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DOCUMENTOS ODONTOLEGAIS Compreendem o conjunto das declarações orais ou escritas, firmadas por CD, no exercício da profissão. Importância (quando realizados e arquivados adequadamente): - Identificação humana; - Meio de prova durante processos; 1- Notificação compulsória 2- Atestado 3- Receitas 4- Prontuários 5- Termo de consentimento 6- Parecer 1. NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA Conceito da aula: ‘’ É um documento que relata fatos, de índole odontológica ou não, observados ou constatados no exercício da profissão, e que, por força da lei, o CD tem obrigação de comunicar.’’ → São notificações obrigatórias as comunicações que devem ser expedidas às autoridades competentes por razões sociais ou sanitárias. → Comunicação obrigatória à autoridade de saúde, realizada pelos médicos, profissionais de saúde ou responsáveis pelos estabelecimentos de saúde, públicos ou privados, sobre a ocorrência de suspeita ou confirmação de doença, agravo ou evento de saúde pública, descritos no anexo, podendo ser imediata ou semanal; obs: só o médico que se omite, não havendo participação criminosa, comete o crime tipificado no art. 269 do Código Penal: “Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é compulsória”. Admite-se a participação criminosa se o médico se omite a pedido do doente maior e capaz ou de seu responsável (art. 29 do CP). → Moléstias infecto- contagiosa (CP, art 269) → Acidente de trabalho (Decreto n. 357/91) → Doenças profissionais (tecnopatias) e doenças de trabalho (mesopatias) (CLT, art. 169) → Morte encefálica comprovada em estabelecimentos de saúde (Dec 2.268/97, art. 18) → Crimes de ação pública (LPC, art. 66) A inação “non facere”, o “deixar de comunicar” é que constitui em si o crime, sendo irrelevante a motivação do agente. MODELO Dr Fulano de Tal Cirurgião dentista CRO- PI 5210 Endereço - Cidade - Estado. Sr. Diretor do Hospital Municipal Notifico a V S, para fins sanitários, que, no dia de hoje, consultei a paciente Sra. Ma. das Dores, RG N 123.456, Residente da rua nova, 13, Bairro vila da paz, nesta cidade, que apresenta manifestações clínicas de CID - 10 N B06 (Rubéola). Teresina, 10 de janeiro de 2004. Carimbo e assinatura. Maus- tratos (classificação) ⇒ crianças e adolescentes (Lei 8069) ⇒ mulheres (Lei 10.778) ⇒ Idosos (Lei 10.741) ⇒ Abuso físico ⇒ Abuso emocional ⇒ Abuso sexual ⇒ Negligência ⇒ Exploração infantil ● ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente: Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência. DIAGNÓSTICO - contusões na face, boca - lacerações em face - queimaduras na face - trauma em olhos e orelhas - fratura ou perdas dentárias - hematomas - higiene muito deficiente - alteração de comportamento NOTIFICAÇÃO - Conversa com os pais - Conselho tutelar - Ministério Público 2. ATESTADOS ‘’ São declarações particulares sucintas, em que se afirma a veracidade de certo fato odontológico e as consequências deste que implicam providências administrativas, judiciárias ou oficiosas, relacionadas com o cliente.’’ ⇒ LEI 6215/ junho 1975 “Art. 6º . Compete ao cirurgião-dentista: III - atestar, no setor de sua atividade profissional, estados mórbidos e outros, inclusive, para justificação de faltas ao emprego.” - Sempre determinar os fins. - Nunca utilizar ‘’ para os devidos fins’’. ⇒ Fins Trabalhistas ⇒ Fins Escolares ⇒ Fins Militares ⇒ Fins desportivos Mais comuns: - Atestado de doença - Atestado de saúde - Atestado de atendimento Recomendações - Identificar o paciente - Data e horário do atendimento - Recomendação de repouso - (CID- 10) - Carimbo e assinatura Assim como as receitas para ter validade legal devem ser feitos em duas vias, uma das cópias deve ser assinado pelo paciente e anexado ao seu prontuário. OBS: Atestado falso é crime. ART. 299 Código Penal. Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis, se o documento é particular. (Vide Lei nº 7.209, de 1984) Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5081.htm#art6iii 3. RECEITAS ‘’Prescrição ou ordem expressa e formal para uso de medicamentos ou procedimentos.’’ ‘’Toda e qualquer indicação do uso de medicamento a um paciente, seja qual for a finalidade, deve ser feita sob a forma de receita.’’ (ANDRADE, 2002). IMPORTÂNCIA: → Orientações, dosagem e posologia → Permite incluir recomendações → Serve de instrumento legal LEGISLAÇÃO: - Escrita a tinta e modelo legível - Duas vias - Nome e endereço do paciente - Data, assinatura, endereço, registro - Sem espaço em branco TIPOS - Receita comum - Receita magistral (manipulação) - Receita de controle especial Devem ser feitas em duas vias, uma das cópias deverá ser assinada pelo paciente e anexada junto ao seu prontuário. Receitas são documentos com validade legal de acordo com a Lei 5.081/66. 