dois ureteres devem estar obstruídos para causar insuficiência renal, a obstrução da via de saída da bexiga raramente causa insuficiência renal aguda, a menos que um dos rins já esteja lesado ou que o paciente tenha apenas um rim. O tratamento da LRA pós-renal aguda consiste em reverter a causa básica da obstrução para que o fluxo de urina possa ser restabelecido antes que ocorra lesão irreversível dos néfrons (NORRIS, 2021). FISIOPATOLOGIA ↠ A evolução da LRA pode ser dividida em quatro fases: (NORRIS, 2021). • Fase inicial • Fase oligárica (anúrica) • Fase diurética • Fase de recuperação. A fase inicial, que se estende por horas a dias, é o intervalo decorrido entre a instalação do evento desencadeante (p. ex., fase isquêmica da insuficiência pré-renal ou exposição à toxina) e o desenvolvimento da lesão tubular (NORRIS, 2021). A fase oligárica (anúrica) dura 8 a 14 dias ou mais, dependendo da natureza da LRA, causando retenção súbita de metabólitos endógenos como ureia, potássio, sulfato e creatinina, que normalmente são eliminados pelos rins. Em geral, o débito urinário alcança níveis mais baixos nesse ponto. A retenção de líquidos causa edema, intoxicação hídrica e congestão pulmonar. Quando o período de oligúria é longo, o paciente frequentemente desenvolve hipertensão e também sinais de uremia. Se não foremrevertidas, as manifestações neurológicas da uremia progridem de irritabilidade neuromuscular até convulsões, sonolência, coma e morte. Em geral, a hiperpotassemia é assintomática até que o nível sérico de potássio aumente acima de 6,0 a 6,5 mEq/ℓ, quando então surgem alterações eletrocardiográficas típicas e sintomas de fraqueza muscular (NORRIS, 2021). A fase diurética acontece quando os rins tentam se curar e a produção de urina aumenta, mas ocorrem cicatrizes e danos nos túbulos. Em geral, há diurese antes que a função renal seja normalizada por completo. Por essa razão, os níveis de ureia sanguínea, as concentrações séricas de creatinina, potássio e fosfato podem continuar elevados ou até mesmo aumentar ainda mais, embora o débito urinário tenha aumentado. Durante essa fase, a TFG se eleva, o débito urinário aumenta para 400 mℓ/dia, e, possivelmente, há depleção de eletrólitos em função do aumento da excreção de água e dos efeitos osmóticos dos níveis sanguíneos elevados de ureia. A fase de recuperação é o período durante o qual o edema tubular desaparece e a função renal melhora. Durante essa fase, existe normalização do equilíbrio hidreletrolítico. Por fim, a função dos túbulos renais é recuperada e a capacidade de concentrar urina aumenta. De modo quase simultâneo, os níveis séricos de creatinina e de ureia começam a normalizar e a TFG retorna a 70 a 80% do normal. Em alguns casos, há lesão renal branda a moderada persistente (NORRIS, 2021). ↠ A fisiopatologia das lesões renais isquêmica e tóxica, origens mais comuns de LRA intrínseca (renal), envolve alterações estruturais e bioquímicas que resultam no comprometimento vascular e/ou celular. A partir dessas alterações, ocorrem vasoconstrição, alteração da função e morte celular, descamação do epitélio tubular e obstrução intraluminal, vazamento transtubular do filtrado glomerular e inflamação (RIELLA, 6ª ed.). ↠ As principais alterações fisiopatológicas na LRA são: (RIELLA, 6ª ed.). • Vasoconstrição intrarrenal: causada pelo desequilíbrio entre os fatores vasoconstritores e vasodilatadores, tanto de ação sistêmica quanto local. Mecanismo particularmente importante na LRA por nefrotóxicos, com ativação de hormônios vasoconstritores (angiotensina II, endotelina etc.) e/ou inibição de vasodilatadores (prostaglandinas, óxido nítrico etc.) • Lesão tubular: associada principalmente a uma redução dos níveis intracelulares de ATP e a lesões de reperfusão. A reversibilidade do dano às células tubulares dependerá da intensidade, do tempo de duração e do tipo do evento agressor. A possibilidade de reversão da LRA decorre da capacidade de regeneração e diferenciação das células tubulares renais, restabelecendo um epitélio íntegro e funcionante. Mesmo em situações mais graves com destruição de 90% das células epiteliais do túbulo proximal, os 10% de células remanescentes podem entrar em processo de proliferação, estimulados por hormônios e fatores de crescimento, recompondo a epitélio tubular (RIELLA, 6ª ed.). MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E COMPLICAÇÕES ↠ Geralmente, a LRA cursa assintomática, sendo notada apenas laboratorialmente, devido à avaliação da função renal do paciente que apresenta uma doença de base que poderá levar uma diminuição do débito urinário e ou aumento de creatinina e ureia (parâmetros mais comuns de análise) (PACHECO et al., 2022). 5 Júlia Morbeck – @med.morbeck MANIFESTAÇÕES RENAIS ↠ Do ponto de vista renal, a LRA manifesta-se com uremia, pelo acúmulo dos compostos nitrogenados, e alterações hidreletrolíticas. Dessa maneira, são observadas: (RIELLA, 6ª ed.). • Alteração no balanço de água: sobretudo nos pacientes em oligúria, nos quais o balanço hídrico positivo acumulado muito elevado pode repercutir na respiração/ventilação e ter impacto na mortalidade.. • Alteração do balanço de sódio: durante a fase oligúrica, o balanço positivo de sódio pode levar à expansão de volume, hipertensão e insuficiência cardíaca. Nessa fase, acredita-se que a oferta de solução salina isotônica (300 mℓ/dia) associada a um controle rigoroso de peso é suficiente para equilibrar o balanço de sódio. Por sua vez, uma oferta menor de sódio, principalmente na fase poliúrica, pode provocar depleção de volume e hipotensão arterial. • Alteração do balanço de potássio: a hiperpotassemia é a principal causa metabólica que leva o paciente com LRA ao óbito. Considerando-se que somente 2% do potássio corporal total encontra-se fora da célula, pequenas alterações no conteúdo extracelular de potássio provocam profundos efeitos na excitabilidade neuromuscular. A elevação do potássio (K+) sérico pode se dar na LRA por aumento do catabolismo endógeno de proteínas, por dano tecidual, sangramento intestinal e movimentação de K+ do intra para o extracelular pelo mecanismo-tampão dos estados acidóticos. A complicação mais temível da hiperpotassemia é a toxicidade cardíaca, manifestando-se com arritmias que, se não corrigidas, podem levar rapidamente à morte. Por essa razão, é necessário controle rigoroso do K+ sérico nos pacientes com LRA. • Outras alterações: alterações do balanço de cálcio (a hipocalcemia é o achado mais frequente), do balanço de fósforo (hiperfosfatemia é frequente) e acidose metabólica. MANIFESTAÇÕES EXTRARRENAIS ↠ As infecções são as complicações extrarrenais mais frequentes no paciente com LRA, com incidência que varia entre 45 e 80%. Apesar do reconhecimento e do tratamento adequados, cerca de 20 a 30% dos óbitos na LRA resultam de processos infecciosos (RIELLA, 6ª ed.). As complicações infecciosas são mais observadas na LRA pós- traumática ou pós-cirúrgica, particularmente quando há envolvimento gastrintestinal. As infecções urinárias são de grande importância nos pacientes com LRA, pela dificuldade de os antibióticos atingirem níveis teciduais ou urinários adequados. A presença de cateteres urinários, tanto de demora quanto intermitentes, representa fator predisponente para o desenvolvimento e a manutenção de infecção urinária, com seleção de agentes microbianos mais resistentes e de maior risco de disseminação (RIELLA, 6ª ed.). Infecções broncopulmonares também são frequentes complicações da