4. PRONTUÁRIOS O prontuário odontológico é o compêndio de todos os documentos produzidos durante o tratamento de um paciente. É o registro legal de todas as informações pessoais e biológicas, além das anotações dos atos odontológicos desenvolvidos, desde a primeira consulta até sua alta. I – IDENTIFICAÇÃO DO PROFISSIONAL De acordo com o artigo 33, do Código de Ética Odontológica – CEO/2003 - é obrigatório constar em todos os impressos o nome do profissional, o nome da profissão, que é Cirurgião-Dentista, e o número de inscrição no Conselho Regional. II – IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE A comissão entende que para suprir as necessidades legais com relação à correta identificação do paciente são imprescindíveis as seguintes informações: nome completo, número do Registro Geral (identidade civil), número do cadastro individual de contribuinte (CIC), data de nascimento, naturalidade, nacionalidade, estado civil, sexo e endereços residencial e profissional completos. Deve-se registrar ainda a forma como o paciente chegou até o profissional (indicação). III – ANAMNESE III.1 – Queixa principal ou motivo da consulta atual III.2 – Evolução da Doença Atual III.3 – História Médica e Odontológica IV – EXAME CLÍNICO Em Odontologia o exame clínico divide-se em extra-oral e intra-oral, deve permitir o reconhecimento dos sinais e sintomas objetivos das alterações encontradas no campo bucomaxilofacial e, ao mesmo tempo, deve conduzir o examinador à obtenção das informações gerais da saúde do paciente. V - PLANO DE TRATAMENTO Tendo em vista a necessidade de ser apresentado ao paciente as várias possibilidades de tratamento, inclusive aquelas que o profissional não tem condições técnicas de executar, mas que poderiam ser realizadas por outros especialistas, recomenda- se explicá-las e descrevê-las detalhadamente, registrando os procedimentos propostos com descrição minuciosa dos materiais a serem utilizados e os elementos dentários e as regiões bucais envolvidas, ressaltando ainda a necessidadedo consentimento livre e informado do paciente ou seu representante legal, conforme o modelo proposto. VI – EVOLUÇÃO E INTERCORRÊNCIAS DO TRATAMENTO Nesta parte do documento deverão ser anotados, por extenso, todos os passos do tratamento executado com a descrição precisa dos elementos dentários e faces coronárias ou regiões envolvidas e os materiais utilizados, evitando-se o emprego de códigos, as comunicações sobre as intercorrências observadas no decorrer de sua execução, bem como as alterações do planejamento inicial, as faltas às consultas, e as orientações adicionais, sempre com a solicitação da assinatura do paciente ou seu representante legal. 5. TERMO DE CONSENTIMENTO ‘’É o documento pelo qual se registra os esclarecimentos prestados ao paciente sobre os procedimentos, os riscos de possíveis complicações, suas consequências, os benefícios, malefícios e as alternativas de tratamento ou experimentação terapêutica a que o paciente será submetido.’’ É, ainda, o meio pelo qual o dentista obtém a autorização do paciente e/ou do representante legal para a realização do procedimento. → Em casos de pacientes menores de idade que ainda não possuem capacidade e discernimento completo para a realização do ato, é necessário que o seu representante legal (pais, tutor ou curador) o faça. Enquadra-se nesta situação os menores de 18 anos e as pessoas incapazes. MODELO - Identificação do paciente e/ou responsável legal. - Identificação do procedimento/ tratamento. - Benefícios, riscos, alternativas e garantia de esclarecimentos. - Consentimento, garantia de revogabilidade - Data e assinatura do profissional e do paciente Código de ética - Art 7. Constitui infração ética: XII. Iniciar qualquer procedimento ou tratamento odontológico sem o consentimento prévio do paciente ou do responsável legal, exceto em caso de urgência e emergência. Código de Defesa do Consumidor - Seção IV, Das práticas abusivas: III. Enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço; VI. Executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes; 6. PARECER É o documento médico-legal, de natureza subjetiva, que expressa a opinião, mesmo que fundamentada, de um profissional. Podem ser meramente oficiosos, particulares e encomendados pelas partes para reforçar uma tese e, por isto, devem ser analisados com cautela e raramente se sobrepõem aos exames oficiais. Seu valor e idoneidade advém, exclusivamente, do renome de quem subscreve10. Segundo França7 (2004), o parecer serve para emitir a opinião do profissional sobre o assunto, sendo constituído de todas as partes do relatório, exceto a descrição. Compõe-se de quatro partes (não possui descrição): - 1º é o Preâmbulo onde consta a qualificação do médico consultado; - 2º a Exposição que transcreve os quesitos e o objeto da consulta; - 3º a Discussão que é a parte mais importante do parecer, onde os fatos apresentados serão analisados em minúcias; - 4º as Conclusões onde o modo de ver do parecerista dá as respostas aos quesitos formulados.