LRA. O diagnóstico pode se tornar difícil quando de edema pulmonar concomitante, porém outros sinais de hipervolemia devem ser levados em conta antes de considerá-lo exclusivamente congestão pulmonar (RIELLA, 6ª ed.). ↠ Do ponto de vista cardiovascular, uma das complicações mais frequentes é a presença de pericardite fibrinosa (10%), geralmente associada a atrito pericárdico, podendo ser complicada por derrame pericárdico e eventual tamponamento. Insuficiência cardíaca congestiva (ICC) e hipertensão também podem estar presentes na LRA e correlacionam-se com a sobrecarga de volume. Ainda, acidose metabólica e distúrbios eletrolíticos podem contribuir para o surgimento de ICC, bem como de arritmias (RIELLA, 6ª ed.). ↠ Complicações neurológicas também são comuns, uma vez que o sistema nervoso é o que menos tolera a redução rápida da função renal. Como resultado, a encefalopatia urêmica é a mais comum manifestação de LRA. As manifestações sensoriais mais precoces são as alterações cognitiva e de memória. Seguem-se as alterações motoras (asterixes, tremores/flapping, mioclonias) e, finalmente, convulsões e coma, que representam os eventos terminais graves e de maior risco clínico (RIELLA, 6ª ed.). ↠ Quanto às complicações do trato gastrintestinal, ulcerações gástricas ou duodenais referem-se aos achados mais comuns. Obviamente, sangue no trato gastrintestinal contribui substancialmente para a elevação da concentração plasmática de ureia e potássio, com necessidade de adequação do programa dialítico (RIELLA, 6ª ed.). 6 Júlia Morbeck – @med.morbeckDIAGNÓSTICO CLÍNICO Anamnese • Doença sistêmica crônica (diabetes, lúpus); • Doença sistêmica aguda (glomerulonefrite aguda); • História de traumatismo recente; • Antecedentes de uropatia obstrutiva; • Uso de drogas nefróticas, intoxicação acidental ou intencional. Exame físico • Avaliar o estado de hidratação pelo peso corporal; • Turgor cutâneo; • Avaliar a possibilidade de obstrução do trato urinário por meio de cuidadoso exame abdominal (globo vesical palpável, rins hidronefróticos). LABORATORIAL ↠ Os exames de urina que medem a osmolalidade urinária, a concentração de sódio na urina e a excreção percentual de sódio ajudam a diferenciar entre azotemia pré-renal (na qual a capacidade de reabsorção das células tubulares está mantida) e necrose tubular (na qual esta função é perdida). Uma das primeiras manifestações de lesão tubular é incapacidade de concentrar a urina (NORRIS, 2021). ↠ Outros dados diagnósticos que podem ser fornecidos pelo exame simples de urina (EAS) incluem proteinúria, hemoglobinúria e cilindros ou cristais na urina. A determinação dos níveis séricos de ureia e creatinina fornece informações sobre a capacidade de remover escórias nitrogenadas do sangue. Também é importante descartar a possibilidade de obstrução urinária. Entretanto, esses marcadores tradicionais como creatinina sérica e ureia sanguínea, a excreção percentual de sódio para avaliar a TFG e o débito urinário só se manifestam 1 ou 2 dias depois do início da insuficiência renal aguda. Por exemplo, ao avaliar a creatinina sérica dos pacientes em estado crítico, não se pode supor que seu estado hemodinâmico esteja estabilizado. Portanto, o aumento do nível de creatinina ocorre algum tempo depois da lesão renal. Além disso, a idade, o sexo, a massa muscular e os fármacos usados pelo paciente também afetam os níveis de creatinina. A ureia também não é produzida a uma taxa constante e a quantidade de ureia aumenta com a dieta, o uso de alguns fármacos e infecções, além de ser alterada também por doença hepática (NORRIS, 2021). ↠ A análise do sedimento urinário também pode ser útil na avaliação da LRA. Cilindros hialinos aparecem com mais frequência na LRA pré-renal, enquanto cilindros granulosos, discreta leucocitúria e grande quantidade de células tubulares podem ser observados na LRA renal. A presença de hemácias dismórficas e de cilindros hemáticos sugere a existência de glomerulonefrite aguda, podendo ser acompanhada de proteinúria moderada a acentuada. No entanto, proteinúria leve (traços) pode estar presente tanto na LRA pré-renal quanto na renal. A positividade para hemoglobina nas fitas reagentes urinárias, na ausência de hemácias, é capaz de indicar a presença de mioglobina, podendo sugerir presença de rabdomiólise, diagnóstico este fortalecido quando de CPK e aldolase elevadas no sangue. Além disso, leucocitúria com intenso predomínio de eosinófilos (eosinofilúria) associada a eosinofilia no sangue periférico sugerem o diagnóstico de nefrite intersticial (RIELLA, 6ª ed.). IMAGEM ↠ A ultrassonografia de rins e vias urinárias é um procedimento simples e de grande importância na avaliação das alterações da função renal. O tamanho renal reduzido e a ecogenicidade aumentada com perda da diferenciação corticomedular podem indicar doença renal preexistente, tornando possível diferenciar entre a doença renal crônica e a LRA. A cintilografia renal também pode ser alternativa, auxiliando na avaliação da perfusão renal (RIELLA, 6ª ed.). ↠ Ainda, a ultrassonografia é capaz de fornecer informação sobre a existência de obstrução das vias urinárias e de cálculos (se visíveis). No caso de evidência de obstrução sem fator causador visível, a tomografia computadorizada pode fornecer mais informações, 7 Júlia Morbeck – @med.morbeck sendo, na maioria das vezes, desnecessária a utilização de contraste, o que poderia agravar a LRA em curso (RIELLA, 6ª ed.). BIÓPSIA RENAL ↠ No contexto da LRA, indica-se a biopsia renal precoce (nos primeiros 5 dias) quando há suspeita de glomerulonefrite rapidamente progressiva (que pode decorrer de doenças sistêmicas, como as vasculites e o lúpus eritematoso), de nefrite intersticial aguda, de necrose cortical bilateral ou na ausência de diagnóstico clínico provável (RIELLA, 6ª ed.). ↠ A biopsia fornecerá bases para justificar uma terapêutica mais agressiva (p. ex., corticosteroides, agentes citotóxicos e plasmaférese), bem como uma indicação prognóstica, pela avaliação histológica de componentes inflamatórios e fibróticos (RIELLA, 6ª ed.). CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS ↠ Foram criados critérios de diagnóstico, como: (SANARFLIX) • RIFLE (Risk, Injury, Failure, Loss of kidney function, End- Stage kidney disease) – o mais antigo; • AKIN (Acute Kidney Injury Network) – uma versão mais reduzida da RIFLE que aborda temporaridade; • KDIGO (Kidney Disease Improving Global Outcome) – o mais recente e mais usado, mesclando os dois outros; ↠ Como foi dito, o KDIGO é o mais usado no dia a dia médico e propõe que, para ser diagnosticado com injúria renal aguda, o paciente precisa apresentar UM dos seguintes TRÊS critérios: (SANARFLIX) • Aumento da creatinina sérica > 0,3 mg/dL dentro de 48 horas; • Aumento da creatinina sérica > 1,5x o valor de base, conhecido ou presumido nos últimos 7 dias; • Débito urinário < 0,5ml/kg/h por 6 horas. ESTADIAMENTO DE GRAVIDADE DA LRA (KDIGO, 2012) TRATAMENTO ↠ Um aspecto importante do tratamento da LRA é definir e reverter a causa (p. ex., aumentar a perfusão renal, suspender o uso dos fármacos nefrotóxicos). Os líquidos administrados devem ser cuidadosamente regulados na tentativa de manter o volume de líquidos e as concentrações dos eletrólitos nas faixas normais. Como infecções secundárias são causas importantes dos óbitos dos pacientes com insuficiência renal aguda, devem ser envidados esforços constantes para evitar e tratar processos infecciosos (NORRIS, 2021). Na LRA pré-renal, deve-se realizar a reposição volêmica de modo a restabelecer a quantidade de líquido perdido, associando-se a adequada correção eletrolítica. Nas situações em que é decorrente da diminuição do volume sanguíneo efetivo (p. ex., na insuficiência cardíaca, na cirrose hepática e na síndrome nefrótica), orienta-se a terapêutica pela fisiopatologia da doença desencadeante (RIELLA, 6ª ed.). ↠ Hemodiálise ou terapia renal substitutiva contínua (TRSC) pode ser indicada quando as escórias nitrogenadas e a hemostasia hidreletrolítica não podem ser mantidas sob controle por outras medidas. A TRSC foi introduzida como método para tratar insuficiência renal aguda dos pacientes hemodinamicamente muito instáveis para tolerar hemodiálise. Uma das vantagens associadas à TRSC é a possibilidade de administrar suporte nutricional. As desvantagens incluem a necessidade de tratamento anticoagulante prolongado e monitoramento sofisticado contínuo (NORRIS, 2021). Acidentes Ofídicos ↠ Os acidentes com serpentes venenosas, ou seja, causados pela inoculação de toxinas através de suas presas, são de grande importância para os serviços de saúde pública em todo o Brasil em razão da alta incidência (WEISS; PAIVA, 2017). ↠ Todos os acidentes são de notificação compulsória. Os acidentes de maior interesse são: botrópico, crotálico, laquético e elapídico (WEISS; PAIVA, 2017). EPIDEMIOLOGIA ↠ A OMS estima a ocorrência de 2.500.000 acidentes ofídicos por ano, resultando em 125.00 mortes no mundo (WEISS; PAIVA, 2017). 8 Júlia Morbeck – @med.morbeck ↠ O Brasil apresenta uma fauna ofídica rica, tendo aproximadamente 70 espécies de interesse médico (WEISS; PAIVA, 2017). TIPOS DE ACIDENTES ACIDENTE BOTRÓPICO ↠ O gênero Bothrops contribui com 86,3% dos acidentes em ofidismo (WEISS;PAIVA, 2017). ↠ O veneno de Bothrops jararaca provoca, principalmente, o choque, necrose dos tecidos, coagulação intravascular, local e sistêmica, hemorragia e edema (WEISS; PAIVA, 2017). ↠ Esse veneno é rico em fosfolipase A2, substâncias que exerce uma variedade de efeitos tóxicos, como mionecrose, hemorragia, cardiotoxicidade, edema e hidrólise de fosfolipídios de membrana e consequente liberação de fatores de ativação plaquetários (WEISS; PAIVA, 2017). ↠ O veneno botrópico possui três ações principais proteolítica, coagulante e hemorrágica (SANARFLIX). • Ação proteolítica: provoca edema, bolhas e necrose – atividade inflamatória aguda. Têm patogênese complexa, possivelmente, decorre da atividade de proteases, esterases, enzimas liberadoras de cininas, entre outras substâncias (WEISS; PAIVA, 2017). Dor, eritema, edema, flogose e enduração aparecem nas horas seguintes e podem se estender até a raiz do membro. As marcas da picada nem sempre são visíveis. Nos dias seguintes, a lesão evolui para equimoses, bolhas e necrose. As bolhas têm conteúdo seroso ou sero- hemorrágico e podem evoluir para necrose cutânea. A dor se inicia logo após a picada e possui intensidade variável. Atentar para síndrome compartimental e necessidade de fasciotomia. Os efeitos locais podem levar a déficit funcional do membro ou até amputação. O sequestro de líquido no terceiro espaço devido a reação inflamatória pode ser suficiente para provocar insuficiência renal pré-renal (SANARFLIX). • Ação coagulante: ativa de modo isolado ou simultâneo, a protrombina e o fator X. Também possui ação semelhante à trombina, convertendo o fibrinogênio em fibrina. Este quadro é semelhante ao da coagulação intravascular disseminada. Os venenos também podem levar a alterações da função plaquetária, bem como plaquetopenia (WEISS; PAIVA, 2017). • Ação hemorrágica: decorrentes da ação das hemorraginas (melatoproteinases que contêm zinco) que provocam lesões na membrana basal dos capilares, associadas a alterações da coagulação e à plaquetopenia (WEISS; PAIVA, 2017). 9 Júlia Morbeck – @med.morbeck Somando-se à ação coagulante, pode provocar hemorragias como gengivorragia, epistaxe, hemorragia digestiva e hematúria (SANARFLIX). • Dor e edema endurado; • Instalação precoce; • Tonalidade violácea; • Equimoses e sangramentos no ponto da picada; • Bolhas e enfartamento ganglionar podem aparecer na evolução; ACIDENTE CROTÁLICO ↠ Possui maior coeficiente de letalidade em razão da frequência com que evolui para insuficiência renal aguda (IRA), principalmente por rabdomiólise (ação miotóxica) e ação coagulante do veneno (WEISS; PAIVA, 2017). • Ação neurotóxica: neurotoxina que atua nas terminações nervosas inibindo a liberação de acetilcolina. Essa inibição é o principal fator responsável pelo bloqueio neuromuscular do qual decorrem as paralisias motoras e respiratórias • Ação miotóxica: tem sido atribuída à crotoxina e à crotamina, causando lesões de fibras musculares esqueléticas de modo esparso com liberação de enzimas e mioglobina para o soro e que são, posteriormente, excretadas pela urina • Ação coagulante: atividade semelhante às do gênero Bothrops. • Fácies miastenia ou neurotóxica (ptose palpebral – flacidez da musculatura facial mínima); • Visão turva ou diplopia; • Mialgia; • Discreta alterações no local da picada; A IRA nesses pacientes é do tipo hipercatabólica, com altas elevações dos níveis sanguíneos dos compostos nitrogenados e do potássio em consequência da rabdomiólise (WEISS; PAIVA, 2017). ACIDENTE laquÉTICO ↠ Devem ser sempre considerados graves, independente do tamanho do animal (WEISS; PAIVA, 2017). • Ação hemorrágico-coagulante: enzimas do tipo thrombin-like (TLE) e hemorraginas (metaloproteinases). As TLE atuam como trombina e causam clivagem nas moléculas de fibrinogênio que se transformam em fibrinas, formando microcoágulos que se depositam nos órgãos. As hemorraginas lesionam diretamente os vasos. • Ação proteolítica: são os mesmos do veneno botrópico. • Ação inflamatória: ação de proteinases séricas, fosfolipases, histminas, citocinas, entre outras. • Ação hipotensora: indução da liberação de bradicinicas e calicreínas. 10 Júlia Morbeck – @med.morbeck • Ação miotóxica • Ação neurotóxica. • Dor local fortíssima; • Edema em região de picada; • Dor abdominal, vômitos e diarreia; • Hipotensão, bradicardia e sudorese profusa. ACIDENTE ELAPÍDICO ↠ Os constituintes tóxicos do veneno são denominados neurotozinas e atuam da seguinte forma: (WEISS; PAIVA, 2017). • Ação neurotóxica; • Ação miotóxica; • Ação cardiovascular; • Ação hemorrágica; ABORDAGEM INICIAL Referências MCANINCH, Jack W.; LUE, Tom F. Urologia geral de Smith e Tanagho, 18ª edição. Grupo A, 2014. NORRIS, Tommie L. Porth - Fisiopatologia. Grupo GEN, 2021. RIELLA, Miguel C. Princípios de Nefrologia e Distúrbios Hidroeletrolíticos, 6ª edição. WEISS, Marcelo B.; PAIVA, Jorge Wilson S. Acidentes com Animais Peçonhentos. Thieme Brazil, 2017. SANTOS, J. C. O.; MENDONÇA, M. A. O. Fatores predisponentes para lesão renal aguda em pacientes em estado crítico: revisão integrativa. Revista Sociedade Brasileira de Clínica Médica, n. 13, v. 1, p.69-74, 2015. MAYER et al. Caracterização clínico-epidemiológica de pacientes com lesão renal aguda dialítica em uma Unidade de Terapia Intensiva de um Hospital Universitário em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.. PECIBES, V. 8, N. 1, P. 24-47, 2022. SANTOS et al. Injúria Renal Aguda: aspectos epidemiológicos, fisiopatológicos e manejo terapêutico. Brazilian Journal of Development, v. 9, n. 3, 2023. PACHECO et al. Abordagem atualizada da Lesão Renal Aguda (LRA): uma revisão narrativa. Revista Eletrônica Acervo Médico, 2022.
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